Evolve escrita por Grimmliz


Capítulo 1
Track one: next to me


Notas iniciais do capítulo

Well, well... deixa eu começar explicando isso aqui.
Algum tempo atrás a @Mothra surgiu com a ideia de uma espécie de desafio, que basicamente consistiria em escolher um álbum de qualquer cantor/banda, um otp, e escrever uma fanfic para cada música. Seria bem livre, com foco no título, na música, ou trechos em específicos, enfim, essa era a ideia geral. Pois é, a gente topou! Até porque só estamos iniciando juntas, depois, as postagens serão aleatórias, de acordo com a (boa) vontade de nós ficwriters.

É isso. Espero que apreciem as Kacchakos que virão por aí.
Após muito pensar e sofrer, indo da discografia do Sleeping Wolf (que eu senti que pertence a GrimmHime, então desisti) a 'America' do 30 Seconds do Mars (que me provocou o mesmo sentimento, me julguem), terminei com Evolve, do Imagine Dragons. Enjoy! :)

Obs. Repostando porque coloquei como concluída no primeiro capítulo.



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O clima estava tenso entre os estudantes da consagrada U.A. Agora que boa parte deles possuíam a licença provisória, auxiliar nas situações de emergência era algo normal, porém, mesmo o melhor heroi não conseguia salvar a todos, isso era um fato; que os alunos enfrentavam pela primeira vez — um em especial.

Ninguém sabia do paradeiro de Bakugou Katsuki, que logo que retornaram, se afastou do grupo sem uma palavra sequer. O único que costumava interferir no comportamento dele era Kirishima, que estava em outra parte da cidade, em uma missão diferente, já que houveram várias subdivisões da classe.

Uraraka fazia parte do terceiro grupo a voltar do incidente. A notícia tinha se espalhado amplamente devido a TV, já que recebia cobertura em tempo real; assim como a tragédia. Ela deixou os olhos correrem pelo campus, por cada face que encontrou pelo caminho, mas nada lhe dava pistas do paradeiro de Bakugou.

Ochako estava preocupada. Bakugou era bastante imprevisível, e não tinha ideia de que maneira ele enfrentaria a situação. Ela vira a expressão dele nos diversos telões da cidade, quando por míseros segundos, não conseguiu alcançar uma das vítimas que acabou pega na explosão de um dos prédios. Um jovem da idade deles, que talvez também almejasse se tornar um heroi.

Ela fechou os olhos por um momento, afastando o pensamento e o nó na garganta. Havia se preparado por todo caminho para servir de algo, mesmo que fosse duramente rejeitada, pois alguém teria que fazê-lo, e queria que fosse ela.

Depois de cerca de meia hora de procura, Uraraka finalmente o encontrou num dos ginásios de treino mais isolados. Ochako esperava qualquer coisa: destroços, explosões, grunhidos; mas nada. Apenas o silêncio dele na imensidão mal iluminada. Isso a assustou mais do que qualquer coisa. Ela poderia lidar com a personalidade explosiva de Katsuki, mas não com sua falta de ação, porque ele nunca agia daquela forma.

Uravity parou à porta, sua mão fechando-se em punho ao longo do corpo. Ela hesitou por um momento, encarando a imagem de Bakugou; braços cruzados sobre os joelhos, a face escondida. Um antebraço estava ferido — uma queimadura —, e ele nem parecia se dar conta disso, ou simplesmente não se importava. Uraraka deixou o ar sair lentamente dos pulmões, então, adentrou ao ginásio silenciosamente, aproximando-se de Bakugou.

— Bakugou-kun?

Ela viu a tensão percorrer cada seguimento muscular dele, dos punhos às omoplatas. Depois do que pareceu uma eternidade, Bakugou finalmente levantou a cabeça. Uraraka esperava fúria flamejante daqueles olhos escarlate; a frieza lhe causou arrepios.

— O que quer, Uraraka?

O que ela queria, afinal? Naquele ponto, Ochako não tinha mais certeza. Mas precisava dizer algo, qualquer coisa.

— Treine comigo — se viu exigindo.

Bakugou cerrou os olhos, assim como os punhos, então relaxou-os.

— Peça para outro daqueles inúteis, não tô a fim.

— Mas Bakugou-kun, você é o único que me leva realmente a sério.

— Você é surda ou o quê, merda?! — ele praticamente rosnou.

Uraraka sentiu vontade de recuar, mas a parte que a impelia a permanecer detinha mais influência naquele momento. Ela respirou fundo, sua determinação tomando forma. Bakugou ainda a encarava com cara de poucos amigos, nada muito diferente do usual, embora faltasse uma espécie de voracidade nele. Ele sempre parecera pronto para devorar seus adversários, mas agora Bakugou parecia estar sendo consumido por algo que julgava ser culpa. Ochako não permitiria isso, de jeito nenhum.

Ochako avançou firme em direção a Bakugou, aplicando um dos vários golpes aprendidos em seu estágio. Bakugou desviou rolando, ela sabia que ele o faria.

— Mas que droga de insistência, Uraraka. — Grunhiu, enquanto se levantava rapidamente. — Já disse que não tô-...

Uravity lançou-se contra ele mais uma vez, seu pé sendo bloqueado pelo antebraço ferido de Bakugou, que trincou os dentes, mas não recuou. A mão livre envolveu o tornozelo dela, lançando-a para longe. Uraraka aterrissou razoavelmente bem, e de bônus, conseguiu a atenção de Katsuki.

Os dedos dele abriam e fechavam-se, ela podia até ver as faíscas tomando forma.

— Você é uma maldita teimosa, garota. Não sei o que deu em você, mas não tô de bom humor.

— Você nunca está de bom humor, Bakugou-kun.

Os olhos dele semicerraram-se, ao mesmo tempo em que se colocava em posição de combate. Uraraka engoliu em seco. Conseguira acordar a fera, agora restava lidar com isso.

Mais uma vez ela o atacou, seus golpes sendo habilmente detidos por Bakugou, que ao contrário do que deduziu, não estava usando de sua individualidade. Mas isso não importava, sua intenção era que o fizesse extravasar ao menos um pouco tudo que sentia, nem que para isso tivesse que se tornar uma espécie de saco de pancadas.

Uraraka sempre o admirou por isso. Bakugou não a tratava diferente pelo fato de ser uma garota. Ele a considerava uma igual, e como tal, não continha seus modos quando trocavam socos, chutes e mesmo insultos. Aos poucos, o velho Bakugou começou a tomar forma, ainda que com uma pitada a mais de agressividade — se é que era possível. Seu corpo estava dolorido, e muito provavelmente apresentaria vários novos hematomas.

Uraraka perdeu o ar quando uma rasteira dele a derrubou, e suas costas atingiram o chão. Por um minuto inteiro ela viu estrelas, e talvez fosse porque o mundo girava, mas um vinco de preocupação pareceu ocupar a testa de Bakugou, assim como diluiu a sede de algo que ela não sabia definir ao certo.

Não.

Não agora.

Nada de mais culpa.

Com algum esforço, Uraraka imitou o movimento dele, desajeitadamente, mesmo do chão. Katsuki foi pego de surpresa, caindo meio de costas, meio de lado. Ele resmungou, xingando um nome qualquer que estava mais do que acostumada a ouvir vindo da boca dele.

Ela o encarou, ainda meio zonza. Bakugou devolveu o olhar. Ambos no chão, lado a lado.

A fúria dele pareceu se apaziguar.

Ele se voltou para o teto. Nenhuma palavra sendo dita.

Aquela expressão.

A garganta de Uraraka se fechou, mas sua missão ainda não estava cumprida.

Uraraka engatinhou na direção de Bakugou, jogando o corpo sobre o dele, os braços lhe envolvendo o pescoço, com força. As mãos de Katsuki se prenderam nos ombros dela, em seu uniforme, tensionando arrancá-la de cima dele.

— Mas que merda de golpe é esse, Uraraka? Me solta, caralho.

O contato dele chegava quase a ser doloroso, mas com certeza não dizia respeito a metade do que ele deveria estar sentindo em relação a tudo.

Ela fechou os olhos, os braços enlaçando-o ainda mais forte. Então sussurrou próximo ao ouvido dele:

— Não foi culpa sua.

Os movimentos de Bakugou se detiveram no exato momento, mas a pressão se manteve.

Ele a ouvira, Ochako estava certa disso, mas nem por isso deixou de repetir:

— Não foi culpa sua, Bakugou-kun...

Duas respirações se passaram antes que ele voltasse a agir, mas ao invés de afastá-la, os dedos dele se afundaram ainda mais à pele dela, então seus braços a rodearam, e ali se mantiveram; e mesmo que palavra alguma tivesse sido dita, de alguma forma, Uraraka sabia que Bakugou estava grato pelo apoio dela, porque mesmo herois precisavam ser salvos algumas vezes.


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Notas finais do capítulo

Os gêneros ainda não foram definidos, então irei acrescentando com o andamento da carruagem. Já a classificação não passará de +16, isso é certeza. rs

Nos vemos logo. ♥

Comentários, opiniões e afins, são muito bem vindos!



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