Lionheart escrita por Carol


Capítulo 15
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769538/chapter/15

— Graças a Merlin vamos ter uns dias de descanso, McGonagall estava me deixando maluco com todas aquelas tarefas! – Sirius exclamou com a cabeça deitada do colo de Marlene.

— Ela só está fazendo seu melhor para que tenhamos um bom resultado nos NIEM’s – Lily contrapôs.

Eles estavam no trem a caminho da estação de King’s Cross, de volta para casa para o recesso de fim de ano.

— Mas até você tem que admitir que ela está pegando pesado, Evans.

Lily crispou os lábios, Marlene riu da careta da amiga. Ela sabia que Lily concordava com o Sirius, apenas não queria dar o braço a torcer.

— De qualquer maneira, mal posso esperar para curtir o aconchego do meu lar enquanto tenho o total de zero coisa para fazer.

— Preguiçosa... – Sirius falou cutucando a cintura da garota.

— Preguiçosa nada! Você estava meio minuto atrás nos dizendo que precisava de descanso, isso porque além das aulas cansativas, James tem sido um verdadeiro carrasco nos últimos treinos – ela lançou um olhar feio ao amigo.

— Disciplina e trabalho pesado para que consigamos a taça por mais um ano – ele rebateu.

— Ah, Merlin! Eu juro que se você começar com mais um dos seus discursos motivacionais eu me jogo pela janela – Marlene grunhiu.

— Ninguém está te aguentando mais, Prongs! – Sirius concordou risonho.

— Tadinho!

— Lily, se você participasse dos treinos também estaria concordando com a gente – a loira falou.

— Isso! Continuem reclamando, mas quando estivermos com a taça em mãos não adianta vir dizer que eu sou o melhor capitão.

— Nós nunca dissemos que você não era bom, rei do drama – Sirius respondeu. – Porém, isso não muda o fato de você estar sendo um porre! -James soltou um resmungo indignado.

Marlene resolveu mudar de assunto.

— Como você vai fazer para chegar ao James, Lily?

— Eu acho que Pó de Flu, não é Jay? – ela questionou o namorado.

— Sim, meu pai conseguiu que o pessoal do ministério interligasse a lareira da casa dela – o garoto explicou olhando para a amiga.

— Que horas você pretende chegar, Lene? – a ruiva perguntou.

Marlene deu um sorrisinho, estava achando fofa a insegurança de Lily para conhecer os sogros, visto que ela e James falavam tanto sobre a mesma, que era quase como se já a conhecessem.

— Não tenho certeza, mas eu acho que por volta das oito.

— Certo, não se atrase!

Sirius fez um barulho engraçado com a boca.

— Se eu fosse você, não contava muito com isso, Evans!

— Não vou me atrasar – Marlene suspirou. – De todo modo, você também vai ter a companhia de Sirius até a minha chegada.

Lily gemeu desanimada.

— Como se você não soubesse que ele vai procurar qualquer chance de me deixar constrangida.

— Você vê? Ela já me conhece tão bem – ele sorriu maravilhado.

A loira mordeu um sorriso e beliscou o braço do garoto.

— Não vai não, ele vai ser um bom menino.

— Claro que vai! – James disse sarcástico. – Vamos arrumar nossas coisas, o trem já está chegando à estação.

Sirius e James desceram os malões enquanto as garotas reuniam o restante dos pertences. Assim que desceram do vagão, Lily e Marlene foram paradas por Alice, que tinha Dorcas ao seu lado.

— Vim me despedir de vocês, Frank está bem ali me esperando...

— E você não quer perder tempo e se jogar em cima dele – Marlene cantarolou e as outras três riram.

— Isso mesmo, ao contrario de vocês, não tenho meu namorado disponível vinte e quatro horas por dia – Alice falou.

Marlene e Lily se despediram das amigas aos risos e voltaram a caminhar a procura de suas respectivas famílias.

A loira não demorou a achar seus pais parados conversando com os pais de James mais ao final da plataforma. Ela sentiu Sirius ficar cada vez mais tenso ao seu lado conforme eles se aproximavam, quando ela se virou para olha-lo, reparou que ele parecia ligeiramente mais pálido.

— Você está bem? – ela perguntou, tentando não rir.

— Estou ótimo.

— Então você deveria melhorar essa cara, parece que está indo para o matadouro – James e Lily, que estavam logo à frente deles, gargalharam.

— Vão se ferrar – ele murmurou e agarrou a mão de Marlene.

Ela viu James apresentar Lily a Euphemia e Fleamont, mas não pôde continuar a prestar atenção na conversa, pois sua mãe a puxou para um abraço apertado.

— Ora se não é a minha linda e desnaturada filha – Madelaine falou assim que a soltou.

— Por que isso? – Marlene perguntou ao mesmo tempo em que abraçava seu pai.

— Recebo mais noticias suas por James do que por você, eu sinceramente nem sei mais porque me surpreendo.

— Eu estive muito ocupada morrendo por causa dos treinos que ele anda nos proporcionando enquanto ele fica com a vida boa observando nosso sofrimento. Está com tempo de sobra para fofocar! – o casal riu da resposta da filha.

— Eu ouvi isso, McKinnon! Vou me lembrar de todas as vezes que você tem pegado no meu pé, no próximo treino.

 Ela sorriu revirando os olhos e se virou para Sirius, que observava tudo com um olhar divertido.

— Ah, vocês se lembram do Sirius, não é?

— Seu namorado, sim? – Robert questionou, desviando o olhar da filha para o garoto.

— Isso mesmo, senhor – o garoto engoliu em seco. – É um prazer conhece-los.

Marlene observou o moreno estender a mão timidamente para o seu pai, que fez que questão de medi-lo da cabeça aos pés, ao passo que as bochechas de Sirius adquiriram uma leve coloração avermelhada. A garota ouviu James soltar uma risada abafada atrás de si e Lily sussurrar para que ele se controlasse. Mas não podia julgar o amigo quando ela mesma estava tendo de se concentrar muito para se manter impassível.

A garota sabia que tudo aquilo era fachada, seu pai não era realmente muito controlador em relação a garotos. Os dois, tanto Robert quanto Madelaine, eram bem tranquilos na verdade. Thomas, seu irmão mais velho, era normalmente o ciumento. No entanto, isso não impedia seu pai de se divertir um pouco com a situação.

— O prazer é todo meu – o homem disse sério, segurando a mão do garoto.

Madelaine, no entanto, fora muito mais simpática envolvendo Sirius em um abraço quando o mesmo foi lhe cumprimentar.

— Olha só para vocês dois! Euphemia e eu sempre comentamos que toda aquela implicância entre vocês só poderia ser por causa de algum sentimento repreendido – ela confidenciou feliz, sendo apoiada pela amiga.

Marlene fez uma careta. Sirius não estava muito diferente dela, contudo, nenhum dos dois disse nada.

Ela e Sirius receberam os abraços e cumprimentos dos Potter também e após mais alguns minutos conversando eles seguiram juntos para a saída da estação, parando no caminho para conversar com os pais de Lily.

— Te vejo em alguns dias – Sirius disse para Marlene com um pequeno sorriso.

— Não vai morrer de saudade – ela respondeu e ele riu.

O garoto deu alguns passos em direção a loira parecendo pronto para beija-la. Quando percebeu que estavam sendo observados pelos pais da garota, ele travou no local corando levemente. Marlene se permitiu liberar o riso que estava segurando desde o momento em que eles haviam encontrado seus pais. Quando ela iria imaginar que fosse ver Sirius tão desconcertado?

— Hm, então tchau!

— Tchau, Black! – falou risonha, o beijando em seguida.

Para o horror de Sirius, que ficou tenso e manteve suas mãos caídas ao lado de seu corpo, mantendo uma distância segura dela.

***

A noite do dia vinte de quatro havia chegado. Por mais que Marlene tivesse adorado tirar sarro com James do nervosismo de Sirius a respeito de seus pais, ela também estava nervosa. Tudo bem que eles já haviam sido apresentados, mas foram apenas poucos minutos de conversa. Agora eles passariam algumas horas sob o olhar de seus pais e de seu irmão. Ela estaria mentindo se dissesse que aquilo não a deixava pelo menos um pouco desconfortável. Ainda mais se tratando de um namoro falso, e ela odiava mentir para o seus pais.

— Querida, já está pronta? – sua mãe perguntou parada na porta de seu quarto.

Marlene assentiu se aproximando dela.

— Você está linda – Madelaine disse, deixando um beijo no rosto da filha.

Marlene usava um vestido preto de mangas compridas, que vinha colado ao corpo até a cintura e depois abria, o modelo tinha as costas decotadas. Nos pés, calçava sandálias também pretas não muito altas – Marlene definitivamente detestava qualquer coisa que lhe causasse incômodo. Tinha passado um delineador nos olhos e um batom vermelho nos lábios, seus cabelos estavam escovados e com ondas bem definas ao longo do comprimento. Annelise, a namorada de Thomas, havia ajudado com a produção.

A loira tinha se empenhado. Por mais que nunca fosse admitir em voz alta, queria impressionar Sirius. Ela não sabia por que e também não quis pensar no assunto. Tinha resolvido evitando pensar muito sobre o que estava sentindo a respeito do garoto, caso contrário, sentia como se fosse enlouquecer.

A garota desceu a escada acompanhada por sua mãe. Seu pai, irmão e cunhada já estavam prontos as esperando.

Marlene agradecia aos deuses por eles irem através de aparatação, ainda que a casa de James estivesse a apenas alguns metros da sua, ela achava que iria congelar se tivesse de passar mais que um minuto do lado de fora com a roupa que vestia.

Não demorou nem meio minuto para a porta ser aberta por um Fleamont sorridente após eles tocarem a campainha. Marlene deu um abraço carinhoso nele, assim como em Euphemia.

— Os garotos estão lá embaixo, meu amor – Euphemia informou e a garota assentiu sorrindo.

Ela se encaminhou rapidamente para o local indicado. James havia transformado o porão da casa numa espécie de sala de lazer, ou algo assim. Tinha dois sofás mais ao canto, alguns jogos e uma estante com livros, geralmente era lá que ficavam quando estavam reunidos.

— Lene! – Lily soltou animada quando a viu.

— Lily! – ela imitou a amiga, abraçando-a com um sorriso.

Assim que elas se afastaram, Marlene sentiu o olhar de Sirius sob si. Ela desviou sua atenção para o garoto, que a fitava de uma maneira não muito discreta.

— Uau! – ele exclamou se aproximando. – Você... Caramba, McKinnon!

— Se você continuar com essa boca arreganhada vai começar a escorrer baba, Padfoot!

Marlene deu um sorrisinho tímido e Sirius ignorou o comentário do amigo, entrelaçando os braços ao redor da cintura da garota, juntando seus lábios.  O moreno subiu uma das mãos para a nuca da loira prestes a aprofundar o beijo, mas James pigarreou alto.

— Nós ainda estamos aqui!

Sirius grunhiu contra a boca de Marlene, suspirando antes de se afastar.

— Você é um saco James!

— Ah, está bem confiante agora, não é? Nem parece aquele garotinho envergonhado daquele dia na estação, quando o tio Rob estava por perto, hein?! – James provocou com um sorriso.

Sirius revirou os olhos.

— Então... – Marlene começou, tentando se recompor. – Como tem sido com os pais do James, Lily?

— Bom, muito bom! – ela sorriu. – Eles são uns amores... Tão gentis! – Marlene sorriu também, Euphemia e Fleamont eram, sem sombra de dúvidas, umas das pessoas mais legais que havia no mundo.

  – Eu falei que eles iriam gostar de você, meu lírio – James lançou um olhar apaixonado que foi prontamente retribuído.

— Nós ainda estamos aqui! – Sirius falou numa tentativa de imitar a voz do amigo.

— Enfim, tem sido muito legal. Meus pais gostaram do James também, eles conversaram por alguns minutos quando ele foi me buscar – ela decretou sorridente.

— Mesmo? – Marlene disse, forçando um olhar de incredulidade.

— Cala a boca, Marlene – James retrucou rindo, esticando a mão para os cabelos dela com a intenção de bagunça-los, mas ela se esquivou.

— Não aguentei horas da Annelise fazendo um milhão de coisas nos meus cabelos para você desarrumar – ela falou exagerada.

— Quem é Annelise? Sirius perguntou confuso.

— A namorada do meu irmão.

— Hm, então agora é a Annelise quem te ajuda a se arrumar? Legal! – Lily franziu o cenho e Marlene gargalhou.

— Você vai ser sempre dona de todo o meu amor, ruiva! – Marlene respondeu, pulando em cima de Lily com um abraço apertado.

— Estou aceitando o uso de toda essa empolgação comigo também – Sirius disse.

Marlene riu, porém antes que pudesse responder eles ouviram a voz de Euphemia os chamar no andar de cima.

Sirius suspirou antes de entrelaçar sua mão com a de Marlene e subir as escadas, se dirigindo para a sala de estar onde estavam todos reunidos. Se ele já tinha achado as feições sérias do pai de Marlene um pouco intimidadoras, era porque não tinha visto o irmão da garota ainda, que o encarava sem o mínimo esforço em parecer simpático.

Os pais de Marlene cumprimentaram o moreno, Robert novamente com de mão e Madelaine com um abraço.

— Ei, Thomas, esse aqui é meu namorado Sirius. Sirius, esse é meu irmão Thomas – ela os apresentou com um sorriso.

O mais velho acenou com a cabeça e estendeu a mão.

— Como vai?

— Bem e você? – Sirius falou franzindo a testa, olhando para as duas mãos juntas.

Marlene sabia que o irmão tinha colocado propositalmente mais força que o necessário.

— Thomas!

— Me desculpe, acho que me empolguei – ele sorriu, no entanto, não era bem um sorriso de desculpa, na verdade, ele parecia muito satisfeito.

— Sem problemas – Sirius respondeu sem graça.

— Pega leve com ele Thomas – James falou claramente se divertindo.

Marlene revirou os olhos suspirando.

— Aquela é a namorada do meu irmão, Annelise.

Sirius a cumprimentou com um apertar de mãos, contido.

Depois das apresentações, os adolescentes se juntaram aos demais, sentando-se no sofá.

— Então, como foi que isso aconteceu? – Thomas perguntou olhando de Marlene para Sirius.

— Você esqueceu seus modos em casa? – Madelaine questionou o filho mais velho.

— Só estou curioso, até pouco tempo atrás, se eu bem me lembro, eles se odiavam.

— Ah, não era bem assim, nós só tínhamos algumas diferenças – Sirius falou, coçando sua nuca. – Mas eu sempre achei sua irmã legal.

James soltou uma gargalhada escandalosa e Marlene se esticou por cima da Lily para dar um peteleco da cabeça do garoto, contendo a própria risada.

— Você não precisa mentir – a loira disse para Sirius com um olhar divertido.

O moreno corou.

— Nós só estávamos grandinhos de mais para continuar com as mesmas brigas de quando nos conhecemos – ela deu os ombros.

— E agora estão tipo, inseparáveis – Lily completou.

— Você sabe o que dizem, existe uma linha tênue entre o amor e o ódio – Annelise disse com um sorriso e Thomas rolou os olhos.

— Espero que isso não esteja atrapalhando seu desempenho na escola. Esse é um ano importante, você tem que ir muito bem nos NIEM’s – o garoto fitou a irmã.

— Claro, chefe!

— Você já sabe que carreira quer seguir, Sirius? – Robert fitou o garoto.

— Eu pensei em me tornar um auror – ele respondeu em voz baixa.

— Sério? Lene quer o mesmo! – Madelaine exclamou animada.

— É um trabalho muito nobre – Fleamont comentou.

— E é preciso muito esforço e estudo – Thomas disse.

— Estamos estudando! Nós não passamos o dia inteiro nos pegando pelos cantos do castelo, sabe? – Marlene rebateu com um sorriso torto.

— Marlene! – Sirius ofegou num fio de voz, as bochechas adquirindo um forte tom de vermelho.

— Meu Merlin, obrigado por me permitir presenciar isso – James limpou uma lágrima que estava escorrendo por conta do riso.

— Vocês estão o deixando desconfortável – Madelaine repreendeu.

— Não liga para eles, querido! Marlene e Thomas são sempre assim – Euphemia tranquilizou. O garoto assentiu ainda corado.

Sirius não teve sossego durante o jantar também. O irmão de Marlene fez questão de enchê-lo de perguntas, sobre o que ele queria para o futuro, se ele continuava a ser o mesmo causador de problemas de quando Thomas também estava em Hogwarts, quais as matérias que ele tinha escolhido como foco e se estava se dedicando devidamente a todas elas... Mais parecia um interrogatório do que uma refeição em família, e os protestos tanto de Marlene quanto de sua mãe não surtiram quaisquer efeitos no mais velho. Ela até ficou preocupada que o irmão tocasse no assunto sobre a família de Sirius, mas o garoto teve bom senso.

Chegou um ponto em que Marlene estava literalmente sentindo dó de Sirius. Ele constantemente lhe lançava olhares de súplica, o que parecia deixar Thomas ainda mais satisfeito. James, no entanto, estava amando, afinal aquilo estava o rendendo boas risadas e algumas semanas de material para zoar Sirius depois. Até mesmo Lily estava achando graça da situação.

Depois do que lhe parecerem dias, o jantar tinha finalmente chegado ao fim. Ela estava tendo um momento de conversa com Lily, quando observou Sirius num canto com seu irmão e resolveu ir até os dois. 

O garoto merecia uma folga.

— Que foi, Thomas? – perguntou.

— Apenas batendo um papo com o meu cunhado – ele sorriu para ela e deu dois tapinhas nas costas de Sirius. – Mas estou saindo, vou deixar você se despedir do seu namorado, a mamãe disse que nós já estamos indo.

Marlene assentiu e acompanhou o irmão se afastar com um olhar desconfiado.

— O que ele queria?

— Deixar bem claro que se eu for um babaca com você vou ficar sem meus dentes.

— Ele não é sempre esse imbecil, só está querendo fazer a linha irmão super-protetor.

— Você não estava brincando quando disse que ele me odiava.

Marlene deu um sorrisinho.

— Ele só está preocupado. Antes de namorar a Valerie, você costumava enfiar essa boca em qualquer coisa que usava saia, então ele está um pouco relutante.

Sirius fez uma careta.

— Isso foi há muito tempo!

— Essa é a lembrança que ele tem de você.

— Deus, ele consegue ser pior que seu pai – Marlene riu.

— Eu sinto muito, reconheço que você teve que aturar muito hoje.

— Tudo bem, tirando a sensação de que iria ser assassinado a qualquer momento, o jantar foi legal. Sua família é bem bacana. 

Marlene mordeu os lábios, querendo sorrir. Ela sentia que estava sorrindo de mais na presença de Sirius. 

— De qualquer maneira, fico te devendo uma.

— Você está me devendo umas dez no mínimo, o tanto que vou ter que aguentar do James mais tarde.

— Certo – ela concordou risonha. – Gostei de ver como você fica comportado perto da minha família, parecia outra pessoa – provocou.

Ele colocou as duas mãos na cintura dela e a puxou para perto.

— Eu te disse, sou um sonho de genro.

Sirius subiu uma das mãos para o decote na parte de trás do vestido, fazendo um carinho nas costas de Marlene com a ponta dos dedos. Ela sentiu seu corpo inteiro arrepiar.

— Você está linda.

— Obrigada – Marlene sorriu.

O garoto mordeu seu lábio inferior enquanto descia o olhar para a boca dela.

— Eu gosto quando você deixa seus lábios dessa cor, mas fica realmente difícil para me controlar.

— Você está flertando comigo, Black? – Marlene perguntou num sussurro, arqueando a sobrancelha.

Sirius sorriu. Ele pressionou sua boca contra a dela em um selinho demorado, para em seguida passar a língua no lábio inferior da garota, num pedido para aprofundar o beijo, o que ela permitiu rapidamente. Marlene sentiu seu coração acelerar, ofegando ao sentir o gosto dele. Ela poderia jurar que ainda que o beijasse por dias sem parar, não enjoaria.

Marlene enroscou seus dedos nos cabelos dele, puxando-os de leve. Em resposta, Sirius apertou os dedos na cintura da garota, colando seus corpos tanto quanto era possível, intensificando ainda mais o beijo.

Ele suspirou e se afastou minimamente, roçando seus lábios até chegar no pescoço dela, onde deixou alguns beijos.

— Amanhã você vai estar ocupada? – sussurrou no ouvido dela.

— Não, por quê? – ela respondeu atordoada. 

— Nós vamos dar uma volta!

— Para onde?

— Surpresa! – Marlene suspirou.

Odiava quando a deixavam curiosa com algo e pela forma com que Sirius sorria, ela tinha quase certeza de que ele sabia disso.

— Estarei aguardando ansiosamente – ele riu. – Agora tenho que ir.

Sirius assentiu, beijando a bochecha dela antes de se afastar.

Marlene ainda sentia suas pernas bambas quando se encaminhou de volta para sala para se despedir de todos. Ela não sabia que diabos tinha acontecido, mas tinha gostado, e muito. 

Contudo, ainda que estivesse muito satisfeita com o que havia acontecido, assim que entrou em sua casa, deu um soco fraco no braço do irmão.

— Ai! O que foi que eu fiz?

— Você foi um saco hoje, Thomas!

— Eu só estava me certificando de que ele era uma boa escolha! – ele respondeu divertido e Marlene revirou os olhos.

— Agindo feito um babaca – o garoto deu os ombros.

— Black era um imbecil, não queria que você tivesse mais um desses como namorado. Mas pode ficar tranquila, o garoto tá completamente apaixonado!

Marlene sentiu as bochechas corarem e seu estômago revirar.

— Ah, você acha?

Tanto Thomas quanto Annelise riram.

— Aquela cara de idiota que ele faz quando te olha é bem autoexplicativa! – Annelise deu uma cotovelada no namorado.

— O que o Thomas está querendo dizer é que Sirius te olha com muito carinho. Sabe, ele está sempre com os olhos em você quando você não está prestando atenção.

— Hmm... Certo... – ela falou incerta. – Estou indo dormir, boa noite! – decretou e subiu as escadas o mais rápido que pôde, sem parecer tão idiota.

Ela não conseguiu controlar os músculos de seu rosto que insistiram em se repuxar num sorriso.

Mais tarde quando ela deitou em sua cama, não parava de pensar no que Thomas e Annelise haviam lhe dito. Se perguntando se eles estavam mesmo certos... Se Sirius estava mesmo gostando dela. Bom, ele tinha a beijado, um beijo diferente dos outros que eles já haviam trocado, e quando não tinha ninguém por perto, ele não poderia simplesmente justificar que fora por causa do trato deles.

Talvez seu irmão tivesse razão e ela sentiu seu peito ficar quente com essa possibilidade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oláaaa, tudo bem?
Desculpem pelo atraso com o capítulo, mas esses dias de recesso foram mais complicados, fora que todas as vezes que sentava para escrever, não conseguia me concentrar. Desde que comecei com a história, nunca tive tanta dificuldade em desenvolver um capítulo igual foi com esse, mesmo já tendo um roteirinho até o final da história. Mas enfim saiu e eu espero muito que vocês curtam!!!
Desculpem qualquer erro e MUITO obrigada por estarem acompanhando! Beijosss ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lionheart" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.