Uma nova Saga escrita por s2R


Capítulo 8
Capítulo 8. Em órbita


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♡♡♡♡♡



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1 mês depois.....

O tempo estava passando muito mais rápido do que antes!

Charlie realizou seu desejo: eu não estava mais infeliz!!

É claro que, eu não conseguia deixar de sentir saudade dos Cullens, mas consigo respirar novamente, por assim dizer.

 

Eu era como uma lua perdida - meu planeta havia sido destruído em algum desastre cataclístico, mas que continuava, ainda assim, girando, ao redor da órbita, ignorando as leis da gravidade.

Eu não tinha noção dos dias que se passavam - não havia motivo, já que eu tentava viver no presente ao máximo, sem que o passado desaparecesse e sem que o futuro se perdeci, eu estava orbitando, tentando reencontrar meu eixo.

 

Então, graças a minha falta de noção de tempo, acabei me surpreendendo com a data quando Jacob a comentou num dos nossos dias de pilotagem. Ele já estava me esperando quando eu parei na frente da casa dele.

 

— Feliz dia dos namorados — Jacob disse, sorrindo, mas baixando a cabeça enquanto me cumprimentava.

 

Ele segurou uma caixa pequena, cor de rosa, na palma. Ela tinha formato de coração.

 

— Bem, eu me sinto uma idiota — murmurei. — Hoje é dia dos namorados?

 

Jacob balançou a cabeça com falsa tristeza.

 

— Você viaja às vezes. Sim, é catorze de fevereiro. Então você vai ser minha namorada? Já que você não me comprou uma caixa de cinquenta centavos de doces pra mim, isso é o mínimo que você pode fazer.

 

Eu comecei a me sentir desconfortável. Eu não sei quando começou, mas de uns tempos p/ cá, Jacob tem mostrado um interesse em mim, um tanto quanto impróprio. 

 

As palavras eram de brincadeira, mas só na superfície.

Isso qualquer tolo via! 

 

— O que exatamente isso envolve? - Ralhei desconfiada.

 

— O de sempre .... escrava pra toda a vida, esse tipo de coisa. - Ele deu de ombros.

 

— Oh, bem, se isso é tudo...— eu peguei os doces. 

 

— Então, o que vamos fazer amanhã?Caminhada ou pronto socorro?- Desde o dia em que caí de moto, Jacob vem me azucrinando a cabeça, fez questão de contar para o mundo, o meu pequeno acidente com a moto. Meu apelido na reserva virou Marie Socorro, posso com esses pirralhos?!

 

— Caminhada — eu decidi. — Você não é o único que pode ser obsessivo. Eu estou começando a pensar que imaginei aquele lugar — Eu fiz uma carranca p/ o espaço. Uma semana depois da minha volta triunfal de Mystic Folls, eu passei a pensar na clareira e desde então venho procurando-à  com afinco e Jacob tem me ajudado nessa busca! Até Charlie me ajuda as vezes, quando consegue uma folga do trabalho. Ele está caçando um suposto "animal" que vem dilacerando as vítimas; corpos gelados e sem sangue. Ele anda fazendo rondas pela floresta, Falei com ele para assionar os quileutes, ofereci a minha ajuda, mas o velho insisti em dizer que consegue sozinho!

 

— Nós vamos encontrar — ele me assegurou. — Motos na Sexta? — ele ofereceu.

 

— Eu vou pro cinema na Sexta. Faz uma eternidade que eu estou prometendo p/ os meus amigos da escola.

 

O rosto de Jacob caiu. Eu captei a expressão dos olhos dele antes que ele os baixasse para olhar pro chão.

 

— Você vai vir também, né? — eu acrescentei rapidamente. — Ou será que vai ser chato demais ficar com um monte de veteranos enfadonhos? 

 

— Você quer que eu vá, com os seus amigos lá?

 

— Sim — eu admiti honestamente. — Eu vou me divertir muito mais com você lá. Traga Quil, nós vamos fazer uma festa.

 

— Quil vai enlouquecer. Garotas veteranas — Ele gargalhou e fechou os olhos. Eu ri também.

 

— Eu vou tentar fazer uma boa seleção pra ele.

 

........

 

Eu falei sobre o assunto com Mike na aula de Inglês.

 

— Ei, Mike — eu disse quando a aula acabou. — Você está livre na sexta à noite?

 

Ele olhou p/ cima, seus olhos azuis instantaneamente esperançosos.

 

— É, eu estou. Você quer sair?- Eu dei minha resposta tomando cuidado com as palavras.— Eu estava pensando em formar um grupo —  eu enfatizei a palavra: GRUPO  —pra irmos ver Crosshairs —E isso ai, dessa vez eu fiz meu dever de casa, eu até li as sinopses de alguns filmes pra ter certeza de que não seria pega fora de guarda. Esse filme era p/ ser um banho de sangue do início até o fim. Eu não estava recuperada o suficiente pra encarar um romance. — Parece divertido?

 

— Claro — ele disse, visivelmente menos ansioso.

 

— Legal.

 

Depois de um segundo, ele voltou ao seu nível normal de excitação.

 

— Que tal chamarmos Angela e Ben? Ou Eric e Katie?

 

Ele estava determinado a transformar isso numa espécie de duplo encontro?!

 

— Que tal todos? — eu sugeri. — E Jéssica, também, é claro. E Tyler e Conner, e talvez Lauren — eu disse com malevolência. Eu tinha prometido variedade p/ o Quil.

 

— Ok — Mike murmurou, derrotado.

 

— E — eu continuei. — Eu tenho dois amigos de La Push que eu estou convidando. Então parece que vamos precisar do seu carro se todos vierem.

 

Os olhos de Mike se estreitaram de suspeita.

 

— É com esses amigos que você passa todo o seu tempo estudando agora?

 

— É, eles mesmos — eu respondi alegremente. — Apesar de você poder dizer que eu estou mais tutorando , eles são do segundo ano.

 

— Oh — Mike disse surpreso. Depois de um segundo pensando, ele sorriu.

 

No fim, porém, o carro de Mike não foi necessário.

 

Jéssica e Lauren disseram que estavam ocupadas assim que Mike disse que eu estava envolvida no plano, eu sabia que isso tudo, no fundo era a nítida inveja... Nunca vou esquecer a cara que elas fizeram quando me viram retornar das férias de visual novo e carro zerado... antes, quando eu me isolava, sempre que podiam Lauren e Jéssica, soltavam piadas ao meu respeito, elas a sentiam vingadas, JÁ que supostamente os caras daquela escola São parados na minha.

Nunca me esqueci das piadas e indiretas maldosas, mas o tempo delas está chegando . E SÓ esperar as coisas  se acalamar!

Eric e Katie já tinham planos - era o aniversário de três semanas deles, ou alguma coisa assim. Fiquei super feliz pelo namoro deles está durando... Eles me lembram Stefan e Caroline com aquele rolo todo.

 

Lauren falou com Tyler e Conner antes de Mike, então aqueles dois também estavam " ocupados".

Até Quil estava de fora - ele estava de castigo por ter brigado na escola. No fim, só Ângela, Ben, e Jacob, é claro, foram capazes de ir.

O número diminuído não conseguiu apagar a animação de Mike, porém.

 

Isso era tudo sobre o que ele falava na sexta.

 

— Você tem certeza que não vai querer assistir Amanhã e para sempre?— ele perguntou no almoço, falando da nova comédia romântica que estava no auge. — Ele teve uma crítica melhor.

 

— Eu quero ver Crosshairs—, eu insisti. — Eu estou a fim de ação. 

 

— Ok — Mike se virou, mas não antes que eu pudesse ver a expressão dele de talvez-ela-seja-louca-mesmo. Sorri!

Aí que saudade de sentir isso, qual é o nome mesmo...Ata lembrei, satisfação!

 

Quando eu cheguei em casa da escola, um carro muito familiar estava estacionado na porta da frente da minha casa. Jacob estava encostado no capô, com um sorriso enorme iluminando seu rosto.

 

— Sem essa! — Eu gritei enquanto pulava pra fora do Impala. — Você acabou! Eu não acredito! Você terminou o Rabbit!

 

Ele brilhou.

 

— Na noite passada. Essa é a viagem de inauguração.

 

— Incrível — Eu levantei a mão pra ele bater. Ele bateu sua mão na minha. A meses Jacob comprou esse carro e sempre dava problema em algo, nunca saiu da garagem, hoje foi a primeira vez que vi esse carro estacionado em outro lugar.

 

— Então eu vou poder dirigir hoje?

 

— Definitivamente e eu vou querer carona. — eu disse entrando no carro junto dele, e depois suspirei.

 

— Qual é o problema?

 

— Eu desisto!  Eu não consigo superar isso. Então você venceu. Você é o mais velho.- Ele riu do meu drama.

 

— É claro que eu sou. E sou mais forte que você! 

 

Vai sonhado!

.......

 Chegamos no estacionamento da loja dos pais de Mike, marcamos de encontrar todos aqui.

O Suburban de Mike virou na esquina.

 

— Eu me lembro desse cara — Jake disse baixinho enquanto Mike estacionava do outro lado rua. — O que pensava que você era namorada dele. Ele ainda está na tua cola?

Eu ergui uma sobrancelha.

 

— Algumas pessoas são difíceis de desencorajar.

 

— Ainda assim — Jacob disse pensativo. — Às vezes a persistência trás lucros.

 

— No entanto, às vezes é só muito irritante.

 

Mike saiu do seu carro e atravessou a rua.

 

— Oi, Bella —ele me cumprimentou, e então seus olhos se tornaram cautelosos quando ele olhou pra Jacob. Eu olhei brevemente pra Jacob também, tentando ser objetiva.

 

Ele realmente não parecia, nem um pouco, estar no segundo ano.

 

Ele era tão grande - a cabeça de Mike mal alcançava os ombros dele; eu nem queria pensar em como eu ficava ao lado dele - e então até o rosto dele parecia mais envelhecido do que estava há um mês.

 

— Oi, Mike! Você se lembra de Jacob Black?

 

— Na verdade, não — Mike estendeu sua mão.

 

— Velho amigo da família — Jacob se apresentou, com um aperto de mãos.

 

Eles se cumprimentaram com mais força que o necessário. Quando o aperto acabou, Mike flexionou os dedos.

 

Eu ouvi o meu celular tocar.

 

— É melhor eu ir atender - pode ser Charlie — eu disse pra eles, e fui atender.

 

Era Ben. Ângela estava doente com um problema no estômago, ele não estava a fim de ir sem ela. Ele se desculpou por furar com a gente.

 

Eu caminhei de volta lentamente para os garotos. Eu realmente esperava que Ângela melhorasse logo, mas eu tinha que admitir que estava egoistamente aborrecida por isso. 

Sabe, eu posso hipnotizar os dois a voltar p/ casa e a esquecer de tudo relacionado a esse encontro, mas aí eu ia ter que ir um por um e fazer os outros esquecer, também ...  ah não , trabalhoso demais. Gemi frustada. Como uma vampira sentenaria como eu se meteu numa roubada dessa???

Só nós três, Mike e Jacob e eu, juntos durante a noite - isso ia ser brilhante, eu pensei com um sorriso de sarcasmo.

 

Não parecia que Jacob e Mike havia feito grandes progressos na amizade durante a minha ausência. Eles estavam alguns metros distantes, olhando pra longe um do outro enquanto esperavam; a expressão de Mike estava solene, mas a de Jacob estava tão alegre como sempre.

 

—Ang está doente — eu disse a eles mal humorada. — Ela e Ben não vêm.

 

— Eu acho que essa doença está se espalhando. Austin e Conner também estão de cama hoje. Talvez a gente devesse fazer isso outra hora — Mike sugeriu.

 

Antes que eu pudesse concordar, Jacob falou.

 

— Eu ainda estou a fim. Mas se você preferir voltar p/ casa, Mike...

 

— Não, eu vou — Mike interrompeu. — Eu só estava pensando em Ângela e Ben. Vamos lá — ele começou a se dirigir para o Suburban dele.

 

— Ei, você se importa se Jacob dirigir? — eu perguntei. — Eu disse que ele podia ele acabou de terminar seu carro. Ele o construiu inteiro, sozinho — eu alardeei como uma mãe orgulhosa cujo filho é o primeiro da sala.

 

— Tá bom — Mike atirou.

 

— Ta bom então —  Jacob disse, como se isso acertasse tudo. Ele parecia mais confortável que todo mundo.

 

Mike se sentou no banco de trás do Rabbit com uma expressão de nojo.

 

Jacob estava brilhante como sempre, tagarelando sem parar até que eu me esqueci de Mike amuado no banco de trás.

 

E então Mike mudou sua estratégia. Ele se inclinou pra frente, descansando o queixo no encosto de ombros do meu banco; a bochecha dele quase tocava a minha. Eu me afastei, ficando de costas para a janela.

 

— O som dessa coisa não funciona? — Mike perguntou com uma pontada de petulância, interrompendo Jacob no meio de uma frase.

 

— Sim — Jacob respondeu. — Mas Bella não gosta de músicas atuais.

 

Eu encarei Jacob, surpresa. Eu nunca tinha dito isso pra ele.

 

— Bella? — Mike perguntou, aborrecido.

 

— Ele está certo — eu respondi, ainda olhando para o perfil sereno de Jacob.

 

— Como é que você pode não gostar de música? — Mike quis saber.

 

Eu levantei os ombros.

 

— Eu não sei. Só me irrita.

 

— Hmph — Mike se afastou.

 

Quando nós chegamos no cinema, Jacob me deu uma nota de dez dólares.

 

— O que é isso? — eu perguntei.

 

— Eu não sou velho o suficiente pra ver esse — ele me lembrou.

 

Eu ri alto.

 

— Já era com as idades relativas. Billy vai me matar se eu te arrastar lá pra dentro?

 

— Não. Eu vou dizer que você estava tentando corromper minha inocência juvenil.

 

Eu ri silenciosamente, e Mike forçou o passo pra se aproximar de nós.

 

Eu quase desejei que Mike tivesse desistido de vir. Ele ainda estava solene não era uma grande contribuição para a festa. Ele parecia um bicho querendo marca território !

 

..........

 

 

A garota na minha frente tapou os olhos com as mãos e escondeu o rosto no peito do namorado. Ele deu uns tapinhas no ombro dela, e ocasionalmente estremecia também. Mike não parecia estar assistindo.

 

O rosto dele estava rígido enquanto ele olhava para a cortina franzida em cima da tela.

 

Eu me fiz confortável pra aguentar as duas horas, preferindo ver as cores e os movimentos da tela do que ver as pessoas,  os carros e as casas.

 

Mas então Jacob começou a rir silenciosamente.

 

— Que foi? — eu perguntei.

 

— Oh, fala sério! — ele sussurrou de volta. — O sangue daquele cara voou metros. Quão falso pode ser?

 

Ele gargalhou de novo, enquanto um mastro de uma bandeira espatifava outro homem numa parede de concreto.

 

Depois disse, eu realmente comecei a assistir o show, rindo com ele enquanto o desfecho se tornava mais e mais ridículo.  

 

Tanto Jacob quanto Mike usaram os meus descansos de braço dos dois lados. As mãos dos dois descansava levemente, com a palma virada pra cima, numa posição que não parecia muito natural. Como armadilhas de metal pra ursos, abertas e prontas. Jacob tinha o hábito de agarrar a minha mão sempre que tinha a oportunidade, mas ali no escuro do cinema, com Mike olhando, isso teria um significado diferente - e eu tinha certeza que ele sabia disso. Eu não conseguia acreditar que Mike estava pensando a mesma coisa que Jacob, mas ele colocou a mão exatamente do mesmo jeito.

 

Eu cruzei meus braços com força no peito e esperei que as mãos deles ficassem dormentes.

 

Mike desistiu primeiro. Lá pro meio do filme, ele puxou seu braço, e se inclinou pra frente pra colocar a cabeça nas mãos. No começo eu pensei que ele estava reagindo à alguma coisa que tinha visto na tela, mas depois ele gemeu.

 

— Mike, você está bem? — eu sussurrei.

 

O casal na nossa frente se virou pra olhar pra ele quando ele gemeu de novo.

 

Eu podia ver um brilho de suor no rosto dele com a luz fraca da tela.

 

Mike gemeu de novo, e saiu correndo pela porta. Eu me levantei pra segui-lo, e Jacob me copiou imediatamente.

 

— Não, fique — eu sussurrei. — Eu vou ver se ele está bem.

 

Jacob veio comigo do mesmo jeito.

 

— Você não tem que vir. Faça os seus oito dólares valerem a pena.

 

Eu insisti enquanto caminhava pelo corredor.

 

— Tudo bem. Você pode ficar com eles, Bella. Esse filme não presta — A voz dele passou de um sussurro pra o seu tom normal enquanto saíamos da sala.

 

Não havia sinal de Mike no corredor, e eu fiquei feliz que Jacob tivesse vindo comigo - ele se enfiou no banheiro masculino pra procurá-lo por mim.

 

Jacob voltou depois de alguns segundos.

 

— Oh, ele está lá, com certeza—, ele disse, revirando os olhos. — Que molenga. Você devia ter chamado alguém com um estômago mais forte. Alguém que ri daquilo que faz homens mais fracos vomitarem.

 

— Eu vou manter os olhos abertos pra alguém assim.

Nós estávamos sozinhos no corredor. As duas salas estavam com os filmes na metade, e ele estava deserto - quieto o suficiente pra nós ouvirmos a pipoca estourando no balcão de venda no saguão.

 

Jacob foi se sentar no banco coberto de veludo.

 

— Acho que ele ainda ia ficar lá dentro por algum tempo — ele disse, esticando as pernas na frente dele enquanto se preparava pra esperar.

 

Eu me juntei a ele com um suspiro. Ele parecia estar pensando em cruzar mais algumas linhas. Assim que eu me sentei, ele se inclinou pra colocar o braço sobre os meus ombros.

 

— Jake — eu protestei, saindo de perto. Ele tirou o braço sem parecer nem um pouco aborrecido com minha rejeição.

 

— Me diga uma coisa.

Eu fiz uma careta. Eu não queria fazer isso. Não só agora, mas nunca. Não havia mais nada com Jacob Black além de amizade. Mas ele parecia determinado a arruinar tudo. Nunca o dei esperança, muito pelo contrário! Ele sempre pareceu respeitar minhas vontades mas de uma tempos p/ cá, ele tem se mostrado ousado demais! Como se quisesse me pressionar a dizer sim, sendo que eu JÁ disse não!

 

— O que? — eu perguntei acidamente.

 

— Você gosta de mim, certo?

 

— Você sabe que eu gosto, mas como amigo!

 

— Mais do que daquele palhaço botando as tripas pra fora lá dentro?- Ele ignorou o que eu disse no fim da frase.

 Ele fez um gesto para a porta do banheiro.

 

— Sim — eu suspirei cansada já sabendo onde isso ia dar.

 

— Mais que os outros caras que você conhece? — Ele estava calmo, sereno como se minha resposta não importasse, ou como se ele já soubesse qual ela seria.

 

— Mais do que as garotas também! JÁ disse que prioriso sua amizade, mais que a de qualquer outro morador de Forks!

 

— Mas isso é tudo — ele disse, e isso não era uma pergunta.

 

— Mas isso é tudo!- Concordei mesmo sabendo que poderia ser algo maldoso de minha parte, eu não poderia deixar essa situação se agravar mais do que já foi.

— Está tudo bem, sabe. Contanto que você goste mais de mim. E você me ache bonito, mais ou menos. Eu estou preparado para ser irritadoramente persistente.

 

— Eu não vou mudar — eu disse - Apenas uma pessoa amei e apenas essa pessoa permanecerão amando. Não posso ti dar falsas esperanças, quando meu coração JÁ tem dono. Um dia talvez, você entenda!

 

O rosto dele estava pensativo, não estava mais zombeteiro e não havia sinais de tristeza.

 

— Ainda é o outro, não é?

 

Eu enrolei.  Será que esse menino não escuto uma palavra do que eu disse!

 

— Você não tem que falar sobre isso — ele disse.

 

Eu balancei a cabeça, agradecida.

 

— Não, tudo bem! Sim Jacob, é ele!

 

— Não fique brava comigo por estar por perto, tá legal? — Jacob deu uns tapinhas nas costas da minha mão. — Porque eu não vou desistir. Eu tenho bastante tempo.

 

Eu suspirei.

 

— Você não devia PERDE seu tempo comigo, sendo que ja deixei claro. Mais que minha amizade, você não vai ter!— eu disse, receosa. Com medo de magia lo,mas com esperança dele entender .

 

— Mas é o que eu quero fazer, enquanto você ainda gostar de ficar comigo, claro! Me perdoa pela minha insistência, confesso que no começo quando você falava que não gostava de mim e que amava aquele lá - Me ageitei na cadeira, incomodada pela forma que ele falou do Edward e ele percebeu- Ah, sinto muito Bella, mas não me conformo com a cachorrada que ele fez! E acho você muito boba por ter perdoado ele assim Tão fácil!

 

—Primeiro:  Eu não consigo imaginar como eu poderia não gostar de estar com você — eu disse honestamente- E quanto  ao resto do seu discurso orativo ...- Ele riu.- Eu sempre quis ser sincera com você, por você sempre ter sido sincero comigo! Eu valorizo isso, me desculpa se em algum momento fui rude, não foi intencional. E quanto ao Edward, eu torno a dizer. Talvez, um dia você entenda.  Ah jake....Mais uma coisa, eu não quero que SE afaste, SÓ me respeite assim como eu ti respeito! Respeite minhas decisões e meus sentimentos, mesmo que não seja o que você quer... Respeite-me!

 

Jacob brilhou, acenando com a cabeça .

 

— Eu posso viver com isso.

 

— Só não espere mais que isso.— eu avisei. Ele acenou com a cabeça.

 

— E você não se importa com o que ele pensa — Jacob apontou o polegar para a porta do banheiro.

 

— O Mike é um bobão!

 

Ele gargalhou silenciosamente por um minuto enquanto seus dedos rosados traçavam desenhos no lado da minha mão.

 

— É uma cicatriz engraçada que você tem aqui — ele disse de repente, virando minha mão para examiná-la. — Como isso aconteceu?

 

O dedo indicador da mão livre dele seguia a linha prateada que mal era visível na minha pele pálida.

 

Eu dei um olhar zangado.

 

— Você realmente espera que eu me lembre de onde todas as minhas cicatrizes vieram?

 

— É fria — ele murmurou, pressionando levemente o lugar onde James havia me cortado com seus dentes.

 

E então Mike cambaleou do banheiro, seu rosto estava cinzento e coberto de suor. Ele parecia horrível.

 

— Oh, Mike — eu asfixiei.

 

— Você se importa se formos mais cedo? — ele sussurrou.

— Não, é claro que não — Eu livrei minha mão e fui ajudar Mike a caminhar. Ele parecia prestes a cair.

 

— O filme foi demais pra você? — Jacob perguntou sem se importar.

 

O olhar de Mike foi malevolente.

 

— Na verdade eu nem o vi — ele murmurou. — Eu já estava enjoado antes das luzes apagarem.

 

— Porque você não disse nada? — eu repreendi enquanto nós íamos para a saída.

 

— Eu estava esperando que passasse — ele disse.

 

— Só um segundo — Jacob disse enquanto nós nos aproximamos da porta. Ele caminhou rapidamente para o balcão de vendas.

 

— Será que eu posso pegar um balde de pipocas vazio? — ele pediu para a vendedora. Ela olhou pra Mike uma vez, e então jogou um balde pra Jacob.

 

— Leve ele pra fora, por favor — ela implorou. Obviamente era ela que ia limpar o chão.

 

Eu guiei Mike para o ar frio, molhado. Ele inalou profundamente. Jacob estava bem atrás de nós. Ele me ajudou a colocar Mike no banco de trás do carro, e o passou o balde com uma cara séria.

 

— Por favor — foi tudo o que Jacob disse.

 

Ele abriu as janelas, deixando o ar gelado da noite entrar no carro, esperando que isso ajudasse Mike. 

Mike gemeu no banco de trás, e vomitou no balde. Eu fiz uma careta, esperando que o meu estômago conseguisse aguentar o som e o cheiro. Jacob olhou ansiosamente por cima do ombro pra ter certeza de que o seu carro estava intacto.

 

A estrada pareceu mais longa no caminho de volta. Chegamos na loja onde o carro de Mike estava estacionado e coloquei Mike no passageiro.

Eu levei Mike para casa com o carro dele, enquanto Jacob nos seguia atrás pra me levar pra casa.  Deixei Mike na porta e entrei no carro de Jacob que estava quieto e permaneceu assim durante todo o caminho pra minha casa, e eu me perguntei se ele estava pensando nas mesmas coisas que eu.

 

— Eu me convidaria pra entrar, já que voltamos cedo — ele disse enquanto estacionava ao lado do meu Impala- Ainda não consegui entrar na casa depois da reforma...- Ele falou enquanto saíamos do carro- Aí... - Do nada Jacob cambaleou e apoiando no carro, fui até ele.

— Jake você está legal- Senti o calor emanar dele... Jacob parecia o sol, sua pele estava Pelando de tão quente- Jacob você está fervendo.- Falei 

 

—Eu estou me sentindo meio febril!

Eu toquei meus dedos na testa dele e a cabeça dele estava quente.

 

— Você está horrível . Não quer entrar?

— Eu me sinto bem — Ele levantou os ombros. — Absolutamente normal. Não precisa se preocupar.

 

Eu fiz uma careta e toquei a testa dele de novo. A pele dele queimou mais ainda embaixo dos meus dedos.

 

— Suas mãos são como gelo — ele reclamou.

 

— Talvez seja eu — admiti rindo.- Você quer que eu te leve até em casa, pelo menos?

 

— Não — ele balançou a cabeça, as sobrancelhas se juntando. — Eu ainda não estou me sentindo mal. Só... errado. Se eu precisar, eu paro.

— Você me liga assim que chegar? — eu perguntei ansiosamente.

 

— Claro, claro — ele fez uma careta, olhando em frente para a escuridão e mordendo o lábio.

Eu dei as costas mas ele segurou meu punho levemente. Eu reparei de novo na pele quente dele. Isso não é nem um pouco normal!

 

— O que é, Jake? — eu perguntei.

 

— Há algo que eu quero te dizer, Bella... mas eu acho que vai parecer meio meloso.

 

Eu suspirei. Isso ia ser que nem no cinema.

 

— Vá em frente.

 

— É só que, eu sei que você provavelmente está muito infeliz. Eu, talvez isso não ajude em nada, mas eu quero que você saiba que eu vou estar sempre aqui. Eu nunca vou te decepcionar, eu prometo que você pode sempre contar comigo. Uau, isso parece meloso. Mas você sabe disso, não sabe? Que eu nunca, jamais machucaria você?

 

— É, Jake, eu sei disso. E eu já estou contando com você, provavelmente mais do que você sabe.

 

Um sorriso se abriu no rosto dele do jeito como um nascer do sol nasce entre as nuvens e eu sorri de volta.  

 

Um olhar estranho apareceu no rosto dele.

 

— Eu realmente acho melhor eu ir pra casa agora — ele disse.

 

Ele me soltou rapidamente e correu p/ o carro.

 

— Me liga! — eu gritei enquanto ele ia embora.

 

Eu olhei ele ir, é ele pelo menos parecia ter o controle do carro.

Eu fiquei olhando para a rua vazia depois que ele já tinha ido embora, me sentindo um pouco doente também, mas não era nada físico.

Como eu queria que Jacob tivesse nascido meu irmão, meu irmão de carne e sangue, pra que assim eu tivesse direitos legais de trancar ele em casa quando ele inventasse  de passar mal desse jeito, agora fico EU preocupada com esse desmiolado dirigindo!

 

Ele era meu melhor amigo um dos irmãos que escolhi para a minha vida.

 

Eu fui lá p/ dentro me sentar perto do telefone e roer as unhas.

 

— O filme já acabou? — Charlie perguntou surpreso quando me viu entrar. Ele estava assistindo TV... Provavelmente estava esperando um jogo.

 

— Mike ficou doente — eu expliquei. 

 

— Você está bem?

 

— Eu me sinto bem, vampiros não adoecem esqueceu ?— eu disse, subindo a escada.

 

— Como esquecer?- Ri dele.

 

Cheguei ao meu quarto e fui mexer na minha bolsa para encontrar meu celular, sentei na poltrona perto da janela com  minha mão a centímetros do telefone sem fio e do celular, e tentei esperar pacientemente. Eu pensei no jeito estranho do rosto de Jacob antes de ele ter ido embora, e meus dedos começaram a batucar o braço do sofá. Eu devia ter insistido em levá-lo p/ casa.

 

Eu olhei para o relógio em cima da escrivaninha enquanto os minutos se passavam rapidamente. 

Dez. 

Quinze. 

Mesmo quando era eu quem estava dirigindo, só levavam quinze minutos, e Jacob dirigia mais rápido que eu. Dezoito minutos.

 Eu peguei o telefone e disquei.

 

Tocou e tocou. Talvez Billy tivesse dormido. Talvez eu tivesse ligado errado. Eu tentei de novo.

 

No oitavo toque, bem quando eu estava prestes a desligar, Billy atendeu.

 

— Alô? — ele perguntou. A voz dele estava cautelosa, como se ele estivesse esperando notícias ruins.

 

— Billy, sou eu, Bella . Jacob já chegou em casa? Ele saiu daqui a mais ou menos uns vinte minutos.

 

— Ele está aqui — Billy disse sem tom.

 

— Era pra ele me ligar — eu estava um pouco irritada. — Ele estava ficando doente quando foi embora, e eu fiquei preocupada.

 

— Ele estava... doente demais pra ligar. Ele não está se sentindo muito bem agora — Billy parecia distante. Senti as engrenagens da minha cabeça começando a funcionar .

 

— Me avise se eu puder ajudar em alguma coisa — eu ofereci. — Eu posso ir até aí- Provoquei p/ ter certeza.

 

— Não, não — Billy disse rapidamente. — Nós estamos bem. Fique em sua casa.

 

O jeito que ele disse foi quase rude. Bingo!

 

— Tudo bem — concordei

 

— Tchau, Bella.

 

A linha caiu.

 

— Tchau — eu murmurei.

 

Bem, pelo menos ele chegou em casa.

Então Jacob Black, despertou suas genes de lobo, confirmando que à mais vampiros do  que deveria, na cidade.

 

—CHARLIE, TEMOS QUE CONVERSAR!!

 


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Notas finais do capítulo

Comentem meu povo.... ♡♡♡♡♡



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