Lionheart escrita por Carol


Capítulo 12
Capítulo 12




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A arquibancada do campo de quadribol de Hogwarts estava uma verdadeira loucura com o jogo entre Corvinal e Sonserina, do qual a Sonserina vencia por sessenta pontos de diferença. A maior parte dos alunos estava torcendo pela vitória da Corvinal, mas não havia como contestar que o time da casa verde e prata eram muito superiores. A vitória da Corvinal estava literalmente nas mãos de Matt.

Marlene estava assistindo ao jogo acompanhada de seus amigos. Até mesmo Lily estava presente, o que não tinha acontecido totalmente por vontade própria, já que Marlene e James praticamente a arrastaram para assisti-lo.

— Ai Sirius! – Marlene, que estava com a cabeça apoiada no ombro do moreno, exclamou ao garoto levantar num pulo após um lance duvidoso.

— Desculpa – ele a olhou com um pequeno sorriso culpado, deixando um beijo nos cabelos dela. – Esse jogo está muito bom!

— Se o Cooper demorar muito mais para pegar o pomo, nem assim eles irão conseguir vencer – James, que estava sentado do outro lado de Sirius, falou.

— Regulus é um apanhador bem melhor que o Cooper – Sirius rebateu com uma careta de desgosto ao falar o nome do garoto da Corvinal.

Lily fitou Marlene com um sorriso divertido.

— Isso é sua opinião real ou o seu ciúme falando? – a ruiva provocou, fazendo todos, exceto Sirius, rirem.

O garoto rolou os olhos.

— Primeiro que eu não sinto ciúme – ele começou. – E é um fato que Regulus é melhor!

Marlene comprimiu os lábios para evitar a risada e tentou voltar sua atenção a partida, mas Sirius a puxou de volta para os seus braços.

— Você não quer espaço para continuar assistindo o jogo feito um louco com o James? – ela falou.

— Vou me controlar – ele sorriu, fazendo-a deitar com a cabeça novamente em seu braço.

James e Lily trocaram um sorriso cúmplice ao olharem para os dois amigos abraçados.

Ao contrario do que todo mundo acreditava, não foi a Sonserina quem ganhara o jogo, mas sim a Corvinal. Após uma disputa assídua entre os apanhadores das duas casas, em um segundo de sorte – Marlene não achava que tinha outra explicação para aquilo – Matt conseguiu apanhar o pomo, em um descuido de Regulus.

Os jogares da Sonserina ficaram furiosos, afinal eles claramente tinham feito uma partida muito melhor, e ainda estavam tendo de presenciar a maioria dos presentes comemorando a derrota deles. Marlene entendia um pouco a irritação.

Ela não soube exatamente a ordem dos acontecimentos que se seguira. No entanto, quando estava deixando as arquibancadas junto com seus amigos para retomarem o interior do Castelo, eles viram uma discussão se desencadear no campo próximo a onde eles estavam, misturando jogadores dos dois times e até mesmo entre os companheiros de equipe da própria Sonserina, que ficaram enraivecidos com Regulus por ter perdido o pomo. Em certo momento, Sirius estava exatamente ao lado da loira, mas no instante seguinte ele simplesmente se meteu no meio dos jogadores, indo atrás de um garoto sonserino que ameaçou partir para cima de seu irmão mais novo.

— Se você fizer alguma coisa eu acabo com você! – ele encarou o sonserino com um olhar ameaçador, se colocando na frente do irmão. – Regulus não teve culpa, não sei se você é assim tão burro, mas um jogo funciona desse jeito.

O garoto deu uma risada desdenhosa.

— Além de ter feito um jogo de merda, o Black ainda precisa do irmão mais velho para defende-lo – ele gritou maldoso, enquanto algumas pessoas ao redor riram.

Marlene viu o rosto de Regulus corar e suas feições se dividirem entre a raiva e o constrangimento. O garoto empurrou Sirius para longe dele, encarando o irmão com um olhar gélido.

— O que você pensa que está fazendo? – Regulus questionou raivoso.

— Esse idiota estava mexendo com você – Sirius respondeu, aparentando estar levemente encabulado.

— Não preciso que um traidor de sangue como você venha me defender! – ele cuspiu as palavras, pegando o outro de surpresa.

Marlene sentiu seu coração afundar ao observar o modo como Sirius encarou o irmão, era como se ele tivesse levado um soco. O moreno recuou alguns passos, parecendo incerto do que fazer.

— Você está sendo um idiota – Sirius falou.

— O único idiota aqui é você! Não preciso da sua ajuda! Na verdade, somente o que quero vindo de você, é distância – o garoto disse. – Eu deixei de ter qualquer laço com você no momento em que fugiu de casa.

A forma como ele falou foi tão impassível, tão livre de qualquer sentimento, que beirava a crueldade, na opinião de Marlene. Entretanto, quando Sirius o encarou, claramente magoado, para logo depois se afastar, a garota viu um indício de culpa surgir nos olhos do Black mais novo.

Mas ela não ficou muito mais ali para saber o que se desenrolou depois, a loira se distanciou, indo prontamente atrás do Sirius, sabendo que ele provavelmente não estava muito bem. Pelo menos ela não ficaria se algum dia seu irmão a tratasse com tamanha frieza.

— Sirius, espera! – Marlene o puxou pelo braço, tentando fazê-lo parar.

Ela estava ligeiramente ofegante por ter tido que correr para alcançá-lo.

Sirius não a encarou, puxou bruscamente seu braço, se afastando dela.

— Agora não, eu quero ficar sozinho! – ele falou firme.

— Eu não acho que seja uma boa escolha – ela respondeu baixinho, pegando a mão dele. 

— Eu disse que agora não Marlene! – ele levantou um pouco a voz. – Me deixa em paz!

Marlene mordeu os lábios e o soltou, assistindo-o se afastar.

Não pôde deixar de se sentir chateada pelo jeito que Sirius falou com ela, mesmo quando eles nem se davam tão bem ele nunca tinha sido tão grosso. A loira sentiu um nó se formar em sua garganta e nem ela soube explicar porque estava reagindo daquela maneira, Sirius tinha sido mal educado sim, mas ele estava ferido e querendo ficar sozinho. Se fosse há um tempo, aquilo jamais a afetaria da maneira como estava.

— Ei – James passou o braço pelos ombros dela. – Você sabe que a relação dele com a família é complicada, ele só precisa de um tempo sozinho.

A garota assentiu com a cabeça.

— Não faça essa cara, ele só falou com você daquele modo pois está chateado. Sei que não justifica, mas logo ele vai se desculpar.

 Ela não disse nada, somente caminhou em silêncio de volta a torre da Grifinória. Marlene até achou que o encontraria no local, porém estava enganada, não havia nem sinal do garoto no salão comunal ou no dormitório, segundo James.

Sirius continuou sumido pelo resto do dia e ainda que Marlene estivesse magoada, a preocupação estava falando mais alto. Ela até tentou se concentrar em qualquer outra coisa que fosse, mas não conseguia. Sabia que não tinha muito como o garoto se meter em confusão, já que ele com certeza não tentaria algo contra Regulus, entretanto, a ideia dele triste e sozinho sabe-se lá onde, era pior do que pensar que ele poderia arrumar uma detenção.

— James – ela chamou o amigo, que estava sentado junto com Lily. – Você pode me emprestar o mapa?

Ele hesitou por alguns instantes, mas acabou desistindo de contestar ao ver o olhar da amiga, indo até seu dormitório e voltando pouco tempo depois com o pedaço de pergaminho.

— Toma cuidado – Lily pediu e ela acenou positivamente.

Ao checar o mapa do maroto, Marlene verificou que Sirius estava na torre de astronomia, e por sorte não havia sinal do Filch por perto. Ela ainda estava dentro do horário permitido para circular pelo castelo, mas o zelador sempre procurava qualquer coisinha que fosse para tentar coloca-los em apuros, por isso o melhor era evitar.

Quando ela chegou no topo da torre, encontrou o garoto sentado no chão próximo a grande proteção, observando o céu. Ele se virou rapidamente, limpando o rosto na manga da blusa ao ouvir a movimentação atrás dele. O coração de Marlene apertou ao notar que ele estava chorando, ela nunca tinha visto Sirius chorar.

O moreno voltou a relaxar quando a viu, então ela se aproximou, se sentando ao seu lado. Eles ficaram longos minutos sem falar nada, Marlene não fazia ideia do que poderia dizer naquela situação. E ela nem sabia qual era o humor do garoto naquele momento, então achou melhor ficar quieta.

Fora ele quem quebrou o silêncio, falando sem olha-la:

— Sinto muito por ter gritado com você. Desculpa!

— Contanto que você não faça novamente...

— Não farei!

— Tudo bem.

E então os dois se calaram novamente. Marlene passou a observar a estrelas, que estavam bem presentes naquela noite, se distraindo.

— Porque você veio aqui? – ela ouviu Sirius perguntar após um tempo, atraindo sua atenção novamente. Sentia o olhar do garoto queimar sob si.

— Não sei... Só achei que talvez você precisasse de companhia.

Ele riu baixinho.

— Eu sou mesmo um idiota, não é?

— Às vezes – ela concordou em um tom ameno. – Mas porque você está dizendo isso?

— Porque eu me preocupo com quem não está nem aí para mim e ajo feito um imbecil com quem se importa.

Marlene o encarou nos olhos.

— Você não é um idiota por se preocupar com seu irmão e eu tenho quase certeza de que ele se arrependeu de ter dito aquelas coisas.

— Eu não teria tanta certeza assim – ele respondeu. – Regulus não costumava ser assim, nós dois éramos inseparáveis, mas agora eu acho que nem o conheço mais... Tudo isso é culpa daqueles dois, eles que ficam colocando merdas na cabeça dele, estão conseguindo transforma-lo em um deles. E ainda se dizem bons pais – falou com revolta.

— Talvez ele caia na real, você não é como eles. Talvez Regulus também não seja.

— Você já viu o tipo de gente que ele anda se envolvendo? Ficaria surpreso se até ele se formar não tenha conseguido uma daquela marca negra no braço, assim como alguns da família que ele tanto admira.

Marlene não soube o que dizer. Sirius estava falando sobre se aliar a Voldemort. Ela definitivamente não conseguia imaginar Regulus servindo a um louco daquele, mas ao mesmo tempo ela sabia tão pouco sobre ele e o resto de sua família. Seu pai já havia comentado que os Black eram simpatizantes de ideais mais conservadores e que já andaram fazendo algumas coisas erradas, mas daí a induzir o filho a servir um bruxo das trevas? Para ela, aquilo parecia absurdo de mais até para imaginar.

— Eu sinto muito. – foi a única coisa que ela conseguiu dizer. E realmente ela realmente sentia.

— Está tudo bem, eu parei de me importar quando saí daquela casa.

— Isso não é verdade, e você não precisa sempre fingir que não te chateia – ela respondeu o encarando.

Os olhos dele encheram de lágrimas novamente.

— Eu só... Eu os odeio tanto em alguns momentos, os meus pais! Regulus é só um garoto, ele é ingênuo e não sabe nada da vida. Eu não quero que ele tenha um lixo de vida, entende?

Marlene assentiu.

— Ele não merece isso. O que estão o transformando não é quem ele realmente é

— Cada pessoa tem seu tempo Sirius. Você não tem que perder as esperanças no seu irmão, você mesmo está dizendo que ele não é assim verdadeiramente. Logo ele vai perceber isso também.

Sirius suspirou e a puxou de surpresa para um abraço, mantendo-a envolvida em seus braços por algum tempo.

— Parece que ultimamente eu só tenho te enchido com minhas merdas.

— Eu não gosto quando você fala assim! Não tem me enchido coisa nenhuma!

O moreno sorriu e deixou um beijo no topo da cabeça da garota.

— Você é boa de mais, McKinnon! Cada dia que passa eu tenho mais certeza de que o Cooper foi grande filho da puta pelo que fez com você. Quando penso nisso eu só tenho vontade de ir lá e quebrar a cara dele.

Marlene soltou uma risadinha.

— Você está um pouco atrasado.

— Nunca é tarde para mostrar para alguém que ele é um idiota – ele rebateu.

— Sem socar ninguém, Sirius! - ele riu baixinho. 

Sirius a ajeitou  para ficar entre suas pernas e afundou o rosto no pescoço dela, suspirando.

— Obrigado – ele sussurrou no ouvido de Marlene. – Por me ouvir... Ultimamente eu tenho sentido como se você tivesse uma espécie de magia que sempre faz eu me sentir bem.

Marlene sorriu.

Os dois acabaram ficando um bom tempo ali juntos, sem muitas palavras, apenas desfrutando da companhia um do outro enquanto observavam as estrelas. Sirius não sabia, mas Marlene andava se sentindo da mesma maneira, como se ele tivesse uma espécie de magia que sempre a fazia se sentir bem também. 


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Notas finais do capítulo

Oiii, gente. Feliz Natal!!!!

Como passaram? Eu espero que bem!

Queria ter postado antes esse capítulo, mas foi meio corrido esses dias. Enfim, me digam se gostaram ou se tem alguma sugestão, e desculpem se ficou algum erro.

Beijosss ♥



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