Clary estava se vestindo colocando sua jaqueta e o colár de lobo. Alaric negou dar informações sobre o paradeiro da mulher que a atacou. Clary decidiu deixar a situação de lado, por enquanto. 

"Toc. Toc", Lizzie brincou, abrindo a porta. "Ora, a jaqueta caiu bem em você." 

"Obrigada, Liz, ganhei de presente da Penelope", Clary disse com um sorriso, sem notar, a carranca no rosto de Lizzie. "Aliás, queria saber se o seu pai daria permissão para uma viagem á Nova Orleans".

Lizzie sentou na cama. "Algum motivo especial?" Ela perguntou, embora soubesse a reposta. Hope. 

Clary cantarolou de acordo quando deixou de ver seu reflexo no espelho. Ela indica um envelope na cabeceira da cama. Lizzie analisou o conteúdo.

"Freya e Keelin vão se casar, eu recebi um convite." Clary explicou, sentando ao lado da sifão. "Embora, não tenho ideia de quem enviou," 

Lizzie deu de ombros. "Estamos falando de Clary Le Fay. Meu pai nunca diria 'não' para a favorita dele." A castanha revirou os olhos. "Estou brincando, Clary, eu prefiro que meu pai goste de você ao invés de Hope..."

"Bem, estou indo comprar um vestido com a Penelope, você está vindo?" Clary perguntou.

"Ah, não", Lizzie bufou. "Você e Josie estão loucas pela aquela garota. Não quero segurar vela."

Clary revirou os olhos, sorrindo. "Tchau Liz."

(...)

Josie fingia dar uma olhada na variedade de roupas quando, realmente, estava observando a interação entre Clary e Penelope. As duas riram e sorriam de alguma coisa que a outra falou. Pareciam alegres.

Por que não estariam. Ambas tem muito em comum. São bruxas. pensou Josie amargamente.

"Jo, qual vestido é ideal para o casamento?" Clary perguntou segurando dois vestidos. "O azul ou prateado?"

Josie se aproximou. "Então... você está realmente indo ao casamento?"

"Não tenho certeza". Clary respondeu.

"Claro que está indo." Penelope interrompeu. "E o  azul é definitivamente a sua cor, Clary-Bear".

A castanha sorriu. "Obrigada, Penelope." Ela sorriu para as duas garotas e andou até o vestiário.

Josie assistiu a interação entre as duas com olhares ciumentos. Ela forçou um sorriso para Penelope.

"Estou feliz pela Clary fazer uma amiga, ela não falava com ninguém na escola." Josie disse.

Penelope piscou. "Nós bruxas devemos ficar unidas."

"Mas não tente intenções inadequadas", Josie disse em um tom sério. "Clary é uma boa menina, não  brinque com os sentimentos dela".

"Agora, sem ideias erradas, Josie." Penelope disse circulando em torno da sifão e inclinando-se para sussurrar no ouvido dela. "O meu tipo sempre foram sifões."

Josie quase engasgou. 

Clary saiu do vestiário usando o vestido azul, ela deu um rodopio para mostrar a roupa para as meninas. Penelope se afastou de Josie.

"Então?" Clary olhou entre as duas. "O que estão fazendo?"

Penelope saiu de perto de Josie como se nada tivesse acontecido. "Nada demais. Ficou ótimo."

Clary sorriu para ela. "Jo?"

Josie saiu do estupor. "Eu adorei, ficou lindo."

"Absolutamente. Hope vai adorar." Penelope sorriu de maneira provocadora.

Clary limpou a garganta. 

"Não...não tem nada haver com ela." Clary disse.

"Se você diz." Josie brincou.

"Calada, as duas." Clary repreendeu. 

Ela voltou para o vestiário. Penelope e Josie riram.

(...)

Dois dias depois

Clary estava em um táxi para Luisiana. Em seu colo está o presente de casamento para Freya e Keelin. Ela não sabia quanto tempo as coisas estariam tão calmas. Clary sentia tonturas e quase desmaiou.

De novo não. pensou a bruxa. 

Várias cenas surgiram em sua cabeça como um filme; Josie e Lizzie dentro de um círculo com tochas. Hollow. A estaca de carvalho branco. Duas figuras tornando-se poeira. Alguém sendo morto. 

"Garotinha, chegamos". avisou o taxista.

Clary saiu do estupor, entregando-lhe as notas que Alaric havia lhe dado. A castanha abriu a porta do táxi e sorriu ao som familiar da música de jazz.

(...)

Freya terminou de ajeitar seu vestido de noiva e sorrindo com o resultado. Era o melhor dia da sua vida. Infelizmente, Hayley não estaria ali.

"Você está incrível." Clary afirma, encostada no batente da porta. 

Ela esperava uma recepção calorosa da parte de Freya e não aquele puro olhar de ansiedade e medo. 

"Clary! O que está fazendo aqui?" Freya perguntou freneticamente. "Você não pode estar aqui, precisa ficar o mais longe possível de Nova Orleans."

Clary ficou assustada. "O quê? Por quê?"

"Hope ativou a maldição, se ela ver você..." Freya parou. "Será obrigada a terminar o vínculo."

"Se sabia do perigo porque me convidou?" Clary perguntou apreensiva.

"Era uma cerimônia apenas para a família, eu não fiz nenhum convite." Freya disse.

"Não, não fez." Klaus disse parado na porta, usando seu terno e segurando uma taça de vinho. "Esse teria sido eu." Ele deu um sorriso insolente.

Clary virou para o híbrido, irritada. "Porque me convidou? Você não sabe que sua filha..."

Klaus a interrompeu. "Eu sei exatamente como funciona o vínculo entre o lobisomem e seu companheiro, Clary, não há necessidade de explicar."

"Niklaus", Freya disse seriamente. "Porque a fez vir sabendo do perigo?"

"Porque, love, eu não sei quanto tempo estarei pisando nessa terra. Quero garantir que minha filha não estaria sozinha quando eu me for." Klaus disse sorrindo. "Hope não estará sozinha e farei tudo ao meu alcance para arranjar uma companheira digna, você é a escolhida, Clary Le Fay."

Clary olhou para ele com ódio. "Idiota."

"Você pode descontar sua raiva depois da cerimônia", Klaus acenou a taça de vinho em direção á Freya. "Parabéns pelo casamento, irmãzinha."

(...)

Clary suspirou entediada ao andar de um lado para o outro pelo quarto. Ela não tinha permissão para participar da cerimônia de casamento.

"Isso não é justo!" Clary bateu o pé no chão, ela fez um beicinho como uma criança. "Eu não fiquei mais de duas horas naquele táxi por nada!"

Seu olhar pousou no presente de casamento deixado na cama. O mínimo que poderia fazer seria entregar o presente á Freya e depois ir embora.

Que mal isso faria.

"Olá", disse uma bela voz com sotaque britânico. 

Clary se virou dando de cara com uma moça muito bonita de cabelo loiro e olhos azuis. 

"Você deve ser uma menina muito burrinha ou corajosa para entrar no complexo", a loira sorriu docemente. "Sua sorte que não estou com fome."

A loira abaixou-se um pouco para ficar cara á cara com a castanha, suas pupilas dilatadas ao falar;

"Me diga quem você é." A loira tentou compelir-lá.

Clary ficou um pouco assustada. "Isso não é seu problema," Ela aproveitou a surpresa da mulher após perceber que a hipnose não fez efeito e correu. 

Rebekah estava na frente da castanha em menos de um segundo e agarrou-a pela garganta, prendendo-a contra a parede. As presas prontas para mordê-lá.

Esse é o meu fim. pensou Clary.

Em um segundo ela estava sendo presa contra a parede por uma vampira original e depois sentiu o aperto em seu pescoço desaparecer. Clary abriu os olhos vendo a vampira ser empurrada para longe.

"Mas o que-" Rebekah parou quando seu pescoço foi quebrado, matando-a temporariamente. 

Clary segurou a propia garganta fazendo o ar voltar aos pulmões. A pessoa que a salvou era a figura encapuzada que invadiu a escola Salvatore.

"Eu não entendo, você me atacou e depois veio me salvar?" Clary perguntou, confusa. "Quem é você?"

A mulher se aproximou. "Audrey, Audrey Kenner, eu sou... da família." Ela explicou seriamente.

"O que isso deveria significar?" Clary zombou.

Audrey deu de ombros. "Eu sou sua irmã."

Clary não teve tempo de fazer perguntas. Audrey soprou um pó em seu rosto, apagando-a.