Stupid Cupid escrita por Melshmellow


Capítulo 10
Capítulo 9 - Minds


Notas iniciais do capítulo

Oiii, dexculpinhaa!! Sei q demorei bastante. Mas aqui estou, e n vou enrolar aqui já q vc já esperou de mais.
OBS: GENTE, ESSE CAPITULO TEM CENAS DE VIOLÊNCIA, E EU TENTEI DEIXAR MENOS FORTE POSSÍVEL, mas era necessário pra história do Kai e da Meg.



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    Naquela noite, Kai dormiu no sofá, e Meg na cama, ambos irritados um com o outro, e nenhum conseguiu dormir direito. Meg pensando que talvez houvesse sido injusta com o herege ao ficar com raiva, afinal, ele não entendia nada sobre sentimentos humanos tanto quanto ela mesma.

Então ela decidiu ficar acordada e fazer uma simples pesquisa que Scott havia recomendado que ela fizesse, e, ao final da noite ela havia feito uma descoberta sobre Crystal, a garota que Kai havia matado na boate. Ela era casada com Theo Williams, por isso este era seu sobrenome, mas ao pesquisar um pouco sobre a loira, Meg descobriu que seu sobrenome de solteira era Morgan. E esse sobrenome a fez chegar a uma descoberta preocupante sobre Kai. Uma que ela não queria ser aquela que contaria ao moreno.

    Kai, por outro lado, dormiu mal pelo fato de estar desconfortável no sofá. Ao menos era disso que ele tentava se convencer. No início da noite ele se questionou sobre o que havia feito de errado, e logo depois ele passou a se perguntar o motivo de ele se importar tanto, e chegou a conclusão de que… ele não se importava. Afinal, nunca se importou. Por que agora seria diferente? Ou melhor, por que com ela seria diferente?

    Quando o sol nasceu, Meg resolveu não sair da cama, não queria ter que encarar Kai naquele momento e contar o que havia descoberto. Não sabia como o herege reagiria, quem sabe teria uma boa reação, quem sabe ele nem ligasse. Ele era completamente imprevisível para a garota.

    Mas era óbvio que uma hora ou outra ela teria que levantar e enfrentar o moreno, então ela respirou fundo, tomando coragem, e colocou seus pés no chão, ficando em pé, e indo ao banheiro fazer sua higiene matinal.

    Logo Meg volta ao quarto e troca seu pijama de ursinhos por um vestido vermelho de bolinhas brancas, e um AllStar vermelho também.

    E então, senta-se em sua penteadeira, começando a arrumar seu cabelo.

  A cupido já estava cansada da cor roxa em seu cabelo, então decidiu mudá-lo. Lentamente, Megan passou a mão pela metade do cabelo que se encontrava dessa cor, da franja a ponta do cabelo, ao longo do quanto sua mão passava pelos cachos, eles iam se transformando em cachos loiros. Ao terminar, Meg observa seu trabalho e sorri. Então, como toque final, a garota coloca um laço vermelho no cabelo.

    Ela faz uma maquiagem rápida, e respira fundo, tomando coragem. Por fim, ela se direciona a sala de estar do andar de cima. 

    Meg não demora a ver um jovem todo esparramado pelo sofá com os olhos fechados e respiração calma, claramente dormindo profundamente.

    Um som baixo escapava da garganta do herege naturalmente. 

Meg havia mentido quando disse que Kai roncava. Estava mais para um ressonar, e ela apenas havia exagerado um pouco para irritá-lo de volta. E definitivamente não precisaria de um feitiço de silêncio para aquilo, ela nem poderia fazê-lo de qualquer forma, o feitiço era uma coisa de bruxas, não de cupidos.

    Ali, todo espalhado pelo sofá, com a boca levemente aberta e a respiração profunda enquanto ressonava baixinho, Meg quase podia vê-lo apenas um cara normal, que, num final de semana tranquilo, havia acabado por dormir no sofá de sua casa por acidente, enquanto assistia um filme na televisão.

    Meg sorriu. Quase não parecia um sociopata irônico e debochado que atormentava os dias da vida de Megan desde a primeira vez que se viram. Quase.

    Logo Kai começou a se mexer levemente e seus olhos se abriram lentamente.

    — Bom dia. — a cupido sorriu, disfarçando o quão distraída estava observando o herege dormir.

    — Dia. — ele murmurou de volta, bocejando em seguida.

    — Temos um longo dia pela frente! Por que não levanta daí, toma um banho e se anima? Já é de manhã. — Meg diz com uma empolgação forçada.

    — Ah, poxa… é de manhã… então acho que deveria me levantar e sorrir como se fosse o dia do meu casamento! — Kai exclamou irônico. Meg abriu a boca, surpresa, pronta para dizer algo sobre Kai ficar feliz com o dia de seu casamento, mas este a cortou. — Não! Não ficaria, Megan.

    A garota parou de sorrir imediatamente e fez uma careta emburrada.

    — Essa é a cara que devemos fazer quando alguém nos acorda de manhã! — o moreno diz apontando para o rosto de Meg.

    A cupido revirou os olhos, como sempre, e continuou seu discurso de “Rise and shine”. Assim como Meg, Kai revirou os olhos e se levantou, esticando os braços e se espreguiçando calmamente.

    — Ok. O que você fez? — o moreno cortou Meg, que o olhou surpresa. — Quando eu era uma criança, eu costumava roubar magia de meus parentes por acidente, e sempre que fazia isso eu tinha o mesmo olhar que você está fazendo agora. Então eu repito; O que você fez, Megan?

    — Eu…Eu descobri que você mentiu para mim. — Meg respondeu hesitante, recebendo um olhar confuso de Kai. — Já houve uma garota na sua vida. Uma garota que você se importava com.

    — Como? — Foi a única coisa que o moreno conseguiu pronunciar. Kai não fazia a menor ideia sobre o que Meg estava falando.

    — Eu acho que você se lembra. Ou, ao menos, vai se lembrar quando eu te ajudar. — Megan se sentou ao lado de Kai e respirou fundo. — Lembra da garota que você matou na Devil’s House há alguns dias? — o herege assentiu. — O nome dela era Crystal Williams por que ela era casada com Theo Williams. Mas seu nome de solteira era… Crystal Morgan. Familiar para você?

    — Hum… levemente, para falar a verdade. — Kai respondeu sem se importar muito.

    — Quando você tinha 16 anos, eu acho, um pouco antes das suas tendências sociopatas aparecerem, houve uma festa na sua casa. Quase todo o clã Gemini estavam lá, mas você não pode ir. Seus pais tinham medo que descobrissem que você era um…

    — Uma aberração. — Kai a cortou e Meg o encarou com pena. — Para de me olhar dessa forma. Não preciso da sua pena, Megan. Além disso. Você me chamou de parasita quando nos conhecemos. — ele não parecia magoado com a última frase, apenas constatando um fato, como se dissesse “Eu estou certo e você é uma hipócrita”.

    A cupido mordeu o lábio inferior, levemente arrependida, mas apenas assentiu e voltou a falar.

    — Sim. Mas você os desobedeceu. As memórias estão voltando agora? — ela perguntou sorrindo.

    — Fui de penetra em muitas festas por aí, vai ter que ser mais específica. — o herege deu de ombros.

    — Ok. Você vestiu um terno do seu irmão, e foi. Naquela noite, você conheceu uma garota. Loira, bonita, fofa, tinha opiniões fortes, ela deveria ter 15 anos quando você a conheceu.

    Kai finalmente se lembrou e revirou os olhos.

    — Você só pode estar brincando comigo. — Megan sorriu percebendo que ele se lembrava perfeitamente daquilo. — Olha, só porque eu perdi a virgindade pra uma garota não significa que ela vai ser a resposta para as suas preces. Ela não é o “amor da minha vida”, como você espera encontrar.

    — Mas você gostava dela.

    — Eu não odiava ela. É diferente. Ela era… inteligente. Mais do que a maioria pelo menos. E era muito poderosa. Roubei um pouco de magia dela durante o sexo. — ele riu. — Foi um ótimo sexo. Mas foi só isso.

    — Esse é o caso, Kai. Essa garota, foi a garota que teve 100% de compatibilidade com você. Ela é quem eu estou procurando! Quem você estava procurando!

    — Então porque você só não trás ela pra nós e a gente se casa? Ah sim, porque agora ela deve ter pelo menos 40 anos! Então porque exatamente você está me enchendo com essa história mesmo?

     — Você procurou por ela. — Kai apenas a encarou. — Depois daquela noite você procurou por ela.

     — É, e nunca a encontrei. Sim! Eu tive um momento de idiota apaixonado na minha vida. Mas eu era uma criança burra.

     — Você não vê o que isso significa? — Meg sorriu, se aproximando de Kai no sofá. —Você sentiu algo por alguém um dia! E essa confirmação honestamente me deixou mais otimista com a missão.

     — Ótimo. Que merda a garota da boate tem a ver com isso?

     — Você se lembra de quando conheceu o amor da sua vida? — Kai bufou e Meg riu. — Era uma festa para comemorar… — ela esperou que ele continuasse a frase.

     O herege revirou os olhos, e pensou um pouco.

     “— Olá. Meu nome é Stacy Morgan.

     — Kai Parker.

     — Oh, é a sua casa, certo?

     — Sim.

     — Agradeça seus pais por emprestar a casa para a festa. Meus pais precisavam de um lugar grande já que iriam convidar todos os seus amigos falsos para esfregar a felicidade falsa deles nas caras falsas deles. Como se um bebê novo fosse motivo para tanta felicidade. Quase não conseguem lidar com a uma filha que eles já têm.

    Kai sorriu com o comentário da garota. 

     — Achei que meus pais iriam se arrepender de ter filhos no momento em que eu nasci, mas eu tenho mais uns mil irmãos então acho que algumas pessoas gostam mesmo de torturar crianças.

    A loira riu.”

    — Stacy. Stacy Morgan. — Ele encarou Megan, sério. — Crystal Morgan era sua irmã, certo?

    — Ding, Ding, ding! E ele responde certo! — Meg exclamou comemorando.

    — Olha, acho que você está tentando imitar um desses apresentadores de programas de perguntas e respostas que valem dinheiro, mas… você não é boa em imitação. Ou em qualquer coisa na verdade, né? — ele provocou.

    Meg o ignorou.

    — Kai, naquela boate você pegou uma garota 15 anos mais nova que você! Droga, Kai! Nunca pensei que fosse te dizer isso mas… Você é um quarentão gostoso! — o moreno sorriu, como se dissesse “eu sei”. — Você passou da terceira idade. Está quase na quarta idade! — o herege ficou confuso por um segundo.

    — Meg, eu não acho que terceira idade seja a partir dos 30, ou que exista uma quarta idade, ou quinta. — Kai tentou explicar para a cupido, que não ouvia uma palavra.

    — Mas, parando para pensar. Crystal era uma descendente de Milles, e ex-cupido. Ela se tornou cupido e, considerando que você é uns 17 anos mais velho que ela, e que passou 22 anos no mundo prisão, você tinha 22 anos, ela tem 27 anos. Então significa que ela foi aceita para se tornar cupido, foi para Clarinde, juntou alguns casais, e foi expulsa? Tudo isso em apenas 14 anos? — Megan perguntou confusa. — O que ela pode ter feito para ser expulsa tão rápido?

    Kai apenas escutou a última frase, e nem ao menos se importou em saber algo sobre o resto que Meg havia falado.

    — Olha, quem liga? — O herege disse revirando os olhos. — Eu transei com duas irmãs, e matei uma delas. Então, resumindo; O que você queria de dizer de importante sobre a Stacy?

    — Por que você acha que o que eu tenho de importante para falar seja da Stacy? — Meg pergunta em um tom zombeteiro.

    — Ai meu Deus. Eu não ligo para a Stacy! Ela não era ninguém para mim! — Kai exclamou irritado. — Mas como eu disse, você começou a contar essa história por motivo nenhum já que eu não estou afim de sair com uma senhora de 40 anos. Então, aonde você quer chegar com isso?

    Meg abriu a boca para começar a contar, mas percebeu um pequeno detalhe; não eram boas notícias. E ela não sabia o que dizer ao herege.

    — Hm… Ah. Esquece. — Megan riu constrangida. — Não era nada demais. Ela não é nada pra você. — a cupido se afastou um pouco mas seu pulso foi segurado levemente por Kai.

    — Não quer me contar. — ele a encarou desconfiado. — Agora estou curioso.

    — Tá legal. Vamos fazer isso. Você consegue Meg. — a garota se incentivou e Kai se segurou para não fazer uma piada com ela, não arriscaria fazê-la mudar de ideia em relação a contar o que quer que ela quisesse contar a Kai. — Quer saber? Vamos fazer um acordo. Por que não me deixa olhar na sua mente?

    — Por que você não me deixa olhar na sua mente? — ele perguntou como se fosse uma resposta.

    — Você tem um… bom argumento. — ela mordeu o lábio inferior. — Eu só… quero entender melhor a sua mente sabe? — ela queria saber como ele reagiria e já estar preparada para isso. Meg gostava de estar sempre no controle de tudo, e, por isso, lidar com humanos era tudo o que ela odiava, exatamente pelo fato de serem muito instáveis. Megan era de exatas, não de humanas, disso ela sabia.

    — Se eu quisesse uma psicóloga eu arranjaria uma. — ele respondeu simples.

    — Por favorzinho. — ela fez sua melhor expressão de cachorro que caiu do caminhão de mudança. — Tudo aqui é incerto e instável. E eu odeio isso! — ele apenas a encarou entediado. — Te deixo ver minha mente.

    Kai sorriu.

    — Agora você está falando a minha língua.

    Meg se acomodou no sofá, ficando de frente para Kai e levou uma mão até a temporada dele, encostando apenas dois dedos ali, e fechando os olhos.

    — Concentre-se na sua vida. Em tudo que já passou desde o começo. — Megan o aconselhou.

    Quando ela mergulhou de mente de Kai ela se imaginou pulando de cabeça em um mar negro e misterioso, ela queria descobrir o que poderia achar no fundo dele, mas também tinha medo, era quase se tão incerto quanto a reação de Kai sobre o futuro de Stacy; quase.

     A primeira coisa que Meg viu, foi um pequeno Kai Parker, com apenas 11 anos de idade, sua mãe arrumava sua gravata delicadamente enquanto o garoto de terno e cabelo alinhado mantinha-se imóvel com as mãos nas costas. Houve um segundo em que o moreno tirou uma mão das costas para coçar seu olho de sono, pois não deveria estar acordado até tão tarde, apenas estava para tirar aquela foto de “Feliz Natal”. Naquele segundo sua mão se afastou do bruxinho como se ele estivesse em chamas.

    “Sempre que ela ou qualquer um encostava em mim, ela me fazia ficar com as mãos atrás das costas, para não tirar magia de ninguém.” Meg pode ouvir a voz de Kai fora de sua mente, vindo do seu corpo físico, ainda na sala de estar da mansão rosa, bem ao lado do corpo físico de Meg.  

    Kai cortou aquela memória e passou direto para a foto com todos sorrindo como uma família perfeita comemorando o natal.

    A próxima lembrança era de um homem e sua esposa que haviam ido visitar os Parker. Kai foi instruído a ficar no quarto trancado enquanto todos os seus outros irmãos, incluindo sua gêmea, conheciam o tal senhor importante.

    “Eu era uma criança. Não sabia a razão de eles poderem conhecer outras pessoas e eu não.”

    “Então… eu fui conhecê-los também.”

    De repente Kai estava na sala e seus pais estavam assustados com a imagem do garoto fora do quarto. O homem importante sorriu e disse “pensei que ele estivesse fora”. Estendendo a mão para o garoto afim de conhecer o possível novo líder do clã.

     Antes que sua mãe o impedisse, Kai apertou a mão do homem, que imediatamente se contorceu de dor ao sentir seu poder sendo sugado pela criança. Ele se afastou e o olhou com asco.

    Depois daquilo as imagens estavam meio embaçadas, provavelmente devido as lágrimas do pequeno Kai. E eram apenas flashes rápidos de memórias, Meg supôs que Kai não queria se lembrar muito daquilo.

    O homem importante discutiu com os pais de Kai. “Ele é uma aberração, um monstro!” Meg pode ouvir. “Temos um plano, não se preocupem com isso.” um dos pais de Kai respondeu em algum momento.

    Kai se trancou no quarto e Will, seu irmão mais novo fez questão de exclamar na sua porta “Você estragou tudo! Você sempre faz isso!”. E logo depois foi Nathan fez o mesmo, dizendo “Queria que você nunca tivesse nascido, aberração!”.

    Josette, sua irmã gêmea havida se juntando a Kai e dito palavras bondosas. Isto até o pai dos gêmeos entrar no quarto. Ele pediu para que ela se retirasse, Jo hesitou, mas por fim largou a mão do irmão e saiu, mesmo com os olhos azuis do garoto implorando pra que ela não o deixasse sozinho com aquele homem.

    O pai de Kai disse algumas coisas antes de tudo, mas Meg não conseguiu ouvir, provavelmente porque Kai não se lembrava do que era. Então ela viu apenas flashes daquela memória; os gritos de dor, os golpes, as palavras do pai para o próprio filho. Fez com que Meg se recordasse de uma memória sua. E foi quando as imagens começaram a se alternar entre um garoto sendo espancado pelo pai, e uma garota, de mais ou menos a mesma idade na mesma situação. As imagens se alternavam, unindo em apenas uma cena duas pessoas completamente diferentes, em tempos diferentes, na mesma situação, no mesmo sentimento de dor e raiva. Duas crianças, que, jovens demais, pararam de sentir qualquer coisa a partir daquele dia.

    Por apenas alguns segundos, Megan e Kai estavam presos em seus corpos de crianças novamente, sofrendo aquela violência monstruosa e imperdoável. Ambos se sentindo mais impotentes do que nunca. Até que ambos foram jogados no chão com força, todo o sangue perdido de Kai espalhado no carpete de seu quarto estava o deixando tonto, assim como o sangue de Meg estava fazendo com a garota no chão de madeira da sua sala de estar. Mas, bem ali, enquanto ambos os pais se preparavam para dar aos filhos mais um golpe, Meg olhou para frente, e, como um espelho, ela viu um garoto moreno de olhos azuis e pele pálida, provavelmente pela perda de sangue, caído no chão, a encarando de volta.

    Todas as memórias de Kai e Meg depois daquilo se entrelaçaram e se alternaram.

    Kai aguentava tudo de seu pai pois havia descoberto o que aconteceria quando tivesse 22 anos; ele se tornaria líder do clã Gemini junto com sua irmã, fundida dentro de si. Não importava quem discordasse, não havia nada que eles pudessem fazer para impedi-lo de ascender. Até os gêmeos chegarem, Olivia e Lukas.

    Meg, após se tornar cupido, foi visitar seu pai quando este estava prestes a ter um novo filho. Ele havia casado com uma mulher muito mais nova e agora ela estava em trabalho de parto e o homem estava saindo de casa apressado, para conhecer e amar a sua nova família.

    Ambos, Meg e Kai estavam com raiva, novamente, por motivos diferentes em momentos diferentes da linha do tempo, mas naquelas memórias tudo estava reunido junto. Assim como a raiva que ambos estavam sentindo.

    Kai não achava justo ter que aguentar tudo de sua família para então ter que ser substituído por gêmeos mais novos e intrometidos. Era por isso que seus pais haviam tido tantos filhos, para ter mais um par de gêmeos e não deixar Kai se tornar o líder do clã. Aquela confirmação apenas o deixou com mais raiva.

    Megan não achava certo que seu pai achasse uma nova família. Apenas mais uma família que ele machucaria, assim como machucou ela. Meg sabia que não tinha sentimentos, e que aquilo deveria estar em seu passado, mas de alguma forma aquilo a afetava muito. A raiva.

    A raiva emergiu tanto de Kai quanto de Megan, toda a raiva contida e sentimentos não sentidos desde aquela surra. Nenhum dos dois pode se segurar e fizeram o que acharam que deveria ser feito; se tornaram os monstros que seus pais acreditavam que eram. Kai segurou um taco de baseball de Will — seu irmão mais novo que sempre foi o orgulho da família, esportivo e popular na escola — e bateu na cabeça do garoto com toda a sua raiva dele. Fez isso com um por um de sua família, até a pequena Adaline, que não tinha culpa de nada, mas Kai não podia deixar testemunhas, além disso, tudo o que ele sentia era a raiva daquela mesma noite em que foi espancado pelo pai quando era apenas uma criança. Então havia sobrado os gêmeos, seu pai que ainda estava fora, e sua querida irmã gêmea, a qual ele não podia matar, afinal, precisaria dela para o ritual. Já Meg usou um pé de cabra que ela encontrou na porta do sua antiga casa. Ela bateu no homem que um dia chamou de pai repetidas vezes em lugares que ela sabia que não o matariam, mas o fariam sentir muita dor; Meg queria que aquele homem sofresse. Ela não soube por quanto tempo ela ficou na casa, poderiam ter sido minutos ou horas, mas, por fim, a cupido apenas quebrou o pescoço do pai e o deixou na casa, para que sua nova esposa encontrasse seu corpo; ninguém nunca descobriu que a garota havia quebrado as regras ao rever sua família, e sair de Clarinde sem permissão ou um cartão lux. Mas Kai não se deu tão bem em seu pequeno massacre.

    Com isso, as histórias voltaram a se separar e Kai voltava a ser o foco. O garoto havia sido enganado por sua irmã que dissera que iria fazer o ritual com ele. Mas era uma armadilha. A dor da traição foi tão grande quanto a dor física quando ele sentiu os poderes dos bruxos mais poderosos do clã o torturando e o prendendo em seu inferno pessoal.

    Aquele lugar era horrível. Meg sabia daquilo, ela viu apenas flashes de Kai lá. Gritos de raiva. Dor. Inúmeras tentativas de suicídio. Então vieram Bonnie e Damon. Sua única esperança era a bruxinha Bennet o tirar de lá.

    Novamente apenas flashes da tentativa de sair daquele lugar, de conseguir a confiança de Bonnie para então esfaqueá-la. Sua volta, seus poderes, o sequestro de Elena, sua fusão com Luke. A empatia que ele desenvolveu ao se fundir com o irmão mais novo, e o desaparecimento dela quando Bonnie o deixou em um novo mundo prisão. O casamento, a morte de Jo, de Olivia, de todo o clã quando ele se matou para se tornar um vampiro-bruxo, um herege. O feitiço para o coma de Elena, e por fim, sua subestimação para com os sentimentos de Damon por sua melhor amiga. Resultando na morte de Kai. Meg ainda teve a chance de ver um pequeno flash do moreno acordando para conhecê-la, mas então ele se afastou.

    Meg abriu os olhos rapidamente, com a respiração acelerada. Ninguém falou nada durante longos segundos, não havia o que falar, o que experienciaram juntos havia sido mais vivido do que eles esperavam.

    — Você… — ela respirou fundo. — Você entrou na minha mente enquanto eu estava na sua?

    — Sim. — ele respondeu inexpressivo.

    — De propósito?

    — Claro.

    Apenas pelo estranho tom de voz de Kai, Meg teve certeza de que foi involuntário. No momento em que aquela lembrança apareceu, ele deveria ter segurado a mão de Meg, e com isso entrou em sua mente sem querer.

    Meg não fazia ideia de como Kai reagiria sobre Stacy. Não havia adiantado nada ver sua mente, apenas havia a deixado mais confusa. Então ela apenas disse.

    — Eu matei a Stacy.      

 


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Notas finais do capítulo

Então é isso por enquanto.
Me digam o que acharam do passado dos dois, eu sei q o resto da história do Kai q a gente já viu em TVD ficou bem por cima, mas como acho q todo mundo aqui já assistiu eu pensei em deixar assim mesmo.
Alguma teoria sobre a Stacy?
Raiva da família do Kai?
Comentem.
Já estou terminando de escrever o próximo e vou tentar não demorar dessa vez.
Bjss ❤️



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