Venha Comigo. vol 2: Onde Está o Doutor escrita por Cassiano Souza


Capítulo 7
Antes


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo será uma explicação, mas uma explicação vista, e não contada, com coisas da série clássica, universo expandido e originais também. E por culpa deste capítulo tive que mudar a classificação da história, foi de 13+ para 16+, e olha que dei uma aliviada bem grande, porque eu estava planejando algo bem brutal na verdade, mas aí enxuguei bastante porque não estava nada Doctor Who. E tem muita referência da série aqui. Boa leitura.



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Em um posto de gasolina em uma rodovia que seguia para a área de Sharp Park e cortava a região de Pacifica, o Doutor e Grace esperavam alguém, impacientes, franzindo as vistas pelo o sol intenso da manhã, e recostados na cabine azul.

— Ah! Eu sabia que não seria uma boa ideia. - Diz Grace. - Você diz primeiro que me fará panquecas, e em seguida, já está há uma semana em minha casa! Fuçando coisas na internet e conversando com uma possível maníaca chamada senhora Sherlock?!

— É Holmes!

— Não quero saber, é uma maníaca mesmo assim.

— Como pode saber que ela é uma maníaca?

— Nome falso, histórias malucas, e conversa como se já o-conhecesse.

— Nós podemos nos conhecer, conheço muita gente! Adivinhe quem foi Robin Hood. E além disso, já estou pensando em adiciona-la no Facebook.

— O que é Facebook?

— Spoilers. - Avisou. 

— Isso se refere ao termo espólio?

— Também.

— Você fala coisas estranhas.

— Não, você é que é humana.

E roubando a atenção de Grace e do Doutor, chegava agora próximo deles uma estranha van acinzentada, e de janelas totalmente escuras.

— Veja só, Grace! - Animou-se o Doutor. 

— O que, a senhora Sherlock? - Perguntou a acompanhante. 

— Não! Uma van dos anos 70! O seu dono tem bom gosto, mas eu não gostei das cores.

A porta da van se abre. 

— É porque você é alienígena. - Responde uma senhora, saindo do veículo.

— Não. - Pronuncia o Doutor abobado.

— Sim! - Corresponde alegre, a senhora.

— Dodo! - Encontravam-se em um enorme abraço.

— Vocês já se conhecem?! - Pergunta Grace. – Como você sempre conhece todo mundo? Bom, pelo menos já sei que é do bem.

— Esta, Grace, é a Dorothea, e Dorothea, esta é a Grace.

— Prazer, nos conhecemos há muito tempo, sou das antigas. - Se apresenta Dorothea. - E uma coisa, Doutor, nunca use o meu nome!

— E por que não? É um lindo nome! A única coisa de errado aqui é você estar viva! Por que está viva? Eu fui ao seu funeral!

— Tem gente olhando, vão pensar que saímos de um hospício, sabia? - Avisa Grace.

— Grace, a vida é um hospício. E além de viva, a Dodo continua baixinha.

— Sim, a fase de crescimento humano tem limites. - Justifica Dodo. - Mas pior do que morrer, você me abandonou! 

— Para o seu próprio bem, e você me abandonou logo em seguida!

— Mas você me abandonou primeiro!

— Começo a pensar no meu futuro. - Diz Grace.

— Dodo, muitas coisas aconteceram comigo e com certeza com você também. - Corresponde o Senhor do Tempo. - Mas... Está magoada comigo?

— Não! - Negou Dodo. - E não faça essa cara, para onde foi o velho ranzinza? Está mais jovem agora, e você sai mudando de rosto por aí e nem me conta nada. Vamos para a lanchonete, temos muito o que conversar.

— Vamos! Tomaremos milk-shakes e comeremos cachorros-quentes. A Grace paga. 

— Eu?! Você é quem está convidando! - Murmura a ruiva. 

— Eu sei, ele é sempre assim. - Cochicha Dodo. - Nunca teve dinheiro, e nunca gastou um centavo do seu salário. 

— E desde quando ele tem salário?

— Desde o trabalho dele. Ou você acha que ele apenas anda por aí sem rumo e fazendo promessas às garotas?

— Bem, foi assim que ele me convenceu!

***

Já na lanchonete do posto, o Doutor, Grace e Dodo lanchavam em uma mesa próxima à janela, e com um laptop, Dodo se mantinha distraída.

— Doutor, você está se sujando todo. - Reclama Grace.

— Grace, esses alimentos do seu planeta são muito errados, a culpa é deles. - Justificou-se. - Por que não nos deram talheres?

— Porque isso é cachorro-quente! Errado seria come-lo com talher.

— E essa sua roupa, Doutor, do que está fantasiado? - Pergunta Dodo.

— Fantasiado? Isso é pura elegância! - Abismou-se o alienígena. 

— Mas na verdade foi roubado e não tinham outras escolhas. - Revela Grace.

— Sempre é assim. - Lamenta Dodo. - Agora tenho certeza de que ele é alienígena, Grace.

— São humanas, não possuem bom gosto. - Defendeu-se o homem. - E você, o que tanto vê nesse seu... Aparelho “avançado”?

— Coisas, estou quase lá. E ele é sim avançado, acredito em nossa capacidade.

— Você encontrou o Doutor pela internet, então é isso que você faz? Investigar conspirações? - Pergunta Grace.

— Exato. Ando por aí farejando ameaças globais, divulgando elas, e tentando detê-las sem chamar atenção. 

— Quando começou isso? - Pergunta o Doutor. – Não imaginei esse destino.

— E por que não? Só por que tenho 1 e 65? Saiba que eu estou muito bem preparada para o mundo.

— Eu sei, minha querida criança. - Diz o Doutor, com um brilho emotivo, e Grace e Dodo não seguravam a risada. – O que foi? - O Senhor do Tempo não entendeu a algazarra. 

— Faz séculos que não ouço isso. - Diz Dodo.

— Faz séculos que eu não falo.

— Vendo vocês dois conversando, eu não consigo acreditar naquilo que disseram. Um abandonou o outro? - Questiona Grace, incrédula.

— A minha cabeça estava horrível, mas não foi uma ressaca! - Explica Dodo. - Foi um inimigo, usou a minha mente, e isso afetou a minha saúde. O Doutor me mandou para casa, e eu escolhi não voltar para trás.

— E depois?

— E depois... Acabei perdendo a minha memória, ficando com mais ressaca, perdi a minha tia, e até morei na rua.

— Eu sinto muito. - Lamenta o Doutor, cheio de peso.

— Eu sei, mas tudo isso ainda teve um lado bom! Quase tive o meu juízo frito totalmente por uma inteligência artificial, mas... Adquiri uma enorme capacidade em mexer com tecnologia e essas coisas modernas. - Pisca para Grace.

— E fez uma bela limonada com o seu limão? - Grace Tenta concluir.

— Sim, eu e a UNIT, me recrutaram graças a isto.

— Quem é a UNIT?

— Os chefes do Doutor.

— Para ter chefes não se precisa antes de um trabalho?

— Eu tinha trabalho! - Avisa o Doutor.

— E o que era? Taxista temporal?

— Grace, não existem taxistas temporais. Não ligue, Dodo, eu não sei de onde ela tira essas coisas.

— Ele era cientista, representante, outras coisas e um quebrador de caras. - Revela a outra. 

— Quebrador?! - Grace não conseguia esconder o espanto. 

— Só quando necessário! Eu tentava dialogar, mas eles não queriam me ouvir. - defende-se o extraterrestre. - Mas, continue, Dorothea.

— Sim. Ei! Mas enfim... - Continuou ela. - Missões e mais missões vinham para mim, fiquei muito grande e... Muitas coisas aconteceram.

— Mas a sua vida não foi só isso, foi? - Indaga o Doutor. – E a família, teve um senhor Dodo? Ou... Senhora?

— Bem, não quero falar sobre isso. - Desviou o seu olhar, existia alguém sim em sua vida, mas isto, era algo que a incomodava quando tocado. – Porém, tenho um cara para mostra-los. - Vira o laptop para o Doutor e Grace. – Tem um belo cavanhaque, não é? Pena que já está branco. Senhor Félix, mas é só um nome falso.

— E essa é a nova missão que te deram? - Pergunta Grace.

— Não, ninguém me dá mais missões! Atuo sozinha, somos mulheres, somos independentes.

— E a ilegalidade? - Aponta o Doutor.

— Não é crime ser feminista. E eu e o Brigadeiro vivemos discutindo, eu já estava fora dos planos, mas ele sempre entendeu o porquê que me levava a continuar.

— E o que era?

— Quero mudar de assunto. - Respirou diferente. 

— Ok, senhora misteriosa! Enfim, você me disse que Félix tem algo que não devia ter.

— Sim, algo terrível, só não sei para o que serve!

— Já esperava.

— Mas e vocês, topam vir comigo? Eu te convoquei porque sabia que este caso poderia ser algo maior, mas acho que você já está velho, não deve ter mais idade para isso.

— Eu só tenho uma coisa a te dizer; eu sou jovem! E você, minha sócia Grace, o que me diz?

— Não sei, é uma nova missão, vamos lá. - Topou a "sócia".

***

E através da TARDIS, partiam para o covil de Félix, uma grande estrutura futurista em uma área próxima ao parque Marin Headlands. E em uma despensa de itens de limpeza, um estranho som assustava os ratos, e logo a sua porta se abria. Mas, no lado de fora, uma enorme galeria, e repletas de várias coisas estranhas, curiosas e interessantes.

— Esperem! - Diz Dodo, saindo cautelosa da TARDIS. – Checagem ambiental, tinha saudades disso! Podem vir.

— Eu e o Doutor nunca fizemos isso antes! - Saía Grace e o Doutor.

— E ele está maluco? E se parássemos em Marte? Não morreríamos com o dióxido de carbono?

— Bem, acho que ele é profissional agora, acertamos 50% dos destinos das viagens.

— Então houve mesmo um avanço, no meu tempo não acertávamos nem 5%!

— Como vocês duas conseguem tagarelar vendo tudo isto em suas frentes?! - O Doutor se aproximava das peças. – Não é fantástico?!

— Realmente é impressionante. O que é? É um museu? - Pergunta Grace, olhando envolta. – E o alarme vermelho? Tem um alarme vermelho? Sempre tem um alarme vermelho.

— A TARDIS está cuidando disso. E malva é que seria "perigo", vermelho é só acampar!

— E também não, Grace, isso não é um museu. Félix é um homem ambicioso. - Completa Dodo. – Estes são os objetos que ele catalogou ou pretende catalogar.

— E o que há de mal nisso? É exemplar para mim.

— Sim, porém, com intenções hostis. Tudo o que ele faz é por um motivo maior, uma ambição seguida de tragédias. E a sua nova peça acho que não é da Terra.

— Você quer dizer tecnologia alienígena?

— Sim, e perigosa.

— E como ele a conseguiu?

— Boa pergunta. Eu não sei.

— Mas eu sei. - Responde o Doutor, parando embasbacado frente a um objeto estranho dentro em uma caixa vidro. – Grace, ele está aqui.

— Quem? - Se aproxima a ruiva.

— Aquele nosso velho amigo, lembra? - Se referia a peça. – Ele tem muitos nomes, o Castigador de Vidas, o Juiz das Estrelas, O Ditador Solitário, mas, o povo do meu mundo conhece ele mais como... O Puritano Cego.

— Não foi impressionante para mim! Mas é desse objeto que eu estava falando. - Diz Dodo, e retira uma arma de sua blusa.

A peça tão encarada, era um estranho objeto muito parecido com uma escultura talvez, uma escultura modernista, porém, com alguns botões coloridos e uma espécie de abóbada esférica em cima, e que transparecia um certo brilho chamativo.

— Dodo! Você está usando uma arma?! - Se surpreende o Doutor.

— Faz parte do trabalho! Não me orgulho, mas pergunte a um policial ou a um soldado como ele se sairia sem uma dessas, nem sempre podemos fazer aquilo o que achamos certo. E estou acostumada, já fiz muito do que não aprovaria.

— O quê? - Pergunta calmo.

— Não seria fácil falar, assim como não seria fácil ver você ouvir. Imagine apenas.

— Mas eu não entendo. - Diz Grace observando curiosa. – Você e eu estávamos fugindo dos Minocrisos, tínhamos tomado isso deles, e depois tivemos que devolver. O que ele faz aqui?

— Vocês tomaram ele dos alienígenas e depois devolveram ele para os alienígenas?! Não me pareceu muito inteligente. - Comenta Dodo.

— Sim, mas foi porque o Doutor disse que eles estavam linkados à TARDIS, e assim poderiam nos seguir por todo o espaço-tempo, até sermos pegos, e a TARDIS já estava muito abalada. Então, nós devolvemos isso a eles, mas, passamos o sinal deles para uns rinocerontes armados.

— Isso é alguma gíria jovem?

— Grace está falando dos Judoons, uma Scotland Yard espacial. - Explica do doutor. - E os Minocrisos teriam o que queriam, mas seriam perseguidos até a morte, foi a alternativa que tínhamos! E sim, foi humilhante, mas comemos panquecas depois.

— E então para escaparem esconderam o Puritano aqui na Terra? Por que sempre aqui? - Indaga Grace, meio pessoal.

— Porque, Grace, este seu planeta parece ter um imã de catástrofes. Não sei por que todos se atraem tanto por ele! Mas, o Puritano deve estar aqui há milhões de anos, deve ter passado por muitas mãos. Por sorte vocês não sabem o que ele faz!

— E o que ele faz? Sei que é perigoso por ser tecnologia dos Antigos, mas não sei até onde vai o seu poder. - Comenta Dodo.

— O seu poder, Dodo, é enorme. Os Minocrisos acharam ele nas ruínas do mundo da antiga era, um dos planetas de sangue descendente dos Antigos.

— Estou perdida. - Diz Grace. – Quem são “Os Antigos”?!

— Uma linhagem de seres tão poderosos e antigos que poderiam ser chamados ou considerados deuses. - Explica Dodo. - As suas artimanhas vão além da imaginação, e eu e o Doutor já enfrentamos um deles, o Artesão Celestial.

— Mesmo já tendo o-enfrentado... Você parece saber mais do que devia! - Nota o Doutor. – Por acaso também roubou os arquivos que deixei na UNIT?

— Roubei, algum problema?

— Nenhum, só espero que não tenha achado o mapa para o Eldorado.

— Na verdade achei.

— Vocês são malucos. - Determina Grace, convicta. - Mas continuando, o que essa máquina faz exatamente?

— Os nomes dela dizem tudo. Mas explicando melhor... - Explica o Doutor. – Ela era uma ferramenta de opressão que os líderes do povo do mundo da antiga era usavam para dominar as massas populacionais dos cosmos. Medo e poder estavam em uma batalha constante.

— Já enfrentei muitas batalhas assim. - Diz Dodo.

— Mas como eles faziam isso? Ela mata pessoas? - Continua Grace.

— Não, se fosse assim seria mais fácil. - Lamenta o Senhor do Tempo. - O que ela faz é remover indivíduos da vida, elimina-los da história, e endireitar todo o espaço-tempo, conforme o seu desaparecimento.

— Isso é horrível. - Diz Dodo. – Arrancar alguém da vida?

— Não qualquer alguém.

— Quem então? - Pergunta Grace.

— Alguém de quem... Você goste muito. Já pensaram nisso? Alguém muito próximo ser lançado para fora da sua vida?

Grace não parecia tão pensante sobre a pergunta, mas Dodo... Havia tomado um abatimento total com aquela questão.

— Mas mais do que isso, ele ainda lhe comprime no tempo, faz você voltar até poucas horas onde aquela pessoa deveria ter entrado em sua história. - Continua o Doutor. 

— E para que tudo isso? Lhe tomar alguém Já não é o bastante? - Indaga Garce.

— É um aparelho de tortura, Grace, lhe fazer viver os dias perdidos serve como um castigo a mais. E por isso é chamado de o Puritano, é uma máquina semi-consciente! Vasculha milhões de vidas e então escolhe alguns indivíduos para serem castigados, usando como motivo algo que ele considere como... “Pecado”, erro, ou coisas assim.

Grace toma um olhar aflito, e Dodo, um olhar distante.

— Então... É isso que ela faz, interessante. - Comenta uma voz masculina mais velha. – Faz horas que eu estou aqui, mas, não entendo por que os alarmes não se acionaram.

— Quem disse isso? - Pergunta o Doutor, olhando envolta.

— Eu disse isso!

— Eu quem?

— Ele! - As amigas apontavam.

— Eu, doutor Félix. - Surge um senhor de terno, gravata cavanhaque, e cabelos brancos. - Mas, senhor Félix para as gentalhas.

— Ah! Você é o cara da foto. Admito, não sei quem você seja.

— Hum... Cientista, pesquisador, professor, empresário, e um arqueólogo que trabalhou por mais de 40 anos no instituto Smithsonian!

— Não, nunca ouvi falar. Já fez algo de útil?

— Ora!

— Se esqueceu de falar também, senhor Félix, sobre os seus experimentos obscuros do passado, envolvendo tecnologia alienígena, e experimentos com pessoas, pessoas que acabaram morrendo. - Revela Dodo.

— E quem você é?

— Senhora Holmes.

— A víbora da internet?!

— Não! Eu sou uma gata! Silenciosa, charmosa e feroz. Tome cuidado, pois entramos aqui... Você não tem uma boa segurança.

No entanto, Félix dá uma piscada para ela. Dodo surpreende-se: 

— O que foi isso? Aviso que você não faz o meu tipo.

— Não pisquei para você! Pisquei para os meus homens. E você é que não faz o meu tipo!

E por uma porta logo atrás das peças de onde estava o trio, quatro homens armados e de terno entravam agora na galeria, e se posicionavam próximos a Félix, com as suas armas apontadas aos amigos. Dodo, joga a sua arma para trás.

— Já era assim no seu tempo? - Pergunta Grace a Dodo, e colocam as mãos para cima.

— Sim.

— Primeiro... Lugares maravilhosos e todo o glamour do universo, e depois, correria e “mãos ao alto”?

— É, algumas coisas nunca mudam.

— Caladas! - Ordena Félix. – Estão debaixo do meu teto, e sobre o meu chão. - Olhava para o trio. – São meus, se morrerem aqui ninguém saberá. São ladrões? O que vieram roubar? O meu artefato?

— O “seu” artefato, senhor Félix. - Dizia o Doutor. – Não é deste mundo, é algo muito poderoso e perigoso, você não pode possui-lo.

— "Não posso"?! Quem você pensa que é?

— Eu não penso, eu sou. Eu sou o Doutor.

— Doutor quem? Nunca ouvi falar. Acho que não seja famoso.

— E agradeço por isso.

— Mas ouvi você falar. Falar sobre o artefato, disse que é uma ferramenta usada para causar espanto, admiração e demonstrar poder. Eu desejo tudo isso.

— Deseja? E como vai conseguir? - Pergunta Dodo.

— O Doutor me mostrará.

— Mas para o quê você quer mais poder? - Pergunta Grace. – Eu e o Doutor já conhecemos gente de todos os tipos, já vimos todos os tipos de ambições, qual é a sua?

— Eu quero... - Se calava pensativo, ele era de fato um homem poderoso, e desejava mais poder, mas para o quê? Existia algum motivo mais profundo, ou tudo isto era a pura podridão da superficialidade humana?

— Responda a Grace. - Pede o Doutor. – Para quê tanto poder? Já não tem as suas ações, institutos, projetos, posses, contas gordas e coisas de humanos? Já não tem um nome, senhor Félix? - Encarava de olhos firmes.

— Já sei o que pretendem. - Diz Félix. – Querem me arrancar alguma história triste, não é? Para isso, só tenho uma coisa a dizer; eu não tenho histórias tristes! - Avisa pausadamente. – Mas, se querem tanto uma, terei prazer em concede-la. - Tomou uma das armas de um de seus homens.

— O que fará com isso?

— Acalme-se, Doutor, só quero testar o “Puritano”, sempre sonhei em mudar o mundo, e hoje, será o dia.

E indo até Dodo e puxando-a pelo braço, apontava-lhe a arma para o seu peito.

— Não reaja, Doutor. - Pede Dodo, notando os olhos raivosos do amigo.

— Deixe a minha amiga em paz! - Ordena o Senhor do Tempo, e Grace também permanecia chocada.

— É claro que eu deixarei, mesmo odiando-a. Porém, preciso da sua colaboração. - Propõe Felix.

O Doutor encarava calado. o velho prossegue:

— Me explique como se usa o objeto.

— Não. - Nega o extraterrestre. 

— "Não"?! Como "não"? Posso matar primeiro uma de suas comparsas, e em seguida acabar com a outra.

— Não conte, Doutor! - Pede Dodo. – Não se importe comigo.

— Como eu não me importaria com você? - Possuía aflição nos olhos, o homem de Gallifrey. 

— Então conte, mostre para mim. Não quer ela viva? Fale para mim, Doutor. - Insistia Felix. 

— Não.

— Certeza?

— Sim.

— Então já chega.

— Não faça isso! - Suplica Grace.

— Calada! Você será a próxima.

E assim, disparava em Dodo. O Doutor e Grace, permaneciam estáticos com a cena. E enquanto percebiam o sorriso despretensioso de Felix, eram obrigados a ver o corpo da pobre colega cair estirado no chão. E logo, corre o Doutor para os seus braços:

— Dodo?! Fale comigo.

— Doeu. - Diz ela. Os dois sorriam. – Já levei outros tiros antes, mas eu não tinha nenhum doutor comigo.

— Você tem dois aqui.

— Você e Felix?

— Eu e Grace. - Grace permanecia de onde estava.

— Ah sim, a Grace. Por falar nisso, você já está pronta?

— Muito. - Responde Grace, confiante.

— Do que estão falando?! - Indaga Felix confuso. – Estão tramando alguma coisa?

— Mas que pergunta obvia! - Diz Dodo. – É claro que sim! Você acha mesmo que eu trabalho sem um colete a prova de balas?!

— Me enganaram?!

— Outra pergunta obvia! Você acha que não tínhamos um plano B? Agora é a sua vez, Doutor.

E apontando a chave de fenda sônica para cima, todas as luzes da galeria desligam-se, restando apenas um enorme breu. Dentro desta enorme treva, Grace já havia se posicionado conforme o combinado, e apanhando o Juiz das Estrelas, corria ela em direção de onde vieram, com ajuda de uma lanterna. E Dodo, se levantando depressa, empurra Felix no chão, e prossegue embora junto com o Doutor, mas, derramando no chão uma substancia de um frasco que retirou de seu casaco, que fazia com que os capangas de Felix acabassem caindo.

— Abaixem! - Grita o Doutor, correndo agachado, enquanto os homens de Felix começavam a disparar.

— Não disparem! - Ordena Felix, ainda caído. – Poderão danificar as minhas peças!

E já chegando na dispensa pela qual chegaram, emergia o time TARDIS na cabine azul.

***

— Conseguimos! Acho que vou largar o hospital e me tornar também uma... O que você é mesmo? - Pergunta Grace a Dodo.

— Pilantra do bem, o Doutor também é um. - Acusa Dodo. 

O Doutor, manuseava o console, mas, a TARDIS parecia não estar respondendo. O seu típico som de viagem acabava se manifestando, porém, nada de desmaterialização.

— Tem algo errado. - Diz o Senhor do Tempo

— Sempre ouço esta frase, já devia ser este o seu bordão. O que foi dessa vez? - Pergunta Grace preocupada.

— Grace, temo que terei de contar a vocês algo não muito agradável.

— Hum... - As duas colegas trocam olhares.

— Estamos encalhados.

— O quê?!

— No meu tempo não era assim. - Provoca Dodo.

— É, eu sei, mas não confundam as coisas, quero dizer que estamos presos aqui de uma forma inteligente e chata, e não sem namorados. - Esclarece o Doutor. - Existe uma ancora temporal impossibilitando a TARDIS de ir embora.

— Mas nós conseguimos entrar! - Diz Grace.

— Sim, mas como eu disse, “ancora”, qualquer movimentação espaço-temporal de um corpo é impedida automaticamente. Nem manipuladores de vórtex funcionariam.

— E de onde veio essa ancora do tempo? - Indaga Dodo

— Dorothea, você é quem devia responder isso! Por que não me avisou que Félix possuía este tipo de coisa?

— Eu sabia que ele explorava engenharia extraterrestre, mas não que a-usava no prédio!

— Mas e agora, ficaremos aqui para sempre? - Temeu Grace. 

— Não, Grace. - Responde o Doutor, desconsolado. – Não podemos ficar aqui para sempre, a geladeira está vazia! Nunca poderíamos ficar aqui, por isso estou na sua casa. - Partia para a porta.

— Para onde vai?

— Quem sabe para o War Memorial Opera House?

— Isso é um teatro!

— Sim, sabe em quem eu me inspiro?

E partindo para fora da nave, o Doutor encontrava-se agora com Felix e os seus homens, já de frente da caixa. E atrás da porta, Grace e Dodo ouviam toda a conversa.

— Oi doutor, Felix. 

— Olá.

— Você tem uma ancora temporal.

— Você tem algo que eu quero.

— Quer, mas não pode ter.

— E por que não? Sabe ao menos o que eu pretendo com ele?

— Não, mas imagino. Já conheci todos os tipos de pessoas, todos os tipos de humanos, você não é diferente.

— “Humanos”? Então você é um alienígena. Mas saiba que não é o primeiro que eu conheço, e nem o primeiro que eu elimino.

— Você tem muitos diplomas, muitos conhecimentos, e uma longa vida. O que você ambiciona?

— A mudança.

— De quê? Do mundo?

— Sim.

— Como? Matando pessoas, tentando usar as armas do fim do cosmo? Mudar pode ser qualquer coisa, mas nem qualquer mudança é uma mudança de verdade. Fazer o que você quer é deixar o mundo da mesma forma que está. Esta terra já está cheia de caras maus de paletó, não é mais disso que o mundo precisa.

— Como pode me dizer isso? É um estrangeiro, não tem direito de me lançar uma só palavra, não conhece as minhas ambições interiores.

— Conheço mais do que você pensa.

— Não, não conhece! A vida sempre foi errada, grandes e pequenos em uma selva de espinhos lutando por recursos. Por que a vida tem que ser assim?

— E você já não é um dos “grandes”?!

— Não sou grande por herança, tive que lutar muito para chegar até aqui. Cada faculdade, cada ramo que eu atuei, tudo foi por um motivo... Tentar mudar os homens, mudar o mundo, melhorar a vida, tentar ensinar algo de “bom”. Mas sabe o que me disserem?

O Doutor tenta parecer pensante. Felix termina:

— “Nada é tão fácil, não é conversando que você conseguirá nos fazer pensar como tal, idiota”.

— Disse que não possuía histórias tristes, de onde veio essa motivação?

— E de onde veio a sua? Por que se importa com essa minha raça primitiva? “Primitivos” não é disso que vocês nos chamam lá em cima?

— Eu não, não mais. Mas conheço quem chama, e sei que estão vindo.

— Pois que sejam bem vindos.

— Os Minocrisos, eles se apossaram daquela arma, e esconderam-na neste mundo, com certeza para despistar os Judoons. Mas, após tantos anos, virão busca-la, não terão piedade de você e nem do seu povo.

— Eu é que não terei deles! E toda esta estrutura está munida por super tecnologias de encobrimento de sinal, o artefato está indetectável. 

— Nada se esconde para sempre.

— Não me importa. Por que não acabamos logo com isso, me dê o Puritano, e eu desligo a minha ancora. É esta caixa a sua nave? Lamentável.

— Que bom que pensa assim. Mas devo lhe avisar de que mesmo que eu lhe entregasse o Juiz... Você não conseguiria ativa-lo.

— E por que não?

— Você não tem radiação temporal, tem?

Félix permanecia desentendido. O Doutor continua:

— É com isso que ela se ativa, foi o padrão que os Antigos propuseram. Acreditavam que só aquela raça que dominasse a viagem no tempo seria digna de utilizar o aparelho.

— E você, possui esta radiação? Presumo que sim, já que a minha ancora o-impede de se locomover.

— Não importa se eu tenha ou não, eu prefiro morrer do que lhe entregar qualquer coisa que seja.

— Não me entregará mesmo? Acho que você é quem está sendo o puritano.

— Só conseguirá alguma coisa passando por cima de mim.

Félix abre um enorme sorriso:

— Você é quem sabe.

E de dentro da nave, Grace e Dodo ouviam o estarrecedor e atormentante som de vários disparos soprados atrás da porta. Chocadas, as faces das duas apenas demonstravam a mais pura e amarga aflição. Correndo para o console, Grace ligava agora o monitor, e testemunhava a seu amigo abatido por entre a cabine e os seus executores.

— Acalme-se, Grace. - Pede Dodo. – Ele também está usando um colete.

— Mas é algo limitado, não protege o corpo inteiro!

— Pena que joguei a minha arma fora.

— Pena? Foi exatamente uma arma que fez o nosso amigo estar caído agora.

Dodo não consegue comentar ou continuar a conversa, o que Grace havia lhe dito era a mais pura realidade sobre o que estava em sua frente e em sua vida, e agora, ela questionava para si mesma em pensamento: Onde está a querida criança que o Doutor sempre chamava?

— Empurrem a porta! - Dizia a voz de Félix ecoando do lado de fora. – Parece estar emperrada. - Os seus homens tentavam arrombar as azuis portas da cabine.

— Parem com isso! - Grita Dodo.

— Nos dê o meu artefato!

— Você não tem nada aqui, Felix!

— Tenho! Me devolva! Quer o mesmo destino que o seu amigo?

— Precisamos parrar isso de alguma forma. - Diz Grace. – Se conseguirem entrar... Não terá adiantado nada o sacrifício do Doutor.

— Mas não temos nada para tentar, a não ser esconder o Puritano em algum lugar da TARDIS, ela é enorme.

— Não! Não adianta correr, temos que para-los, temos que deter o Felix. Ou eles acabarão entrando, tomando a máquina, e usando ela para a maldade que quiserem.

— Você por acaso não está pensando em...

— Estou.

— Eu não posso deixar.

— Pode, você tem que deixar.

— É algo perigoso!

— Félix também estará em perigo, esta é uma máquina de julgamento, veja o que eles fizeram! Serão punidos, poderão ser comprimidos no tempo, as suas vidas serão alteradas, não terão matado o Doutor!

— Ele se regenera!

— Mas ele não está regenerando!

E olhando elas para o monitor, percebiam algo de estranho, pois o corpo do Doutor não estava mais ali.

— Dodo?! Onde está o Doutor?!

— Felix e os seus capangas não carregaram ele, você acha que...

— "Teatro"! Acho que ele não mente tão mal assim.

E enquanto Félix e dois dos seus capangas tentavam arrombar a porta, os outros dois corriam agora atrás do Doutor, que corria pelos corredores do prédio, tentando encontrar a ancora temporal, usando a chave de fenda sônica para rastreá-la. Com uma mão segurava o aparelho, e com a outra, estancava o sangue do braço baleado.

— Pare! - Ordenavam os homens.

— Fui eu quem levou um tiro! Eu faço as exigências! - Exige o alienígena. 

E com a chave sônica apitando aguda de frente a uma porta, entrava o Doutor ali, e começava e mexer de todas as formas possíveis na ancora temporal, fosse para desliga-la ou acabar danificando. Que era um enorme objeto metálico, cheio de engrenagens e cabos.

— Pare já com isso! - Exigiam os homens, já chegando, e disparando logo em seguida.

O Doutor se escondia atrás da máquina:

— Acho que chegaram tarde, já comi todo o presunto!

E com este esforço do Doutor, agora a TARDIS conseguia prosseguir com a viagem, e se desmaterializava para onde teria ido momentos atrás.

— Estamos nos desmaterializando! - Nota Grace.

— O Doutor, sempre uma carta na manga. - Comenta Dodo. 

— Mas e ele?

— Acabará ficando para trás.

— Não podemos deixa-lo!

— Não podemos fazer nada, devemos ir.

— Mas para onde?

— Esta coisa está sumindo em nossa frente?! - Notava Félix de frente da TARDIS, admirando a caixa ir embora. – Então o Doutor conseguiu achar a minha ancora, e elas conseguiram roubar a minha joia?!

— E o que fazemos agora, senhor? - Indaga um dos capangas. 

— Procura-las.

***

E materializando-se agora no gramado de Grace, a TARDIS rangia tristonha, e saíam para fora Dodo, e a doutora com o Juiz em mãos. Grace, coloca o objeto no chão, e a coragem de sua face também, estava muito decepcionada por terem que partir sem o seu melhor amigo.

— Não fique triste, Grace. - Pede a outra.

— E você não está?

— Estou. Mas agora não é o momento para lamentações. 

Grace tentava erguer o queixo:

— Me desculpe, é que eu me apeguei muito a aquele alienígena. Ele não pode ir embora assim.

— Sempre nos apegamos ao nosso Doutor.

— Mas ele ficará bem, ele sempre tem um truque! Daqui a pouco ele estará aqui nos infernizando com toda aquela física, e com uma nova cara também! E se for uma Doutora agora?

— Eu gostaria disso! - As duas riam. – Pense assim. Aqui é a sua casa?

— É.

— Ótimo, posso usar o telefone. - Partia para a casa.

— Pode. A chave está debaixo do vaso de flores.

— Ok. A polícia poderá nos ajudar.

Entretanto, sentindo um formigamento estranho e ardência em suas mãos, notava Grace estranhas marcas vermelhas, mas, muito vermelhas, e carregando um brilho pessoal.

— O que é isso?! - Questiona Grace, assustada.

— O quê?  

— As minhas mãos!

— O que tem elas? - Corria Dodo até a doutora.

— O que é isso? - O brilho se intensificava. – Isso nunca aconteceu!

— Grace, você tocou ou acabou encostando talvez naquela esfera do Ditador?

— Talvez, por quê?! Era eu quem estava o-carregando.

— Então isso explica o porquê de ele também estar brilhando tanto.

E direcionando boquiaberta o seu olhar à maquina, Grace percebia que a alternativa evitada estava destinada a acontecer, o Juiz Das Estrelas começaria agora o seu julgamento no planeta Terra.

— Não. - Diz Grace, decepcionada.

— Sim. - Diz Dodo, seca.

— Permissão para xingar?

— Não sabia que você fazia isso!

— Não faço, mas tem horas que é impossível evitar.

— Então tudo bem, diga...

Porém, tem a frase cortada pela manifestação do poder da máquina. Todo o mundo e os seus horizontes eram encobertos por um enorme clarão instantâneo, e assim, estava feito o julgamento, com milhões entre milhões sendo escolhidos e tendo alguém querido roubado das suas vidas.

 

 


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Notas finais do capítulo

No capítulo tive que traduzir o The Celestial Toymaker, para o Artesão Celestial, mas a tradução mais correta seria o Fabricante de Brinquedos Celestes, só que aí ficara muito exagerado, então mudei um pouco.
Os Antigos são algo que tem o termo oriundo do UE (universo expandido) e também nada mencionado na série, porém circula bastante esta teoria nos Fandoms estrangeiros. E nisto seria proposto que estes seres seriam de até antes ou depois do universo talvez, e muitas citações são feitas no UE, mas nada muito específico, tipo o Celestial Toymaker, no UE nunca são citados os possíveis nomes dos Antigos, porém conseguimos “identifica-los” por certos padrões. E ele tem todas as características envolvendo, e não sou eu quem diz isso, são as teorias, e nisso é considerado como um deles. Também seriam classificados como tal, o Bleck Guardian, o White Guardian, e até mesmo alguns dos Osirans, e Satan. Em uma prosa retirada do Big Bang Generation, podemos descrever os Antigos ou os Anciões do Universo, como seres que podiam manipular as leis do espaço-tempo para os seus próprios fins. E estes descendentes deles que citei na história não vem do UE, são invenções minhas, junto com este tal mundo da antiga era.
A citação da possível morte da Dodo é algo do UE, mas não explicarei agora, ficará para a próxima. Porém o possível envolvimento dela com a UNIT é coisa do UE, mas isso dela ser boa com tecnologia é algo que tive que improvisar. E a inteligência artifcial que quase fritou a mante dela foi o vilão do último episódio com ela, e no UE ela perdeu mesmo a tia e também já acabou morando na rua.
Espero que tenha ficado claro o bastante sobre o funcionamento do Ditador Solitário, seria algo que elimina alguém da história, mas não para punir aquela pessoa, e sim para punir alguém ligado a ela. Tipo a Grace, ela perdeu o Doutor, então ela é quem está sendo castigada, e não o Doutor. Espero que esta explicação para os desaparecidos tenha ficado no mínimo aceitável, tive que criar algo novo e diferente assim porque não queria usar aquelas coisas que todos os filmes usam para justificar as ações dos alienígenas. E estes castigos lançados pelo juiz puritano não seriam de acordo com o que se é considerado “pecado” aqui na Terra, seria de acordo com o que é considerado pecado lá para os descendentes dos antigos, então por isso pode parecer estranho (qual foi o erro a Grace, Sophie, Mark e a amiga de infância da Sophie?), bem são leis “divinas” sendo implantadas, está além da compreensão humana. E a lembrança acaba sendo mantida para garantir que você nunca se esquecerá daquela pessoa, e sempre irá sofrer pensando nela, e como o julgamento é para você outras pessoas não acabarão se lembrando.
Aquilo da checagem ambiental não é daquela forma, mas fiz porque não teria graça feito a cena olhando para o monitor.
E os Minocrisos também são originais, o nome é um anagrama de criminosos. E o instituto Smithsonian existe de verdade, é de arqueologia.
Porém temo que eu não esteja sendo tão autocrítico, e isto possa estar comprometendo a história, acho que é a vontede de escrever logo, e também porque não gosto de atrasos, tentarei mudar.