Desejo Oculto - TDA escrita por Débora Silva


Capítulo 31
《 Capítulo trinta e um 》


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem amores ♥



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— Eu te amo e quero mesmo que já estava com meu pãozinho no forno!!! - a abraçou forte e ela o retribuiu.

— Eu também quero que nosso pãozinho esteja aqui dentro!! - beijou o ombro dele. - Agora vamos nos arrumar para o trabalho!!!

Ele a soltou e a olhou.

— Quando vamos fazer o teste? - falou ansioso.

— Acho melhor esperar mais alguns dias para ter certeza!!

Ele assentiu e deu mais um beijo nela e eles se arrumaram, desceram, tomaram um delicioso café da manhã enquanto conversavam sobre o que iriam fazer e depois se despediram na porta de casa indo cada um para um lado para começar o dia... Victória chegou na empresa com o mais lindo dos sorrisos e por onde passava cumprimentava a todos até que chegou a sua secretaria e ela passou tudo que iriam fazer naquele dia, ou melhor, não tinha o que fazer e Victória estranhou.

— Cadê meus compromissos? - ela sabia que tinha coisa para fazer.

— Foram todos cancelados!!! - disse com receio de levar bronca.

— Quem cancelou meus compromissos? - fechou a cara no mesmo momento.

— Eu!!! - a voz soou atrás dela e ela se virou no mesmo momento dando de cara com sua mãe.

— Por quê? - questionou dando alguns passos até ela.

— Porque eu estou cansada de esperar o seu tempo e de ter a minha filha longe!!

— E acha que me forçar a estar com você vai mudar algo?

Julia sorriu sabendo que Victória era orgulhosa demais para dar o braço a torcer.

— Eu não vou te forçar a nada! - arrumou a bolsa do lado do braço. - Mas percebo que foi um erro e eu já estou indo embora. - passou por ela e foi a secretaria. - De a ela muito trabalho e que ela perca a vida dela toda nessa empresa!!

Victória a olhou e sentiu seu coração apertar, era sua mãe e mais uma vez a estava mandando embora por orgulho, respirou e naqueles passos dela até o elevador recordou de que tinha perdoado o pai e vivia com ele como se o tivesse em sua vida desde sempre, mas a mãe não queria por perto e ela não conseguia entender. Julia entrou no elevador e sorriu com tristeza, ela não iria mesmo voltar atrás e ela fechou as portas do elevador sentindo as lágrimas inundar seus olhos e ela olhou para o teto, respirou fundo para que elas não caíssem e ouviu seu celular.

— Oi!! - falou com a voz embargada.

— O que foi meu amor? - Ângelo falou todo preocupado.

Não precisou de mais nada para que ela caísse no choro e ele ficou de pé no mesmo momento do outro lado da linha.

— Amor, não me deixa preocupado.

— Ela nunca vai me aceitar de volta!! - soluçou e as portas do elevador se abriram e ela caminhou em direção a saída. - Eu não sei mais o que fazer.

— Fica calma e vem aqui!! - falou triste.

Ela concordou e desligou o celular e saiu do prédio a procura de um táxi e quando um parou para ela a voz soou.

— Mamãe...

Julia se virou com os olhos banhados em lágrimas e Victória correu até ela e a abraçou forte deixando que suas lágrimas também rolassem por seu rosto.

— Me perdoa por ser tão tola... - falou presa a ela. - Eu te amo mamãe!!

Julia a abraçou forte deixando que o peso de seus ombros sumisse e ela beijou sua menina onde conseguiu, Victória era tudo que ela tinha e que mais amava na vida e tê-la longe era o seu maior castigo, não se sentia completa e não seria nunca mais se não a tivesse em seus braços como naquele momento. Victória a soltou e tocou seu rosto limpando as lágrimas dela e a beijou muito fazendo com que ela sorrisse com aquele carinho todo.

— Eu te amo tanto minha filha!! - a abraçou novamente sentindo sue cheiro.

— Eu também te amo muito!!! - sorriu. - Onde quer ir? - a olhou limpando as lágrimas.

— Eu só quero estar com você!! - falou com um sorriso.

— Ótimo!! - pediu que mandassem o seu carro. - Eu só tenho que passar em uma instituição de caridade e depois podemos passar o dia juntas!!! - sorriu e ela assentiu.

O carro logo veio e as duas seguiram para o abrigo de menores, conversaram algumas coisas sobre o lugar e ao chegar as duas entraram e foram direto falar com a diretora do lugar, Victória tinha um compromisso com eles e todo mês passava para deixar o cheque. Julia apenas ficou observando a conversa das duas, mas um choro chamou sua atenção e a criança estava desesperada e ela agoniada por ouvir ficou de pé e saiu da sala deixando as duas e caminhou até onde vinha o choro e parou ao ver uma pequena dentro de um berço sozinha.

Julia se aproximou de imediato do berço e a pegou alinhando em seus braços, ela tinha acabado de acordar e Julia buscou pela mamadeira para ela, mas não encontrou e dali saiu em busca de uma cozinha. A pequena soluçava seu choro assustada, mas estava agarrada em sua blusa e ela sorriu limpando seu rostinho, não deveria ter mais que um ano e meio e era tão magrinha.

— Já vamos encontrar um mama pra você, meu amor! - chamou por uma mulher que passava e pediu uma mamadeira de leite.

— Me desculpe, mas não está na hora ainda!! - respondeu um tanto rude.

— Não me importa se está na hora ou não, eu só quero uma mamadeira com leite.

— Hanna é chorona e esfomeada... - a olhava com um preconceito que era nítido em seu olhar.

Julia sentiu seu sangue ferver e sentiu a pequena se agarrar nela com medo e não gostou do que sentiu em seu coração.

— A trata diferente somente por ela ser negra?

A mulher arregalou os olhos.

— Eu...

— Não precisa me dizer nada, apenas me mostra a cozinha.

A mulher nada mais disse e apenas indicou a cozinha e Julia seguiu como uma fera que defende seu próprio filho e ao chegar a cozinha pediu a uma senhora a mamadeira e ela sorriu entregando.

— A minha pequena esfomeada acordou. - veio até elas e Julia sentou com ela em seus braços dando a mamadeira.

— Ela sempre chora assim?

— Se eu estou por perto, não! - falou verdadeira. - Mas como tenho que cuidar da cozinha não posso ficar sempre de olho. - sentou ao lado dela.

Hanna mexeu nos cabelos querendo dormir mais e elas sorriram para o gesto da pequena.

— A senhora vai adotá-la?

Julia sentiu seu coração pegar fogo e a olhou com todo amor do mundo.

— Eu...

— Achei você, mãe!! - a voz de Victória soou em suas costas e ela a olhou. - O que está fazen... - parou de falar ao ver a pequena em seus braços. - Que coisa mais rica. - sorriu sentando ao lado dela.

Julia sorriu olhando aquele pequeno ser que precisava tanto de amor e com seu coração acelerado ela perguntou a filha.

— Será que eu posso adotá-la? - e Victória arregalou os olhos em choque...

 


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