LONGE DALI...

Afonso entrou no carro e olhou bem para a cara de Osvaldo e sem temer a reação dele sentou um tapa em sua cara com toda a força de seu ser estava com ódio dele e Osvaldo nem conseguiu reagir de tão surpreso que ficou.

— Ficou louco? - falou depois de alguns minutos em choque.

— Louco ficou você se perder Victória para aquele doutorzinho!!! - falou logo apontando o dedo bem no meio da cara dele.

Osvaldo sentiu o sangue ferver o que ele estava querendo dizer com aquilo? Sentiu uma pontada em suas costas já era louco de ciúmes de Victória e aquelas palavras não ajudavam em nada.

— O que quer dizer com isso?

— Que Victória está debaixo de outro homem que não é você!!! - foi rude com suas palavras e o olhar de Osvaldo ficou negro no mesmo momento...

Como aquele maldito velho podia dizer aquilo sem se importar com as consequências que viriam dali? Não podia ser verdade que ele estava colocando a própria filha no fogo. Osvaldo não conseguia acreditar que ele estava ali para envenenar ainda mais o ciúmes que sentia de Victória, ou melhor, poderia sim já que tinha sido o mesmo a apresentar Victória para ele indiretamente.

Afonso não tinha escrúpulos quando o assunto era dinheiro e por esse motivo tinha feito com que Osvaldo ficasse próximo a Victória e assim pudesse ter o que queria, mostrou a ele como "domar" Victória para que pudessem ter acesso a sua fortuna. Mas parecia que o plano deles estava indo por água a baixo já que Heriberto vinha tomando um espaço na vida de Victória que ninguém esperava.

Os dois tinham chegado muito longe para que perdessem tudo por causa de um maldito padrinho. Afonso respirou fundo percebendo que ele não falaria nada e completou.

— Eu achei que dando um susto nele o afastaria dela, mas pelo contrário, ele está lá junto a Victória e você nos confins do inferno fazendo não sei que merda. - falou com raiva.

— Eu estava trabalhando. - retrucou com raiva.

— Um trabalho de bicha é esse que tem!!! - falou preconceituoso. - Esses filmes que faz são tudo para esses homens que não são homens. - falou com nojo.

— Se não tem nada mais a me dizer pode sair do meu carro. - se irritou com o comentário dele, não iria permitir que ele falasse mal de sua vida como ator.

— A verdade não deveria doer tanto. - não tinha um pingo de sentimentos por ninguém. - Acho bom você resolver esse problema ou eu acabo com você. - ameaçou e saiu do carro sumindo em meio a escuridão.

Osvaldo apertou o volante cheio de ódio, não queria acreditar nas palavras dele, mas também sabia que ele estava deixando Victória muito tempo "solta" e que por esse motivo ela tinha adiado o casamento, ele tinha que ser esperto ou acabaria perdendo tudo. Ligou seu carro e saiu dali sem rumo certo.

(...)

Victória e Julia tiveram um jantar maravilhoso e ao sair do restaurante ela abraçou sua mãe com todo seu amor.

— Mamãe, vamos para minha casa? - falou querendo mais atenção dela. - Eu preciso tanto da senhora comigo. - estava mais carente e queria que sua mãe estivesse a seu lado.

Júlia se agarrou ainda mais a sua menina e sentiu seu cheiro, tinha passado tanto tempo longe dela por conta do marido que era claro que queria estar com sua menina por mais tempo. Ela beijou os cabelos de sua menina e se afastou tocando o rosto dela.

— Quer dormir com a mamãe? - falou sorrindo.

— Eu quero muito, mãe. - falou toda manhosa.

Júlia sorriu para sua menina e segurou em sua mão e as duas foram para o carro, dali ela ligou para o marido que não gostou nada daquela história, mas não podia fazer nada naquele momento e as duas foram para casa. Quando chegaram as duas tomaram banho e deitaram na cama, Victória logo se alinhou nos braços de sua mãe e suspirou ali era o seu mundo.

— Obrigada por ficar mamãe. - estava toda carinhosa.

— Meu amor, eu te amo e sempre vou estar aqui para você. - alinhou mais sua menina em seus braços. - Vamos descansar que o dia foi longo para nós duas.

Victória sorriu e depois de um beijo ficou ali sentindo o bater do coração de sua mãe até pegar no sono. Julia acarinhou, beijou sua menina e ouviu seu celular tocar, o pegou e sorriu atendendo, saiu com calma da cama e foi à janela.

— Oi... - falou manhosa.

— Estou sentindo sua falta. - falou com a voz cheia de amor. - Amanhã você vem?

Ela sorriu como uma menina e olhou para trás para ver se Victória tinha se movido e o respondeu.

— Amanhã estarei aí. - olhou para frente novamente. - Eu preciso desligar. Te amo.

— Eu também te amo muito Julia. - eles desligaram depois de um suspiro e ela voltou para a cama sorrindo e agarrou sua menina novamente deixando que o sono viesse para ela também...

(...)

NO OUTRO DIA...

A porta se abriu e Heriberto foi recebido por um lindo sorriso estava feliz por vê-lo novamente e nem esperou apenas o agarrou em um abraço apertado dando dois tapas em suas costas e gargalhou.

— Até que enfim malcriado. - falou rindo assim que o soltou.

— Padrinho, me perdoe, mas aconteceram tantas coisas por esses dias. - entrou quando ele deu passagem.

— Isso tem cheiro de mulher! - começou a rir e o viu rir também. - Eu sabia. - deu um "peteleco" em sua cabeça. - Tem que arrumar uma mulher pra cuidar de você, você já não é mais um menino.

Heriberto gargalhou e sentou no sofá.

— Padrinho, estou com fome. - falou que nem criança. - Sai do hotel cedo para estar aqui com você.

Ângelo sorriu com o jeito dele e negou com a cabeça, ele sempre fugia do assunto e parecia uma criança quando se viam.

— Vem meu bebê. - estendeu a mão para ele. - A empregada acabou de colocar a mesa.

Heriberto agradeceu aos céus e levantou indo junto a ele para a mesa e sentaram. Fazia mais de dois anos que não se viam e ele estava com saudades de ter a por perto a pessoa que o consagrou como médico.

— Agora me conte o que anda fazendo? - começou a se servir.

— Eu estou apaixonado e acho que encontrei a mulher que tanto diz. - foi direto com um sorriso mais lindo do mundo ao lembrar-se de Victória. - Ela é a mulher mais perfeita que já conheci em toda minha vida.

— Pelo jeito o cupido te fisgou mesmo. - riu. - Qual o nome da mulher que por fim conseguiu fisgar seu coração? - amava tanto seu menino que já não era assim tão menino.

— Victória... Victória Sandoval. - sorriu feito um bobo novamente o simples mencionar do nome dela deixava seu dia ainda mais perfeito.

Ângelo que tomava um gole de seu suco engasgou com aquela notícia e Heriberto levantou no mesmo indo a ele que tossia quase sem conseguir respirar direito e ele se preocupou tentando o ajudar e do nada ela surgiu ali para eles e Heriberto estranhou.

— Júlia?

E ela ficou branca...