Hope escrita por Jéssica Lima, PriMSalvatore


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, one shot nova no ar o/ ♥ :3

Dessa vez é uma one shot bem amorzinho do Klaus e da Hope, porque depois do primeiro episódio de Legacies, nós precisávamos fazer algo para acalentar a dor de perder o Klaus ♥ :/

Essa one shot usa algumas características do primeiro episódio de Legacies, mas pouca coisa.

Vamos a one shot então... :3

P.S: Ah, essa capa fui eu que fiz de improviso até conseguir pedir uma, mas como não queríamos que o "timing" da one shot passasse, fiz uma improvisada HAHA' Se tiver algum leitor capista ai e queira nos ajudar com uma capa, nos agradecemos ♥



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POV Misto. (Klaus e Hope) 

Minha vida nunca tinha sido fácil, desde bebê pessoas tentam me matar, então porque seria fácil agora, não é? Na verdade em relação a inimigos minha vida está sendo bem tranquila a uns dois anos já. Bem, pelo menos inimigos sobrenaturais e não rixas adolescentes. Minha mãe, meu pai e meu tio morreram por mim e isso me destruiu. Eu tenho 17 anos e sou órfã. Essa não é bem a vida que eu imaginei ter, ainda mais tendo os pais que eu tinha. No total eu só passei, no máximo, três anos com meu pai. Eu mal tive contato com ele e quando podíamos ter... ele morreu para me salvar. Já com minha mãe isso foi bem diferente, passei minha vida toda com ela e ela era tudo para mim. A morte dela me destrói todos os dias. Mas pelo menos com ela eu tenho uma história, com ela eu tenho lembranças longas e feliz, pelo menos ela eu sei que encontrou a paz. Ela está bem. Isso ameniza a dor. Mas meu pai... eu não sei muito sobre ele, só o que me contam, o que ele deixou que eu soubesse e só. Eu mal o conheci se for pensar mesmo, ele fez tudo por mim e tudo o que eu fiz foi destruir a vida dela. E eu tento todos os dias honrar nosso nome e deixa-lo orgulhoso. Mesmo ninguém sabendo que eu sou uma Mikaelson. Eu ainda tenho Marcel, Rebekah, Freya, Kol, Davina, Keelin... eles são minha família e os amo demais. Desde dos meus sete anos eu estudo na Escola Salvatore e eu adoro aqui, é minha segunda casa. Mas eu não sinto me encaixo em algum grupo... eu sou a única da minha espécie, sou uma tríbrida; sou loba, bruxa e vampira. Um show de horrores, certo? Certo. Esses dois últimos dias foi uma loucura já que fomos para outra cidade “salvar” um lobo que estava sendo exorcizado por um padre, e acabei por descobrir que ele é irmão adotivo do Landon. Claro que o Alaric trouxe os dois para a escola e como MG não conseguiu compeli-lo por causa da verbena, ele tinha que ficar na escola sob observação para quando a verbena saísse do sistema dele, ele ser compelido a esquecer sobre tudo relacionado a escola e da existência do sobrenatural. Hoje já era o segundo dia que Landon estava preso e enquanto eu caminhava em forma de loba, vi Landon tentando fugir e depois de traze-lo de volta, eu fiquei conversando e acabei falando dos meus pais. Hoje eu estava agitada, nervosa, com raiva... Eu não precisava olhar para o calendário para saber o que é; dia dos pais. Eu sempre fico assim desde que meu pai morreu nesse dia. Depois de colocar Landon de volta na cela dele, eu subi para o meu quarto e me tranquei nele, indo pegar as correntes que meu pai usava, uma camisa e uma das jaquetas dele. Eu usava as jaquetas dele já que elas são unissex. Me sentia mais próxima dele. Cheirei a camisa e sorri.- Eu sinto sua falta, papai.- Murmurei sentindo minhas lágrimas molharem a camisa. Olhei as velas apagadas no chão em volta de um livro de magia do colégio de quando eu estava estudando, voltando a olhar a camisa. Sequei meus olhos e levantei da cama, me ajoelhando e abrindo a “tábua secreta” que tinha embaixo da cama e pegando um antigo grimorio da minha vó. Ajeitei o grimorio no meio das velas, colocando um dos colares que meu pai mais usava ali no meio também, me cortando e deixando meu sangue pingar sobre ele.- Desculpe senhor Saltzman, eu vou quebras as regras e fazer magia negra.- Fechei os olhos, me concentrando. Eu ia tentar entrar em contato com meu pai. Minha mãe encontrou a paz e isso é meio difícil de alcançar, mas meu pai um hibrido original de mais de mil anos, não sei se seria capaz de consegui-la e já estudei sobre o Inferno. E ele quase tomou conta de Mystic Falls. E toda grande magia das trevas deixa marcas. Todas. E eu estou numa casa onde rolou muita magia. Ela está impregnada, dá para sentir. Respirei fundo e comecei a murmurar as palavras de um feitiço de visão. Visão da mais pura morte, no caso.

Isso era mesmo o inferno. Desde o meu primeiro segundo aqui a dor era como a tortura da faca do Papa Tunde, mas infinitamente pior. Para cada coisa que eu fazia piorava até eu começar a me acostumar com ela e conseguir raciocionar. Depois de muito tempo vagando por esse lugar, que diga-se de passagem é um calor horroroso e escuro, comecei a encontrar outras almas e com elas descobri algumas coisas. Aqui havia um dito Rei, Cade e era ele que condenava as almas e organizava tudo por aqui. Babaca. Todo o esforço fez minha dor piorar e tudo o que eu queria era faze-la passar e para isso eu usava a imagem dela. Minha bebê, minha Hope. A dor que sentia de a ter deixado era tão intensa como a que vivia aqui, e se pudesse mudar algo na vida que tive seria o tempo que vivi longe dela. Mas como sempre fui egoísta e soberbo achando que teria toda a eternidade para isso, mas essa eternidade foram apenas 15 anos. Junto a isso me lembro que Elijah está por aqui também e lembrar que ele morreu junto comigo fazia meu fardo ser maior. Não tinha noção do tempo que vaguei por ai, mas cheguei bem perto de Cade e quem eu achei querendo derruba-lo? A vadia da Katherine. Só podia ser mais um carma mesmo. A observando de longe percebi como conseguia ficar consciente com toda a tortura e se ela conseguia eu também faria. Levou mais um bom tempo e agora consigo me equilibrar melhor e quando a dor não atingi seus picos, ando normalmente e agora estou no caminho que fui indicado, que alguém parecido com Elijah estava. Senti uma coisa estranha, como se estivesse sendo sugado e uma voz ao longe falava algo, parecia meu nome.

— Pai.- O chamei.

Olhei ao redor e deveria ser uma das peças que minha mente pregava. Dessa vez era a voz de Hope.- Não dessa vez.

— Papai, por favor...- Senti as lágrimas correrem pelo meu rosto.- Apareça para mim.

Tinha algo de diferente dessa vez. A voz veio fortemente na minha cabeça e parecia tão suplicante. Hope... Era como se ela precisasse de mim novamente e eu não fui forte o suficiente para ignorar e me deixei levar.

Abri os olhos já desistindo. Isso não daria certo. Ele morreu de vez. Quando ergui meu olhar, o vi parado na minha frente.- Pai?

— Hope?- Ela parecia um pouco diferente, mais velha, mas era ela. A pessoa que mais amei nesse mundo.

O olhei. Ele estava exatamente com a roupa que morreu, um pouco suja e queimada, mas a mesma. Freya sempre me perguntava se não queria mesmo enterra-lo, mas não conseguia fazer isso. Me levantei.- Eu consegui. Eu realmente consegui.

— Você...- Olhei ao redor. Era um quarto.- Você me invocou?

Sorri.- Sim.

— Isso não é perigoso para você?- Disse tentando não sorrir, feliz de pelo menos poder a ver novamente.

— O máximo que pode acontecer é eu levar uma bronca do senhor Saltzman por estar usando magia negra... mas eu sou uma Mikaelson.- Sorri para ele.

— Magia negra?!- Eu sabia as consequências que aquilo poderia ter.

— Pai...- Suspirei, indo me sentar na cama.- Eu estou bem. Eu só preciso te ver.

Testei ver se conseguiria andar e como consegui, fui até ela.- Era tudo que eu mais desejava.

— Eu estou com saudades.- Disse.

— Eu também. Quanto tempo faz?- Questionei.

— Dois anos.- Disse.

— Só? Você está bem?- Perguntei.

O olhei e queria conseguir abraça-lo. Será que isso ia ser bom ou só abrir a ferida?- Eu estou bem.- Menti. Não queria deixa-lo preocupado. Se é que ele consegue ficar.

— Ok, mas agora me diga a verdade.- Tentei tocar seu rosto, mas não tive a sensação que queria.

Olhei a mão dele e suspirei, o olhando.- Eu perdi minha mãe e logo em seguida eu perdi meu pai. Os dois por culpa minha. Acho que esse é um tipo de luto que não se supera.

Eu poderia falar um monte de coisas, mas não sei quanto tempo tenho ou se haverá uma outra vez.- Sweety, não fique assim. Você poder viver e ter a chance de ser feliz é pelo que sempre lutamos.

— Eu adoro aqui e o Marcel é o melhor irmão que eu poderia ter, mas não funciona assim, pai. Nós passamos três anos juntos, no máximo e forçando. Eu não quero aceitar nada. Eu não vou aceitar.- Disse.

— Hope...- Senti uma pontada na cabeça, nem fora do Inferno isso alivia. - Fico feliz por vocês. Aos poucos isso vai aliviar e ficar feliz de não ter um pai chato pegando no seu pé.

Suspirei. Ele não parecia muito feliz de estar aqui. Será que ele já se enjoou de mim mesmo? Eu devia estar soando como uma menininha inconsequente.- Hmm... desculpe por isso. Eu não queria atrapalhar a sua, hã... morte.

— Hope, ver você mais uma vez é tudo o que mais desejei todo esse tempo. Me dilacera ver essa tristeza nos seus olhos e saber que não posso fazer mais nada para mudar isso.- Disse.

E eu achando que ele ia ficar animado, que ia pedir para eu conseguir ressuscita-lo, que ia perguntar se não tinha como mante-lo por aqui enquanto isso... Acho que eu estava sonhando bem alto.- Desculpe mesmo por isso. Foi algo que fiz sem pensar. Hoje é dias dos pais e isso sem me deixa emotiva. E emoção com sendo lobisomem... não combina muito.

— Hoje é...- Inferno, não consigo nem raciocinar direito com essa dor. Me sentei do lado dela e mesmo sem sentir, passei o braço ao seu redor e suspirei.- Então você me deu o melhor presente que poderia ter dado. E como sempre, estou muito orgulhoso.

Sorri de leve.- Hmm... você está bem? Hã... você está no inferno?

— Sim, mas é mais agradável que pensei.- Sorri. Ela não precisaria saber de tudo o que realmente ocorre, já está passando por coisas demais.

— Inferno agradável? Pai, conta outra.- Disse.

— É sério, nem fogo tem ou almas arrastando correntes.- Disse.

— Mas se você tivesse corpo, você estaria fedido.- Sorri, brincando com ele.

— Você teria que ficar a quilômetros para aguentar.- Ri com ela.

Sorri e olhei o colar dele com o meu sangue já seco o cobrindo, tendo uma ideia.- Pai, você gostaria de ficar aqui?

Sorri. Minha garota.- Por mais que eu desejasse todo o tempo que pudesse com você, não posso deixar você correr esse risco.

— Não...- Me levantei e fui até onde estava o colar, o pegando.- Eu posso ligar você a esse colar e esse colar a mim. Enquanto você estiver o usando, que vai ser sempre, você estará ligado a mim e aqui. Ninguém poderá te ver, mas eu vou encontrar um feitiço que te traga oficialmente de volta.

Segurei o colar, sentindo o meu pescoço queimar e espalhando ondas de dor pelo corpo inteiro, como sempre.- Não posso deixar você fazer isso, eu sei o quanto é perigoso trazer alguém de volta e por mais que você seja poderosa, se acontecer qualquer coisa com você nada terá valido a pena.

— Nada vai acontecer.- Disse.

— Hope, não. Nunca vou me perdoar se algo acontecer com você.- Disse.

— Você quer ou não?- Questionei.

— Vo...- A dor que vinha sentindo ficou mais intensa que nunca e sempre se irradiava a partir do pescoço. Sabia que tinha algo ali, mas não tinha como ver.

 

— O que foi?- O olhei, preocupada.

— Nada demais.- Disse ofegante, me esforçando para reaver o controle. Não podia fraquejar na frente dela, isso só daria mais força a ideia dela e não posso deixar ela se arriscar tanto por mim.

Vi que ele estava com a mão no pescoço e tirei ela dali, vendo uma marca.- Eu conheço isso. Vi em aula.

— Viu?- Me amparava no colchão.

— É a marca dos condenados ao inferno.- Disse.

— Marcado como gado para a tortura eterna.- Conclui.

Ainda estava em pé na frente dele e com o colar na mão. Não ia deixar ele voltar para isso. Quer dizer, ele vai poder ir e voltar, mas sempre vai poder voltar. Não vai ficar preso. E eu vou conseguir traze-lo de volta a vida oficialmente. Coloquei minha mão no ombro dele e apertei o colar com a outra, começando a murmurar um feitiço de ligação.

Sentia que ela fazia algo e mesmo com oscilações de fraqueza, não podia deixar de estar com orgulho dela. Minha garota era incrível.

Terminei e abri os olhos, o olhando e sorrindo.- Pronto. Você não tem mais nada te prendendo ao inferno.

— Você é incrível, garotinha.- Disse.

Sorri e coloquei o colar nele, e com isso eu pude senti-lo de fato.

— Você...- Disse a sentindo e no reflexo me levantei, a abraçando.

Sorri e o abracei de volta, me sentindo relaxar nos braços dele.

Aquele abraço me fez esquecer qualquer dor ou angustia que sentia, apenas me concentrando ali, com a minha bebê, mesmo quase maior de idade, nos meus braços.

 

O olhei e sorri.- Agora você pode ficar aqui. Você não pode ter contato com outras pessoas, mas em breve vai poder.

— Como vou supervisionar, eu aceito. Mas com uma condição.- Disse.

— O que?- Perguntei.

— Se perceber que tem qualquer risco para você, paramos com tudo.- Disse.

— Não tem pai, feitiço de ligação é simples. Aqui aprendemos ele na quinta série.- Disse.

— Que tipo de escola é essa então?- Questionei.

Ri.- É uma ótima escola. O Ric me ajuda bastante.

— Quem diria que deixaria minha filha aos cuidados do Saltzman.- Me sentia bem melhor, mais leve.

— Que você possuiu o corpo já?- Ri.- Ele me contou.

— Outros tempos, era uma vantagem excelente.- Disse.

— Quer se trocar? Tenho roupas suas aqui. Menos cuecas, ai seria estranho.- Disse.

Ri.- Você as trouxe pra cá?

— Todas suas jaquetas. Algumas camisas e algumas calças. A tia Freya queria doar e eu fiz um escândalo...- Suspirei.- Peguei bastante e durmo sempre com uma das camisas.

— Você... sente minha falta assim?- Questionei.

— Claro que sim.- Disse.

Sorri, tocando o rosto dela.- Você está cada vez mais linda.

Sorri e toquei a mão dele.- Obrigada.

Vi um espelho atrás dela e me olhei, estava péssimo mesmo. Afastei a blusa e pude ver o tal do símbolo. Estava bem vermelho, quase em carne viva.- Eu preciso achar seu tio.

Assenti.- Tudo bem. Vou pedir algo dele para a Rebekah ou Freya, e vou tentar localiza-lo.

— Como elas estão?- Questionei.

— Estão bem. Bem, o quão bem você pode ficar com a perda de dois irmãos de uma vez.- Disse.

Suspirei.- Ok.

— Será que você consegue tomar banho, se trocar e essas coisas sendo um “fantasma corpóreo”?- Questionei.

— Estou muito ruim, né?- Perguntei.

Ri.- Sim. Ainda mais que vai ficar na cama comigo.

— Querendo que eu te bote para dormir? Como quando pequena?- Questionei.

— Sempre.- Disse.

— Vai ser um prazer, love.- Eu ainda estava sentindo ondas de dor, mas desde que não fossem intensas, conseguia administrar para não transparecer.

Sorri e peguei uma camisa e calça para ele.- Aqui. Vou te esperar.

— Ok.- Fui para o banheiro e era como se não fizesse isso a décadas. Agora mais de perto podia ver meu semblante diferente, como se tivesse envelhecido toda uma vida em dois anos. Tomei o banho mesmo sendo esquisito sentir a água e ao sair olhei novamente a marca que parecia um tridente, era a minha lembrança que isso não era uma vida, ainda estava morto e condenado. Me vesti e voltei, encontrando Hope já de pijama.- Que fofo.

Tinha colocado uma calça de pijama e uma camisa dele como sempre.- Obrigada.

Sentei na cama dela.- Vem.

Nos deitamos e eu fiquei aninhada no peito dele com ele me abraçando. Eu ainda não acreditava que isso estava acontecendo. Se eu estiver sonhando é melhor que nunca me acordem.- Eu te amo, pai.

Apertei ela.- Eu amo você minha princesa.- Beijei os cabelos dela.- E não sei dizer o quanto me orgulho de você.

— Orgulho de quê?- Questionei.

— Do que você está se tornando.- Disse.

— Não sei se isso é bom.- Disse.

— Claro que é.- Disse.

— As gêmeas da sua “namorada” me odeiam.- Disse.

Ri.- Elas implicam com você?

— Elas me odeiam porque o Ric passa mais tempo comigo do que com elas de certa forma. Até de siliconada elas me chamam.- Disse.

— O que? Quem que elas pensam que são?- Questionei.

— Só bruxas sifões sem magia própria, são sugadoras.- Disse.

— E você é uma Mikaelson.- Disse.

Sorri.- Sim. Mas eu não odeio elas, sabe... eu entendo elas sobre o negócio do pai e eu sei que não facilito.

— Você tem andado muito com ele então?- Questionei.

— Sim... eu o ajudo com algumas coisas.- Disse.

Tentei ignorar a pontada de ciúme.- E como ele é com você?

— Ele é bem legal. Ele treina comigo, mas ele não está conseguindo me acompanhar.- Ri.- Já disse para ele colocar um vampiro para treinar comigo.

— Eu queria ver isso.- Disse.

— Você vai agora.- Sorri, mexendo no colar dele. Era impressionante, mas o cheiro dele continuava o mesmo.- Hoje nós ajudamos um lobo recém ativado. Um padre estava tentando exorciza-lo.

— Está ai uma coisa que nunca vi. E você gostou de fazer isso?- Brincava com o cabelo dela.

Assenti.- Sim... eu me senti bem.

— Isso é bom. Como ele ficou?- Questionei.

— Ele ficou bem. Ele é irmão adotivo do Landon, aquele garoto com quem eu dancei aquela vez.- Disse.

— Ainda anda com ele?- Questionei.

— Não. Ele sumiu depois daquilo e o encontrei esses dias.- Disse.

— Espero que ele tenha se comportado direito com você.- Disse.

Ri e o olhei.- Como assim?

— Mãos afastadas e boca também.- Disse.

— A outra parte do corpo então tá liberada?- Debochei.

— Hope! Nenhuma.- Disse.

Ri e me abracei mais nele.- Senti falta disso. De você.

— Queria ter feito isso mais vezes.- Disse.

— Como assim?- Questionei.

— Ter você assim, com tempo e tranquilidade.- Disse.

— Garanto que quando eu era bebê você fazia muito isso.- Disse.

— Por um tempo foram bastante vezes. Você sempre dormia no meio da história.- Disse.

Sorri.- Deviam ser histórias longas.

— A sua favorita sempre foi a nossa em casa.- Disse.

— Ah é? Então conte-me.- Disse.

A olhei e sorri.- Tudo bem. "Era uma vez um rei lobo que travou guerra pelo tesouro mais precioso de todo o reino, a bela princesinha dele, mas a vitória teve um preço, amigos perdidos, novos inimigos feitos...”

...

Eu acabei adormecendo com ele me contando a história e foi uma das minhas melhores noites de sono a um tempo já. Quando eu despertei, antes de abrir os olhos, eu fiquei com medo de que tudo fosse um sonho e ele não estivesse mais ali, mas quando os abri ele estava sentado na minha poltrona me olhando. Suspirei, aliviada e fui fazer toda minha higiene, colocando o uniforme da escola e terminando de me arrumar.- Como ninguém vai te ver você pode andar comigo.

— Duvido que ia querer isso se eu fosse visível.- Disse.

— Claro que eu ia querer.- Pensei e franzi o cenho.- Ok, talvez fosse ser um pouco incomodo com as meninas dizendo; “ai como eu queria que seu pai gostoso que me comesse”.- Imitei uma voz irritante.

Gargalhei.- Acho que seria mais fácil a pequena confusão que seria alguns alunos mortos por olhar você.

O olhei e ri.- Bem, ainda bem que você não pode matar ninguém por enquanto, senhor ciumento. E nem precisa ser garotos me querendo, você queria matar o Declan por passar tempo comigo.

— Fazer o que? Está nos nossos genes.- Sorri.

Ri.- Bem, vamos que não posso me atrasar para o café.

Levantei, a seguindo e estava um pouco mais ambientizado com tudo, saindo do turpor que foi estar de volta a terra. Não que a marcar não doesse mais ou que a dor da tortura tivesse sumido, mas estar com a minha filha me dá mais fôlego para lutar com isso.- Faz muitos anos que não via essa casa.

— Você é bem famoso por aqui. E não de um jeito bom.- Disse.

— Deixei Mystic Falls um pouco mais agitada.- Disse.

— A mãe me contou. Quando eu exemplifiquei para o tio Elijah ele ficou bem perturbado.- Disse.

Acabei rindo.- Eu imagino o porque.

Ri.- Sim. Agora não posso te responder, se não vai ser estranho.- Disse quando chegávamos na cozinha.

Observei ela entrar na cozinha e mesmo com alguns a olhando, depois de escolher o que queria, ela sentou em um lugar afastado e comia sem prestar atenção em ninguém, o que me entristeceu. Eu sabia como era se afastar de todos e não queria a ver vivendo assim.

— Hope.- Ric chegou na mesa dela.- Você não quer tomar café com a gente?

Sorri.- Obrigada Ric, mas não quero atrapalhar vocês.

— Não vai, venha.- Ele sorriu, indicando a mesa.

— Vai Hope, não gosto de você sozinha.- Disse.

Assenti.- Tudo bem.- Levantei com a minha bandeja e vi meu pai me seguindo para a mesa de Ric onde ele estava sentado com Lizzie e Josie.

— Bom dia.- Josie comia.

— Bom dia.- Disse.

Me sentei perto deles, mas era estranho estar no meio de tanta gente e não ser visto.

Lizzie olhou ao redor, franzindo o cenho.

— O que foi?- Perguntei.

— Sei lá, uma sensação esquisita.- Lizzie disse.

Me ajeitei, incomodada.- Para mim tá normal.

— Eu também senti uma coisa ruim.- Josie disse.

Ele olhou ao redor.- Será que alguém aprontou?

Levantei, indo até o lado dele e observando as garotas, as filhas de Caroline.

— Eu não fiz nada, eu juro.- Lizzie disse.

— Eu soube que você quebrou toda a cozinha.- Disse.

— Pai!- Lizzie disse.

Ri.- Ele não disse nada.

— Eu não disse mesmo.- Ric disse.

— E mesmo se dissesse não confessaria.- Josie disse.

— Ric... e o Landon?- Questionei.

— Está um pouco melhor. Você quer vê-lo?- Ric perguntou.

Olhei ao redor e tinha várias crianças e adolescentes de várias idades conversando, rindo e brincando como uma escola normal.

— Não sei se ele quer me ver. Ontem ele ficou assustado comigo em forma de lobo.- Disse.

— E você o culpa?- Lizzie questionou.

— Como é que é?- Me virei na direção de Hope. O cara tinha a visto assim? Puta merda.

— Hope, sabe que não deveria ter deixado isso acontecer.- Ric disse.

Suspirei.- Eu sei, mas eu precisava caminhar e suas filhas que o soltaram.

— Não foi com a intenção dele te ver toda peluda.- Lizzie disse.

— Nem nua.- Josie disse.

— Vocês o que?- Ric questionou.

NU...- Hope, você vai me explicar essa história por completo quando sair daqui!-Disse irritado.

— O M.G vai apagar a memória dele agora quando a verbena sair do corpo dele e o Rafael queria ficar um pouco com o irmão, não tinha nada demais. Era uma festa.- Lizzie disse.

— Você queria agradar o Rafael porque ele te deu um fora.- Tentei não rir do meu pai.

— Lizzie, você fez mesmo isso?- Ric a olhou irritado.

— Hã... talvez.- Lizzie disse.

— Sabíamos que não ia dar em nada demais pai.- Josie disse.

— Nada demais? Alguém poderia ter se machucado.- Ric disse.

— Quem vai se machucar é esse estupido garoto.- Disse.

— Eu não fiz nada, eu já tenho controle.- Disse.

— Mas não muda a parte dele ter te visto nua.- Josie disse.

— Hope, diga onde é que esse moleque está!- Disse furioso.

— Ele não me viu totalmente nua... Eu peguei a jaqueta dele a tempo.- Disse.

Ric suspirou, irritado.- Quando eu acho que posso confiar em vocês, vocês mostram que estou errado completamente.

— Ei, você me liberou para caminhar.- Disse.

— Eu sei, mas mesmo assim não deveria ter ido atrás dele e nem se transformar com ele.- Ric disse.

— E como sempre ele passa a mão na cabeça da Mikaelson.- Josie disse.

— Eu me transformei antes dele aparecer, ele me viu transformada e ficou com medo, então voltei ao normal.- Disse.

— Tudo bem Hope, mas evite encontros assim, ok?- Ric questionou.

Assenti.- Ok. Eu vou indo. Até depois.- Peguei minha caneca de café e sai da cozinha, com meu pai me acompanhado.- Porque você tá surtando, pai?

— Você ainda pergunta?! Dane-se se não consigo fazer algo ou não, quero que me diga onde ele está.- Disse.

— Eu vou ir vê-lo.- Tentei não rir e me dirigi as "masmorras, indo até a cela de Landon e vendo-o sentado na cama.- Hey.

Ele me olhou.- Olá unicórnio.

Sorri.- Você tá bem? Desculpe por ontem...

Estava mais do que puto com esse moleque que com certeza deve ter dado boas olhadas e feito muito mais. Avancei contra ele, mas não tive efeito nenhum, passando direto. Inferno.

— Em breve você vai sair daqui. A verbena logo sai do seu sistema.- Disse.

Ele riu.- Ai vou virar soldadinhos como vocês?

Franzi o cenho.- Não... você vai voltar para a sua vida sabendo que seu irmão está bem aqui.

Ele a olhou.- O uniforme cai bem em você.

Sorri.- Obrigada.

— Mas eu acho que prefiro a jaqueta.- Ele disse.

Ri, me sentindo corar.- Obrigada pelo empréstimo dela.

Ele sorriu.- Pode ficar com ela então. Pelo menos vou ter algo bom para lembrar daqui.

Claro que ele estava devorando as pernas dela com o olhar. Estava impaciente de não poder fazer nada, de ter um moleque babaca louco para se aproveitar da minha menina e eu ser um nada parado aqui.

Sorri.- Obrigada. Eu adoro jaquetas mesmo.

— Mais uma coisa boa em você, Hope.- Landon disse.

Mordi meu lábio e ri.- Não sei se isso é possível comigo, Landon.

— O que exatamente?- Ele disse levantando.

— Acaba esse papo e vamos embora Hope.- Disse.

— Hmm... eu contei as histórias dos meus pais, da minha vó... Meus pais eram ótimos, mas não eram santos.- Disse.

— Você o que?!- Questionei.

— E por acaso alguém aqui é? Que eu saiba todos já devem ter seus momentos ruins também.- Ele disse.

— Hmm... talvez sim.- Sorri. Era melhor meu pai nem saber que o Landon me beijou ontem. Ele ia surtar.- Você dormiu melhor com o feitiço que fiz do céu?

— Um milhão de vezes melhor.- Landon disse.

— De nada.- Disse.

— Então, já vi o seu lado bruxa e loba, o que pode fazer como vampira?- Ele perguntou.

— Eu me curo e posso transformar lobos em vampiros.- Disse.

— O que? Isso é verdade? Quer dizer, possível?- Ele perguntou.

Ri.- Sim.

— Uau... você é mesmo poderosa.- Ele disse.

Sorri.- Obrigada... eu acho.

Ele a olhou e sorriu.- E o Rafael, será que vai dar o ar da graça?

— Acho que sim. A forma de lobo dele é enorme. Eu sou pequena perto dele.- Disse.

— Então foi por isso que criaram essa cópia do Instituto Xavier para vocês?- Ele perguntou.

— Algo do tipo... E para honrar a memória do falecido marido da senhora Salvatore.- Disse.

— Achei que o dono era aquele cara, o professor ou sei lá o que.- Ele disse.

— Eles são sócios. Eles são pais das gêmeas.- Disse.

— Ah sim, isso explica.- Ele disse.

Olhei para meu pai que parecia que mataria o Landon se pudesse.- Hã... bem, eu preciso ir.

— Já?- Ele perguntou.

— Tenho aulas.- Disse.

— De como ser uma loba linda?- Ele questionou.

Sorri.- Assim você vai me deixar sem jeito.

— Tenho que aproveitar pra dizer antes que façam a minha lavagem cerebral.- Ele disse.

— Sua sorte é que estou no inferno, se não lavagem cerebral ia ser 1% do que iria receber.- Quebrei meu silêncio. Estava irritado demais para falar sem poder fazer nada.

Me aproximei dele e o beijei na bochecha.- Bom dia Landon, mais tarde eu venho te ver.

— Só isso que eu ganho?- Ele perguntou.

— Como assim?- Perguntei.

Ele sorriu e a beijou.

— QUE PORRA É ESSA?- Avancei, mas mais uma vez fui inútil e depois sai dali.

Parei o beijo antes que progredisse muito.- Landon... eu tenho que ir. Depois nos falamos.- Sai a procura do meu pai.

Não era uma ideia brilhante eu estar assim. Se quisesse estar mesmo na vida dela, deveria ser vivo, podendo a defender e conviver com ela. Estava falhando nisso mais uma vez.

O encontrei e olhei em volta, e como ninguém via, o peguei pela mão e fui em direção ao meu quarto.- O que foi, pai?

— Você deveria voltar e ir para a sua aula.- Disse.

Suspirei e o puxei para se sentar na cama comigo.- Eu vou dar um jeito, ok? Você vai voltar. Eu vou pedir para a tia Freya vir me ver e trazer algo do Elijah.

Me inclinei, beijando sua testa.- Não se preocupe comigo. E conte para sua tia.

Sorri.- Eu vou falar com o Ric e dizer que vou ficar ausente por uma semana. Vamos encontrar Elijah e trazer vocês dois a vida.

— Você vai procurar primeiro e enquanto fala com a sua tia, vou tentar achar ele.- Disse.

— Não seria melhor você ir procura-lo depois que eu já ter algo dele aqui?- Questionei.

Suspirei.- Pode ser.

— Você quer ir agora?- Questionei.

— Nu...- Senti o pescoço arder e evoluir para uma dor insuportável pelo corpo inteiro, me fazendo curvar.

— Pai, o que foi?- Questionei aflita já.

Era a tortura de sempre, mas bem mais intensa, como das piores vezes. Merda, não queria que Hope visse isso.

— Pai.- O toquei, começando a murmurar um feitiço para parar o que quer que fosse.

Podia ouvir a voz dela ao longe e a dor começou a diminuir, me deixando voltar a consciência ao redor.

— Pai, tudo bem?- Questionei.

— Hope...- Disse zonzo.

— Hey.- Toquei o rosto dele.- Eu estou aqui.

— O que você fez?- Questionei.

— Um feitiço expulsório.- Disse.

Expirei e me esforcei para levantar, mas nem lembrava que tinha caído na cama.- Desculpe ter visto isso.

O abracei.- Tudo bem.

— Hey, eu estou bem, já estou acostumado.- Disse.

— Eu vou mudar isso de uma vez.- Peguei meu celular e liguei para a tia Freya.

— Hope.- Ela atendeu.

— Tia, eu preciso de algo pessoal do tio Elijah. Você tem?- Questionei.

— Sim. Eu e a Rebekah dividimos as coisas mais pessoais dele. Por que?- Ela perguntou.

Suspirei. Era melhor contar logo.- Eu fiz um feitiço e tirei a “alma” do meu pai do Inferno, agora ele está parado aqui na minha frente. Vou fazer o mesmo com o tio Elijah e depois traze-los de volta a vida.

— VOCÊ FEZ O QUE?! Hope, tem noção o quão perigoso isso é?- Ela questionou.

— Eu não me importo.- Disse.

— Eu sim e qualquer um. Isso é arriscado para você e para ele.- Ela disse.

Revirei os olhos.- Sem querer ofender tia, eu sou a bruxa mais poderosa dos últimos tempos. O inferno não vai me parar.

— As vezes esqueço o quão teimosa você é.- Ela disse.

— Vai me ajudar ou prefere que os seus irmãos fiquem se curvando e uivando de dor no inferno?- Questionei.

— Hope, não fala assim com ela.- Disse.

— Ela tem que saber a verdade, pai.- Disse.

— Ele está mesmo ai?- Ela perguntou.

— Sim. Ele não gosta muito de ser um fantasma, prefere ser um hibrido original.- Disse.

— E eu achando que poderia ficar tranquilo que ela te impediria caso fosse perigoso demais.- Disse.

— Então?- Perguntei a ela.

— Tudo bem.- Ela disse.

*****

Elas combinaram tudo e depois Hope conferiu se eu estava bem para ela sair. No fundo eu sabia que isso podia ser egoísmo, deixar ela fazer isso, mas agora estando com a Freya talvez fosse um pouco mais seguro e eu sabia que a minha filha precisava de mim. Freya chegou a noite daquele dia e ela estava mais linda ainda, pena que não pode me ver enquanto Hope estava preocupada com a minha volta ao inferno e tentei a tranquilizar no máximo que deu. Voltei ao inferno antes delas saírem e já senti falta de tudo no momento em que quis surtar. Não fazia ideia de por onde procurar Elijah mais, porém não desisti e comecei a caminhar. Parece que o tempo fora daqui me fez perder um pouco do controle que tinha com as torturas, mas saber que a minha filha me esperava e que tinha uma chance de sairmos daqui me deu forças pra seguir. Andei por todo o tempo, mas não o achava em lugar algum e ainda tinha que disfarçar e desviar de quem passava por mim para disfarçar o quão "bem" eu estava perto deles. Katherine chegou muito perto de me encontrar, mas fui mais rápido e ri. Vou sair daqui e você não vadia. Depois de a ver fui para um lado totalmente oposto e vi um grupo de almas, ia me afastar, mas algo em uma delas me parecia familiar. Cheguei perto aos pouco e reconheceria aquela silhueta em qualquer lugar. Sinalizei para ele que assim que me viu, foi saindo até chegar em mim. O nosso abraço foi de alívio e ele estava tão ruim quanto eu até a Hope me chamar. Contei a ele o plano e ficamos esperando ela fazer algo. Não demorou tanto assim e senti o chamado e me deixei levar, segurando Elijah firmemente junto.

Sorri ao ver os dois. Nesse meio tempo a tia Freya e a Rebekah já tinham trazido os caixões com os corpos deles.- Hey.

— Bem a tempo sweety.- Disse.

Elijah sorriu.- Hope.

— Oi tio.- Disse.

— Meu Deus... eu não acredito.- Rebekah chorava.

— Rebekah, sem choro.- Disse.

Sorri. Finalmente eu salvaria a nossa família. Peguei o carvalho branco e os olhei.- O que vocês acham de ficarem de fato imortais?

— É tão bom ver vocês.- Freya disse.

— Posso dizer o mesmo.- Disse.

— O que você quer dizer com “ficar de fato imortal”?- Rebekah perguntou.

— Eu falei com o Ric e pensei de fazer o feitiço que minha vó fez nele, fazendo-o a prova de carvalho branco.- Disse.

— Hope, não é perigoso?- Questionei.

— Ela morreu fazendo o feitiço? Não, né?- Questionei.

— Não.- Disse.

— Pois é... eu que não vou então.- Disse.

— Freya, é seguro?- Questionei.

— Eu estou de olho Klaus.- Freya disse.

Suspirei e fechei os olhos, começando a murmurar o feitiço.

Logo depois dela começar, comecei a me sentir diferente e a marca queimar, queimar muito. Tanto eu quanto Elijah nos redemos a dor e podia ouvir Hope murmurar, até que apaguei.

Terminei o feitiço e o pedaço de carvalho branco que estava sobre cada um deles, foi absorvido e em poucos minutos dava perceber o corpo dissecando. Eles estavam voltando a vida. Sorri aliviada.

Senti uma urgência crescente e abri os olhos, olhando ao redor.

— Klaus, como se sente?- Freya questionou.

Elijah se acordou, sentando no sofá.

Rebekah sorriu e correu, abraçando-os.

— Rebekah, calma.- Disse a abraçando também.

— Eu estou calma, só estou feliz. Vocês precisam de sangue?- Ela questionou.

— Extremamente.- Disse.

— Ok.- Ela saiu para pegar.

— Hope, você está bem?- Questionei.

— Estou sim.- Disse.

— Vem cá.- Disse.

Fui até ele.

 

Abracei ela. Agora sim era o abraço que precisávamos.

Retribui o abraço e relaxei ali. Estava feliz de finalmente ter feito algo bom pela família.

Beijei os cabelos dela.- Vai ter que me aguentar agora minha garotinha.

Sorri.- Com prazer.

— Vou gravar isso com prova.- Disse.

Ri.- Tudo bem.

— Não acredito que vou poder dividir o Benny com vocês.- Freya disse.

Ela voltou com as bolsas de sangue.- Aqui.

Peguei, começando a beber imediatamente.- Quem é Benny?

— O filho dela e da Keelen com o Vincent.- Disse.

Ele sorriu, parando de beber.- Isso é ótimo, Freya.

— Vocês são um trio agora?- Ri.- Relacionamento aberto não está no nosso gene.

— Não é assim seu bobo.- Freya disse.

— Ué, porque não? Poliamor existe.- Disse.

— Eu sei, mas não é o nosso caso.- Freya disse.

— Eu não conseguiria viver, nunca.- Disse.

Franzi o cenho.- Prefiro não saber disso.

— Ué, não estava ai falando toda sabida?- Questionei.

— Não quero saber da sua vida amorosa.- Disse.

— Ah, vai ouvir. As cortes eram maravilhosas...- Disse.

— Eca, não. Bem, vou deixar vocês sozinhos. Até depois.- Sai, indo para o meu quarto.

— Ela já está diferente.- Freya sorriu.

Rebekah suspirou.- Acho que no final acabamos focando muito na nossa vida e esquecemos de cuidar dela.

— Eu vou cuidar disso agora.- Disse.

— E vocês estão se sentindo normal?- Freya questionou.

— Preciso sair desse caixão primeiro.- Ele levantou-se e saiu.

Acompanhei ele e meu corpo parecia normal. O sangue matou um pouco da minha sede e podia sentir tudo e ouvir tudo ao meu redor. Estava perfeitamente de volta a vida.

— Eu vou ir tomar um banho. Esse terno já está horrível.- Ele riu e abraçou as irmãs.- Nos vemos daqui a pouco.

— Sim. Vamos preparar algum jantar?- Freya perguntou.

— Acho que temos que deixar todos estarem aqui.- Elijah disse.

— Vamos chamar. Enquanto isso nós vamos aproveitando a exclusividade.- Freya sorriu.

Ele riu.- Ok.

— Vou aproveitar e vou também.- Disse.

— O quarto de vocês está meio vazio.- Freya disse.

— Está mesmo.- Rebekah disse.

Conversamos até chegarmos no quarto e depois de tomar um banho demorado, troquei de roupa e fui para varanda, olhando a cidade, minha cidade. Todas as lembranças do inferno estavam muito presentes, mas teria que as deixar de lado. As garotas organizaram mesmo um jantar para o dia seguinte que chegou rapidamente entre várias ligações, algumas coisas compradas e me atualizando de tudo. Me troquei e desci para o jantar, encontrando a Hope.- Ainda vou precisar de mais tempo para me acostumar com você linda assim.

Ri.- Estou do mesmo jeito de sempre.

— Você está com 17 anos e ao contrário do que eu preferiria, está se tornando uma mulher.- Disse.

— Queria que eu morresse criança?- Questionei divertida.

— Não! Mas não ia reclamar se ficasse aquela garotinha sempre.- Disse.

Sorri.- Bem, eu prefiro agora. Porque naquela época você ficou longe.

— Eu sei, mas agora eu estou aqui e com muito tempo livre.- Disse.

— Até você arrumar uma namorada.- Disse.

— Não vai ter muita chance disso.- Disse.

— Porque?- Perguntei.

— Não tenho cabeça para isso.- Peguei uma taça de vinho.

— A de cima só se for.- Disse.

— HOPE!- Exclamei.

— O que?- Perguntei.

— Isso não é assunto para você.- Disse.

Ri.- Pai, eu não sou burra e nem nada.

— Eu sei, mas ainda assim, minha vida sexual é estranho falar com você, até de comentar- E era bem desconfortável falar sobre aquilo.

Ri.- Nem eu quero saber.

— E assim morre o assunto.- Vi Freya chegar com a Keelin e um bebê.- Gostou de ter um primo?

Dei de ombros.- Não convivi muito com elas.

— Está chateada com elas?- Questionei.

— Chateada? Acho que indiferente. Elas não fizeram merda nenhuma por você. E quando alguém está morrendo é bem fácil fazer juras de que irá cuidar de alguém. Eu só tive minha mãe na maior parte da minha vida, então eu já me sentia sozinha quando ela morreu.- Disse.

— Eu sinto muito que se sinta assim e que eu não tenha colaborado para ajudar.- Disse.

— Tudo bem. Eu já sabia. Eu disse para o Marcel que quando você morresse não teria mais ninguém para cuidar de mim e ele disse que o faria, mas como eu mesma disse a ele; ele não largaria a vida dele para cuidar de mim. Só pais fazem isso.- Disse.

Se eu tinha decidido algo para quando eu voltasse era que seria um pai melhor para Hope, um que ela merecia. Mesmo sabendo que tudo que diz foi para protege-la e dar a ela a chance de uma vida minimamente normal, isso afetou a nossa relação e eu perdi tempo e fases demais.- Para isso eu estou aqui, exclusivamente para você, para recuperar, de alguma forma, tantos anos perdidos e termos as nossas lembranças.

Sorri e sentei no colo dele, o abraçando.- Você foi o melhor pai que eu poderia ter, não pense ao contrário disso.

— Está muito longe disso e tenho alguns anos de mimos e broncas acumulados pra você.- Disse.

— Broncas não, seus gritos são horríveis. Você tem uma bela de uma goela, pai. E sabe fazer cara de mal.- Disse.

— Aquele moleque da sua escola não sabe que o espera.- Sorri.

— Ele não fez nada.- Disse.

— Mas ele quer fazer e muito.- Disse.

— Ah é? Tipo o que?- Questionei.

— Nada que sua cabecinha vá imaginar. É cedo ainda para isso.- Disse.

Ri.- Eu não fui criada por freiras.

— Deveria ter sido. Estaria muito mais tranquilo agora.- Disse.

Ri.- Você quer que eu transe com que idade?

— Nunca.- Disse.

Ri.- Você é fofo.

— Podemos trocar de assunto?- Questionei.

— Tudo bem.- Disse.

— Klaus, esse é o Benny.- Freya disse.

— Ele parece mais uma bolinha.- Sorri, olhando o bebê no colo dela.

Elijah chegava na sala de jantar e sorriu.- Ele é lindo, Freya.

— Ele é demais, perfeito. Esses são seus tios, meu amor.- Freya disse.

Rebekah chegou, sorrindo.- Ele é muito fofo mesmo.

— Não quer trocar, não? Eu fico com o bebê e você com a adolescente?- Questionei.

— Não, prefiro não pular fases.- Freya disse.

Elijah pigarreou, desconfortável e se sentou a mesa.

— Cadê o bebê da mamãe?- Keelin chegou sorrindo no filho.

— Boa noite Keelin.- Disse.

— Boa noite.- Ela disse.

Freya passou o bebê para a esposa.- Vocês estão bem colados.- Ela sorriu para o irmão e a sobrinha.

— Eu avisei a ela que seria um grude agora.- Disse.

— Espero que não se importe de ter um tio grudão também, Hope.- Elijah sorriu.

Sorri.- Claro que não.

— E quem disse que vou dividir?- Questionei.

— Não vai querer arranjar uma briga, não é?- Ele riu.

— Olha, eu estou muito afim de uma briga.- Disse.

Ri.- Ok, só porque vocês dois agora são invencíveis não quer dizer que podem briga.

— Quem é invencível?- Kol chegou por trás deles.

— O papai e o tio Elijah.- Disse.

— Cara, vocês voltaram mesmo.- Kol os olhou.

— Não vai chorar também não, né?- Questionei.

— Acho que está me confundindo com as meninas.- Ele se jogou em cima do Elijah.

Elijah o abraçou e riu.- Você parece maior Kol.

Kol riu.- Você que encolheu. E ai, chutaram o traseiro do capeta?

Ri.- Não deu tempo.

— Infelizmente.- Elijah disse.

— Tem mesmo um diabo?- Freya perguntou.

— Tem.- Elijah disse.

— Acho que ele ficou feliz de se livrar de vocês.- Freya disse.

— Não sei, a amiguinha do Elijah estava louca para brincar com ele.- Disse.

— Amiguinha?- Questionei.

— Katherine.- Disse.

Marcel chegou.- Boa noite.

Sorri e me levantei do colo do meu pai, indo abraça-lo.- Hey.

Confesso que algo me tocou a ver os dois assim, era mais que satisfatório, me deixava feliz.

Rebekah sorriu.- Ok. Vamos jantar?

— Vamos que quero comer.- Kol disse.

Todos fomos para a mesa e aquele jantar me lembrou o nosso ultimo, mas em vez do clima de despedida, agora era bem mais animado. Tínhamos uma nova chance como família e individualmente. Depois de muita conversa (tão tranquilas que fiquei surpreso), cada um foi se retirando e foi quando percebi que Hope tinha dormido com a cabeça no meu colo durante a conversa. A levei para o quarto e depois de a colocar na cama e a cobrir, tirei oa sapatos e me deitei junto dela, a aninhando. Minha garotinha. Algumas vezes tão adulta, mas em muitos momentos é só uma criança, minha criança. Sorri. Mas agora ia ser diferente, eu não vacilaria de estar ao seu lado e honraria todo o esforço que fez para me trazer de volta. Klaus Mikaelson estava de volta e mais forte que nunca.

 


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Espero que sim! ♥ :3 Muito amor por esses dois né? A intenção da one shot é ser leve, amorzinho, simples, fácil... bem aquele "quentinho no coração", sabem? ♥ :3

Bem, nos falamos nos comentários e até mais! ;)



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