Uma nova Saga escrita por s2R


Capítulo 9
Capítulo 9. Clareira


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ♡♡♡



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Jacob não ligou.

Da primeira vez que eu liguei, Billy atendeu e disse que Jacob ainda estava na cama. Eu liguei de novo, várias vezes por dia, pelos dois dias seguintes, mas não tinha ninguém lá.

Eu sabia que a transformação era algo brutal e que poucos conseguiam sair intactos.

Por isso, no sábado, eu decidi ir visitá-lo, que se dane o convite. Mas, a pequena casa vermelha estava vazia. Isso me assustou - será que Jacob estava tão mal que teve que ser internado no hospital? Eu parei no hospital no caminho de volta p/ casa, mas a enfermeira na mesa da frente me disse que nenhum Jacob ou Billy esteve lá.

Me irritei! 

Eu fiz Charlie ligar pra Harry Clearwater assim que ele chegou em casa do trabalho. Eu esperei, ansiosa, enquanto Charlie tagarelava com o seu velho amigo; a conversa pareceu durar uma eternidade sem que Jacob fosse mencionado. Parecia que Harry havia estado no hospital... foi fazer algum tipo de teste no coração. A testa de Charlie ficou toda enrugada, mas Harry fez piada com ele, mudando de assunto, até que Charlie estava sorrindo de novo. Só aí Charlie perguntou sobre Jacob, e agora o lado dele da conversa não me dava muito a entender, só um monte de “Hmmms” e “Ééééé”. Eu batuquei meus dedos no balcão ao lado dele até que ele colocou a mão dele em cima da minha p/ me fazer parar.

 

Finalmente, Charlie desligou o telefone e se virou pra mim.

 

— Harry disse que houve problemas com as linhas telefônicas, e que foi por isso que você não conseguiu falar com eles. Billy levou Jacob para o médico de lá, e parece que ele está com "Mononucleose", pelo menos é o que estão tentando nos convencer. - Olhei p/ Charlie preocupado.

— Você acha que Ele pode estar...

— O que, tetraplégico? Não ... Não ! Os Blacks São conhecidos por ter as genes forte, o muleque esta bem. Ele só está muito cansado, a primeira transformação constuma ser difícil, e Billy está proibindo as visitas — ele informou.

 

— Nada de visitas? — eu perguntei sem acreditar. Charlie ergueu uma sobrancelha.

 

— Agora não comece a ser incômoda, Bells. Billy sabe o que é melhor pra Jake. Ele vai estar de pé em breve. Seja paciente.

 

Eu não quis forçar a barra. Charlie estava muito preocupado com Harry. E outra, Jacob é um lobo. Ele vai ficar bem! Tomara.

Eu daria a Billy uma semana, eu decidi, antes de forçar a barra. Uma semana era uma generosidade.

Eu ficava em casa por tempo demais. Sem Jacob, minha adrenalina e minhas distrações, tudo o que eu havia reprimido começaram a me deixar impaciente. 

O horrível vazio - metade do tempo na floresta, metade no tempo no mar de grama. As vezes Sam Uley estava lá na floresta, me olhando de novo. Eu não prestava atenção nele - não havia nenhum conforto na presença dele; ela não fazia eu me sentir menos sozinha. 

Eu não estava lidando bem com isso sozinha.

Eu disquei, e então esperei sem elevar as minhas expectativas.

 

Eu fui pega fora de guarda quando Billy atendeu no segundo toque.

 

— Alô?

 

— Oh, ei, o telefone está funcionando de novo! Oi, Billy. É Bella. Eu só estou ligando pra saber como Jacob está. Ele já pode receber visitas? Eu estava pensando em passar por aí.

 

— Eu lamento, Bella — Billy interrompeu, e eu me perguntei se ele estava assistindo TV; ele parecia distraído. — Ele não está aqui.

 

— Oh — isso me levou um segundo. — Ele está se sentindo melhor, então?

 

— É — Billy hesitou por um instante longo demais. 

 

— Oh. Então... onde ele está?

 

— Ele está dando a alguns amigos uma carona até Port Angeles, eu acho que eles vão pegar uma sessão dupla ou alguma coisa assim. Ele vai ficar fora o dia inteiro.

 

— Bem, isso é um alívio. Eu estava tão preocupada. Eu me alegro que ele tenha se sentido bem o suficiente pra sair. — A minha voz parecia horrivelmente falsa enquanto eu tagarelava.

 

Jacob estava melhor, mas não bem o suficiente p/ me ligar. Ele havia saído com os amigos. Eu estava sozinha em casa, sentindo falta. Eu estava sozinha, preocupada e agora também estava desolada ao descobrir que uma semana de distância não teve o mesmo efeito nele.

Parabéns p/ mim Por ter me preocupado com este ingrato.

 

— Tem algo em particular que você queira? — Billy perguntou educadamente.

 

— Não, na verdade não.- Falei controlando minha raiva.

 

— Bem, eu digo pra ele que você ligou — Billy prometeu. — Tchau, Bella.

Eu fiquei parada um momento com o telefone ainda na minha mão.

— Há algo errado? — Charlie me perguntou enquanto entrava na cozinha.

 

— Não — menti desligando o telefone. — Billy disse que Jacob está se sentindo melhor.  -Falei me sentando no balcão da cozinha.

— Ele está vindo aqui, ou você está indo pra lá? — Charlie perguntou ausentemente enquanto começava a vasculhar na geladeira.

 

— Nenhum dos dois — eu admiti. — Ele saiu com uns amigos.

 

Ele olhou p/ mim com olhos alarmados, as mãos dele congelaram num pacote de queijo fatiado.

 

— Não é um pouco cedo demais pra almoçar? — eu perguntei tão levemente quanto pude, tentando distraí-lo.

 

— Não, eu só vou empacotar alguma coisa pra levar para o rio...

 

— Oh, vai pescar hoje?

 

— Bem, Harry ligou... e não está chovendo — Ele estava criando uma pilha de comida no balcão enquanto falava. De repente ele olhou pra cima de novo, como se tivesse acabado de se dar conta de alguma coisa. — Você quer que eu fique aqui com você, já que Jake saiu?

 

Então era isso.

 

— Está tudo bem, pai. Eu estou bem! — eu disse, confortando. — E outra, os peixes são melhor fisgados quando o tempo está bom.

 

Ele olhou p/ mim, a indecisão estava clara no rosto dele. Eu sabia que ele estava preocupado, com medo de me deixar sozinha.

 

— Sério, pai. Eu acho que vou ligar pra Jéssica — eu lorotei rapidamente. — Nós temos um teste de Cálculo p/ estudar. Eu podia usar a ajuda dela — Essa parte era verdade. Mas eu teria que conseguir me virar sozinha.

 

— Essa é uma boa ideia. Você tem passado tanto tempo com Jacob, seus outros amigos devem estar pensando que você os esqueceu.

 

Eu sorri e balancei a cabeça como se me importasse com o que os meus outros amigos pensavam.

 

Charlie começou a se virar, mas se virou de volta com uma expressão preocupada.

 

— Ei, você vai estudar aqui ou na casa de Jess?

 

— Aqui, onde mais?

 

— Bem, é só que eu quero que você tome o cuidado de ficar fora da floresta, como eu já te disse antes.

 

Eu levei um minuto pra entender, de tão distraída que estava.

 

— Mais problemas com "animais"?

 

Charlie balançou a cabeça, fazendo uma careta.

 

— Nós temos um mochileiro desaparecido, os patrulheiros encontraram o acampamento dele essa manhã, mas não havia sinal dele. Haviam algumas pegadas muito grandes de animal... Cenas muito bem forjadas SE não fosse a falta de sangue... 

— Vampiro com certeza.- Afirmei.

— Pouco experiente ou muito desesperado... Bom, De qualquer forma, eles estão colocando armadilhas p/ eles agora.

 

— Sabe que posso te ajudar a caçar-Lo!

 

— Não precisa! Ainda sou um bruxo lembra?

 

— Hm, Como se você me deixasse esquecer— eu disse vagamente. Eu não estava realmente ouvindo ele; eu estava muito mais aborrecida com a situação com Jacob do que com a possibilidade de ter um vampiro na cidade.

 

 Eu só precisei olhar durante uns dois minutos para o telefone silencioso da cozinha p/ decidir que não ia passar o dia em casa. Eu considerei minhas opções.

 

Eu não ia ligar p/ Jéssica. Até onde eu podia dizer, Jéssica havia passado para o lado negro.

 

Eu podia ir até La Push e pegar a minha moto - uma opção muito tentadora, se não fosse por um pequeno problema: Jacob

 

Ou... Eu já estava com o nosso mapa e com o compasso no meu carro. Talvez eu pudesse eliminar duas linhas hoje, nos colocando á frente na nossa agenda p/ quandoJacob resolvesse me honrar com a sua presença de novo. 

 

Eu senti uma leve pontada de culpa enquanto me dava conta de como Charlie se sentiria em relação a minha mentira, mas logo tratei de ignorar.

 

Alguns minutos correndo, eu estava na familiar estrada de poeira que não levava a nenhum lugar em particular, corri tentando aproveitar o vento no meu rosto. Estava nublado, mas quase seco - um dia muito bom, pra Forks.

 

Depois de me localizar no mapa e ter certeza do caminho que queria pegar, eu me embrenhei na mata.

 

A floresta estava cheia de vida hoje, todas as pequenas criaturas estavam aproveitando a secura momentânea.

 

De alguma forma, porém, mesmo com os pássaros cantando e fazendo barulho, os insetos zumbindo alto na minha cabeça, e até a ocasional corrida de um rato do mato entre os arbustos, a floresta parecia mais assustadora hoje; me lembrava do meu pesadelo mais recente. Eu sabia que era só porque eu estava sozinha, sentindo falta do som de outro par de pés pisando no chão molhado.

 

A sensação de inquietude foi crescendo ficava mais forte quanto mais fundo eu me enfiava na floresta. Respirar começou a ficar mais difícil - não por causa da exaustão, mas sim porque eu estava tendo problemas com o estúpido buraco no meu peito de novo. Eu apertei meus braços com força ao redor do tórax e tentei banir a dor dos meus pensamentos. Eu quase dei a volta, mas eu odiava ter que jogar fora todo o esforço que já havia feito.

Eu não me dei conta de o quanto eu estava sendo eficiente. Eu achava que já havia andado milhas e ainda nem havia começado a contá-las, eu podia facilmente corre, mas algo não me permitia. 

E então, com uma rapidez que me desorientou, eu entrei por um arco que era feito com o tronco de duas árvores - passando pelas samambaias que chegavam à altura do peito entrando para a clareira.

 

Era o mesmo lugar, instantaneamente eu reconheci, tinha certeza. Eu nunca havia visto outra clareira tão simétrica. Ela era perfeitamente redonda como se alguém tivesse intencionalmente criado o círculo sem falhas, arrancando as árvores mas sem deixar evidências dessa violência nas ondas de grama. À leste, eu podia ouvir o rio borbulhando silenciosamente.

 

O lugar não era nem um pouco tão fascinante sem a luz do sol, mas ainda era muito bonito e sereno. Não era a época certa para as flores selvagens; o chão estava grosso com a grama alta que balançava com a brisa leve como se fossem ondas num lago.

 

Era o mesmo lugar... mas não parecia que eu encontraria lá o que eu estava procurando.

 

A decepção foi quase tão instantânea quanto o reconhecimento.

Eu afundei onde estava, me ajoelhando lá na beira da clareira, começando a asfixiar.

 

De que adiantava seguir em frente? Não havia nada lá. Nada além de memórias que eu queria ter trazido á tona quando eu quisesse, se um dia eu fosse capaz de lidar com elas trariam - a dor me deixou fria. Não havia nada de especial nesse lugar sobre ele. Eu não tinha certeza absoluta do que esperava sentir aqui, mas a clareira estava vazia de atmosfera, vazia de tudo, exatamente como todas as coisas. Assim como os meus pesadelos. Minha cabeça rodopiou confusa.

 

Pelo menos eu tinha vindo sozinha. Eu senti uma onda de agradecimento quando me dei conta disso. Se eu tivesse descoberto a clareira com Jacob... bem, não ia ter jeito de disfarçar o abismo no qual eu estava enclausurada agora. Como eu ia explicar o fato de estar me fazendo em pedacinhos, o jeito como eu me curvava numa bola pra evitar que o buraco vazio me partisse em duas?

 Era muito melhor que eu não tivesse uma plateia.

 

E eu também não teria que explicar pra ninguém porque estava com tanta pressa de ir embora. Jacob teria presumido, depois de tanto trabalho pra encontrar esse lugar estúpido, que eu ia querer passar mais alguns segundos lá. Mas eu já estava tentando encontrar forças pra ficar de pé de novo, me forçando a sair daquela bola pra poder escapar. Havia muita dor nesse lugar vazio pra eu suportar - eu ia me arrastando se precisasse.

 

Que sorte que eu estava sozinha!

 

Sozinha. Eu repeti a palavra com grande satisfação enquanto me esforçava pra ficar de pé apesar da dor. Precisamente nesse momento, uma figura saiu de dentro das árvores ao norte, à uns trinta passos de distância.

 

Uma fascinante desordem de emoções passou por mim em um segundo. A primeira foi surpresa; eu estava distante de qualquer trilha aqui, e não esperava companhia. Então, enquanto meus olhos se focavam entre as lágrimas na figura imóvel, vendo a incrível rigidez, a pele pálida, uma onda de esperança penetrante passou por mim. Eu a suprimi viciosamente, lutando contra a agonia igualmente afiada enquanto meus olhos continuavam p/ olhar o rosto embaixo do cabelo preto, que não era o que eu estava esperando.

 

A próxima foi tristeza novamente; esse não era o rosto pela qual eu vivia aflita, mas ele estava suficientemente perto de mim pra que eu soubesse que aquele homem não era nenhum mochileiro.

 

E finalmente, no fim, reconhecimento.

 

— Laurent! — eu falei com um surpreso prazer.

Laurent fazia parte do grupo de James quando eu o conheci. Ele não estava envolvido na caçada que se seguiu - a caçada na qual eu era a suposta presa - mas isso foi só porque ele estava com medo; eu era protegida por um grupo maior do que o dele. Teria sido diferente se esse não fosse o caso - ele não tinha nada contra, naquela época, a ideia de me fazer de "refeição". É claro, ele devia ter mudado, porque ele foi para o Alaska pra viver com outro grupo civilizado lá, outra família que se recusava a beber sangue de humanos por razões éticas. Outra família como os Cullens.

 

A clareira era um lugar mágico de novo. Uma magia mais negra do que a que eu estava esperando, com certeza, mas mágica do mesmo jeito. Aqui estava a conexão que eu buscava. A prova, mesmo que remota, de que - em algum lugar no mesmo mundo que eu - ele existia.

 

— Bella? — ele perguntou, parecendo mais pasmo do que eu me sentia.

 

— Você lembra. — eu sorri. 

 

— O que faz aqui?

— Isso não é óbvio? Eu vivo aqui. Eu pensei que você tinha ido para o Alaska.

 

Ele parou a uns dez passos de distância, inclinando a cabeça para o lado.

 

 

— Você está certa — ele concordou. — Eu fui para o Alaska. Ainda assim, eu não esperava... Quando eu encontrei a casa dos Cullen vazia, eu pensei que eles tivessem se mudado.

 

— Eles se mudaram — eu finalmente consegui dizer.

 

— Hmm — ele murmurou. — Eu estou surpreso que eles tenham te deixado pra trás. Você não era uma espécie de animal de estimação deles? — os olhos dele estavam inocentes como se não tivessem a intenção de ofender.

 

Eu dei um sorriso torto.

 

— Alguma coisa assim.

 

— Hmm — ele disse, pensativo de novo.

 

Nesse exato momento, eu percebi o porque que ele parecia igual - igual demais. Depois que Carlisle nos disse que Laurent havia ficado com a família de Tânia, eu comecei a imaginá-lo, nas raras ocasiões em que pensava nele, com os mesmos olhos dourados que os... Cullen.

 

Eu o fitei atenta, e os seus curiosos, olhos vermelho escuros seguiram o meu movimento. Ele ainda é o mesmo!

 

— Eles te visitam frequentemente? — ele perguntou, ainda casual, mas o peso dele se inclinou na minha direção.

 

“Minta” a linda voz aveludada sussurrou ansiosamente na minha memória.

 

Eu me assustei com o som da voz dele.

Involuntariamente, fiz o que a voz me disse pra fazer.

— De vez em quando — eu tentei fazer minha voz ficar leve, relaxada. — O tempo parece mais longo pra mim, eu imagino. Você sabe como eles podem ser distraídos...— eu estava começando a tagarelar. Eu tive que me esforçar p/ parecer novamente humana.

 

— Hmm — ele disse de novo. — A casa cheirava como se estivesse vazia já ha algum tempo...

 

“Você precisa mentir melhor do que isso, Bella”, a voz disse com urgência.

 

Eu tentei.

 

— Eu vou ter que dizer a Carlisle que você esteve aqui. Ele vai ficar triste por ter perdido a sua visita — Eu fingi estar pensando por um segundo. — Mas eu provavelmente não devia mencionar isso para... Edward, eu acho. Ele tem um temperamento forte... bem, eu tenho certeza de que você lembra. Ele ainda está nervoso com aquela coisa de James — Eu revirei os olhos e abanei displicentemente com uma mão, como se isso fosse uma história antiga, mas havia uma pontada de histeria na minha voz.  Preciso parecer mais humana.

 

— Ele está mesmo? — Laurent perguntou prazerosamente... e ceticamente.

 

Eu mantive minha resposta curta, pra que assim minha voz não deletasse o falso pânico.

 

— Mm-hmm.

— Então como estão as coisas em Denali? Carlisle disse que você tinha ido ficar com Tânia? — minha voz estava alta demais.

 

A questão fez ele parar.

 

— Eu gosto muito de Tânia — ele meditou. — E da sua irmã Irina ainda mais... eu nunca havia ficado tanto tempo em um só lugar, e eu aproveitei as vantagens, as novidades de tudo. Mas as restrições eram difíceis... Eu estou surpreso que eles tenham conseguido aguentar por tanto tempo — ele sorriu pra mim conspiradoramente. — Às vezes eu trapaceio.

— Oh — eu disse com uma voz fraca, ficando em alerta — Jasper tem problemas com isso também.

 

— Mesmo? — Laurent pareceu interessado. — Foi por isso que eles foram embora?

 

— Não — eu respondi honestamente. — Jasper é mais cuidadoso em casa.

 

— Sim — Laurent concordou. — Eu sou também.

 

O passo a frente que ele deu agora foi de propósito. A magia corria em minhas veias, a adrenalina aumentava! A tempos não entrava em um combate. Seria uma boa estreia matar o causador da dor de cabeça de Charlie, será que ele ficaria chateado comigo por me meter em sua caçada?!

 

— Victória encontrou você? — Essa foi a primeira pergunta que me veio à mente, ja sabia que havia algo estranho nos ataques e me senti uma estupida por não ter associado os ataques a ela.

 

Mas a pergunta parou ele.

 

— Sim — ele disse, hesitando no passo. — Na verdade eu vim aqui como um favor pra ela — Ele fez uma cara. — Ela não vai ficar feliz com isso.

 

— Com o que? — eu disse ansiosamente, o convidando a continuar soltando informações. Ele estava olhando para as árvores, pra longe de mim. Eu o analisei, esperando algum ataque.

 

Ele olhou de volta pra mim e sorriu.

 

— Que eu mate você — ele respondeu com um ronronar sedutor.

 

Eu vacilei em outro passo pra trás. O rosnado frenético na minha cabeça tornava difícil escutar.

 

— Ela queria salvar essa parte pra si própria — ele continuou, alegremente.— Ela está meio... aborrecida com você, Bella?

— Comigo? — eu debochei. Ele balançou a cabeça e gargalhou.

—Eu sei, parece um pouco atrasado p/ mim também. Mas James era o parceiro dela, e o seu Edward o matou.-Laurent não estava consciente da minha reação. — Ela achou mais apropriado matar você do que Edward, um troco justo, parceiro por parceiro.- Raiva, eu era pura raiva.- Ela me pediu p/ ficar de olho na terra deles, por assim dizer. Eu não podia imaginar que seria tão fácil te pegar. Então talvez, o plano dela falhe, aparentemente não era a vingança que ela havia imaginado, já que você não deve ser tão importante p/ ele já que ele te deixou aqui desprotegida.

 Um belo golpe, outra lágrima no meu peito.

O peso de Laurent se moveu levemente, eu comecei a mentalizar um escudo físico.

Ele fez uma careta.

— Eu acho que ela vai ficar zangada, do mesmo jeito.

— Então porque não esperar por ela? — eu provoquei. 

Um sorriso maquiavélico transformou o rosto dele.

— Bem, você me pegou num mau momento, Bella. Eu não vim p/ esse lugar por causa da missão de Victória, eu estava caçando. Eu estou com muita sede, e o seu cheiro é... simplesmente de dar água na boca.

Laurent olhou para mim com aprovação, como se ele estivesse falando sério quando me cumprimentou.

“Ameace ele”, a linda voz da ilusão ordenou, a voz dele estava desorientada de medo.

—Não vá esperando que seja fácil!

— E porque não? — o sorriso de Laurent cresceu. Ele olhou ao redor para a pequena abertura das árvores. — O cheiro vai ser lavado na próxima chuva. Ninguém vai encontrar seu corpo, você simplesmente terá desaparecido, como tantos, tantos outros humanos. Não vai haver motivos pra Edward pensar em mim, se ele se importar o suficiente pra investigar. Não é nada pessoal, Bella, eu te asseguro. Só sede.

Laurent balançou a cabeça, seu rosto estava gentil.

— Veja dessa forma, Bella. Você tem muita sorte que fui eu quem te encontrou.

— Eu tenho? — eu estava o desafiando.

Laurent seguiu, leve e gracioso.

— Sim — ele me assegurou. — Eu serei bem rápido. Você não vai sentir nada, eu prometo. Oh, eu vou mentir pra Victória sobre isso mais tarde, naturalmente, só p/ aplacar ela. Mas se você soubesse o que ela tinha planejado p/ você, Bella...— ele balançou a cabeça com um movimento lento, quase com desgosto. — Eu juro que você estaria me agradecendo.

Ele fungou a brisa que soprava o meu cabelo na direção dele.

— De dar água na boca — ele repetiu, inalando profundamente.

— Sabe qual o problema da sua espécie... - Eu o interrompi fazendo o parar e me olhando intrigado - ..É que vocês não aceitam de uma vez o seu lugar- Senti minhas presas crescendo, Laurent me olhou assustado.

— Como...?

—O fato de você se achar superior a mim, é tão patético.- Logo que percebi sua intensão de fulga, eu o paralisei com a mente- Covarde.

— Quem é você?

— Está fazendo as perguntas erradas, criança! -Comecei a me aproximar lentamente- A pergunta que você deveria me fazer é: O que EU sou?- Deixei minha presas mais nítidas, a essa altura sabia que meus olhos mudavam— E então o predador se torna a presa- Meu tom de voz era sombrio, os olhos de Laurent estavam arregalados. A antiga pose de vampiro ameaçador, foi se esvaindo.

— Victória...

— Não se preocupe, ELA é a próxima!

—Logo senti o cheiro dos transmorfos de Lá Push..A aparição deles estragou minha diversão.

—Que injusto!- Lamentei, ja sabendo o desenrolar desse capítulo.

 Laurent me olhou ainda espantado.

— Como isso é possível? - Desespero, Laurent era puro desespero. 

— Em pensar que poderia matá -o tão facilmente- Analisei os fatos. Ele me olhou aterrorizado- Você até me agradeceria, comparado ao que ELES pretendem fazer.- Falei o analisando enquanto o mesmo me olhava espantando- Mas, não seria justo! - Me afastei, voltando a borda da clareira- Eu não estava o caçando. Você atravessou o meu caminho por um infeliz acaso- O liberei da paralisia mental!- Já eles por outro lado... - Um rosnado se fez presente entre as árvores!

Eu vi Laurent virar a cabeça rapidamente para a esquerda. O medo voltando a dominar seus olhos.

Permaneci imóvel esperando o lindo desfecho desse capítulo.

— Eu não acredito nisso — ele disse, a voz dele estava tão baixa que eu quase não a ouvia. 

— Eles andam bravos, sedentos, querendo achar o frio que anda matando humanos nessa região..... Laurent- O chamei com um carro humor sombrio, enquanto o mesmo me olhava, amedrontado- Corre! - Ele me olhava com uma mistura de temor & curiosidade, mas  isso não durou muito, logo um rosnado se fez presente,

Então eu vi, uma enorme figura preta saindo das árvores, quieta como uma sombra, e perseguiu de propósito na direção do vampiro. Era enorme - alto como uma casa, só que mais grosso, muito mais musculoso. O longo focinho fez uma careta, revelando uma longa fileira de dentes afiados como adagas. Um horrível rosnado saiu pelos seus dentes, rompendo pela clareira como o barulho de um trovão prolongado.

Laurent estava tentando voltar para a beira onde ficavam as árvores.

 

E de repente o lobo enorme não estava mais sozinho. Saindo dos dois lados da clareira, outras duas bestas gigantes se arrastaram p/ dentro da clareira. Uma era de um cinza escuro, o outro marrom, mas nenhum era tão grande quanto o primeiro. O lobo cinza saiu das árvores a apenas alguns centímetros de mim, com os olhos grudados em Laurent.

 

Tudo que se passava na minha cabeça era: BOM TRABALHO CHARLIE! ELES SÃO ENORMES.

 

O lobo mais próximo de mim, o marrom avermelhado, virou a cabeça levemente.

Os olhos do lobo eram escuros, quase pretos. Ele olhou pra mim uma fração de segundo, seus olhos profundos pareceram inteligentes demais pra um animal selvagem.

— Jake.- O reconheci quase instintivamente. Estava pronta p/ começar a brigar com ele.

 

Mas fui interrompida por outro rosnado baixo do líder que fez a cabeça do lobo se virar, na direção de Laurent.

 

Laurent estava olhando p/ o bando de lobos monstruosos com um inexplicável olhar de choque e medo. E, sem nenhum aviso, ele se virou e desapareceu entre as árvores.

 

Ele fugiu. Ridículo, covarde.

 

Os lobos foram atrás dele em um segundo, se espalhando pela grama com passadas poderosas, rosnando e fazer estalos tão altos que eu levantei minhas mãos instintivamente pra cobrir meus ouvidos. O som desapareceu com surpreendente velocidade assim que eles desapareceram na mata.

 

Então ele realmente sobreviveu! Seria errado eu estar muito brava com Jacob Agora?!

 

A viatura de Charlie estava na garagem - eu não tinha me dado conta do quanto era tarde. O céu já estava cinzento.

 

— Bella? — Charlie perguntou quando eu bati a porta atrás de mim.

 

— É, sou eu.

 

— Onde você estava? — ele trovejou, aparecendo pela porta da cozinha com uma cara suspeita.

 

Eu hesitei. Ele provavelmente havia ligado para os Stanley. Era melhor eu contar a verdade.

 

— Eu fiz uma caminhada — eu admiti.

 

Os olhos dele se apertaram.

 

— O que aconteceu com a casa de Jéssica?

 

— Eu não estava a fim de estudar Cálculo hoje.

 

Charlie cruzou os braços no peito.

 

— Eu pensei que havia te pedido pra ficar fora da floresta.

 

— É, eu sei. Não se preocupe, eu não vou fazer de novo — eu tremi.

 

Charlie pareceu realmente bravo comigo pela primeira vez.

 

Eu me lembrei que havia passado algum tempo no chão da floresta hoje; eu devia estar uma bagunça.

 

— O que aconteceu? — Charlie quis saber.

 

De novo, eu decidi que a verdade, era a melhor opção. Eu estava cansada demais pra fingir que havia passado um dia comum com a fauna e a flora. 

— Eu acabei encontrando o vampiro que você estava casando.-  Fui pegar um copo de água já esperando um sermão digno de uma medalha, mas tudo o que ouvi foi um suspiro?!

— Ótimo. Então você achou e matou?-  Eu dei um longo gole- Não é?

— Não- Falei claramente. 

— ISABELLA SWAN...

— Mas, os lobos sim- O interrompi ele ficou parado me olhando, como se estivesse esperando eu terminar ou dizer que era brincadeira- É sério Charlie, pouco depois que você saiu, eu decidi ir atrás da clareira...- Ouvi ele se remecher na cadeira, senti uma repreensão chegando- Escuta... Eu acabei encontrando a clareira, quando estava quase indo embora vi Laurent, ele tentou me "atacar" dai os lobos apareceram e foram atrás dele, salvando o dia!- Um silêncio perdurou o ambiente .

— É SÓ isso?- Como assim é só isso?!

— Bom esse é o resumo! Na versão estendida tem mais detalhes como: Jacob estava lá e sobreviveu a transformação!

— A, Disso eu JÁ sabia- Olhei para Charlie indignada- O que?

— Obrigado por não ter me avisado... - Falei brava.

— Ah Bella, eu fiquei sabendo hoje na pescaria. O menino está recuperado a semanas! 

— Hm!

— Bella- Ele usou o tom de alerta.

— Tá desculpa, só estou curiosa do porque da transformação dele ter demorado tanto, os lobos não demoram tanto tempo p/ se adaptar.

— Deve ser a genes de Alfa.- Olhei curiosa p/ Charlie, eu posso não ser uma exper no assunto mas sei o bastante sobre as restrições quando as  genes de Alfas, e uma das principais é que para se ter genes de alfa você tem que descender de um Alfa.

— A família Black descende de Alfas?- Olhei com espanto para Charlie enquanto o mesmo balançava a cabeca concordando.- Como assim os blacks possuem genes de Alfas e você não me falou nada?! 

— Bella, você praticamente conviveu com os Blacks durante anos, sério que nunca se quer reparou?- O encarei enquanto o mesmo se sentava, sem saber o que responder.

— Ok, estou me sentindo uma estúpida.- Falei colocando café p/ mim.

— Cuidado com esse descuidos senhorita, além de uma Swan você é uma Mikaelson, você carrega dois sobrenomes de peso! Muitos a matariam p/ atingir Nilklaus- Não precisei de muito p/ imaginar o que Charlie estava querendo dizer.

—Você acha que há mais algum vampiro aqui?- O encarei preocupada.

—Aquilo não é trabalho de apenas um vampiro Bella- ele alertou- Se for, ELE ou ela esta tentando chamar atenção e está conseguindo- Logo me lembrei de Laurent na clareira e o que ele disse... Só pode ser isso!

— Aquela vadia, não ouso pisar aqui!- bravejei- Charlie me olhou interrogativo- Eu sei quem está atormentando Forks, e você não vai gostar nem um pouco!

 


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Notas finais do capítulo

Eitha.... Que as coisas estão evoluindo na vida da nossa belinha....
Bom espero que tenham gostado!
Anciosa pelos comentários ♡♡♡♡♡
Até a próxima !!!