EnGraçadinha escrita por Sweet Madness


Capítulo 2
Filhos Deveriam Ter Manuais




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/769325/chapter/2

Bruce deu um suspiro tão aliviado quando chegou a sede da Liga, que Diana chegou a sentir pena do colega. Eles discutiram algumas estratégias antes do jantar, e finalmente Diana conseguiu se aproximar do morcego.

—O que foi, Bruce? Parece cansado.

—Filhos... Filhos vão me dar cabelos brancos e dores nas costas antes da idade.

—Oh, verdade. As crianças estão dando muito trabalho?

—Um pouco. Dois adolescentes em casa é uma situação do inferno... Juro que prefiro conflitar diretamente com Joker, Pinguim e Espantalho ao mesmo tempo.

A heroína riu, e pensou que era melhor não atormentar muito o amigo com perguntas sobre os filhos. Bruce podia ser terrivelmente dolorido quando o assunto era seus meninos.
                               •~~•

Alfred sorriu ao ver a decepção no rosto de Bruce quando ele chegou em casa. Ele estivera fora por quatro dias em missão com a Liga.

Aparentemente Bruce ainda não havia se acostumado com o fato de que sua princesinha trabalhava fora agora. Mesmo Alfred as vezes estranhava a falta da menina em casa.

—Alfred.-Cumprimentou, retirando o blazer negro.-Sabe onde estão as crianças?

—Eu sempre sei onde estão as crianças. Como foi a missão, patrão?

O mordomo pegou o blazer no canteiro. Iria colocá-lo para lavar. O herói deu mais uma olhada pela casa, antes de decidir que iria até a BatCaverna ver como os dias haviam sido em sua ausência.

—Foi tranquila. Eu vou descer. Me avise quando as crianças chegarem em casa, por favor.

—Claro, patrão.
                                •~~•

Dick chegou em casa e foi treinar na BatCaverna, aproveitando para conversar sobre os relatórios com Bruce.

Jason chegou em casa e foi para o banho. Ele havia passado aquela sexta-feira na piscina com os amigos do colegial.

Bruce estava de banho tomado, pijama colocado e acomodado à mesa com seus dois filhos homens, aguardando o jantar ser servido. E foi pego de surpresa por um beijo longo, barulhento e meloso na bochecha.

—Pai! Achei que fosse voltar da missão apenas amanhã.-Ela se sentou na cadeira ao seu lado, e entregou uma caixinha rosa com detalhes de purpurina dourada.-Eu fiz pra você. Desculpe o atraso.

O herói deu uma olhada pouco dura para a loira, antes de abrir aquelancaixinha tão meiga. Eram quatro cocadas, de coco queimado, em forma de morcego.

—Obrigado, querida.

—Ficaram uma gracinha, senhorita.-Alfred deixou um beijo no rosto da menina, ganhando um largo sorriso.-Tem muita habilidade manual, Daintness.

A loira abriu um sorriso.ainda mais largo e entregou uma caixinha prateada para o mordomo, roubando a assadeira para colocar na mesa. Ao contrario do que ele faria se Bruce tivesse aprontado algo assim, Alfred apenas riu, abrindo seu presente. Seu docinho de nozes favorito.

—Dick, me ajuda a pegar o resto do jantar enquanto Alfred se senta?

Aquela havia sido uma mudança icônica na casa, depois que Bruce havia adotado informalmente a menininha.

A pequena Daintness se recusou a deixar que Bruce pegasse sua guarda, muito embora ela não entendesse exatamente o que era isso. Ela não queria mudar seu nome ou tirar o nome dos pais de sua certidão de nascimento. Mas o empresário havia conseguido a tutoria da menina, e por isso havia conseguido matricular Daintness na escola, e nas aulas de patinação, e em tudo o mais que a menina teve vontade de fazer.

—Por que sempre o Richard?

—Se eu tivesse pedido pra você teria feito qualquer coisa além de revirar os olhos como um adolescente idiota?

—Crianças.

Os dois pararam de trocar aqueles olhares meio sinistros e logo todos estavam jantando. Jason e Dick discutiam qualquer coisa sobre a nova série favorita, Alfred ria dos dois e Bruce estava preocupado com o silêncio de Daintness.

—Princesinha.-Chamou baixinho, ganhando os olhos bicolores.-Aconteceu alguma coisa na escola ou no trabalho hoje?

—Não... Eu só acordei chateada...

—Filha...

—É sério, pai... Eu só levantei com o pé errado.

—Tem certeza de que é só isso, princesa?

—Tenho...

O jantar seguiu tranquilo e Bruce sentou em seu escritório, decidindo que ia apreciar seu presente com uma bela xícara de café.

Era perto da meia noite quando o empresário foi verificar cada um de seus filhos. Jason estava roncando, Dick estava ouvindo música. E então bateu na porta do quarto da filha.

Ela estava sentada na penteadeira, escovando os cabelos loiros compridos. Bruce viu algumas tintas fantasia sobre a penteadeira, é foi se sentar na cama, ganhando os olhos coloridos.

—Você vai pintar seu cabelo na sexta, princesinha?

—Vai ficar zangado? Jason disse que ia ficar zangado...

—E o que Dick disse a você?

—Ele perguntou se eu deixava ele pintar uma mexa...

Bruce se deixou rir. Seu filho mais velho podia ser um turrão com todo mundo. Menos com a irmã caçula. Daintness nunca havia conhecido o lado cabeça oca e dura do irmão mais velho.

—Vai mesmo deixar seu irmão pintar um pedaço do seu cabelo?

—Vou... Ele disse que queria passar a tinta rosa.
                              •~~•

—Isso não sai do meu dedo!

—Aqui, Dick. Nada que um pouco de acetona não resolva.

Bruce encontrou o filho mais velho bicudo enquanto a caçula limpava as mãos dele, manchadas de tinta rosa. O cheiro de tuttifrut estava tomando a sala.

—Ajudou sua irmã, Dick?

—Ajudei! Ela não manchou a testa, não manchou a nuca e não manchou as orelhas.

—Dick é o melhor!

O empresário riu, indo deixar um beijo na testa da filha e bagunçar os cabelos do rapaz.

—Vou tomar banho e trocar de roupa. Eu já venho.

—Tá bem!

Dick sorriu pra a irmã, que voltou a tirar as manchas de suas mãos.

—O que foi, princesinha?

—Jason disse que o papai ia ficar bravo...-O mais velho arqueou a sobrancelha.-Disse que a tinta verde ia deixar o pai muito zangado.

— Não, princesinha. O pai não vai ficar zangado com você. Aliás, você vai ficar fofa com esse cabelo colorido. Papai vai babar em você.

—Eu vou lavar o cabelo agora. Já volto, Dick.
                                 •~~•

Bruce não conseguiu deixar de pensar que sua filha definitivamente combinava com seu trabalho agora. Aquelas cores candy no cabelo médio e ondulado a fazia lembrar um doce.

O empresário viu que o filho do meio falava alguma coisa, e decidiu que iria sim ouvir a conversa dos filhos. Especialmente por ver que haviam lágrimas nos olhos bicoloridos da filha.

—Vai ver só, o pai vai ficar furioso com a sua falta de noção. De tantas cores você escolhe logo verde? E ainda pinta em cima desse seu olho azul. Por que não pintou do lado castanho?

—Porque sua irmã quis.-Sua voz acabou saindo muito mais dura do que pretendia. Mas aquela implicância de Jason o irritava profundamente.-Pare de perturbar Daintness, Jason! Vai sempre tentar achar as feridas dela para cutucar? Deixe de ser criança!

Ele viu o garoto se colocar em pose de briga, mas a filha foi bem mais rápida, simplesmente correu escada a cima. Bruce realmente ia dizer algumas coisas bem piores, mas viu o menino gelar e ficar pálido. Sentiu uma mão em seu ombro.

—Vá cuidar da minha princesa imediatamente. Jason e eu vamos ter uma conversa. Uma longa e seria conversa.

Sem duvidas: Alfred sempre seria muito mais assustador que o Cavaleiro das Trevas em traje completo.

<!--/data/user/0/com.samsung.android.app.notes/files/share/clipdata_181024_132508_335.sdoc-->


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "EnGraçadinha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.