Linha Tênue escrita por Killme


Capítulo 2
Capítulo 1 - Mais que amigos, irmãos.


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Estou de volta e super empolgada.
Queria agradecer as duas maravilhosas leitoras que comentaram, agradeço de coração, alegraram meu dia.
E como promessa é divida, aqui está o primeiro capitulo da fanfic, aproveitem e me contem o que acharam! Boa leitura!
(AVISO IMPORTANTE NO FINAL)



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― Tem certeza que ela está viva? Só pode ter comido merda para querer dormir nesse sofá velho.

Já não basta a vida tentar me derrubar, meu subconsciente também vai fazer isso agora? Me espreguicei virando para o outro lado, que droga de sonho era esse?

― Ela está estranha ultimamente. Não sei mais o que fazer.

Eu já tive muitos pesadelos ultimamente, mas esse até agora era o mais sem noção. Definitivamente.

― Ela está toda babada e com a bunda do Aro na cara. Auch! Mãe para de me agredir! Bella acorda ou tua mãe vai me sentar no tapa!

Essa voz eu conheço, não é meu subconsciente nem fudendo.

― BELLA ACORDA PORRA!

Do nada senti meu corpo ser sacodido violentamente e acordo assustada, dando de cara com uma montanha de dois metros sem cérebro.

― Tá com merda na cabeça? Eu acordei porra ― bati na mão dele que ainda estava segurando meu braço. Revirei os olhos até entender que não era um sonho e sim duas pessoas perturbando meu sono. Bufei na hora que vi a câmera aberta no celular do Emmett. ― Se você postar isso em algum lugar vai ficar que nem o Aro.

O queixo dele caiu deixando sua boca em uma circunferência perfeita, ofendido. Dramático, as vezes acho que meu irmão está fazendo a faculdade errada e deveria mudar o curso para artes cênicas, porque nunca vi alguém mais melodramático que ele.

― Sai para lá, não chega perto dos meus ovos ― ele colocou ambas mãos em cima do saco, dramático, como já falei ― Já acho uma atrocidade o que fizeram com esse gato.

Minha nossa, ele continua com esse papo, já faz quase um ano que a nossa mãe levou o Aro no veterinário para castrar ele, e desde então o Emmett dedicou a sua vida a defender o direito dos gatos domésticos que vivem na Califórnia contra a castração. O que eu acho? Uma puta perca de tempo já que a única motivação dele não é a castração em si e sim o gato perder o “seu poder de macho”, palavras dele.

― Já basta você fugindo à noite atrás de mulher para comer feito animal no cio, não enche o saco do bichano ― me sentei e botei o bichano no meu colo, acariciando a cabeça dele de leve e sorrindo ao sentir ele ronronar preguiçosamente. Olhei para o Emmett e ele estava com a maior cara de tacho.

― Que saco afinal? E eu sou um homem comprometido agora ― Ele perguntou.

Desisto.

Faz menos de um mês que esse grandão está com uma história esquisita sobre uma namorada loira que ele nunca teve a decência de trazer aqui em casa, logo, não é importante.

Dei um simples e belo dedo do meio.

Olhei para o Emmett e ele estava com a maior cara de tacho pronto para responder, mas foi interrompido por uma Esme muito carrancuda na bancada da cozinha.

― Será que meus dois filhos podem mexer a bunda e vim comer o café da manhã que a vossa mãe aqui fez? Obrigada, de nada ― falou para nós apontando mortalmente a espátula na nossa direção e logo se virando voltando a focar nas panquecas.

Esme é um amor, mas não dê a devida atenção a comida dela que conhecera o seu pior lado. Esses chefs profissionais são muito sentimentais a respeito do que estão servindo, e olhe que é uma simples panqueca. Mas claro, para ela não é tão simples assim. Emmett e eu abaixamos a cabeça e seguimos nosso caminho para a bancada da cozinha, sentando no balcão longe que tinha nela repleto de vários pratos com panquecas, tigelas com morangos, amoras e chantilly e em outras, mel. Isso e uns sucos, de melancia e laranja mais especificamente. Esme era uma cozinheira e tanto e adorava fazer isso, para seus filhos especialmente, menos Alice é claro, a baixinha vivia focada em suas dietas malucas com redução de sei lá das quantas e mesmo assim tinha vezes que nem ele conseguia resistir.

As comidas da Esme são um pecado mesmo.

Fomos nos servindo e enquanto eu colocava duas panquecas com alguns morangos no prato, Emmett colocava seis e virava a tigela de amoras e chantilly no dele. Maldito apetite de urso. Esme adorava isso, tanto que parou o serviço que estava fazendo e encarou o filho sorridente, feliz vendo ele comer.

Ainda bem que nossa mãe é uma chef renomada, porque criar essa draga desde criança comendo desse jeito com um salário mínimo ia deixar ela na rua em menos de seis meses. O mais admirável era como ela adorava isso, seus olhos brilhavam cada vez que via ele encher a goela de comida. Eu achava nojento, parecia aqueles pássaros grandes com pescoço ereto engolindo comida para simplesmente regurgitar para seus filhotes depois.

Mas algo não podia negar, que definitivamente seu maior fã é seu filho.

― Mãe isso está incrível ― falou o poço de educação com a boca cheia de comida.

Isso só fez o sorriso dela crescer ainda mais.

― Alias Bella, que merda é essa na tua cara? Brigou com alguma rapariga de novo? ― Emmett perguntou com a boca cheia, claro que ele estava falando do hematoma no meu rosto.

Eu claro, fiz a linha desentendida.

― Eu estava por aí na praia e uma qualquer encheu meu saco, ignora ― falei sem muito alarde querendo desconversar, ele acreditou porque meu histórico escolar tinha pele menos duas brigas por ano.

― Já falei, acerta o peito, jogo sujo mesmo ― Emmett conseguia ser tão Emmett as vezes.

― Estou escutando, sabiam? ― Esme fez sinal de vida enquanto comia, com cara de cão para nosso assunto de conversa.

Ambos ficamos calados e voltamos a comer.  

Nosso café da manhã seguiu assim, simples e nojento por culpa do Emmett. Perdi a conta depois da nona panqueca que ele comeu. Depois que todos terminaram subi para meu quarto fazer minha higiene matinal, não pude evitar fazer uma careta assim que passei pela porta. Droga de lembranças. Depois que terminei peguei meu celular no mesmo lugar que deixei ontem e ao abrir para a tela de bloqueio vi que tinha 25 chamadas perdidas de Alice e comecei a me desesperar. Liguei para ela várias vezes e todas deram para a caixa postal.

Senti meu corpo estremecer pelo menos de alguma coisa acontecido com a minha irmã, só o pensamento fez minha bile subir para minha garganta. Com o celular em mãos corri para o térreo aonde minha mãe e irmão estavam. Na metade das escadas eu chamei Esme.

― Mãe! A Alice... ― não deu tempo nem de terminar a frase ou de pensar quando um estrondo forte se escutou na porta e ela foi prontamente aberta por uma baixinha muito rosa com enormes óculos no rosto e uma enorme mala na mão.

― OLÁ FAMILÍA! ― Berrou ela com seus minúsculos pulmões entrando pela sala deixando todo mundo pasmo pela sua repentina chegada. ― Ou bando de desnaturados sem celular né. Ligue para todos umas quinhentas vezes e ninguém atendeu o telefone, tive que pegar um taxi desde o aeroporto e outro só para minha outra mala que é enorme!

Alice, mundo. Mundo, Alice. Minha irmã pode ter pulmões pequenos, mas sabe muito bem como usar eles, consegue sustentar um monologo por mais de minuto e meio sem pausar para respirar, acreditem, cronometrei.

A primeira a se mexer foi nossa mãe, que muito feliz pela surpresa foi prontamente abraçar a sua filha. Depois foi Emmett que estava deitado no sofá no qual eu tinha dormido vendo sem muita emoção um desenho animado dos que tem nesses tempos, sempre escuto ele resmungar pela falta de qualidade dos ditos cujos.

― Oi, minha menina ― Esme envolveu a filha em um dos seus famosos abraços cheios de amor, depositou um beijo na sua bochecha esquerda ― achei que você só voltasse amanhã.

― Se algum ser dessa casa atendesse o celular saberia que a vadia que estava viajando comigo deu para atrás no último dia de desfile e tive que voltar, afinal ela que pagava o aluguel ― resmungou ela, olhando mortalmente para o Emmett e para mim.

― Na minha legitima defensa, esqueci meu celular na casa da Rose, ― Emmett se defendeu indo abraçar ela ― e aí baixinha, está bronzeada ― depositou um beijo na bochecha dela.

― O meu sem bateria, você poderia ter pago o resto do aluguel com a conta conjunta da família, não teria problema ― Esme disse acariciando os cabelos da minha irmã.

― Não precisava, queria voltar mesmo ― seus olhos voaram direto ao encontro nos meus.  ― Senti saudades, irmãzinha.

Sorri, terminei de descer as escadas e fui em sua direção afim de ter aquele nosso abraço especial. Como explicar? Cada vez que eu abraçava Alice, sentia arrepios em meu corpo, era algo muito nosso. Nossa conexão, afinal, somos irmãs gêmeas, as pessoas vivem falando dessa conexão. É puramente uma química, de irmãs.

Abri meus braços e a envolvi neles, sentindo todo o calor e amor que emanava do seu corpo. Já fazia três semanas que ela tinha viajado para uma convenção com vários desfiles a convite da sua faculdade para o México e antes da sua partida o ambiente entre a gente não estava muito bom, o que nunca tinha acontecido entre nós. Ter a minha irmã de volta era algo que realmente estava precisando e não sabia o quanto. Um “eu te amo” foi sussurrado ao meu ouvido, devolvi sem demoras, afinal era minha melhor amiga e a pessoa que esteve comigo minha vida inteira. Nada poderia realmente nós separar.

Soltamos uma a outra e sorrimos. ― Eu larguei meu celular no quarto e dormi aqui na sala, desculpa ― expliquei a ela o porquê de ter deixado de atender as suas ligações.

― Maniazinha sem sal essa sua de dormir aqui, e é porque tento trocar esse sofá horroroso faz meses e a mamãe não deixa ― Alice foi atacando o “abominável terror da sala”, como ela chama. Faz meses que ela vem redecorando a sala e a mãe bate o pé para o sofá ficar.

― Era dos seus avos. A vovó Liz morreria se soubesse que jogamos fora ― Esme defendeu.

― Podia ser da rainha da Inglaterra e que ia continuar sendo horroroso, e a vovó Liz está com pé na cova de alguma coisa tem que morrer ― respondeu Alice revirando os olhos. Esme empalideceu com a ideia.

Como posso explicar, a Alice e a vovó Liz tem pensamentos muitos diferentes e personalidades muito iguais. Colocar ambas no mesmo local, fechado por sinal, em segundos vira um projeto de Terceira Guerra Mundial justamente pela minha irmã ter pensamentos muito liberais a respeito de tudo e a vovó bom, a vovó tem 72 anos. Não é para entender mal a situação, ambas se amam, de seus próprios jeitos.

Emmett e eu nos entreolhamos ao ver o novo/velho bate boca começar, sempre era uma discórdia falar sobre esse sofá na frente dessas duas. Emmett foi empurrando ambas para o lado, deixando o espaço na frente da TV livre, ambas nem perceberam. ― Está passando Tom e Jerry.

Ele me passou o controle e eu coloquei no canal certo e a gente simplesmente se sentou no sofá da discórdia. Emmett passou o braço por cima dos meus ombros e começamos a assistir o desenho animado enquanto ambas pararam na cozinha enquanto continuavam o debate sobre porquê de o sofá ter que ir embora e como o que Alice falou é rude. Mais uma manhã normal nessa casa, amém.

...

― Emmett vem convencer sua irmã antes que eu pule a etapa de bajulação e vá para o tapa na cara ― Alice exclamou irritada.

Bufamos juntas enquanto ela se jogava cansada na sua cama e eu revirava os olhos preguiçosamente para meu celular em mãos. Os três estávamos no quarto de Alice, ela tinha acabado de chegar e usou isso como desculpa para enfiar a gente aqui dentro e ajudar ela a desfazer as malas. Emmett, que estava sentado no chão ao lado da enorme mala olhou para nós, ele estava muito entretido com as coisas que a baixinha trouxe do México, vestia um chapéu de palha que tinha bordado na frente “Viva México, Carajo” e uns óculos de sol ridículos de grandes na cara.

― Bella para de fazer graça e só aceita, de qualquer jeito Alice vai te levar nem que seja amarrada ― falou sem dar muita importância, voltando a focar na mala cheia de lembrancinhas do país latino.

O mais triste é que é tudo verdade.

Alice bufou atrás de mim sentando-se na cama novamente, olhando para mim. 

― Olha Bella, sei que você não está no clima de festas, mas pensa comigo ― ela falou chegando mais perto de mim, se ajoelhando no meu lado e colocando os braços cruzados no meu colo. Odeio quando faz isso, deixa ela insuportavelmente fofa para recusar algo ― vale a pena amargar os teus dias por um filho da puta que nesse momento deve estar rindo da nossa cara agora?

Virei o rosto e encostei meu celular na penteadeira. Alice tinha razão, eu estava me enfiando em um poço sem fundo por algo que com certeza já aconteceu com várias pessoas. Não posso negar que é difícil, tudo que aconteceu nesse verão destruiu bastante o pouco que abri do meu coração, mas Alice passou pelo mesmo e pelo menos está tentando se reerguer.

― Alice tem razão, Bella. Não dê a satisfação para ele de te ver triste ― Emmett encarou nós duas, sorrindo calorosamente ao ver a gente. Nossa como eu amo meus irmãos, ainda mais quando esse grandão diz coisas tão assim, tocantes ― E se preocupe não, estou caçando ele mais o time e quando encontrarmos eu mesmo vou quebrar a cara dele que nem o diabo vai querer olhar para ele ― e voltou ao Emmett de sempre.

Respirei pesadamente, tenho que admitir que quero ir nessa festa, afinal como boa Swan nunca dispensei uma boa farra, mas por outro lado tenho que admitir também que estou me cagando nas calças com o medo de encontrar o James naquela festa.

― Só vou com uma condição, ― falei deixando ambos atentos para o meu pedido, sorri pelo canto da boca ― se encontrarmos esse filho da puta, eu dou o primeiro soco.

Ambos não puderam evitar que o sorriso se formasse em suas bocas, Alice se levantou em um pulo batendo palminhas e me abraçando no final.

PAH!

― AH! ― Gritamos Alice e eu abraçadas com o barulho de algo explodindo, olhamos para atrás de demos de cara com o Emmett com cara de bocó e um canhão de confetes na mão. ― Comeu merda, animal? ― Perguntei furiosa, sentindo meu coração acelerado pelo susto.

― Esqueci que comprei essa desgraça também ― Alice falou com a mão no peito.

― Retardado ― berrei.

― Calma Bellinha, estou testando seu coração e comemorando que você vai finalmente honrar seus ovários ― ele sorriu brincalhão, com cara de mane.

Revirei meus olhos e só joguei nele a tampa de um porta joia da Alice, de mármore. Ri ao ver ele massagear a área da cabeça aonde a tampa pegou, Alice e eu rimos.

...

Dois dias depois...

Não. Não. Não. Me recuso a isso.

Abortar a missão.

Fiz uma careta enorme ao me ver no espelho, Alice só poderia ter fumado Marijuana no México e está fazendo efeito até agora, ela não pode ter deixado esse vestido na minha cama com a intenção que eu use. Não me leve a mal, o vestido é lindo, porem... Muito Alice. Dei outra olhada no espelho em outro ângulo, vendo o quão curto esse vestido era. Não.

Tirei o vestido e corri para meu closet indo atrás de um clássico short jeans e uma blusa que Alice tenha me dado de presente, tinha que ter dedo nela no look, senão eu ia morrer hoje. É uma festa à beira da praia, o máximo que posso fazer e usar um biquíni por baixo. Terminei de me arrumar de uma forma mais eu e desci as escadas. Emmett estava sentado no sofá da discórdia entretido com um programa de TV.

― Cadê a Alice? ― Perguntei parando ao lado dele.

― Terminando de se arrumar, ela disse que terminava em dez minutos, faz meia hora ― ele disse olhando para um relógio imaginário no braço.

Bufei, mania ridícula da minha irmã.

― Estou estucando vocês falaram mal de mim aí ― disse a dita cuja descendo pelas escadas e vindo na nossa direção.

― Já era hora, temos que ir e eu ainda tenho que buscar a Rose ― Emmett foi levantando do sofá preocupado.

Ela finalmente vai dar o ar da graça.

― A gente finalmente vai conhecer a margarida ― Alice soltou venenosa.

Não posso evitar uma risadinha básica, afinal eu também estava me coçando de curiosidade, o Emmett sempre foi muito galinha, mas nunca anunciava tanto uma garota como fez com essazinha. O grandão estava realmente empolgado com essa mulher.

― Se segura sua bruxa, ― falou diretamente para Alice, recebendo um tapa no ombro de volta ― vamos indo que a bagaça começou faz meia hora, todo mundo para o Jeep.

Fomos para a garagem aonde ficavam os carros, faltava o da Esme, ontem ela avisou que teria um buffet enorme para fazer hoje e sairia cedo. Emmett entrou no banco do motorista, afinal o “Thor”, nome do carro que ele mesmo colocou, era dele. Alice e eu subimos na parte de trás para poder ir juntas, afinal a namoradinha do grandão iria finalmente dar as caras, pelo que entendi a festa era na casa do pai dela, só que a bonita estava fazendo umas compras de última hora para a festa e a gente tinha que buscar porque era caminho.

Pegue Uber, meu amor. Super em conta.

O caminho para o Walmart foi rápido, não era muito longe e como viemos o caminho todo cantarolando as músicas da minha playlist do Spotify. Chegando no estacionamento o Emmett estacionou perto da porta de entrada esperando ela sair.

― Cadê a querida? ― Alice perguntou irônica, está para nascer alguém mais cimenta com o irmão que ela.

Emmett olhou ansioso e um sorriso cresceu pelo seu rosto. ― É ela aí ― apontou para a entrada.

Puta que pariu, Cristo.

Na minha cabeça começou a parecer cena de filme, com câmera lenta e a música Single Ladies de fundo ao ver uma loirona sair pelas portas de entrada do Walmart. Não era uma loira qualquer, daquela mulher além de ser alta e esbelta tinha um corpo cheios de curvas e um rosto mais lindo ainda, tudo isso e putos cabelos brilhantes e longo caindo ao redor da cintura ridiculamente fina.

Sentiram esse baque? É minha autoestima desabando no chão.

― Gente aquele furacão loiro, é meu ― o Emmett sorriu de orelha a orelha orgulhoso por chamar ela de namorada.

Alice ao meu lado estava de queixo caído, provavelmente tão surpresa quanto eu. Puta bom gosto do meu irmão. O Emmett pulou para fora do carro e correu para ajudar a carregar as sacolas que a sua namorava carregava, logo abrindo a porta do carro para ela. Nunca vi galinha de primeira linha fazer isso por alguém que não seja a própria mãe. ― Meninas, essa aqui é a Rosalie. Rosalie, essas duas são as minhas irmãs.

Rosalie sorriu alegremente para nós. ― Prazer, meninas. O Emmett vive falando de vocês.

A desgraçada ainda tinha voz bonita. Alguma, ela, com muito e outros, eu, com tão pouco.

Por favor, alguém me atropela.

A gente cumprimentou educadamente vendo eles subirem no Jeep logo depois. Durante a viajem foi tudo tranquilo, a namorada do Emmett e ele estava concentrados em alguma conversa interessante para eles. Pelo que entendi seus irmãos tinham voltado de um intercambio recentemente lá do Alasca. Eu escutava desinteressa enquanto Alice ignorava ela completamente, minha irmã parecia uma criança birrenta as vezes, mas é só elas terem algo em comum que logo serão amigas.

― Estou super empolgada, Ed e Jazz passaram mais de dois anos longe de casa e finalmente estamos os três reunidos de novo, aqueles putos fizeram muita falta ― Rosalie contava empolgada para seu namorado que parecia prestar atenção em cada palavra. E sim, nem dez minutos com ela no carro e percebemos que ela bem solta na língua.

Adorei. E aposto que isso encantou o Emmett também, falando nele, ele só presta tanta atenção assim quando é a Esme contando uma nova receita que vai fazer para ele comer ou um desenho animado.

Rapidamente estávamos chegando ao local da festa. Fui estranhando porque não era como eu tinha pensando e pelo que percebi nem Alice. A casa de Rosalie era um pouco distanciada da cidade e o resto de tudo praticamente, ficava mais exatamente na parte alta de Los Angeles aonde se entrava muito mais da natureza que em qualquer outro lado da cidade, ao fundo conseguia escutar as ondas do mar se chocando e para o outro a visão de boa parte da cidade. Chegamos em frente a um portão cinza enorme, segurando ele estava dois pilares feitos com tijolos queimados muito lindos por sinal e no topo tinham um círculo enfeitando, atrás deles um caminho rodeado de várias palmeiras imperiais.

Meu queixo caiu, essa era entrada da casa de Rosalie? O pai dela é um mafioso por sinal? Ela tirou da bolsa um controle e os portões abriram, fomos entrando e depois de pouco mais de um quilômetro estávamos chegando na frente da enorme mansão, sim, porque chamar isso de casa seria modéstia. Eu já achava nossa casa enorme, mas a casa deles até a Kim Kardashian sentiria inveja. Olhei para Alice ao meu lado e ela estava com a mesma expressão.

O Emmett parou o Jeep bem na frente da porta e já dava de se escutar a batida da música alta ecoando pelo local todo. ― Já mandei mensagem para os meninos, estão vindo ajudar você com as sacolas, ― Rosalie disse para o Emmett. ― Sintam-se em casa, meninas.

Sorrimos para ela agradecendo. ― Cuidado e fico mal-acostumada. Essa casa é demais ― Alice sussurrou só para eu escutar. Assim até eu.

Descemos do carro ajudando a carregar o mais leve, de repente dois homens surgiram pela porta da entrada rindo de alguma coisa. O que vinha na frente era um loiro, não muito alto e com um sorriso brincando nos lábios e ele era a cara de Rosalie, não tinha como duvidar que ele era seu irmão.

― Achei que tinha se perdido no Walmart, irmãzinha. ― ele sorriu passando o braço por cima dos ombros dela, como imaginei eram irmãos. ― Pensei em fazer sinal de fumaça para você encontrar o caminho e volta de casa.

― Um caminho de migalhas de pão seria mais eficiente, otario. ― Ambos brincaram um contra o outro se cutucando mutuamente. Me lembrara Emmett e eu. ― Deixa eu apresentar o pessoal para você. Garotas, essa cópia mal feia de mim é o Jasper, meu irmão.

― Prazer, tenho a infelicidade de ser o irmão gêmeo dessa egocêntrica ― ele brincou respondendo a irmã.

Alice e eu rimos com as brincadeiras, admito que minha irmã um pouco mais exageradamente do que o normal e fazendo algo que normalmente não faz, abraçando e beijando a bochecha. Porém, ignorei. Emmett deu um cumprimento e manos para o cunhado.

― Cadê a porra do cabeção? ― Rosalie se virou procurando por alguém, agora que lembrei, eram dois garotos. ― Edward, solta essa merda e vem dar oi para o pessoal.

― Calma, calma. Estou respondendo a Jessica ― o cara foi se aproximando de cabeça baixa ainda dando toda atenção para o celular.

Ele já era diferente dos seus irmãos, seus cabelos tinham uma tonalidade que nunca tinha visto na vida, meio acobreado brilhante. Era alto, bem mais que o Jasper e bem mais pálido que ambos. Mas nada de isso importou no momento que ele levantou o olhar, que sem querer foi diretamente para mim.

― Garotas, esse é o Edward, meu outro irmão ― praticamente não escutei nada do que Rosalie.

Eu estava focada nele.

Nele.

Esse filho da puta desgraçado que deixou minha cara pior do que já é.

― Eu vou te matar é agora ― sobrecarreguei cada palavra de ódio. O sorriso dele morreu.

É hoje que a Esme conhece a delegacia.  


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Me contem nos comentarios, varias pessoas leram e não comentaram, sua opinião é muito importante, me conte!
O aviso: os dias de postagem serão dois na semana, os dias de quarta e domingo!!!
Vejo vocês na quarta, muito obrigada por ler!



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