Desejo Oculto - TDA escrita por Débora Silva
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura amores ♥
Ele apenas assentiu abaixando o olhar e começou a caminhar na frente com tristeza. Eles o seguiram e dentro da delegacia ele pediu para falar com seu amigo que logo veio e eles começaram a conversar depois que entraram para sua sala e depois de muita conversa e perguntas ele pediu para que trouxessem Osvaldo e Victória sentiu seu estômago revirar de dor.
Ela ficou de pé e foi para o canto da parede e minutos depois quando ele entrou na sala seus olhos se encontraram e ele tinha apenas ódio por ela e ela tinha apenas tristeza pelo modo como as coisas tinham acontecido e ali era o ponto final para aquela relação. Os olhos de Osvaldo percorreram toda aquela sala e Ângelo o fuzilou com o olhar mais uma vez e ele continuou a olhar a todos até que seus olhos fixaram em Heriberto e ele somente avançou nele o segurando pela camisa.
— Maldito desgraçado!!! - rosnou com ódio. - Nunca deveria ter confiado em você!!!!
Heriberto segurou as mãos dele e se segurou para não cometer uma loucura e o delegado gritou assim que os policiais o tirou de cima dele.
— Se controle ou iremos levá-lo novamente para a sela!!!
Osvaldo estava com o ódio dos dois e em sua mente se passavam coisas sombrias desde a noite passada, tanta maldade que se de fato concluísse seria uma tragédia anunciada. Victória estava em completo silencio e imóvel porque ainda sentia o choque do tapa dele em sua face, Julia de imediato foi a ela e segurou em sua mão dando o apoio de mãe que sempre dava a ela quando sentia que sua menina estava com medo, como sabia que ela precisava naquele momento mesmo que ela não quisesse contato com ela.
— Uma vagabunda e um traidor e eu que sou errado de sentar a mão nessa puta? - falou sem pudor algum e sem um pingo de remorso voltando seus olhos ao delegado. - Eles me traíram da pior forma possível e eu nunca vou perdoar!!! - os olhos foram até Victória. - Vagabunda!!!
Heriberto não conseguiu se conter e sem chance de ser segurado o acertou duas vezes dentro da cara e Ângelo assim como Victória o puxaram e ela o abraçou chorando para evitar mais problemas naquela sala.
— Você não tinha o direito de tocar nela!!! - estava vermelho.
— Por favor, não faça isso!!! - o corpo todo tremeu.
— Um maldito desgraçado!!! - Heriberto a segurou em seus braços. - Por que não veio atrás de mim? - gritou.
Osvaldo os vendo daquele modo sentiu ainda mais ódio deles e o delegado sabendo que as coisas poderiam ficar ainda pior disse:
— Leve ele daqui!!!
Osvaldo se debateu para não ir, queria gritar para os dois tudo que estava engasgado em sua garganta, mas os policiais foram levando ele que gritava muito.
— Você vai me pagar, vocês dois vão me pagar!!! - foi arrastado enquanto gritava sem se preocupar com as ameaças que fazia. - Desgraçado!!! Vagabunda!!!
Victória se sentia tão envergonhada com tudo aquilo que se quer conseguiu olhar para ele ou para qualquer um daquela sala se mantinha com a cabeça baixa enquanto deixava suas muitas lágrimas rolar por seu rosto. Heriberto respirava pesado enquanto a segurava em seus braços e Ângelo olhou para seu amigo.
— Tem tudo que precisava? - disse entristecido por vê-la daquele modo e não poder fazer nada.
— Sim!!! - disse tentando manter a calma.
— Então vamos embora!!! - Julia falou querendo tirar a filha dali e se aproximou dela. - Vamos meu amor com a mamãe!! - tocou em seus ombros e pela primeira vez ela não protestou e apenas se foi com ela deixando os dois homens atrás.
— O que vai acontecer com ele? - Heriberto perguntou se referindo a Osvaldo.
— Os advogados dele já estão cuidando do caso e provavelmente nas próximas horas ele já estará livre. - foi verdadeiro.
— Se ele sair daqui vai direto atrás da minha filha e se isso acontecer eu vou matá-lo!!! - disse com certeza.
— Não cometa uma loucura, ela precisa de você e não é preso!!! - queria que ele entrasse em razão.
Ângelo estava bufando assim como Heriberto e depois de se despedirem saíram atrás de Victória e Julia que já estavam do lado de fora da delegacia. Victória entrou no carro em completo silencio e Heriberto se despediu de Julia e Ângelo que os seguiriam até a casa de Victória mesmo ela não querendo a companhia deles, ele ao entrar no carro olhou seu amor e segurou a mão dela beijando.
— Eu não quero te ver assim!!! - falou e tocou o rosto dela.
— Eu quero ir pra casa só isso!!! - respirou fundo olhando para baixo.
— Tudo bem!!! - e nada mais foi dito e eles foram para casa.
Quando chegou ela foi direto para o quarto e os três ficaram na sala, conversaram por um tempo e tomaram café da manhã, Ângelo estava ansioso por estar ao lado de sua menina e ficou de pé.
— Eu preciso!!! - respirava pesado.
— Você vai acabar enfartando desse jeito!!! - Julia o advertiu.
— Vocês não podem entender o que eu estou sentindo!!! - falou afoito.
— Mas eu sim!!! - a voz de Victória soou atrás dele.
Ângelo virou no mesmo momento para ela e o nervoso era tamanho que ele se aproximou de imediato dela a segurando pelos braços.
— Me de uma chance... Me de a chance de pelo menos falar com você um momento? - respirou pesado.
Victória o olhava nos olhos e sentia o coração quase sair pela boca, era o seu pai, um homem estranho, mas o que ela podia sentir era o amor que saia tanto de seus olhos como de seus gesto e justamente por isso ela não conseguia fugir ou dizer simplesmente que não queria estar ao lado dele. Seu coração já tinha escolhido estar perto do dele e ela não iria fugir, respirou fundo e levou a mão a dele.
— Vamos conversar... - tragou saliva sentindo a garganta seca.
Julia e Heriberto se olharam e os dois saíram dali indo para o lado de fora da casa, Victória caminhou ao lado dele e eles foram andando pela calçada do condomínio e ficaram por alguns minutos em silencio até que ela disse:
— Por que nunca passou por cima dela e foi meu pai? - não o olhou.
Ângelo respirou fundo e a olhou.
— Eu queria muito, mas nunca tive coragem de passar por cima de sua mãe e o medo de perder as duas me fez viver nessa situação e deixar você ser criada por aquele homem. - a voz era cheia de sentimentos. - Quando eu descobri que você era minha filha ainda bem pequenininha de cabelos longos e negros como o de sua mãe, eu fiquei louco e queria ser o seu pai, mas ela me convenceu que não devia dizer nada porque querendo ou não ela amava seu pai... Amava Afonso.
Victória o olhou e eles pararam na pequena praça que ali tinha e ambos sentaram no banco.
— Você deveria ter lutado por mim!!! - a voz era embargada e os olhos se encheram de lágrimas. - Eu nunca tive o amor de pai e agora eu sei o porquê, ele nunca me amou ele sempre sentiu que eu não tinha seu sangue e por isso nunca me quis!!!
— Mas eu lutei e estive com você sempre!!! - levou a mão até a dela e segurou. - Lembra quando ganhou aquela boneca que chorava e aquele fogãozinho que tanto queria, mas eles não tinham condições de comprar? - Vick apenas assentiu. - Fui eu quem comprei pra você, sua faculdade não era bolsa, eu a paguei!!! Tudo que eu pude fazer por você, eu fiz.
— Mas não me deu o principal... - deixou as lágrimas rolarem por seu rosto. - Eu abriria mão de tudo isso somente pra ter amor!!!
Ângelo não aguentou e também deixou que suas também rolassem e ele a puxou para seus braços e a abraçou forte não sendo correspondido no primeiro momento, mas logo Victória o abraçou forte deixando que mais lágrimas rolassem de ambos.
— Me perdoe minha filha!!! - acariciava os cabelos dela. - Eu quero que me deixe ao menos tentar ganhar o seu amor. - se afastou um pouco dela e a olhou nos olhos. - Eu só quero que você consiga me olhar um dia com amor e que me deixe ser seu pai!!
— O meu coração já permitiu!!! - falou verdadeira e ele sentiu falta de ar.
Ele tinha passado tanta coisa de um dia para o outro que foi difícil respirar naquele momento e ela o tocou no peito.
— O que foi? - falou assustada e ele tentou respirar fundo, mas foi difícil. - Pelo amor de Deus não morre!! - o abraçou nervosamente e forte mesmo sabendo que ele poderia não conseguir respirar e Ângelo a segurou em seus braços sentindo pela primeira vez aquele abraço de amor que ele sempre desejou e com calma o ar foi voltando o fazendo sorrir com aquela sensação de amor verdadeiro.
— Eu te amo minha filha!!!! - e nada mais precisava ser dito naquele momento que era único para eles dois...
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