Luíza estava a caminho da recepção, estava sofrendo tanto, a vida estava uma confusão, o acidente do filho, os problemas com Otávio, o tratamento, ela sentia que ia explodir. E agora além de tudo, seu coração se partia. Não tinha forças pra manter o relacionamento com Otávio do jeito que estava. Quando ela está se aproximando de Sérgio percebe a chegada do médico, e seu coração pula de ansiedade.
    Luíza : Doutor, e então como está meu filho?
Doutor: trago boas notícias, ele recebeu bem o sangue, teve algumas fraturas mas nada grave. Ele vai ficar bem.
    Sérgio: (Abraça Luíza ) Graças a Deus, nosso filho está bem Lu, ele está bem.
Luíza retribuía o abraço, estava tão aliviada, Marina observava a cena meio que sem jeito.
    Luíza : (se solta de Sérgio e abraça Marina) Obrigada por estar aqui. Obrigada por salvá-lo.
    Marina: Não precisa agradecer, estou muita aliviada que deu tudo certo. 
    Luíza : Eu também. Acho que vou dar uma olhada em Fernanda, avisar que Luiz Henrique está bem.
***Quarto Fernanda***
Fernanda acorda meio zonza mas logo se lembra de onde está. Antes de conseguir falar algo Luíza entra no quarto.
    Luíza : olá, Fer como você está?
    Fernanda: D. Luíza , como está o Luiz Henrique? A senhora me perdoa, eu não devia ter aceitado ir naquela festa. 
    Luíza : Hey. A culpa não é sua. O Luiz Henrique está bem, fora de perigo.
    Fernanda: Que alegria me da ouvir isso D Luíza . A senhora sabe do papai? 
    Luíza : parece que Juliana sentiu dor nos pés.
Todos perceberam o peso na voz de Luíza , mas ignoram, não iriam se intrometer.
    Luíza : Acho melhor você descansar Fer.
Luíza sente uma tontura, apoia na cama para não cair, consegue disfarça bem mas não sustenta por muito tempo esse disfarce, ao dar dois passos em direção à porta sente outra tontura, Daniel percebe e logo a sustenta.
    Daniel: Luíza , você está bem? 
    Luíza : Sim, estou só cansada. Muito estressante o dia de hoje.
Otávio entra e percebe a atenção em Luíza .
    Otávio: Lu, o que foi? Está passando mal?
Ele abaixa e pega nas suas duas mãos, Luíza estava zonza, via tudo turvo, olhou pra Otávio e depois olha para Daniel que ainda a amparava, ela levanta e se afasta dos dois.
    Luíza : eu estou bem. Só me sinto cansada. Eu vou indo, tchau.
Luíza sai rápido do quarto mas ainda se sentia mal ela corre pro banheiro e Marina que a observava de longe a segue, percebeu que algo estava errado. Luíza entra no banheiro e abre a de presa a bolsa pega um frasco de remédio que deixa cair no chão. 
    Luíza : Droga.
    Marina: Está aqui. (Ela diz deixando o frasco ao lado de Luíza ) toma, tenho água. 
    Luíza : Ah obrigada. 
    Marina: Acho que a senhora devia ir pra casa descansar.
    Luíza: Eu estou bem.
    Marina: Minha mãe tomava esse remédio senhora. Eu sei pra que serve e os efeitos colaterais que ele tem. Então vou te levar pra casa para que possa descansar. 
    Luíza : Sua mãe...
    Marina: Morreu de câncer.
    Luíza : Sinto muito.
    Marina: Eu também sinto muito. A senhora se sente melhor? 
    Luíza : Sim. Acho que sim.
    Marina: Então vamos, vou te levar em casa.
As duas saem do banheiro e dão de cara com Sérgio. 
    Sérgio: Demoraram aí. O que foi?
    Marina: Nada, só estávamos no banheiro, vou levar D. Luíza pra casa, pra descansar um pouco, o senhor não se importa de ficar pra acompanhar o Luiz Henrique?
    Sérgio: Jamais me importaria de ficar com meu filho. Podem ir.
    Luíza: Qualquer coisa me liga Sérgio, não deixe de me ligar.
    Sérgio: Vai tranquila Luíza, eu cuido do nosso filho.
    Luíza: Está bem, até logo.
As duas seguem para o apartamento de Luíza. No caminho conversam e se conhecem mais, Luíza gostou de Marina, educada e simpática, nem parecia filha de Sérgio.
    Luíza: Quanto tempo pretende ficar por aqui. 
    Marina: Sinceramente, não sei. A verdade é que, eu não tenho nada lá, nunca fui de ter muitos amigos, e meu namorado terminou comigo, me sinto sozinha. Aqui pelo menos tenho um irmão.
    Luíza: Se quiser, posso te hospedar lá em casa enquanto pensa no que fazer, na minha casa es bem vinda.
    Marina: A senhora está falando só por educação? Porque olha, estou tentada a aceitar hein. Não aguento mais morar num hotel.
    Luíza: Estou falando sério sim. Eu tenho um quarto vago, você pode ficar lá o tempo que quiser.
As duas sorriem e todo o caminho é tranquilo, exceto por algumas ligações de Otávio que são ignoradas por Luíza.

***Leito Fernanda***
    Otávio: Droga Luíza. Porque não me atende.
    Natália: Papai, está tudo bem? 
    Otávio: Não. Luíza terminou comigo.
    Natália: Terminou? Não foi uma atitude sem pensar? No calor do momento? 
    Otávio: Eu pensei que sim, mas ela não quer me atender, acho que vou até lá. 
    Natália: Não senhor, Luíza estava mal e precisava descansar. Deixe para conversar com ela depois. E quando for fazer isso, por favor não atenda nenhum chamado da Juliana. O senhor tem cedido demais aos caprichos dela. 
    Otávio: A Juliana é exatamente o motivo que fez Luíza e eu brigar.
    Natália: Eu no lugar dela tinha perdido a paciência muito antes. Papai eu vou pra casa tá. Depois volto para o senhor poder ir descansar. 
    Otávio: Vai sim filha. Depois nos falamos.

***APARTAMENTO LUIZA***

Luíza acordou eram 13:00, tinha sido uma madrugada complicada, e ela estava feliz por ter acabado. Ate que conseguiu descansar um pouco, o mal estar tinha passado, ela toma um banho longo e se arruma para sair. Antes de descer passa no quarto de hospede e vê que Marina ainda dormia. Deixou um bilhete no espelho e saiu devagar para não acorda-la. Comeu rapidinho um café da manhã, pega a bolsa e vai em direção a porta que  ao abrir da de cara com Otávio.

Luíza: Otávio, eu já estou de saída.

Otávio: Lu,  a gente precisa conversar.

Luíza: Acho que não temos mais nada para conversar, ficou bem claro pra mim ontem.

Otávio: Luíza...

Luíza: Otávio, não prolongue mais isso, esta claro pra mim que não existe mais espaço pra mim na sua vida. Longe de mim continuar te afastando dos seu filhos.

Otavio: Eu não quis dizer que você me afasta dos meus filhos Luiza, por favor me escute.

Luiza: Sinceramente estou cansada dessa situação Otavio. Eu tenho outras preocupações, e infelizmente não compartilhamos os mesmos problemas.Você nunca esta aqui, não consegue passar uma noite sem que a Mãe do seu filho te ligue pedindo algo. Eu preciso de sossego.

Otávio: Não faz isso Lu, eu te amo. (fala com lagrimas nos olhos)

Luíza: (As lagrimas comecam a rolar por seu rosto, fala com voz choresa) Eu também te amo Otavio, mas agora esse amor esta doendo demais.

Otávio abraça Luíza e os dois choram, não era justo isso acontecer com os dois, mas no fundo ele sabia que estava fazendo Luiza sofrer, e não sabia como mudar isso, não conseguia esconder a felicidade de ser pai de novo, tinha receio de mostrar sua empolgação para Luiza e isso afetava suas conversas, seus momentos. Eles se afastam e se olham por um momento.

Otávio: Adeus Luíza.

Luíza: (Quase sem voz) Adeus.

Luíza fecha a porta encosta a testa nela e chora, do lado de fora Otávio faz a mesma coisa. Estavam destroçados, mas sabiam que era necessário. Pensavam que eram o amor da vida um do outro mas não o amor pra vida um do outro. 
Luíza vai até o sofá e senta, Marina estava descendo as escadas, ela ouviu parcialmente a conversa, então senta-se ao seu lado de Luíza que a abraça e chora. Nada foi dito, Luíza não precisava de palavras de consolo, precisava apenas de amparo.
Otávio vai pra casa e senta em seu sofá, Natália estava de saída pra ver a irmã quando se depara com o pai destroçado, ela vai até ele, senta ao seu lado e não diz nada apenas fica ali, segundo suas mãos dele o apoiando. Otávio se acalma depois de um tempo. 
    Natália: o senhor está bem?
    Otávio: Não, mas vou ficar. Não se preocupe.
    Natália: Acho melhor o senhor dormir e descansar papai, foi um dia difícil.
    Otávio: Tem razão filha. 
Otávio sobe e Natália sai rumo ao hospital. 

***No hospital***
Fernanda acorda com uma enfermeira arrumando seu café da manhã.
    Enfermeira: Bom dia senhorita, seu café está aqui. Seu irmão estava aqui agora pouco mas eu disse pra ele ir comer algo.
Fernanda: Bom dia, muito obrigada. Você sabe me dizer como esta o paciente que se acidentou comigo?
    Enfermeira: Ele ainda Não acordou, mas ele está bem.
    Fernanda: Que boa notícia. Obrigada.

***
Luíza chegou no hospital e foi encaminhada até o quarto de Luiz Henrique, ao chegar lá encontra Sérgio dormindo torto na cadeira, ela ri, apesar de ter sido um marido ruim ele foi e é um bom pai pra Luiz Henrique, esperava que fosse pra Marina também, pois ela merecia uma família. 
    Luíza: Sérgio, acorda. Pode ir pra casa descansar. Eu vou ficar aqui pra cuidar do nosso menino.
Sérgio: tem certeza. Eu aguento ficar o tempos que for.
    Luíza: Pode ir, eu fico aqui.
    ***
Fernanda ficou no hospital poucos dias, tinha tido ferimentos leves então recebeu alta rápido, já Luiz Henrique precisou ficar um pouco mais, os médicos preferiram mantê-lo em observação, ele se recuperou bem, mas não entendia porque Fernanda não tinha ido visita-lo, ficou magoado por isso. Depois de tudo que passaram ela nem se deu ao trabalho de ir vê-lo.
Após algumas semanas da alta de Luiz Henrique, Luíza comunicou o filho de seu tratamento, ela não conseguiria esconder a fraqueza do filho e também gostava de ter seu apoio. Marina também tinha se tornado um grande apoio a Luíza, as duas se apegaram uma a outra, e Marina também se deu bem com o irmão. O tratamento estava debilitando Luíza que precisou se afastar da empresa, alegando estar com uma gripe forte. 
Na casa de Otávio estava tudo bem, Juliana já estava barriguda, ela e Otávio se davam bem, iam ao médico juntos e até compravam roupas pro bebê juntos, mas no quesito romance, Otávio dispensava todas as investidas de Juliana, eles estavam mais juntos do que nunca, mas Juliana percebia que Otávio não estava feliz, pelo menos não 100% feliz. Fernanda também não estava feliz, mas pelo menos tinha muito oque fazer no escritório, ela teve uma promoção devida ausência de Luíza e isso estava ocupando bastante ela, desde o acidente ela não falava com Luiz Henrique, ela entrava pelos fundos do prédio pra evitar encontrá-lo. Natália era a única que estava feliz no amor, ela e Felipe estavam super bem, ela foi apresentada a familia dele e tudo.

***Semanas se passaram***

**Clinica Dr Lucas***
    Dr. Lucas: Luíza, o tratamento está caminhando, mas está mais devagar do que o esperado.
    Luíza: não teve muito evolução?
    Dr Lucas: Teve menos do que eu esperava. Mas não vãos desanimar hum, um ponto positivo é que os efeitos colaterais estão pequenos. 
    Luíza: Claro, sem desanimar né. (Ela fala com voz de desânimo)
    Dr. Lucas: semana que vem repetimos os exames para ver a evolução, tenho certeza que avançaremos.
    Luíza: Obrigada Doutor. Até semana que vem.
Luíza praticamente fugiu do consultório, o Dr. nem conseguiu se despedir muito menos passar as orientações. Luíza anda pela rua sem rumo, distraída, esbarrava nas pessoas, parou em frente ao um hotel e decidi entrar e ver se esse hotel tem um bar.
    Luíza: (recepção) Aonde fica o bar? 
O recepcionista aponta e ela vai até lá, já senta no balcão pedindo um Whisky que ela bebe num gole só. Após a quinta dose o garçom começa a diminuir no copo dela, percebe que ela começa a ficar embriagada.
    Luíza: Enche o copo viu moço, eu quero que enche.
    Garçom: A senhora já bebeu bastante dona. 
    Luíza: eu sou cliente, você tem que me atender direito. Enche o copo.
Daniel chegava no bar e avista Luíza de costas, ele vai até ela.
    Daniel: Luíza, olá.
    Luíza: Oiii Daniel, que bom que chegou. Fala pra esse jovem me servir direito. Ele não é um bom funcionário.
    Daniel: Quantas você já bebeu Lu.
    Luíza: (Ri debochada) Duas ué.
    Garçom: foram mais de cinco senhor.
    Luíza: shhhh... dedo duro.
    Daniel: Luíza, vem. Vou levá-la em casa.
    Luíza: não, não vou pra casa. 
    Daniel: Vamos Luíza.
Daniel a leva até a recepção mas não consegue levá-la até o carro, a todo momento ela se desvencilhava e tentava voltar pro bar. Daniel resolve abraçá-la pela cintura e subir para seu quarto, desde que rompeu com o pai estava morando naquele hotel, eles entram e Luíza vai até o frigobar, antes de pegar uma bebida e impedia por Daniel .
    Daniel: ( sentando ela no sofá) Luíza chega de beber, vou pedir um café pra você.
Luíza impede Daniel de levantar, logo começa a acariciar o rosto dele.
    Luíza: Você e tão bonito sabia. Parece seu pai quando era jovem.

Ela continua a acariciar o rosto de Daniel e começa a delirar, misturar bebidas e remédio poderia causar efeitos imprevisíveis.

Luíza: Ahh Otávio, porque você me deixou pra estudar fora hein.
    Daniel: Luíza, você bebeu demais. Quer eu te leve pra casa?
Foi a última coisa que Daniel falou, Luíza em seguida o beijou, ela atacava a boca dele enquanto se posicionava em seu colo, ele foi pego completamente de surpresa, tentou afasta-la mas logo cedeu ao beijo dela, Luíza abriu sua camisa estourando os botões, ele a apertou mais contra si, a todo momento beijando se, ele passeava a mão pelo corpo dela.

Mas era errado e ele sabia, não poderia se aproveitar da situação assim, era errado e Luíza não o perdoaria, seu pai não o perdoaria, na verdade nem ele mesmo se perdoaria.
    Daniel: Luíza pare. Você está alterada demais. 
Nesse momento um estalo de consciência toma conta de Luíza, ao ouvi-lo se da conta de que ele não é o Otávio. Ela levanta rápido com a mãos na boca, ela olha pra Daniel, suado, camisa aberta, excitado e ofegante. Não podia acreditar no que estava fazendo, ela desamassa a roupa pega a bolsa e vai em direção da porta.
    Daniel: Lu tá tudo bem? Espera, vamos conversar?
Luíza sai e Daniel vai atrás dela, ao virar a esquina esbarra em alguém e era ele, logo ele. Só podia ser  castigo Luiza pensa.

continua...