Stupid Cupid escrita por Melshmellow


Capítulo 11
Capítulo 10 - Stacy


Notas iniciais do capítulo

Oiiiii!!! eu sei que demorei, nao me matem maaas........... eu tenho uma boa desculpa. eu reescrevi esse cap inteiro umas duas vezes pq eu queria mostrar umas coisas, mas eu achei que o Kai tinha ficado muito fora da personalidade dele, pq ele é um personagem complicado de escrever, a gente sabe que ele nao fala sobre sentimentos, entao eu dei uma escolha pra ele nesse capitulo e eu tive que reescrever varias vezes até que parecesse com ele um pouco mais, mas agora eu fiquei satisfeita, nao ficou perfeeeito, mas eu gostei e espero que voces gostem..
ME DESCULPEM MESMO PELO ATRASO NO CAPITULO!



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     — O que? — Kai perguntou se virando para Meg, deixando de lado as memórias revividas nos últimos segundos. — Por que faria isso? — o olhar dele parecia confuso.

     — Oh, sim. É uma história bem engraçada na verdade. — a cupido tentou dizer sorrindo forçadamente, mas Kai não parecia compartilhar do mesmo humor. — Eu descobri qual cupido juntou você e Stacy. Foi Maureen, minha amiga, lembra dela, a ruiva? — o herege assentiu. — Bom. Ela deveria encontrar o amor para Stacy, e ela encontrou você. Mas… aparentemente, você já possuía uma alma gêmea, que não era ela. O que era estranho, já que vocês dois eram 100% compatíveis, ao menos foi o que Maureen me disse. Mas ela seguiu as ordens e separou vocês facilmente depois daquela noite. Stacy morava sim bem perto da casa de vocês, mas Mau só teve que mexer uns pauzinhos, e conseguiu uma vaga de emprego para o pai de Stacy em Chicago. E assim, eles se mudaram. E Maureen arquivou Stacy.

     “Uns anos depois disso, enquanto você estava no seu mundo prisão, eu estava devendo algumas coisas, para alguns cupidos… e um desses cupidos, estava tentando juntar esse cara, Jordan, com uma garota chamada Olívia, e por algum motivo isso era muito importante para ele. Mas Jordan estava namorando Stacy, e, apesar de ele ser 100% compatível com Olivia, e apenas 73% compatível com Stacy. Ele não queria largá-la de forma nenhuma! Então, eles disseram que limparam todas as minhas dúvidas com eles, se eu matasse Stacy. Matar é totalmente contra as regras, mas entenda que eles eram cupidos perigosos, e eu devia muito.”

     — Então… você a matou. — ele disse com uma expressão indecifrável.

     — Achei que essa parte era meio óbvia então resolvi não mencionar. — Meg disse nervosa.

     — Qual foi a parte engraçada da história mesmo, Megan? Quando sua melhor amiga me separou da única coisa que poderia ter feito da minha vida menos um inferno? Ou a parte em que você matou a única garota que tinha a possibilidade de se apaixonar por mim? — ele perguntou sorrindo, cínico. Ali estava, a confissão que Megan queria ouvir desde o início da história; ele gostava de Stacy. Mas agora, saber daquilo a fazia se sentir como um lixo, ou pior, como uma humana.

     — Na verdade deveria ter sido a parte em que ele havia escolhido ficar com a garota 73% compatível ao invés da 100%. — Meg murmurou encarando o chão. — Cupidos costumam rir.

     Kai deu uma risada sem humor e encarou Meg.

     — Como você a matou? — o tom dele continha apenas curiosidade.

     — Oh. Eu estava esperando que você não me perguntasse isso. — a cupido mordeu o lábio inferior fortemente e suspirou. — Eu coloquei na cabeça de um ladrão, que ele deveria assaltar aquela linda garota loira indo para casa às sete horas da noite. Acabou dando errado, como eu planejei, ela levou um tiro, o bandido fugiu… — Meg deu de ombros, fazendo uma careta estranha enquanto olhava para o chão.

     — Megan. — Kai chamou calmamente. E Meg sabia o que significava, ele sabia que aquele não era o fim da história.

     — Tudo bem. Ela estava morrendo, e eu estava ali assistindo e esperando que acontecesse... E então ela me viu. Eu não sei quando acabei desativando minha invisibilidade, mas aconteceu, e ela me olhou e pediu ajuda. Eu só… me aproximei dela, sorri, e disse: “Não”. Então a deixei morrer.

     Kai abriu a boca e deixou uma gargalhada sair de sua garganta. Meg o encarou surpresa, e com medo.

     — Wow. Você daria uma incrível psicopata sabia disso? — ele riu mais e a cupido estremeceu.

     — Achei que não se importasse com ela. — Meg disse calmamente.

     — Não me importo com ela Meg. — ele disse encarando o chão. — Me importo como o que ela poderia ter sido.

     — Se ela acabasse se tornando algo para você talvez você não fosse... você hoje.

     — Talvez.

     — Isso é bom?

     — Eu sempre gostei de mim Meg. De como eu sou. Não gostaria de ser de outro jeito. — foi tudo o que ele disse.

     — Sim, Você não gostaria de ser de outro jeito… só gostaria de ser feliz. — Meg disse. Ela entendia Kai. Entendia que ele gostava da ideia de que, talvez, em algum universo alternativo, ele era amado, e era feliz. O herege estava prestes a retrucar a frase da garota, mas ela o interrompeu. — Não me diga que você é feliz. Ambos sabemos que você não é. Você é… cheio de uma raiva que nunca acaba, cheio de feridas incuráveis e tem uma infância destruída. Eu sei.

     — Não sabe não. — Meg abre a boca para falar, mas Kai a interrompe. — Não. Você é uma cupido. Você mal sente qualquer coisa. Mas eu… eu sinto tudo. — ele parou por um segundo e percebeu algo. — Mas eu tenho a opção de não sentir nada.

     Meg arregalou os olhos.

     — Não! — ela exclamou segurando o rosto de Kai com força. — Não. Não faça isso. Por favor, Kai. Não vale a pena.

     — Você e Adaline não sentem. Por que eu tenho que sentir? Em Meg? Só pela sua missão idiota? Adivinha só, se eu desligar, eu não vou me importar mais com o que acontece com você, não vou me importar com a raiva, nem com a dor. Vou voltar a ser eu. — seu olhar estava frio e determinado.

     Meg sentiu um desespero ao ver aquilo, não… desespero não, ela não poderia sentir aquilo, certo?

     — Quer saber? Sim! Nós fugimos dos nossos sentimentos, da dor, da raiva, de tudo. Mas desde que eu vim pra Terra eu estou me lembrando cada vez mais de como é sentir tudo aquilo! E eu sei! É uma merda! Mas não faça isso. Uma hora ou outra eu te faria voltar a ligar e… você pode se arrepender do que fez enquanto sua humanidade estava desligada. Por favor. Não faça isso. — ele não ligou para a garota, e fechou os olhos, procurando aquele famoso interruptor em seu cérebro. — Kai, por favor… eu achei que fosse meu amigo.

     Aquilo era verdade para a cupido, ela e Kai estavam desenvolvendo uma amizade estranha e divertida nos últimos dias. O herege era o único que parecia entender Megan de verdade; entender sua infância, sua antiga dor, e sua atual raiva, a qual ela não deveria estar sentindo, mas sentia desde bem antes de Kai aparecer em sua vida.

     Kai achou interruptor no mesmo momento em que Meg disse a frase, e paralisou. O moreno pensou um pouco; Amigo. Megan o considerava um amigo. E, parando para pensar, a cupido havia sido o mais próximo de uma amiga que Kai já havia tido em sua vida inteira, ele se importava com ela, com o que acontecia com ela, e se ela fosse expulsa da sua vila mágica de cupidos e acabasse morrendo enquanto ele estivesse desligado? E se um dia ele apenas ligasse de novo e percebesse que fora ele quem a matou? Kai estava pensando no que poderia ter sido com Stacy quando ele poderia estar focado na sua atual amizade com Meg.

     O moreno deixou o interruptor de lado e abriu os olhos, dando de cara com a expressão temerosa de Megan; ela achava que ele havia desligado.

     — Está tudo bem. Ainda sou eu, Meg.

     A cupido suspirou de alívio com aquilo, e, sem ao menos pensar ela passou os braços pelo pescoço do herege e apertou forte, deixando sua cabeça na curva do pescoço do moreno, que se surpreendeu com o ato da cupido, não era como se muitas pessoas o abraçassem, nem quando ele ainda era uma criança, naquele tempo a maior parte das pessoas não queria ter sua magia sugada por ele; mesmo após ele aprender a controlar, afinal, não era como se alguém confiasse nele, exceto por Jo. Mas agora ele tinha Meg, uma amiga. Ele abraçou a garota de volta, percebendo algo importante. Ele poderia não se importar com Stacy, mas ele se importava com Megan.

     Ao se separarem, um silêncio estranho preencheu o ambiente, que acabou sendo cortado por Meg.

     — Bom… sabe, eu acho que descobri uma coisa boa hoje. — Ela disse sorrindo.

     — O que? — Kai perguntou a encarando.

     — Você não é um psicopata, apenas um sociopata.

     — Qual é a diferença? — ele arqueou a sobrancelha.

     — Sociopatas sentem. — ela respondeu com um sorriso de canto.

     Kai apenas desviou o olhar para o chão. Era estranho ter alguém que soubesse tanto sobre ele como Meg agora sabia.

     — Hm… Eu estou com um pouco de fome eu…

     — Ah sim, tem um AB na geladeira, coloca no copo e esquente no microondas.

     Kai deu um sorriso simples e foi para a cozinha.

     Megan sorriu um pouco e antes que pudesse se pôr a pensar nos acontecimentos anteriores, ela recebeu uma chamada em sua Loview, era Scott.

     — Oi! — ela exclamou em seu tom usual animado para a tela.

     — Meg! — o loiro exclamou empolgado. — Lembra que me perguntou o motivo de Crystal ter sido uma cupido que durou tão pouco tempo em Clarinde? — ele perguntou, e a garota assentiu. — Eu descobri o motivo. E você pode gostar ou odiar, espero que seja a primeira. Bom, ela se tornou cupido e foi expulsa por… tan tan tan… ela trouxe a irmã de volta à vida.

     — Stacy? — a voz de Meg saiu um pouco rouca.

     — Stacy Morgan. Ela ainda está viva. Talvez ela ainda seja o verdadeiro amor de Kai. — ele explicou sorrindo.

     — Mas… se fizeram Maureen separá-los uma vez o que faz você pensar que não farão de novo? Eles não podem ficar juntos. — Meg retrucou cansada, ela já havia pensado em trazer Stacy de volta a vida, mas era sempre impedida por aquele mesmo argumento de sua consciência.

     — Sim, considerando que sua chefa é a perfeccionista Caitlin… — Scott fez uma pausa e suspirou fingindo tristeza. — Mas… e se a sua chefa mudar?

     Meg franziu o cenho.

     — Como assim? Caitlin é uma cupido de nível muito alto para ser substituída. A não ser que ela morresse ou… subisse de nível. — Scott sorriu e assentiu para a amiga. — Não estou entendendo.

     — Caitlin acabou de ser convocada para se tornar uma guardiã.

     O queixo de Meg simplesmente caiu.

     — Guardiã? — a garota parecia horrorizada. — Eles… realmente só chamam babacas pra serem guardiões, certo?

     — Quem liga Megan? — ele exclamou animado. — Caitlin está fora das nossas vidas!

     A cupido se permitiu sorrir um pouco.

     — Tá legal. É uma boa notícia. Mas o próximo chefe pode ser um idiota também então melhor não comemorar antes da hora.

     — Eu tenho certeza de que seu próximo chefe vai ser incrível. — o loiro disse sorrindo gentilmente para Meg. — Além de muito gato, ele vai ser uma pessoa incrível que vai facilitar a sua vida o máximo possível… alguém que você poderá chamar de “melhor amigo”. — um sorriso sapeca se encontrava nos lábios grossos de Scott. E Megan finalmente entendeu.

     — Não. — ela disse estupefata, o loiro assentiu sorrindo de lado com a reação da garota. — Não! — ela exclamou com um sorriso que logo se tornou uma risada gostosa. — Ai meu santo Eric! Eu não acredito nisso! Como eu pude ter tanta sorte?

     — Ah, sabe? As pessoas gostam de mim. — ele respondeu convencido.

     — Se você não vir aqui agora pra me abraçar eu vou ter que abraçar essa Loview, e você não quer ver isso. — Megan disse ainda sorrindo.

     — Seu pedido é uma ordem.

     Então a ligação foi desligada e Scott estava bem na frente de Meg, a garota o abraçou.

     — Wow. — nem um segundo se passou e voz de Kai foi ouvida. — É o dia dos abraços hoje ou o que?

     Meg largou o amigo loiro e se virou para Kai com um sorriso pretensioso.

     — Ciúmes?

     Kai soltou uma gargalhada como se aquilo fosse a coisa mais engraçada que já ouviu na vida.

     — Sim, claro. — ele disse se recuperando aos poucos. — Você com ele. — Kai falou “ele” como se fosse um inseto nojento no chão. — Tenho mesmo que falar?

     — O que quiser falar pode falar na minha cara, Malachai. — Scott o desafiou e Kai sorriu se aproximando do loiro.

     Meg revirou os olhos.

     — Tá legal testosterona. Vamos acabar com esse showzinho.

     — Meg tem razão. Há coisas mais importantes para pensarmos agora. — ele trocou um olhar com a amiga, que imediatamente se lembrou que, como Scott era seu chefe agora, ele poderia ajudá-la a terminar a missão de Kai mais rápido ao usar a carta que eles tinham na manga; Stacy.

     Estava tudo bem agora. Megan não precisava quebrar as regras e trazê-la de volta, só precisava achá-la e juntá-los novamente e então ela poderia voltar a sua vida normal em Albilyn. Talvez conhecer novos lugares, coisa que ela não costumava fazer, nunca saiu de Albilyn. Nunca explorou outras estações de Clarinde a não ser a sua própria estação em que ela morava desde que se transformou em cupido.

     Mas por que aquele sentimento de “voltar ao normal” parecia fazê-la se sentir estranha? Meg não sabia como seria quando voltasse. Ela seria a mesma pessoa de antes e nada mudaria? Kai seria apenas mais uma missão que ela quase não conseguiu completar? Por que aquilo parecia soar tão errado? Não havia motivos para se lembrar de Kai como mais de uma missão, ele era apenas mais um arquivo.

     Antes que Meg pudesse se aprofundar ainda mais naqueles pensamentos, a garota ouviu um barulho estranho vindo da cozinha, algo como um estalo. O som se fez presente de novo, e de novo, cada vez mais rápido, Kai e Scott ouviram também. Megan começou a andar até aquele cômodo, seguida pelos outros dois, até que ela ouviu um barulho mais alto e correu.

     Ao entrar no cômodo, o único lugar da casa além do banheiro que não era rosa, ela viu uma nuvem de fumaça que havia tomado todo o cômodo. A primeira coisa que fez foi abrir a janela, para que a fumaça saísse e então procurou a fonte. O microondas. Ele estava em chamas.

     Megan não pensou duas vezes ao pegar o extintor de incêndio e apagar o fogo. Scott, Kai e Megan tossiram um pouco assistindo a fumaça se dissipar rapidamente, e o ar se tornar respirável na cozinha. Não demorou para que Megan se pronunciasse após aquilo, ela estava de boca aberta.

     — Que diabos você fez? — a garota exclamou irritada para Kai.

     — Eu coloquei o sangue ali, e apertei o botão. — o herege se defendeu.

     — Você pôs sangue que ainda estava no plástico ali? — a garota perguntou horrorizada. — Até eu sei que isso não é uma boa ideia! Eu te falei para colocar no copo específico para microondas! Como você não sabe mexer nisso?

     — Eu fiquei em um mundo prisão por uns 30 anos! Me desculpe se não sei como algumas coisas funcionam!

     — Há! Mas sabe referências de Supernatural? — Megan perguntou irritada.

     — Quando voltei eu quis saber das coisas importantes. — ele se defendeu e Meg preparou para retrucar, mas ele disse primeiro. — Sim! Séries são muito importantes para os humanos! Como você sabe o que é Supernatural?

     — Eu tive que explicar pra ela. — Scott se intrometeu.

     A cupido respirou fundo, olhando ao redor, não havia estragado nada na cozinha, só tinha um cheiro de queimado e um microondas estragado. Aquilo era tão estranho. Por que Meg não estava mais com tanta raiva? Por que havia passado tão depressa? Talvez ela já estivesse acostumada. Sim obviamente era isso. A cupido se convenceu.

     — Wow. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas você, Kai Parker… é um grande… bobão. — ela disse rindo um pouco enquanto o herege a encarava, confuso.

     Logo Meg começou a rir histericamente, uma gargalhada alta e leve, sem se importar com qualquer outra coisa. Qualquer coisa como Kai e Scott, que a encaravam como se ela fosse completamente maluca.

     — Sabe, acho que você inalou muita fumaça, Evelyn. — o herege a chamou pelo seu nome do meio, que a fez revirar os olhos e ir parando de rir aos poucos, no final ela suspirou.

     — Wow. Acho que já faz algum tempo que não rio assim. — a cupido sorriu, e então se lembrou de Stacy e seu sorriso desapareceu. — Hm… eu tenho algo para te contar.

     — Mais uma? Você já me viu quase pelado, já olhou na minha mente, o que vai querer agora? Um raio-x? Autópsia? Exame de próstata? — ele fingiu uma expressão assustada.

     — Nada dessa vez, Parker. — ela deu um sorriso de lado. — Você vai ter o seu primeiro encontro.

     — Ah, merda. Tinha me esquecido disso. — ele revirou os olhos. — Mas… um acordo é um acordo. Vou colaborar. Mas se eu não gostar dela eu não vou ser legal e fingir que gostei. E, vamos ser sinceros, eu não vou gostar dela.

     — Não quero que você minta que gosta de alguém, Kai. — Megan disse séria. — Eu não iria deixá-lo com uma vaca que só te faria infeliz, ok?

     Kai franziu o cenho para a cupido, e pensou:

     Estranho. Ela está agindo estranho. Mais do que o normal. Mas deixou o pensamento de lado quando ela sorriu novamente, e disse animada:

     — Acho que está na hora das compras!

     Kai lamentou e soltou um palavrão.

***

     Após Megan fazê-lo ir a uma loja e trocar de roupa mais de mil vezes, dar giros, desfilar e fazer poses, tudo para que ela desse risada, ambos se encontravam sentados em um banco no Central Park.

     — Esse dia foi tão estranho. Querer dizer, ontem à noite brigamos, e hoje de manhã nós… sabe… e agora eu estou aqui, esperando para conhecer minha possível futura esposa. — Kai disse e fez uma careta. — Ok, isso soou ainda pior em voz alta.

     Meg sorriu terminado seu sorvete.

     — Sim. Estou tentando me livrar de você o mais rápido possível. — a garota brincou e Kai a encarou um uma expressão surpresa.

     — Eu poderia estar ofendido se não estivesse orgulhoso por você fazer uma brincadeira que não soasse como se você fosse uma mãe tentando ser descolada. — ele disse sorrindo. — E foi tão natural! — ele fingiu uma expressão de pai orgulhoso.

     Meg teve que rir, pois era verdade.

     Kai não fazia a menor ideia de que iria encontrar Stacy, e Meg não pode contar, por isso ele estava tão tranquilo.

     — O que acontece se, por algum motivo, eu me apaixone perdidamente por essa garota? — Kai perguntou com curiosidade, mas nenhuma preocupação, afinal, ele tinha certeza de que não se apaixonaria por ela de forma nenhuma.

     — Namoro, casamento, talvez filhos? Provavelmente adotados já que você não pode ter filhos por ser um morto vivo sugador de sangue. — Megan disse sorrindo cínica.

     — Não é o que eu quis dizer. Sobre nós. — ele revirou os olhos.

     — Não entendo o que quer dizer. — ela se fez de boba.

     — Megan! — o herege exclamou, agora um pouco irritado. — Não me faça dizer.

     Megan sorriu divertida com a reação do herege. E mordeu o lábio inferior ao pensar na resposta.

     — Nós vamos nos separar. Vou voltar para Clarinde vou perder o cartão Lux porque Scott acha que estou muito envolvida com a humanidade e vou precisar dar um tempo da Terra. E você vai ficar na aqui, com a sua garota. É simples. — a garota respondeu olhando ao redor, como se conversasse sobre o clima.

     Kai assentiu, já esperando algo como aquilo.

     — Bom, eu sei que você não vai acertar de primeira, então nem se preocupe sobre ficar sem as minhas piadas. — ele respondeu da mesma forma.

     Mas Meg sabia melhor. Ela sabia que Stacy era cem por cento compatível com ele, e que ela definitivamente seria aquela que o faria uma pessoa melhor, e mais feliz.

     — Bom… apenas no caso de que seja, quero que saiba que as suas piadas serão do que eu vou sentir mais falta em você. — ela não encarava Kai, e ainda falava no tom de quem não ligava, como se aquelas palavras não importassem.

     — Bom, eu sentiria falta de te contar elas para você, e ver você irritada. — ele respondeu, e a cupido percebeu que Kai havia dito a frase no futuro do pretérito do indicativo, traduzindo: era uma possibilidade para Kai, não uma certeza, como para Meg. — Então, — ele começou, em tom de brincadeira. — Iria vir me visitar? — ele perguntou, sorrindo um pouco.

     — Vão tirar meu cartão Lux. Não vou poder voltar para a Terra.

     — Não quebraria as regras nem para ser madrinha do meu casamento? — Meg sabia que havia sido apenas uma brincadeira, mas a fez questionar algo. Kai sempre fora alguém que não tinha nenhuma intenção de se casar, mas será que ele faria aquilo por Stacy?

     Meg chacoalhou levemente a cabeça, tirando os pensamentos de sua mente, e focando no que realmente importava. Ela faria aquilo? Sim. A resposta era clara em sua mente. Se arriscaria a vir à Terra e quebrar as regras, arriscando ser banida de Clarinde apenas para ver o casamento de Kai? Sim. E o fato de aquela resposta ser tão certa na mente de Meg era muito preocupante.

     Se ela tivesse a chance de ir, iria. A cupido ficou alguns segundos em silêncio, pensando no que ela poderia fazer para mudar aquela resposta, impedir que a conexão afetasse a ponto de fazê-la fazer algo tão estúpido quanto arriscar toda a sua vida por um humano.

     Após algumas possibilidades, ela se forçou a sorrir para Kai.

     — Claro. — mas ela já sabia o que realmente iria fazer.

     Para garantir que não fizesse bobagens por causa de Kai ela deveria desfazer a conexão, algo totalmente proibido em Clarinde, mas não impossível, afinal ela conhecia alguns cupidos que poderiam fazer qualquer coisa pelo preço certo. Ela precisava quebrar aquilo. Mas não só isso. Ela iria impedir Kai de fazer algo sobre isso, porque Meg sabia, que se ele procurasse bem, ele encontraria clínicas de cupidos na Terra ele daria um jeito de encontrar Megan. Obviamente ela não achava que o herege teria todo esse trabalho por ela, mas era melhor não arriscar.

     A cupido iria ter que roubar as memórias de Kai. Fazê-lo esquecer de tudo após ela trazê-lo de volta até encontrar Stacy novamente. Essa seria a solução perfeita, e, por ele não se lembrar de Meg, ela não se sentiria tentada a visitá-lo.

     Megan sorriu para Kai e ele sorriu de volta, mais contido, eles desviaram os olhares e foi quando ela viu Stacy. Ela andava pelo parque calmamente, estando distraída olhando no celular.

     — Kai! — Meg chamou o puxando para que ele ficasse de pé. — Está na hora.

     — O que? — o herege disse confuso.

     — 3… — ela viu Stacy dando a volta na fonte. — 2… — ela começou a andar na direção deles, ainda distraída. — 1! — a loira estava próxima o suficiente, e foi quando Meg empurrou Kai o mais forte possível na direção dela.

     Kai esbarrou na garota loira, que deixou cair o celular e soltou um gemido de dor, enquanto Kai apenas disse um “wow” pelo susto, e em seguida bufou.

     — Megan! — o herege exclamou irritado.

     A garota loira o encarou confusa.

     — Meu nome é Stacy.

     O moreno revirou os olhos.

     — Não é isso, é que foi a Megan que… — ele parou de falar quando se virou e viu que não havia ninguém onde a cupido deveria estar.

     Ele se mudou novamente para a loira com quem tinha esbarrado, e finalmente prestou atenção no que ela havia dito anteriormente.

     — Espera, você acabou de dizer que seu nome é Stacy?   


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Notas finais do capítulo

Entãao o q acharam? comentem... se alguém ainda estiver acompanhando.
bjss



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