catch up with the sun (but it's sinking) escrita por houdini


Capítulo 2
II: enflorar instantes que um translúcido sorriso traz.


Notas iniciais do capítulo

Hey, como vai? Olha só que estranho, dia das crianças, episódio novo de Vento Aureo e as prompts desse dia. Coincidência que eu tenha que atualizar essa fic hoje? Eu acho que não. Enfim, para os curiosos de plantão, esse foi o capítulo que deu origem aos outros dois, lksajdlksa.

Prompt: Flores. Boa leitura!



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c o r r e r a t r á s d o s o l — II

No momento em que Giorno aprende a usar os recém-despertos poderes do seu stand — ao qual ele nomeia como Gold Experience — a primeira coisa que ele decide fazer é criar um jardim de flores. De amarelas a azuis, todas as cores se desabrocham numa harmonia silenciosa pelos corredores da mansão.

Não há como escapar daquele florescer, para o desespero de Dio.

O jardim cresce em proporção à curiosidade de Giorno em descobrir como controlar a vegetação que cria a partir dos móveis espalhados pela residência. É um caos, seu pai observa, tentando trabalhar sem obter sucesso. É quase impossível se focar em meio àquele desagradável cheiro de pólen.

Em determinado momento, o garoto aparece em seu escritório e lhe entrega uma daquelas flores que tanto abomina — uma tulipa cor de sol — mas Dio não encontra um argumento plausível para brigar com Giorno naquele momento.

Interiormente, bem lá no fundo, vê-lo feliz parece... certo.

Dio o observa deixar o lugar, e direciona seu olhar à flor que está segurando, frustrado. É inútil explicar ao pequeno porque aquela não é uma boa ideia, então, no fim, ele sai do cômodo para reclamar sobre aquele assunto com a única pessoa que poderia ter sugerido a Giorno algo tão estúpido a se fazer com Gold Experience.

Afinal, todas as ideias estúpidas sempre vêm de Jonathan.

Por isso, a passos cada vez mais rápidos, Dio se dirige ao escritório em que Jonathan insiste em fazer pesquisas no campo de arqueologia. Não há mais perda de tempo do que aquela. As flores em que pisa durante seu percurso são um sacrifício pequeno, e ele não poderia se importar menos.

Uma vez frente ao local, Dio abre a porta sem pestanejar. Sua raiva é imensurável naquele momento, contudo, ele tenta conter-se como pode — como aprendeu com o tempo a conter.

Ele só não espera que o que ele vê lá fosse dissolver quase completamente seus sentimentos conflituosos sobre tudo aquilo, como se eles nunca houvessem existido em primeiro lugar.

Assim como os outros lugares, há ramos, caules, folhas e flores crescendo por toda a parte, invadindo as prateleiras de livros empoeirados e se emaranhando em artefatos antigos. Giorno e Jonathan parecem alheios a isso, uma vez que o segundo explica ao garoto sobre uma flor diferente da que segura em mãos.

“...a gardênia é uma espécie que não gosta muito de climas secos demais, por isso é preciso tomar bastante cuidado com elas para não machucá-las.”

“Entendi, pai,” Giorno toma como nota.

“Ainda assim, é um ótimo trabalho. Estou orgulhoso de você.” Jonathan sorri, colocando a flor por detrás da orelha do garoto. Realmente, não importa o que Giorno coloca no cabelo, ele sempre fica belo.

Belo como ele próprio, Dio pensa.

De qualquer forma, uma vez que a irritação não se reflete mais como antes em sua expressão, ele passa a observá-los sem nenhuma palavra em específico a ser dita.

“Oh, Dio, você estava aí?” Atrevimento de Jonathan não o ter percebido e ainda sorrir de forma imbecil por causa disso.

Por hora, ignoraria isso.

Limpando a garganta, Dio pergunta, procurando demonstrar-se indiferente perante à situação, “O que significa isso?”

“Não são bonitas? O Gio criou todas elas sozinho.”

Com a menção, Giorno sorri um pouco vermelho, orgulhoso de seu feito.

“...eu percebi. Quero saber por que permitiu que isso acontecesse,” ele explica, como se tivesse ensinando uma criança de cinco anos o que se pode ou não fazer. “Você já viu o estado da mansão?”

“Não exatamente...” Jonathan confessa, baixinho. “Mas não tem problema, Dio, só são flores.”

Só são flores, Dio repete mentalmente. Como se isso resolvesse o problema de Giorno utilizar o stand dele para realizar tamanha tolice.

Entretanto... aquela não é a melhor hora para discutir. Até porque, depois de tudo, Jonathan limparia os cômodos mesmo, então não lhe é preciso ter pressa.

Com a flor que Giorno lhe deu, Dio faz o mesmo que Jonathan havia feito antes, mas no próprio marido. A tulipa parece brilhar ainda mais quando suportada sobre a orelha do outro. Combina com a lerdeza dele. E, quem sabe talvez, com o sorriso.

Jonathan fica surpreso por um instante com sua atitude, e não pode evitar rir. Já Giorno fica admirado e, sem se conter, o chama quando Dio faz menção que iria embora dali, “Espere, pai!”

Dio observa o garoto se aproximar de si, criando uma outra flor por entre os dedos. Uma hortênsia de pétalas azuis, para ser mais exato.

“Não é justo você ficar sem uma também,” Giorno diz, se colocando na ponta dos pés para alcançar seu rosto; uma vez feito isso, ele faz o mesmo que seus pais fizeram antes e adorna os revoltos cabelos de Dio com aquela flor.

Dio olha de soslaio para Jonathan, um comentário sobre não precisar dela pois está rodeado de tantas outras na ponta da língua, contudo ele não o dizendo. Pelo contrário, acaba ajudando seu filho ao se agachar um pouco.

Giorno ri de maneira graciosa — para ele, é sempre entusiasmante ter sua família reunida, uma vez que seus pais estão sempre ocupados demais com seus respectivos trabalhos.

A realização de que estão todos combinando deixa aqueles dois animados, e Dio não entende realmente o porquê. É uma brincadeira estúpida, afinal, como tudo o que passou naquele dia.

Ainda assim, não pôde deixar de esboçar um sorriso de leve.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!



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