— Se eu estou por perto, não! - falou verdadeira. - Mas como tenho que cuidar da cozinha não posso ficar sempre de olho. - sentou ao lado dela.

Hanna mexeu nos cabelos querendo dormir mais e elas sorriram para o gesto da pequena.

— A senhora vai adotá-la?

Julia sentiu seu coração pegar fogo e a olhou com todo amor do mundo.

— Eu...

— Achei você, mãe!! - a voz de Victória soou em suas costas e ela a olhou. - O que está fazen... - parou de falar ao ver a pequena em seus braços. - Que coisa mais rica. - sorriu sentando ao lado dela.

Julia sorriu olhando aquele pequeno ser que precisava tanto de amor e com seu coração acelerado ela perguntou a filha.

— Será que eu posso adotá-la? - e Victória arregalou os olhos em choque.

Victória olhou para sua mãe e sabia que era um longo processo para adotar uma criança e seu coração acelerou, ela era linda e merecia sim um lar, mas não sabia se a mãe conseguiria adotá-la assim de imediato.

— Mamãe é um processo muito longo!! - falou com calma para que ela não entendesse errado.

— Mas eu quero tirá-la daqui!! - falou com certeza. - Ela chora desesperada e a mulher que eu encontrei no meio do caminho para pedir a mamadeira dela, não me parece de confiança. - olhou a cozinheira. - Ela pode confirmar!!!

— Eu não quero me meter em problemas!!! - falou com medo de perder o emprego.

— Mas ela sabe que essa mulher maltrata, Hanna!!! - olhou novamente Victória.

— Mamãe, vamos falar com a diretora. - ficou de pé. - Se ela esta maltratando ela, pode também estar maltratando outras crianças!! - não iria permitir que nenhuma criança sofresse maus-tratos.

Julia levantou e arrumou a pequena em seus braços e foi com Victória novamente para a sala da diretora e ao entrar contou a ela a situação e a mulher foi chamada no mesmo momento e ela negou que maltratasse Hanna ou qualquer outra criança da instituição e Julia ficou nervosa querendo avançar na cara de pau daquela sujeita. Victória segurou o braço da mãe e como era uma pessoa influente ali pediu que ela fosse demitida e a diretora sem pensar duas vezes a demitiu porque não era a primeira vez que recebia reclamação dela.

A mulher se foi bufando e Julia acalentou Hanna em seus braços que dormia novamente, não queria mais soltá-la e olhou para a filha novamente, Victória ligou para Oscar e pediu que ele fosse até o orfanato e Julia saiu com a pequena para coloca-la na cama para que pudesse conversar com calma, mas ela chorou como se fosse novamente ser abandonada ali e Julia ficou com ela nos braços.

A pequena não dormiu mais e Julia depois de ligar para Ângelo sentou no tapete para brincar com ela enquanto era observada por Victória que sorria com as duas, sempre quis ter uma irmã, mas a mãe nunca mais tinha voltado a engravidar e com o tempo a vontade passou. Quando Ângelo chegou, foi direto de encontro com Victória e ali na porta parou vendo as duas juntas depois que a filha apontou, Hanna sorria com seus brinquedos e em seus pequenos olhinhos somente se via o brilho da felicidade.

Ângelo sorriu para sua menina e ele foi até o seu amor e abaixou com um lindo sorriso no rosto, olhou para Julia que sorriu para ele e ganhou um beijo nos lábios. Hanna foi até ele e entregou o brinquedo, Ângelo pegou e ali já tinha conseguido a confiança dela que ria alto com o modo como eles brincavam com ela e Victória depois de conversar com Oscar se juntou a eles e eles ficaram ali por quase duas horas brincado com ela até que Oscar voltou.

— Eu conversei com um juiz amigo meu e ele me disse que somente consegue mandar a assistente social na casa dos seus pais amanhã!!

— Então quer dizer que não podemos levá-la hoje? - estava ansiosa.

— Os processos são demorados e pode demorar até meses para que consiga levá-la.

— Ela não pode ficar aqui e se alguém entra e quer levá-la? - negou com a cabeça.

— Calma mamãe!!! - Victória a olhava. - A senhora tem que entender e aceitar que precisamos fazer tudo na base da lei ou não vamos conseguir essa adoção.

— Mas...

— Eu vou correr com o processo, mas é quase certo que vocês consigam levá-la. - falou com confiança. - Vocês são casados, tem uma boa casa e condições para criá-la.

— O meu processo de divorcio não vai interferir nisso? - falou com medo de perder.

— Irei anexar nos autos todo o inquérito, não se preocupe!!!

— Mãe, agora você precisa se despedir dela para que possamos ir!! - Victória falou com calma.

Julia não queria mais sabia que precisava ter calma ou não conseguiria a guarda dela, foi difícil mais eles a deixaram no colo cozinha e se foram. Victória parou frente a seu carro sabendo que a mãe iria querer ir com o pai e os beijos.

— Espero não ser deixada para trás por causa dela. - era uma brincadeira, mas também tinha sua dose de ciúmes.

Eles riram e a abraçaram forte beijando muito e ela sorriu com aquele amor todo que recebia das duas pessoas que mais amava no mundo.

— Nos amamos você minha filha e ninguém vai roubar seu lugar!!! - Julia falou com certeza. - Agora você vai ter uma irmãzinha!!

Victória sorriu para ela.

— E nosso passeio acabou ficando para trás!!!

— Amanhã eu passo na empresa e a gente faz o que você quiser!! - a beijou novamente.

— Eu amo vocês!!! - ela os abraçou mais uma vez e casa um pegou seu rumo...

(...)

UM MÊS DEPOIS...

Julia e Ângelo estavam frente a Oscar e ele parecia não ter uma boa notícia, eles estavam de mãos dadas e a mão dela estava gelada, não queria mais deixar sua menina naquele lugar e Oscar sem querer prolongar mais aquela agonia disse:

— Eu vou direto ao ponto porque sei que estão ansiosos!! - olhava para eles e depois olhou para Vick e Heri que também estavam ali para apoiar.

— Diga logo ou eu vou ter um infarto!! - ela falou agoniada.

Oscar tomou ar e disse:

— O juiz negou a guarda para vocês!!!

— O que? Por quê? - a voz saiu embargada.

— Seu ex-marido... - ele nem precisou terminar para que ela ficasse de pé e saísse batendo a porta, ela não sabia como ele tinha feito aquilo, mas ele iria pagar!!