EnGraçadinha escrita por Sweet Madness
Batman acabaria agradecendo por estar em seu traje quando recebeu uma ligação do Asilo Arkhan. E ficou tentado a mandar Dick caçar a irmã e arrastá-la para casa ao saber que se tratava do Coringa.
Mas estava acompanhado de Diana e Kent, não queria interpretar uma legítima "Galinha Choca", como Jason carinhosamente apelidou os ataques de super-proteção do mais velho.
Chegando ao Arkhan, foi recebido pelo diretor do hospital, que o levou até a Ala de Segurança Máxima, onde o palhaço estava internado. E o deixou com um rapaz jovem, provavelmente recém-formado.
—Senhor.-O rapaz o cumprimentou.-Eu sou Oliver Krane, sou o atual responsável pelo...
Bruce viu o desconforto do rapaz em ter de chamar seu paciente por um número qualquer, e decidiu que iria facilitar as coisas. Ele havia levado uma bronca da filha por ser muito turrão.
—Coringa. O diretor disse que era urgente.
—Bom... O paciente tem recebido a visita de uma moça há mais ou menos seis meses. Ela também está se formando em psicologia, foi minha caloura na faculdade.-O rapaz deu um sorriso, como se falasse de uma amiga muito querida.-A questão é que o comportamento dele mudou. Não foi de uma hora para outra, é claro. Mas veja bem... Ontem ele pediu para conversar comigo, e pediu que eu trocasse dois de seus medicamentos, ou ao menos reduzisse a dosagem. Veja bem... Coringa sentou e conversou totalmente sóbrio comigo ontem.
—Isso é preocupante?
A pergunta veio de Diana, que ganhou um sorriso simpático do rapaz.
—Madame.-Ele a cumprimentou. Aquele menino não era de Gotham.-Para um psicopata totalmente apático estar sorrindo sozinho, sem motivo aparente, e de uma forma especial... Eu diria que sim, é preocupante. Não tenho como medir o que era sendo alterado realmente no comportamento dele, e se são os remédios ou sua visitante quem tem trazido essas mudanças.
—Como assim sorrindo? A marca registrada do Coringa sempre foi...
O menino abriu a proteção da janela da cela. Lá dentro o palhaço olhava um desenho e sorria. Mas era um sorriso que Batman nunca tinha visto.
—Ele parece estar tendo uma boa lembrança.-A heroína acabou sorrindo pela doçura na expressão do vilão.-Como se o desenho trouxesse algum conforto pra ele.
—Ele tinha surtado a oito meses atrás, foi por isso que o capturei outra vez.-A voz sombria perturbou o sorriso da mulher.-Espero que não tenha me chamado aqui para dizer que ele vai ser solto.
—Não senhor. Nós decidimos que, independente de ser os remédios ou a visita, aqui é o melhor lugar para ele ficar agora. Mas achei que deveria ser notificado. Infelizmente a palavra final ainda é do setor de assistência social. Eu preferiria manter Joker aqui.
— Eu também, garoto. Eu também.
•~~•
Dick, Damian e Jason viram o BatMovel entrar cantando pneu. E Batman parecia meio perturbado. Diana e Clark estavam com ele. Surpreendentemente, Bruce não se importou de arrancar a máscara do rosto e dar um olhar alarmado ao filho mais velho.
—Encontre sua irmã e faça ela vir pra casa agora mesmo!
— Você sabe que ela não vai vir!
E os dois se puseram a discutir. Diana e Clark foram cumprimentados por Damian, que os levou para o cantinho do café que sua irmã havia feito na BatCaverna. Os heróis viram o menino pegar o celular e ligar para alguém, e ele não ligou em deixar no viva-voz.
—Oi, mana. Está ocupada?
—Oi, príncipe! Nunca estou ocupada o pra você. O que foi? Eles o esta o chateando? Se quiser posso ir te buscar.
—Na verdade o pai está meio chateado hoje. Ele convidou Diana e Clark para o jantar e ele queria te apresentar devidamente para eles.
A briga dos dois adultos parou. E o garoto lhes deu uma arqueado de sobrancelha.
—Oh, diga ao pai que eu já estou indo. Peça ao Alfred para não flambar a comida sozinho. Ele fez uma queimadura da última vez. Chego em vinte minutos.
—Cuidado no trânsito, mana.
—Eu te amo, príncipe.
A chamada foi encerrada e Damian cruzou os braços, arqueado a sobrancelha.
—Felizes agora? Eu fiz minha irmã vir jantar aqui. Espero que não chateie ela. Vem, tia Diana.-Ele estendeu o braço para a heroína. Damian era um charme aos seus treze aninhos.-Nada como um banho relaxante e se livrar dessa armadura para desfrutar da comida do Alfred!
—Excelente ideia, Damian!
•~~•
Bruce ouviu a moto da filha chegar na garagem. E olha que a briga para ele conseguir fazer a filha escolher a moto foi homérica. Era uma Indian da Harley Davidson, verde militar com toda a lataria cobre. Era linda.
Dizer que ele se derreteu quando a filha quis levar ele na empresa na manhã seguinte, só para tomarem café da manhã juntos e ele desfrutar do automóvel junto com ela chega a ser desnecessário.
Ele só conseguiu fazer a menina aceitar a moto depois de ela passar duas semanas inteiras sem dormir, se desdobrando, para cuidar dos ferimentos graves que ele fez em um conflito direto com Era Venenoza.
A porta de acesso da garagem abriu, e ela ainda estava tentando arrumar os cabelos coloridos. Eles estavam com as cores bem vivas, e o Morcego achava fofo. Agora haviam algumas tatuagens para completar o visual, mas Bruce sabia que ela ainda não havia feito todas as que queria.
—Pai!
E então a filha estava agarrada em seu pescoço, com um sorriso fofo.
—Olá, princesinha. Papai estava com saudade.
—Eu também estava! A semana de provas foi pancada... Damian disse que tínhamos visita... Cadê meu principe? Damian Wayne venha já aqui me dizer oi!
Para dizer o minimo: os outros dois membros da Liga da Justiça ficaram boquiabertos com a figura que era a filha adotiva de Bruce Wayne.
Diana viu como o caçula do colega fez uma manha discreta para a irmã, que se despediu do pai, do irmão mais velho e da heroína, ignorando Jason completamente, antes de subir para dormir com o caçula.
Jason e Dick logo subiram também, e Diana assistiu o suspiro pesado de Bruce. Clark já havia ido, ele tinha de ver Louis.
—Bruce... Desculpe a invasão mas... Por que nunca falou da sua filha?
—Daintness é meu tesouro, Diana.-O herói abriu a porta do quarto de Damian com cuidado, e a heroína viu como os irmãos dormiam enrolados um no outro, nem um pouco alertas ou preocupados.-É minha menininha.
—Você nunca quis descobrir quem são os pais dela?
Acabou perguntando, depois que ele fechou a porta e os dois continuaram pelo corredor, até o quarto do herói.
—Nunca consegui... Daintness chorava muito quando... Quando pensava no pai dela. Da mãe eu acredito que ela não se lembre. Quando eu a encontrei ela já fugia das garras da madrasta.
Logo os dois estavam devidamente acomodados na cama. Eles eram amantes ocasionais, apenas uma diversão.
Diana passou a olhar uma foto que Bruce mantinha no criado mudo. Era uma foto de todos os filhos juntos, e o que lhe chamou a atenção foi o sorriso de Daintness na foto. Ela conhecia aquele sorriso de algum lugar. Mas de forma alguma era um bom sorriso.
•~~•
Oliver pegou o medicamento de seu paciente e bateu educadamente na porta antes de entrar.
Assistiu Joker se sentar na cadeira e estender o braço para o injetável, enquanto tinha um copo grande de água na outra mão, para ingerir os comprimidos.
—Bom dia! Como se sente hoje?
—Está tudo bem, doutor...-O psicopata ficou em silêncio enquanto o recebia os medicamentos da manhã.-Doutor... O senhor sabe se minha visita vem hoje?
—Ela vem todos os dias, não é? Nunca falha.
Oliver o viu abrir um sorriso agradecido, olhando para aquele desenho bonito que estava na parede.
—Não... Ela é uma boa menina.
—Você também, Joker. Se continuar assim, tomando os remédios e sendo consciente, eu prometo que vou tentar conseguir a autorização para vocês poderem andar pelo jardim interno,ou ao menos tentar aumentar o tempo dela na semana que vem. Mas tem que continuar na linha, certo?
—Sim, doutor. Eu vou ser um menino bem comportado.
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