Visão de Calor escrita por Golden Boy


Capítulo 1
Superman


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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O Morcego de Gotham. Ele chegou em Metrópolis. Consigo sentir sua presença aqui antes mesmo que ele me ligue. É uma segunda-feira, são nove da manhã, e minha capa vermelha paira sobre a Cidade do Amanhã. Ouço um disparo, e desarmo os dois bandidos que ameaçavam um grupo de reféns. O trabalho é fácil demais, mas eles precisam de mim.

Em cidades normais, só quem olha para cima são os turistas. Aqui, a todo momento todos estão com os olhos atentos nas nuvens, esperando que eu as atravesse em alta velocidade. Só a minha presença causa aplausos e gritos de alegria e esperança.

Metrópolis já é segura.

Lex está finalmente preso, no Arkham. Ele injetou o veneno do Bane em si mesmo, e enlouqueceu. Toda a kryptonita que ele tinha fora apreendida pela polícia, e o Batman estava aqui para roubá-la. Ele tinha me contado o plano, e eu concordara. Prefiro ele guardando-a do que o governo.

Eu podia simplesmente jogá-la no Sol, mas sei que um dia posso precisar ser detido. E Bruce é a única pessoa que eu confio para fazê-lo, caso seja necessário. Meu melhor amigo. Confio minha vida a ele. Minha maior fraqueza.

Dou a um humano o poder para derrotar um Deus. Assim o governo me chama, mas eu não me sinto como um deus. Sou tão humano quanto Bruce. Tão falho quanto ele, ou qualquer outro. Ele me elogia por ser um bom moço, e eu o admiro por não ser. Ele não tem esse senso de moral inabalável que eu tenho, mas ainda assim ele não mata.

É uma corda bamba. Eu não aguentaria a pressão de ser o Batman.

Os dias passam muito devagar. Lois está mais distante, mais fria, e eu também. Voar é um bom passatempo para mim. Clark Kent está de licença médica. Disse para todos que quebrou a perna para poder passar mais tempo como Superman.

Estou agora sobre o aeroporto, onde um Bruce de cara fechada atravessa a pista de pouso a pé. Eu consigo vê-lo sem aquelas roupas, sem fazer muito esforço. Suas cicatrizes, sua pele alva. Nunca imaginei que o Batman se depilasse. Há um calor na minha pélvis. Rigidez.

Desvio o olhar, e volto para minha patrulha.

Em algumas horas, poderei cumprimentar Bruce, mas não agora. Bruce Wayne nunca se encontrou com Superman. Canso de patrulhar. Voo para casa e troco de roupa. Coloco o óculos e mudo minha postura.

Lois. O que ela pensaria disso? Estou tendo pensamentos eróticos com um homem. Nego para mim mesmo que sinto atração por ele. É só admiração. Tenho o telefone na mão, o número já discado, e agora chamando.

Ele diz que me encontrará mais tarde, e o Batman sempre cumpre suas promessas. Encontro ele no parapeito de um dos principais edifícios da cidade, agachado e com um binóculo. Ele está seguindo alguma coisa com os olhos. Antes que eu chegue muito perto, consigo sentir nele o cheiro da Mulher Gato. Minha garganta seca. O coração dele tem um ritmo reconfortante.

Porque eu estou tão decepcionado? Somos héteros. Eu tenho Lois, ele tem Selina. Sempre foi assim.

Mantenho distância, e ele percebe. Não posso ficar aqui. Saio voando na direção da lua, o mais rápido que posso. Tudo passa muito rápido. Estratosfera, mesosfera, exosfera.

O satélite da Liga.

Preciso de um tempo sozinho, e ninguém vai me encontrar na lua. Eu podia destruir o planeta inteiro com minha visão de calor. Ou só Bruce. Sinto raiva por motivo nenhum. Ele não tem culpa. Nem sabe do que eu sinto.

Disparo um raio de calor no meio do atlântico, sabendo que não iria machucar nenhum animal. Precisava liberar essa raiva, e esse é o jeito que encontro de fazer isso.


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Notas finais do capítulo

Comentem se gostaram.



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