17 Anos – Harry Potter

Minha cabeça estava um turbilhão depois de prestar os NIEM's, fui direto para o salão comunal da Sonserina esperar os outros aparecerem.

Apesar dos exames de níveis elevados eu estava confiante, não posso ter que passar a noite toda estudando com Draco à toa, ainda mais correndo risco dele acordar mal-humorado de manhã. Odeio Poções.

Passei meus olhos pelo salão e os outros alunos estavam por ali conversando, seja dos deveres excessivo ou dos jogos de Quadribol, apenas para passar o tempo despreocupados.

Lembro como se fosse ontem de quando vim para a Sonserina, as masmorras me deixaram um pouco acanhado, mesmo com Draco me apoiando e eu o apoiando de volta. Alguns cochichavam e me olhavam, comentando sobre quem eu era e se perguntavam o que eu fazia ali.

Nem eu sabia o que estava fazendo ali, mas meu melhor amigo de infância estava lá, meu pai de criação era de lá, que mal poderia haver?

Fui me acostumando aos ambientes assim como Draco, com papai de vez em quando nos dando conselhos.

Eu acho engraçado as diversas facetas de papai, ora ele é conselheiro, dá dicas, está preocupado e se deixa abrir. Em outras ele é mais fechado e sarcástico, mas desde pequeno aprendi a compreender cada pequena parte da personalidade volúvel dele, que eu sei ser para se defender de dores sentimentais.

Contra todas as possibilidades ruins e fofocas, Severo Snape foi um bom pai, e recluso também, devo dizer. Várias vezes perguntei se ele não se apaixonou por alguém, se era por ter cuidado de mim. Ele abanava a mão e desconversava, dizendo que “sentimentos são bobos”. Mas não sei se é impressão minha, mas desde que tio Remo tirou férias de suas aulas de DCAT para ficar com Tonks e Teddy (sua esposa e seu filho) ele anda tendo muitos assuntos com a nova professora de DCAT, quando comentei isso com Draco ele me mandou parar de ser fofoqueiro.

Blasfêmia!

Talvez um pouco, mas isso é culpa do padrinho, se tio Sirius é alguma coisa ele é um fofoqueiro, acho que ele cansou de fazer outras coisas e se especializou em fofocas.

— O que essa cabeça de vento está pensando? — Draco perguntou, deitando no sofá e encostando a cabeça em minhas pernas.

— Não tenho cabeça de vento. — retruquei, acariciando seus cabelos loiro platinados.

Olhar seus olhos cinzas me fez me perder um pouco no raciocínio.

Uma coisa que todos achavam estranho era um Potter e um Malfoy melhores amigos, ainda mais melhores amigos que toda hora alfinetava um ao outro. Mas era um costume, crescemos juntos nos vendo sempre que podíamos (ou que papai não sabia o que fazer e ia perguntar pra tia Narcisa) e ao mesmo tempo não éramos amigos “fofos”, como eu e Rony. Éramos mais fogo e gasolina, esperando o momento certo de serem juntados e explodirmos.

Acho que graças a isso nós subimos um patamar, de repente estávamos um apaixonado pelo outro, o que seria motivo de piada para muitos. Mas em algum momento as coisas mudaram, eu sentia ciúmes de Draco. Eu dizia para mim mesmo que estava com medo dele namorar e me deixar de lado, mas não era, eu estava com ciúmes porque eu o queria.

Eu dava um jeito de fazer o pretendente saber que deveria se afastar dele, ao mesmo tempo que tinha o cuidado de não me entregar, como um Sonserino faz, como diz o papai: “Pode fazer o que quiser, mas um sonserino não se deixa ser pego.”

Mas em uma das vezes deu errado, Draco ficou furioso e veio me confrontar, como o esperando quando o fogo e a gasolina se juntaram a coisa toda explodiu, onde joguei na cara dele que eu estava apaixonado e tudo o mais, fazendo ele ficar chocado, mas ainda levado pelo calor do momento tirei coragem que nem sei de onde (talvez do sangue Grifinório) para beijá-lo, e se já não bastasse me perder em seus olhos cinzas eu também estava viciado em sua boca, mesmo sendo a primeira vez estava sedento por mais.

Porém, passei bons 3 dias levando o gelo dele, que pareceu ter ficado perdido.

Mas não aguentei muito tempo longe, nem ele, uma vez que nos encontramos no meio do caminho e nos deixamos levar pelos sentimentos loucos e hormônios adolescentes (papai que não saiba). Ficamos duas semanas namorando escondido até que papai me chamou para uma conversa (na qual enquanto eu me desesperava ele se divertia) e eu contei. Draco ficou aliviado, só faltaria ele dizer para seus pais e tudo bem. Mas aí na manhã seguinte ele tinha que ter visto uma garota do quinto ano dando em cima de mim e ficar de mau humor, dizendo que eu estava dando atenção (descobri depois que ele só estava estressado com os NOM's), então subi na mesa disse em alto e bom tom que estávamos namorando, deixando ele mais furioso ainda. Recebi uma carta de felicitações de tia Narcisa, pedindo que eu cuidasse de Draco, enquanto tio Lúcio foi mais legal ainda, mandando um berrador que fez os alunos rirem de mim por semanas.

— Eu tenho medo de quando você pensa demais, Potter, pode forçar a sua mente. — Draco provocou.

— Ora essa, você é a serpente deitada em cima de mim e que namora esse cara. — respondi.

— Eu não sei onde estava com a cabeça, talvez eu deva repensar minhas decisões. — rebateu.

Me abaixei até ele e o beijei.

— Você viu se o papai realmente está interessado na professora? — perguntei, fazendo ele bufar.

— Se está tão interessado assim pergunta para ele, Harry. Não sei se você sabe mas eu não sou o conselheiro dele.

— Mas é o afilhado.

— Você é o filho. — Ele respondeu, arqueando a sobrancelha.

Droga, ele está certo.

— Certo, eu vou ter que me afundar em dúvida. Mais fácil eu derrotar algo de sete vidas do que fazer Severo Snape falar sobre sentimentos.

— Em compensação você é um livro aberto, não?

— O que eu posso fazer? É o meu charme. — respondi, dando de ombros.

— Nossa, você é tão...

— Lindo?

— Idiota. — respondeu, rindo da minha careta.

— Um idiota que você ama.

— Sim, fazer o quê? Amo mesmo. — falou, rindo.

— Eu amo você também. — respondi, roubando outro beijo.

Eu não sei o que teria acontecido se eu tivesse ficado com meus tios, ou até mesmo se tivesse sido criado pelo padrinho. Mas eu sei que papai Severo fez um bom trabalho, pelo menos eu acho.

Apesar de nunca ter cuidado de crianças ele quis tentar me criar, e deu o seu melhor. Sei que foi por ter sido apaixonado por mamãe e por ela ser sua melhor amiga, mas mesmo assim ele não era obrigado. Mesmo depois de mortos, sentia que papai Tiago e mamãe ainda davam um jeitinho de me guiar para os meus caminhos, e espero ajudar tanto as pessoas quanto eles quando for um medimago formado, e por que não posso ter meu próprio pocionista loiro para ajudar?

Papai Severo tem todo o seu crédito por todo o apoio que me deu, e sei que dará. Se ele precisar de ajuda com a professora posso ser um ótimo cupido. Isso porque amo papai Severo.