Stupid Cupid escrita por Melshmellow


Capítulo 6
Capítulo 5 - Sister?


Notas iniciais do capítulo

OIIIEE ja voltei! ja to postando de novo e nem demorei tanto ;)
n sei exatamente o que dizer entao... nos vemos la em baixo.



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     Pela primeira vez na vida, Kai estava sem palavras. Não sabia o que dizer a sua irmã, a qual ele havia matado quando esta ainda era uma criança.

     Megan havia os forçado a sentar nos balanços de pneu do quintal, e conversar sobre o ocorrido, mas já haviam passado minutos que pareciam uma eternidade para os dois e nenhuma palavra saia. Mas Meg parecia não ter pressa, e esperava de braços cruzados na porta da casa, para que não ocorressem mais tapas ou agressões.

     — Então… como está viva? — ele perguntou tentando parecer despreocupado como sempre, e funcionou, mas ele sentia a tensão no ar.

     — Não graças a você. — Adaline respondeu rápido e afiada. Não parecia querer conversar, Kai havia tentado. Quando o moreno estava prestes a levantar e ir até Meg e voltar para a mansão, Adaline voltou a falar. — Eu sou uma descendente de Milles. E antes que você pergunte, eu vou explicar. Há os filhos de Clarisse, que nascem cupidos, e há humanos descendentes de Milles, que podem escolher se se tornam cupido. Na época que você me matou, eles estavam em falta de descendentes de Milles que se transformaram em cupidos. Por isso, me trouxeram de volta, e perguntaram se eu gostaria de morrer ou ser cupido, e a minha escolha foi óbvia. Megan cuidou de mim, até que eu estivesse pronta para juntar meu primeiro casal, aos treze anos, e perder meus sentimentos. Aqui, eles chamam isso de transição. 

     Após aquela informação, a única coisa que Kai conseguiu dizer fora um "Oh.", E então se calou.

     — Bom, eu não acho que tenha nada sobre mim que você já não saiba, então… você é adotada? Quer dizer, foi a única a se tornar cupido da família.

     — É, pelo jeito, sim.

     Silêncio.

     — Kai? — Adaline chamou. — O que… o que mamãe e papai fizeram com você não foi certo. — ela o olhou profundamente. — Ninguém nasce uma má pessoa, e você não nasceu. Se tornou isto pela forma como eles o tratavam.

     “Quando eles viram que você era diferente, que sugava os poderes alheios, era como se eles olhassem para você e dissessem que tinha culpa disso, quer dizer, você não escolheu. E quanto pegava magia de outra pessoa sem querer, e eles… o castigavam. Era errado. Era errado e nenhum de nós fez nada para impedir isso. Impedir o que você estava se tornando. Se pelo menos um de nós tivesse ficado ao seu lado, talvez tudo fosse diferente, mas fomos covardes. Não tomamos uma atitude por que quando não era conosco, estava tudo bem.”

     “Eles sempre o mantinham longe da sociedade, longe das pessoas. Não o deixavam ter amigos como se você fosse machucá-los. Como já disse antes, eles eram péssimos pais para você desde que descobriram que você era… diferente. Me desculpe por não o defender.” Adaline terminou sincera.

     Pela segunda vez no dia, lá estava Kai, sem palavras, ele ficou em silencio por alguns segundos, até pensar em algo a dizer.

     — Bom… você está errada. — ele disse sorrindo um pouco, e a morena o encarou, confusa. — eles não gostavam de mim desde que eu nasci, não desde que descobriram o que eu era. Quer dizer, se não me odiavam, por que me deram um nome como Malachai? — ele perguntou e a garota riu.

     — Que bom que se acertaram sem muitos problemas. — A voz de Megan se fez presente ali.

     Ambos a encararam.

     — Você ouviu a conversa toda? — Adaline perguntou em tom acusatório.

     — Você me conhece. O que você acha? — a morena não respondeu. Era óbvio. — Sabia que vocês dois não poderiam ser irmãos de verdade.

     — E por que não? — Kai perguntou curioso e levemente ofendido apenas pelo tom zombeteiro da cupido.

     — Ela é doce, legal, tímida, gentil... e você é... bom, você. — Meg respondeu gesticulando.

     — Você ainda não me conhece, Megan. — Kai responde se levantando do balanço e se aproximando da cupido, que cruzava os braços, com uma expressão desafiadora.

     — Wow. Meu irmão e minha melhor amiga. Esse é um casal bem inesperado. — Adaline comentou os observando.

     Megan e Kai fizeram um som de nojo juntos.

     — Viu, vocês até lêem os pensamento um do outro. — Adaline sorriu.

     — Você pode ser uma ótima cupido. Mas isso nunca vai acontecer. — Megan comentou.

     — Espera. Acha que não posso te conquistar? — Kai perguntou ofendido, mas com um sorriso.

     — Sim. Eu tenho certeza. — Megan respondeu revirando os olhos.

     Kai não pode evitar em levar aquilo como um desafio.

     — Vou provar que está errada Megan Carter. — ele disse apenas para provocá-la.

     Adaline apenas assentiu lentamente, aterrorizada com para onde aquele papo estava indo, e se levantou do balanço.

     — O que vocês acham de relaxar um pouco? Sair ou sei lá.

     — Perfeito. É disso que eu preciso. Seu irmão é um furacão. — Megan comentou e Kai revirou os olhos.

     — Ok. Eu sou a única pessoa aqui que quer conversar sobre o fato de que vocês tenham aceitado o fato de que eu matei minha família, tão facilmente? — Kai perguntou, não indicando nem uma das duas em específico.

     — É melhor nós simplesmente não falarmos sobre isso, Malachai. — Meg respondeu baixo.

     — Ok. — ele deu de ombros — Vamos para algum bar.

     Elas atenderam o pedido do moreno e Adaline decidiu os teletransportar para algum lugar que ela conhecia.

     Todos concordaram e ela segurou a mão de Kai, e a sensação incrível de flutuar e ser puxado para baixo voltou para os três ali, e então acabou.

     A frente deles, estava o grande e familiar edifício Devil's House. Sua fachada estava, como da última vez, pintada com cores dentre vermelho, laranja e amarelo para que parecesse fogo, e havia uma pequena fila de pessoas apenas esperando para entrar.

     Megan arregalou os olhos e murmurou algo no ouvido de Adaline e a Parker arfou.

     — Acho que deveríamos ir para outro lugar.

     Porém, enquanto Adaline terminava a frase, Kai já estava indo para a entrada do edifício.

     — Ok, então. — Meg comentou suspirando. — Vamos entrar direto. É só dizer que somos amigos do Scott.

     Scott era o único amigo de Meg que era um Lux. Maureen era supervisora, e por isso tinha permissão para ir a terra uma vez por mês, assim como Caitlin, Adaline era curadora, e tecnicamente não tinha permissão para descer a terra, mas diferente de Meg, Adaline não respeitava muito as regras. E Meg agora era uma Lux. Era como se ela fosse da elite. E a cupido não tinha certeza se queria aquilo para ela, mas se fosse para sobreviver em Clarinde, ela iria.

     Adaline disse algo para o segurança e ele os deixou passar.

     A boate continuava da mesma forma que Kai e Meg lembravam. Sem muitas mudanças, exceto pelas pessoas.

     Kai se sentou em uma das cadeiras perto do balcão, como havia feito da primeira vez que esteve ali, e Meg e Adaline sentaram ao seu lado.

     Por coincidência, o mesmo jovem que o havia atendido naquela noite apareceu na sua frente e perguntou educadamente o que eles desejavam. Elliot. Kai se lembrou sem precisar ler seu nome.

     Ele pediu, assim como naquela noite, uma bebida qualquer, e o bartender sorriu. Por um segundo, ele pensou que o jovem poderia lembrar-se dele ou algo assim, mas descartou a ideia rapidamente.

     — Você está bem? — Adaline disse, assustando Kai, por estar bastante próxima dele, e ele apenas assentiu.

     — Alguém está com fome? Já é meio-dia. — perguntou Megan, mudando de assunto.

     Kai e Adaline negaram e Megan reclamou, dizendo que ela era a única pessoa que parecia sentir fome ali.

     O herege repassou tudo o que houve desde que conheceu Megan e listou as suas dúvidas mentalmente.

     — Vou fazer umas perguntas a vocês. Acho que tenho direito, afinal. — ele disse sorrindo descontraído e se virando para as cupidos.

     Elas concordaram, e ele começou, pigarreando.

     — Vamos começar com... como você me trouxe dos mortos?

     — Você realmente quer saber sobre rituais malucos de cupidos e nossos poderes? — perguntou Megan, já sabendo a resposta.

     — Esses rituais podem ser feitos por bruxos também? — Kai perguntou, curioso. — Acho que se eu pudesse fazer isso eu ganharia uma boa grana.

     Adaline deu um chute em Kai, acertando pouco abaixo do joelho. Ele sabia que ela havia chutado com força, para que realmente o machucasse, mas, milagrosamente, o moreno não sentiu nenhuma dor.

     — Tá legal. Próximo. Como eu arrombei a porta do seu quarto daquela vez, significa que eu ainda tenho meus poderes de bruxo e de vampiro, então quando eu vou poder pegar um pouco de magia pra mim? — ele perguntou sorrindo, e dessa vez ganhou um chute de Meg. — Vocês são muito estressadas, tomem um drink. Relaxem!

     — Próxima pergunta, Malachai. — Megan disse sorrindo debochada, sabendo que Kai não gostava de seu nome.

     — Esperem um segundo! Ele arrombou a porta da mansão favorita de Caitlin Nolan? — Adaline perguntou estupefata. — Me diz que contou a ela e ela milagrosamente aceitou numa boa.

     Meg não respondeu, apenas deu um sorriso amarelo a amiga.

     — Tudo bem, acho que minha próxima pergunta é… quem é Caitlin Nolan? — Kai perguntou entendendo aquela história. Ele se sentia bem em saber das coisas que ninguém mais sabia, nenhum daqueles vampirinhos idiotas tinha ideia de que cupidos existiam, ou do quão poderosos eram, o que, até onde ele havia descoberto, era muito.

     — Bom, Caitlin é minha chefe, e dona da casa em que eu estou morando atualmente, bom... nós estamos morando.

     — Só uma dúvida que eu acabei de ter aqui. Você se alimentou hoje? — Adaline perguntou curiosa.

     Meg arregalou os olhos ao perceber tal descuido e olhou para o herege, preocupada.

     — Não.

     — Você sente vontade de morder alguém? Ou até mesmo eu ou Meg? — A morena voltou a perguntar, deixando a curadora tomar controle de seu ser. Ela estava curiosa sobre como vampiros funcionavam, sempre teve essa curiosidade, tanto quanto Kai tinha pelos cupidos no momento.

     — Bom… sim mas eu consigo me controlar bem. Nem havia percebido isso antes na verdade. — ele respondeu confuso, todos diziam que vampiros sempre estavam com fome, mas ele estava diferente.

     — Isso é peculiar. Poderia ser por sua natureza herege? — Adaline murmurou para ela mesma.

     — Bom, ele é um bruxo também, quem sabe ele ainda possa comer coisas normais e não ficar com fome. — Meg disse franzindo a testa.

     — Mas ele não comeu nada hoje, comeu? — Adaline perguntou olhando para Meg.

     — Podem parar de falar de mim como se fossem minha tias? — Kai exclamou para ambas garotas que conversavam entre si mesmo com ele estando no banco entre elas.

     — O que quer dizer? — Meg perguntou confusa.

     — Ele quer dizer para pararmos de falar dele como se ele não estivesse aqui. — Adaline respondeu, suspirando.

     “Oh” fora a única coisa que Megan disse, ela não havia tido uma tia. Era apenas ela, seu pai e sua mãe quando era criança.

     — Com certeza não vamos chegar a uma conclusão sobre isso agora. Temos que analisar você mais tarde. Continue com suas perguntas. — Adaline disse acabando com a sua pose de curadora.

     — Tá legal. Existem outras criaturas sobrenaturais que eu não conheço?

     — Não temos permissão para te dar essa informação. — Megan disse e Adaline revirou os olhos.

     — A lista de criaturas sobrenaturais existentes é infinita. Mas se você quiser o livro eu posso dá-lo a você, mas os mais populares são anjos, demônios, deuses, Bruxas, feiticeiros, etc. — Adaline respondeu sorrindo enquanto Megan a encarava como se Adaline tivesse traído-a.

     — Adaline! — Meg a repreendeu.

     — Eu quero, por favor. — Kai respondeu se referindo ao livro. Meg deu o mesmo olhar a ele. — Espera. Bruxas e feiticeiros não são a mesma coisa? 

     — Não. O poder das bruxas vem de família, mas os feiticeiros os conseguem com um sacrifício humano. Assim eles ganham poder. São criaturas muito manipuladoras, assim como sereias. — Adaline terminou.

     — Existem sereias? — ele perguntou confuso.

     — Sim! — ambas responderam como se fosse óbvio.

     Kai apenas murmurou um “Ok” e seguiu em frente com as perguntas.

     — Vocês podiam simplesmente contar pra mim que vocês são cupidos e tudo o que você me contaram? Porque eu acho que se todos os cupidos fizessem isso, todo o mundo já teria descoberto sobre... bom, tudo.

     — Se o nosso protegido for um ser sobrenatural, podemos contar. Mas se ele não for, podemos contar e depois apagar sua memória. — Megan comentou.

     — Claro que esse não é o jeito saudável de completar a missão, então nós só temos permissão para fazê-lo quando a missão é nível Black. O que significa que é muito difícil. — Adaline explicou, tentou amenizar a situação.

     — Você é nível Black, por exemplo, porque você é um maluco sociopata. — Megan sorriu ironicamente quando terminou a frase.

     Kai sorriu e levantou sua bebida no ar como se brindasse a isso com Meg, e logo depois bebeu tudo em um único gole.

     — E sobre o que acabamos de fazer? Se, eu nunca pensei que diria essa palavra na minha vida mas... teletransportar na frente de humanos, sem... sabe ficar invisível, ou sei lá o que vocês, malucas, devem fazer.

     Megan bufou.

     — Humanos não vêem nada. Nada real. Quando alguém não acredita em coisas sobrenaturais, não pode vê-las. Suas mentes criam proteção contra isso na adolescência. Podemos fazer o que quisermos, eles nunca iram ver. — Respondeu Megan, com raiva por isso.

     — Não ligue para ela, esse é um dos motivos de ela odiar humanos. Ela diz que eles são todos cegos, egoístas e preconceituosos. — Adaline explicou, sorrindo no final. Um doce sorriso que poderia derreter o coração de qualquer pessoa. Ou ao menos quase qualquer pessoa.

     Então Kai conseguiu se lembra das fotos em cima da estante, e da mesinha de centro. Aquela foto onde Adaline estava no balanço com um garoto a empurrando. Eles pareciam tão felizes, e ele simplesmente não pode evitar fazer a pergunta.

     — Sabe, você tem umas fotos na sala da sua casa, e eu vi uma em que... — Kai não pode terminar a frase pois Adaline o interrompeu.

     — Tyler Brown. — ela murmurou. — Esse era seu nome.

     Kai queria perguntar mais. Estava curioso, porém Megan, que estava sentada ao seu lado, o impediu com apenas uma palavra.

     — Não. — havia sido apenas um sussurro. Mas havia sido próximo o bastante para que apenas ele escutasse.

     Os três ficaram ali durante alguns segundos, apenas em silêncio, Kai tomava a bebida que havia pedido, não sabendo exatamente em que momento o bartender Elliott havia enchido seu copo novamente.

     Após alguns momentos, Kai não conseguia apenas ficar ali parado, então se virou para Megan, e, acidentalmente, esbarrou sua mão em seu braço, e ela se afastou no mesmo momento.

     — Algum problema? — Kai perguntou confuso com sua reação.

     — Ela não gosta que toque nela. — disse Adaline, aparentando ter saído de seu transe. Na verdade, ela sorria como se a situação passada nunca tivesse acontecido. — Quero dizer, tem apenas algumas áreas que ela não gosta que toquem. Especificamente nos lugares em que ela tem uma tatuagem, como essa de coração que você acabou de tocar, e uma no seu pescoço, de algum símbolo estranho.

     — Muito obrigada, Line. Você é uma ótima melhor amiga. — Megan disse, pela primeira vez desde que Kai a conheceu, corando levemente, mas ele poderia estar errado, já que a luz piscando e mudando não o deixava ver direito.

     — Ele iria acabar descobrindo, eventualmente. — Adaline explicou.

     — Por que você não gosta que toquem em você? — O herege perguntou a cupido.

     A cupido mais nova abaixou o olhar, e Megan não o respondeu, apenas agiu como se não houvesse ouvido a pergunta. Kai apenas resolveu dar de ombros.

     O Parker deixou o copo em cima do balcão, ainda havia um pouco de um líquido transparente ali, e, antes que ele pudesse se quer impedir, Adaline pegou o copo e tomou o resto.

     — Hey. Você não pode beber. — ele a repreendeu. Não porque realmente não queria que sua irmã mais nova bebesse, mas sim porque não queria que ela tivesse bebido a sua bebida. — Você não tem idade o suficiente.

     — Eu tenho quase 50 anos. — ela respondeu.

     — Com a cara de 17, e a idade para beber é vinte e um. — Kai a contradisse.

     — Não. A idade para humanos beberem é 21, para cupidos é 16. — Megan a defendeu.

     Mas Kai percebeu que ela tinha apenas defendido Adaline para contrariar o moreno.

     — Ela é parte humana também. — Kai retrucou.

     — E é cupido também.

     — Eu infelizmente não sou mais humana, Kai. — Adaline disse, finalizando a discussão. — E não sou mais aquela garotinha que você conhecia.

     E, como se para provar o que ela havia acabado de dizer, ela se levantou, e seguiu em frente, até de repente, parar e se virar, ficando frente a frente com um completo estranho, e então... o beijou.

    Os olhos de Meg e Kai se arregalaram e ambos deixaram o queixo cair de surpresa.

    Após o choque, a única coisa que Kai fez fora rir. E se virou novamente para o bartender, pedindo mais uma bebida.

     — Você vai deixá-la fazer isso? Vai apenas sentar aí e beber enquanto sua irmã pega uma herpes? — Perguntou Megan sem desviar o olhar da cena.

     — Ela não é mais humana. — ele disse debochado. — Não é mais a garotinha que eu conhecia. Tem quase cinquenta anos.

     Kai riu pronunciando as palavras que sua irmã havia dito alguns segundos atrás.

     De repente, uma sensação familiar tomou conta de seu corpo como um furacão.

     Garganta queimando, respiração ofegante, visão turva, e para completar, raiva de tudo e todos. Ele não entendia porque aquilo aparecia de repente, como um vampiro ele deveria sentir fome o tempo todo, não é?

     — Megan... — ele a chamou. — Eu... Eu acho que estou tendo um daqueles surtos de vampiro de novo. — sussurrou.

     — Oh, por Eric. Você quer que eu chame Line? — ela perguntou com o tom de voz preocupado.

     — Não! — o herege exclamou alto demais, a assustando, assim como algumas pessoas a sua volta. — Apenas me tire daqui se não quer que mate um desses idiotas por aí novamente.

     Meg se levantou rapidamente e o puxou para um canto mais silencioso, que por uma infeliz coincidência, era o mesmo cenário onde Kai matara a garota loira da boate no dia anterior.

     — Você tem que beber meu sangue. — ela murmurou enquanto procurava algo.

     — O que? Não! — ele exclamou, não sabendo exatamente o porquê de se importar com quem ele mordia.

     — É melhor do que deixá-lo machucar mais alguém! — ela retrucou, retirando um prego mal colocado da parede.

     Ela tentou cortar os pulsos com o prego, porém Kai segurou sua mão, sentindo aquele choque estranho novamente, porém, sem dar tanta atenção a ele agora.

     — Está tudo bem, eu me curo rápido. — ela explicou antes que o moreno perguntasse.

     — Eu não vou te morder! — ele exclamou. — Você é uma cupido, não sei o que o seu sangue poderia fazer comigo, e se for como veneno?

     — Nossa. E eu achando que você estava com medo de me machucar. — ela comentou parecendo decepcionada, mas aceitando numa boa.

     — Como sabe que eu não vou te matar como fiz com a loira de ontem? — perguntou, ainda segurando sua mão. — Você não conhece meus poderes, eu não sou como os outros hereges, isso já sabemos, mas e eu não quero ser o responsável por matar a melhor amiga da minha irmã!

     Ela sorriu e respondeu:

     — Isso é preocupação com a irmã que você matou? — Meg perguntou irônica e ele fez uma careta. — Eu não morro fácil. — foi a única coisa que ela disse antes de facilmente libertar sua mão da dele e fazer um corte em seu pulso, exatamente na veia.

     No início, Kai não sente a necessidade de tomar seu sangue, até ela aproximar seu braço encharcado do denso líquido escarlate, do seu rosto.

     O herege sentiu o cheiro, e no mesmo segundo. A puxou para perto dele, para que facilitasse o processo.

     Ela pressionava seu pulso na boca do outro, mesmo que não fosse preciso, afinal, ele já o fazia com a mão direita, e com a outra, segurava seu braço, a puxando para perto. Seus corpos simplesmente não podiam ficar mais próximos, e a eletricidade corria pelas veias de ambos. Kai não tinha certeza de qual seria o motivo, a excitação de ter Megan, que na maior parte do tempo era tão fria, tão próxima, tão entregue, tão vulnerável, o fato de o sangue estar fluindo pelo seu corpo, ou apenas pela mesma conexão que os fazia ter choques elétricos toda vez que se tocavam.

     Enquanto sentia a ardência na garganta parar aos poucos, Kai fora soltando Megan, vendo tudo voltar ao normal.

     Quando ele já separava o pulso de Megan de perto dele, ambos ainda se encontravam muito perto. Ali, Meg parecia muito menor do que Kai, e ele se perguntou como nunca havia reparado naquilo.

     Involuntariamente, ele observou o rosto da garota a sua frente, os olhos de um castanho esverdeado, destacados por lápis de olho e cílios postiços, e sobre as pálpebras, uma sombra alaranjada, o cabelo de duas cores, o nariz empinado, as bochechas pintadas com leves sardas, e por último, os lábios, lábios grossos, e sobre eles, se colocava uma camada de batom Rosa Pink. Ela era uma garota bonita, ele pode definir naquele momento. Não havia tido tempo de pensar sobre isso quando estava com raiva dela e confuso ao mesmo tempo.

     — Isso foi sexy. — Foi a única coisa que saiu da boca do herege, e nem um dos dois ficou surpreso com o tom de provocação da frase.

     Meg bufou e o empurrou para longe e Kai sentiu o impacto de suas costas batendo na parede.

     — Você é um idiota! — ela disse olhando para seu pulso, com as marcas do prego que havia usado para se cortar, e com as presas de Kai.

     Ela passou a mão por ali e se curou rapidamente, e logo depois estalou os dedos e limpou a boca de Kai, que estava com sangue, assim como o chão, o qual foi limpo com magia.

     — Olha, talvez o sangue de cupido te cause algum efeito negativo, o que eu acho muito pouco provável, mas ainda há tal possibilidade. O mais provável é que o efeito seja positivo e deixe-o sem fome por algum tempo, talvez dias já que parece que você apenas sente fome uma vez por dia. — Meg explicou calmamente, passando a mão por seu vestido, o desamassando.

     O moreno assentiu sem interesse, e se preparou para sair do lugar, porém Meg o parou.

     — Em hipótese nenhuma, conte a sua irmã o que houve aqui, você me entendeu? — ela ameaçou o moreno, segurando forte o seu braço.

     — Por quê? — ele perguntou debochado. — Não quer que sua amiga descubra as suas aventuras atrás das cortinas?

     Ela segurou seu braço com ainda mais força.

     — Estou falando sério, Malachai. Você não faz ideia da gravidade do que houve aqui. Sangue de cupido é muito precioso e raro de conseguir. Ninguém pode saber. — ela completou séria de uma forma que Kai nunca havia visto. — Diga qualquer coisa, menos que eu te dei meu sangue.

     Ele sorriu e assentiu. Megan ficou tão aliviada com o ato, que não viu a maldade no sorriso do herege.

     Eles saíram do lugar e se sentaram novamente nos bancos a frente do bar, e logo Adaline se juntou a eles.

     — Onde estavam? Procurei vocês por todo lugar! — a cupido exclamou exasperada.

     Antes que Meg pudesse abrir a boca para responder, Kai foi mais rápido.

     — Nos pegamos atrás daquela cortina. — ele disse sorrindo para Adaline e mandando um olhar maldoso a Meg.

     Megan revirou os olhos.


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Notas finais do capítulo

entao é isso por enquanto comentem please, ou eu posso só deixar de atualizar por um ano como fiz com essa mesma fanfic no spirit.(muahahahaha)( ses vc n entendeu aquela foi a minha risada estilo Malevola) mentira, n vou deixar de atualizar... talvez...
BJSSS amo vcs, obrigada por acompanhar!



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