Dois anos depois...

Naruto estava tenso. Já fazia 15 minutos que Hinata estava trancada no banheiro. Ele batia o pé no chão impaciente. A paciência acabou. O Uzumaki ficou de pé e bateu na porta do banheiro.

—Hina...? – chamou com suavidade.

Não houve resposta então ele bateu de novo na madeira.

—Tô preocupado com você, amor. Abre a porta pra gente conversar.

Houve mais silêncio em resposta, mas, a falta de som foi seguida pelo barulho da fechadura destrancando e a porta se abrindo.

Hinata estava com as bochechas vermelhas e os olhos levemente arregalados, claramente nervosa e tentando segurar o choro.

—Eu... – ela murmurou mal se fazendo ouvir. – Eu não tive coragem de olhar sozinha, Naru. Podemos ver juntos?

Já tinham algumas semanas que a Uzumaki vinha tendo quedas bruscas de pressão, sonolência e enjoos matinais, então o casal claramente suspeitava de uma gravidez, mas, precisavam confirmar antes de pensar em outra possibilidade que pudesse ser infeliz. Agora, eles estavam esperando o resultado do teste de farmácia.

—É claro, meu amor. – Naruto a puxou para um abraço carinhoso. – Sempre vou estar com você.

A morena estendeu a fitinha entre eles, mas, não conseguiu olhar.

—Hina... Dois risquinhos significa o quê?

Hinata ergueu o rosto e encarou Naruto que agora segurava a fitinha de papel em frente aos olhos, ficando meio vesgo.

—Positivo. Eu tô grávida. – a mulher respondeu murmurando novamente. – Eu. Tô. Grávida. – repetiu lentamente.

O Uzumaki deixou o teste de lado e encarou sua esposa com seriedade.

—Eu vou ser pai...?

—Eu tô grávida. Naruto! – Hinata abriu um sorriso enorme. – Eu tô grávida! Ai, meu deus! EU TÔ GRÁVIDA!

—Eu vou ser pai!

Hinata se jogou nos braços do marido pulando e gritando. O loiro estava do mesmo jeito. Eles choravam emocionados e felizes até serem interrompidos por batidas frenéticas na porta do apartamento. Eles riram, provavelmente era o inquilino do andar debaixo reclamando do barulho.

A surpresa foi encontrarem Shikamaru, Temari e o pequeno Shin de seis anos, todos curiosos e meio chocados com toda a gritaria. Mesmo Naruto sendo adepto a escândalos, Hinata geralmente o continha, ao invés de participar.

—O que tava acontecendo? – Shikamaru perguntou.

—A gente ouviu vocês lá de casa. – Temari completou.

—Que exagero mamãe. A gente só ouviu eles no corredor.

A Nara se derreteu ao ouvir o filho. Mesmo depois de três anos de adoção, ela ainda ficava toda besta com Shin a chamando de “mãe” ou “mamãe”.

Naruto arreganhou um sorriso.

—Já que vocês apareceram aqui, vão ser os primeiros a saberem da novidade.

A família Nara adentrou o apartamento esperando a notícia tão espetaculosa.

—Eu tô grávida. – Hinata disparou sorrindo quando todos estavam acomodados no sofá, Shin no colo de Naruto.

Temari e Shikamaru sorriram e os parabenizaram e Shin se mantinha em estado de choque, com a boca aberta em um perfeito círculo.

—Tá um pouco surpreso meu filho? – o Nara perguntou achando graça da reação.

—É menino, não é? – o loirinho ignorou o pai e indagou à Hinata. - Tem que ser. A boba da Yuki só sabe brincar de boneca. Eu quero jogar bola com alguém.

Os quatro adultos riram.

—Nós ainda não sabemos, meu amor. – a Uzumaki respondeu paciente. – É meio cedo pra saber se é menino ou menina.

—Que droga. – o garotinho cruzou os braços e fez um bico.

—Hey, pode deixar que enquanto isso eu jogo futebol com você, campeão. E quer saber... – Naruto sussurrou alguma coisa no ouvido do menino que sorriu todo animado.

O mini-Nara saiu correndo pelo apartamento.

—Bolo da tia Hinata! – ele gritou.

—O bolo tá em cima da mesa, Shin. – Hinata informou.

—Só um pedaço moleque! – Temari avisou.

—Quanta maldade. – o Uzumaki comentou.

—É porque não é você que vai ter que aturar o esquilinho cheio de açúcar no sangue. – Shikamaru riu.

Desde as primeiras visitas ao orfanato, o loirinho tinha demonstrado ser bem tranquilo, da mesma forma que Shikamaru. E ele era. Até comer açúcar.

—Bem, já quero aproveitar que vocês tão aqui – o loiro Uzumaki começou. – e dizer que intimo vocês a serem padrinhos do baby Uzumaki.

—RÁ! Chupa essa Sakura! – Temari riu. – Ficou se gabando por ser madrinha de casamento de vocês. Eu vou ser madrinha do filho!

Hinata e Naruto riram. Por acharem graça e por se lembrarem do sorteio de padrinhos feito na época do casamento.

12 de junho – oito meses depois

Hinata segurava seu menininho nos braços depois do parto. Ela e Naruto choravam de alegria. Aquele sim era o melhor Dia dos Namorados de todos.

—_Esse vai ser conquistador! – a obstetra comentou.

—Ou não. – Naruto riu.

—Nós dois não temos um histórico muito bom como Dia dos Namorados. – Hinata completou, sorrindo para os dois homens da sua vida, completamente apaixonada.