Lionheart escrita por Carol


Capítulo 13
Capítulo 13




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Marlene estava sentada sozinha do lado de fora do castelo. Lily estava em algum lugar com Alice e Dorcas, e Sirius estava com os marotos.

A loira não tinha notado que precisava de um momento consigo mesma até então. Tinha vivido tantas coisas nos últimos meses, tantas mudanças, que era difícil processar, inclusive. Tudo isso graças a Sirius Black, que tinha conseguido virar sua vida de cabeça para baixo.

Quando ela havia aceitado o plano do namoro falso há alguns meses, nunca pensou realmente que eles conseguiriam fazer dar certo. No entanto, haviam conseguido mais que isso, tinham construído uma espécie de parceria. Se alguém algum dia dissesse que eles dois manteriam tal relação, ela jamais acreditaria.

E era impossível para ela não sorrir ao pensar no moreno. Sirius não era nada como ela supunha, ele continuava a ser um pouco irritante quando queria, isso era um fato e Marlene achava que nunca iria mudar, mas ele não chegava nem perto de ser o babaca que ela pensava. Talvez ele tenha sido realmente há alguns anos, mas ela também não era muito mais fácil de lidar. Porém, hoje ela via o garoto gentil e leal que ele era.

Ela o admirava. Sirius passara por tanto, e toda a história com sua família problemática, tendo chegado ao ponto de ir embora do lugar que deveria ser seu lar. Marlene não poderia sequer imaginar passar por algo assim, não ter seus pais, que eram o seu mundo, para contar. E ainda assim, Sirius não deixara de ser ele, sempre contando piadas e com todo aquele ar despreocupado. Marlene o achava tão forte, uma das pessoas mais forte que já tinha conhecido.

A garota estava perdida em pensamentos, que não ouviu quando a chamaram.  Por isso, deu um pulo de susto quando sentiu um toque em seu ombro.

— Caramba Matthew, você quase me mata!

— Desculpa, não tinha a intenção de te assustar. É que você estava tão distraída, já havia te chamado algumas vezes.

— Ah, eu não ouvi, desculpe.

— Está tudo bem? – ele questionou franzindo as sobrancelhas.

— Sim, eu só estava um pouco pensativa. E você, como vai?

— Eu estou bem! Posso me sentar? – apontou para o espaço vazio ao lado da loira.

— Pode – ela respondeu confusa. – Posso te ajudar em algo?

— Eu só queria conversar um pouco com você.

— Sobre o que?

— Você sabe, Lene. Meses se passaram desde que recebi aquela carta e ainda não tive nenhuma oportunidade de falar direito com você a respeito, exceto aquela vez depois do jogo, mas seu namorado chegou – ele rolou os olhos.

Marlene expirou o ar impaciente.

— Eu sinceramente não quero brigar com você Matt.

— Eu também não quero brigar com você, Lene. Não vim aqui para isso, assim como não queria que as coisas saíssem daquele jeito naquele dia do jogo, só que o Black me tira do sério!

— No entanto, era você quem estava falando mal dele.

— Eu não estava falando mal, eu me preocupo com você.

— Se preocupa mesmo ou só está incomodado porque estou com outra pessoa?

— É claro que eu me preocupo! Eu sempre vou me importar com você Marlene, não diga uma coisa dessas!

— É só estranho para mim que você venha me dizer essas coisas logo agora que eu estou com alguém. Afinal, desde que nós terminamos, eu ainda não tinha aparecido com ninguém, e você não parecia tão interessado assim.

O garoto corou sob o olhar analítico da ex-namorada.

— Não quer dizer que eu não me importava. Eu também não imaginava que você escolheria logo o Black para se envolver.

— Se você for começar a falar mal dele, é melhor parar por aqui.

— Eu não vou – ele respondeu a contra gosto. – É só que... Você está tão mudada, tão diferente de quando estávamos juntos. E quando está com ele, não é como se fosse você.

— Eu não mudei Matthew! – ela rebateu, perdendo a paciência. – De qualquer maneira, como você poderia saber? Nós já terminamos há algum tempo, não somos assim tão íntimos.

Matt desviou o olhar, passando a brincar com barra do seu casaco.

— Você tem razão! Desculpe, eu... As coisas estão confusas para mim, Marlene! Desde que eu recebi aquela carta eu não consigo parar de pensar em você. Em nós dois. Eu não entendo porque você não me disse nada, sobre como estava se sentindo, sobre tudo que estava escrito.

— Porque não faria diferença alguma!

— É claro que faria – ele a olhou nos olhos, aumentando um pouco o tom de voz.

— Não, não faria. Parece que você tem lembranças diferentes sobre como nosso namoro terminou – ela sentiu seus olhos arderem. – Foi você quem acabou com tudo, foi você que me largou para ficar com outra! Eu deveria ter falado com você sobre quão magoada eu estava? Eu não acho que isso era tão difícil assim de se deduzir. Eu amava você, como você esperava que eu ficasse? Então eu deveria simplesmente abrir meu coração e me humilhar mais um pouco na esperança de você mudar de ideia? Você acha que mudaria? Porque eu não acho, se você quisesse ter ficado, o teria feito.

Ele desviou o olhar, como se estivesse envergonhado de mais para olha-la nos olhos. Marlene viu quando algumas lágrimas começaram a rolar pelo rosto do garoto.

— Eu cometi um erro. Erro do qual eu me arrependo até hoje! Se a gente tivesse conversado... Talvez as coisas fossem diferentes. Você tinha que ter me dito, Marlene. Você acha que tem sido fácil? Depois de ter lido tudo aquilo, de relembrar sobre nós dois... Ver você andar por aí com aquele idiota pendurado no seu pescoço... Caramba, eu nem sequer tive uma chance...

— Você sabe que não teria feito diferença, Matt. Você está mentindo para mim e para si mesmo. Você não deu a mínima para como eu me senti até eu aparecer com alguém e esse alguém ser o Sirius, essa é a verdade. Você não está preocupado comigo, só está com o ego ferido.

— Você não sabe como eu estou me sentindo, Marlene. Não faz ideia. - ele falou com os olhos fixos nela. – Eu te amo!

— Não ama, não! – a loira exclamou, sentindo as lágrimas que ela esteve segurando, cair.

Porém, sem que ela pudesse prever o que estava por vir. Matt segurou o rosto dela com ambas as mãos e a beijou. O garoto fechou os olhos, enquanto Marlene mantinha os seus arregalados, sem reação. Quando ele tentou aprofundar o beijo, ela o afastou com um forte empurrão no peito.

— Nunca mais faça isso – ela mandou, recolhendo suas coisas.

Quando Marlene fez menção de levar, Matt a segurou pelo braço.

— Eu não agi certo em te beijar assim e também não agi certo quando nós dois terminamos, por isso peço desculpa. Mas eu não estou mentindo quando digo que me preocupo com você e quando digo que Sirius não é flor que se cheire. Eu sei que ele parece bom agora, eu vejo vocês dois por aí. No entanto, acho que você deveria saber também que ele continua vendo a ex dele, e talvez não seja nada de mais, ou talvez seja, eu não sei. Só sei que não foi uma ou duas vezes que eu os vi juntos, e ela não está mais com aquele cara com quem andava saindo.  Então tome cuidado, você não merece sofrer por causa de outro babaca.

***

A cabeça de Marlene estava à milhão. Ouvir Matt dizer que Sirius e Valerie ainda se encontravam foi como levar um soco no estômago. Ela estava se sentindo traída, ainda que não houvesse real motivo para se sentir de tal maneira, afinal, eles sequer mantinham um relacionamento de verdade.

Mas simplesmente não conseguia evitar, ele havia escondido aquilo dela e ela se perguntava o porquê. Sua cabeça criava mil teorias, estaria ele de caso novamente com a Valerie? Ela estava solteira, informação que ele também havia omitido. Talvez ele só estivesse esperando o melhor momento para terminar toda aquela encenação.

Ela adentrou o salão comunal feito um foguete, varrendo o local com o olhar a procura de Sirius, o encontrando sentado próximo a lareira com os seus amigos, Lily e Alice também estavam presentes. Ela se direcionou para lá, tentando manter o rosto impassível.

— McKinnon, onde você estava? Eu estive te procurando! – ele falou assim que a viu.

— Eu preciso falar com você – respondeu séria, sob o olhar atento dos demais.

Sirius arqueou a sobrancelha, a encarando-a questionador.

— Vamos para o meu dormitório.

Enquanto subia os degraus, Marlene começou a se sentir um pouco idiota. O que ela falaria? Iria simplesmente pedir uma explicação sobre os encontros que ele mantinha com a ex-namorada? Que direito ela tinha de questionar qualquer coisa, afinal? Ela nem sabia se era verdade, Matt poderia ter falado aquilo para deixa-la insegura, e se era a intenção, ele conseguira com louvor.

— Qual o problema? Você está estranha! – Sirius disse fechando a porta.

Marlene o fitou por alguns instantes sem saber o que falar. O bichinho o ciúmes ainda se mexendo inquieto dentro dela, e fora tomada pela impulsividade que soltou:

— Matt me beijou.

Ela mordeu os lábios sentindo-se mais estúpida a cada momento. Até gostaria de dizer que apenas contou aquilo para manter as coisas às claras entre eles, entretanto, estaria mentindo. Queria causar algum tipo de reação no garoto, por mais que não se orgulhasse nada daquilo. Marlene nunca foi fã de joguinhos num relacionamento, seja ele qual fosse, mas não conseguiu evitar. Estava enciumada e queria fazê-lo se sentir da mesma maneira.

— QUÊ?! – Sirius se aproximou dela. – Como assim te beijou? Como isso aconteceu?

— Eu estava lá fora quando ele chegou. Me disse algumas coisas e então me beijou.

Sirius pareceu genuinamente irritado. Marlene estava se sentindo envergonhada, ainda mais porque lá no fundo estava se sentindo vingada.

— Quem ele pensa que é para beijar a minha namorada? – o moreno falou revoltado. – Eu vou acabar com ele.

— O que? – ela o segurou pelos braços. – Não vai não!

— Você está o defendendo? – Sirius a olhou incrédulo. – Não vai me dizer que gostou do beijo.

— Não! Mas você também não vai sair arrumando confusão!

— Arrumando confusão? Quem estava à procura de confusão foi ele quando se achou no direito de te beijar! Caralho, ele não desiste?

— Pelo visto ele não é único, né?

— O que você quer dizer com isso?

— Matthew me contou que você e Valerie ainda estão se vendo! – Sirius riu sem humor negando com a cabeça, parecendo ainda mais irritado.

— E você ainda fica dando corda para esse imbecil.

— Ele está mentindo? – Marlene o encarou cruzando os braços, porém Sirius desviou o olhar.

— Foi por isso que vocês se beijaram? Porque você estava brava com o que ele disse sobre mim?

— Eu não o beijei! E não mude de assunto! Ele está mentindo? Porque eu deixei bem claro que isso eu não toleraria! Se você quisesse voltar com ela, então que terminasse essa merda antes.

— Eu não fiz nada McKinnon! Eu ainda a vejo sim, mas não é dessa forma.

— Inacreditável! Caramba, depois de tudo que ela fez, basta que estrale os dedos para você ir correndo.

— Você não sabe como as coisas entre a gente funcionam. Ela estava precisando de mim!

— Estava mesmo ou não era o contrário?

— Eu não vou ficar discutindo isso com você, já te disse que não fiz nada! Aquele idiota do Cooper disse que nos viu fazendo algo de mais por um acaso?

Marlene ficou quieta.

— Viu? É porque não teve nada!

— Então por que você nunca me disse?

— Porque não achei que tivesse importância – Marlene rolou os olhos. – Nem me venha com essa cara, se alguém tem o direito de estar puto esse alguém sou eu. Você vive falando que eu tenho que respeitar nosso namoro, mas foi você quem estava pegando seu ex!

— Eu não tive culpa! – ela rebateu brava. – Nós estávamos discutindo e ele me beijou do nada, não foi recíproco, ele simplesmente me agarrou!

— Aquele desgraçado! Só se faz de sonso. É bom que ele não apareça na minha frente ou eu juro que não vou me controlar.

— Por que você está tão bravo?

— Porque você está namorando comigo, caramba McKinnon!

Marlene suspirou alto. Estava cansada e precisava um tempo sozinha para pensar. Além do mais, não queria continuar aquela briga com Sirius, aquilo não os levaria a lugar algum.

— Sirius, depois a gente se fala.

— Aonde você vai?

— Para o meu dormitório.

— Você está brava comigo por causa da Valerie? – Marlene desviou o olhar.

— Não estou brava, eu só... Estou com dor de cabeça. Amanhã a gente conversa, nós dois vamos estar mais calmos. Por favor, não vai fazer nada, ok?

Ele concordou hesitante.

— Você não vai nem descer para o jantar? Já está na hora.

— Estou sem fome.

Quando Marlene foi se direcionar a porta, Sirius segurou delicadamente uma de suas mãos. O garoto a encarou com tamanha intensidade que um arrepio passou por toda a extensão do corpo dela. Ele deu um passo em sua direção e olhou-a como se estivesse ponderando algo. Por um momento Marlene achou que ele fosse beija-la, mas ele não o fez. Sirius suspirou pesadamente e apertou levemente a mão da loira antes de se afastar.

— Boa noite, McKinnon!

— Boa noite! – ela respondeu, se sentindo um pouco decepcionada, em seu íntimo. 

 


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Notas finais do capítulo

Oláaaa pessoas, como vão?
O capítulo de hoje veio com um draminha de leve, para dar uma agitada hahah. Espero muito que vocês gostem, e estou sempre aberta a sugestões e críticas.
Obrigada por acompanharem a história e me desculpem por qualquer erro!
Beijosss ♥



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