— Corta! Pausa de meia hora, e tratem de não amarrotar as roupas, por favor, certo?!

A voz da produtora assistente do filme, o quarto da franquia "Harry Potter", disse, para o alívio de mais da metade dos atores, dentre eles, a que mais agradeceu foi Emma, os pés dela estavam prestes a cair de tanto que latejavam naquele salto, o vestido, mesmo ela tendo o achado adorável, pinicava abaixo dos braços.

Ela deu um sorriso de lado para si mesma, finalmente a ideia de sentar-se não parecia impossível e distante.

Ela girou os calcanhares, e se afastou da pista junto com "Viktor".

— Céus, deixe-me ver, o que que há de bom...

Emma riu com a forma que o garoto disse a frase, acho que a essa altura do campeonato, não havia ninguém lá que não estivesse com fome, por isso o pequeno amontoado que formou-se em volta da mesa com os lanches.

Emma se jogou na poltrona confortável da produção da filmagem, poderia ficar ali para sempre, sem pensar na escola, nas filmagens, e ainda, no que sentia por um certo alguém da produção.

Foi interrompida de seus devaneios quando alguém jogou-se na poltrona ao lado, e chamou sua atenção.

— Hi Emma! - O loiro disse de forma animada.

Ela riu fraco, abrindo calmamente os olhos que estavam fechados.

— Oi Tom... - A morena quase sussurrou a última parte, a preguiça e o cheiro inibriante do perfume do garoto mechendo seu subconsciente.

— Em, posso te fazer uma pergunta...?- Ele perguntou receoso.- Duas na verdade...

— Bom, acho que posso dizer que já fez...- Ela brincou sorrindo e o olhando atentamente.- Diga.

— Primeiro, esses sapatos não machucam não?

— Sim, eles concerteza machucam Tom, mais não faz mal, eu gosto de usá-los porque sei porque estou usando.- Ela indagou confiante.

— Como assim..? - O garoto parecia bem confuso.

— Eu estou usando esse sapato, porque estou gravando uma cena de um filme, que faz parte da minha vida e de quem eu sou, e sei que essa cena pode ser muito importante para as pessoas que estão assistindo ao filme, nem que pelo menos uma pessoa fique feliz vendo isso acontecer - Ela apontou para o set.- Está tudo bem eu fazer isso, de certa forma, faz doer menos, faz a dor que resta valer a pena, entende? - Ela terminou com um sorriso acolhedor.

— Sim...

— E a segunda?

— Segunda o que? 

— Pergunta bobo. - Ela riu se divertindo com o esquecimento do menino.

— Ata, sim, bem, ham,.... Quer dançar comigo..?- Ele estava tímido, mais só o deixava mais fofo, uns fios do cabelos claros caiam-lhe sobre a testa, os olhos cinza claro, como os de seu personagem, agora tão doces.

— Não tem música Tom.... - Ela disse cautelosa.

— Tudo bem, quem criou a regra de que é preciso música para dançar, anda vai...

Ele se levantou e fez uma dança engraçada, ela o acompanhou e assim passaram alguns minutos dançando, sequer perceberam que havia alguém os observando.