Love Line — 2yeon escrita por Maary C


Capítulo 1
~ Capítulo Único ~


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Estou um pouco ansiosa, já que demorei uma semana pra escrever a one toda e ficou bem maior do que eu esperava. Quase 10k, socorro! Porém, essa é a primeira fanfic com FINAL que eu escrevi, porque as outras fui cara de pau e deixei em hiato porque fiquei sem criatividade para concluir. Eu sou péssima com finais, desculpa.

Bem, espero que gostem mesmo assim. E já irei me desculpar pela idiotice que é a fanfic, já que a ideia de inicio era boa, porém o desfecho dela me embaralhou e acabou que eu criei em cima da hora.

A one se passa no ponto de vista da Jeongyeon, se divertam!
Tenham uma boa leitura.



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"I can’t control my trembling voice
Even my reddening cheeks
I can’t hide it
I try to act cool but
I can’t hide my heart
I think I love you"

 

 

~/ Casa Desconhecida, 22:19 p.m ~

 

Música alta tocando, quase deixando a minha pessoa surda. Muita gente dentro da casa e fora da mesma e tinha umas pessoas caídas no chão, devo me preocupar? Fumaça em toda parte. E muita, muita mesmo, gente bêbada! Aqui estou eu na festa da faculdade. Eu não era lá muito popular e nem ligava pra essa baboseira toda, porém fui convidada. Bem, digamos que fui obrigada a vir nessa casa desconhecida, com pessoas desconhecidas e bêbadas. Momo, minha "amiga" (entre aspas porque não considero ela uma amiga ao ter me arrastado aqui), foi convidada pela anfitriã da festa e implorou para que eu viesse com ela, alegando que não poderia vir sozinha se não iria ser assediada e essas coisas dramáticas. Aqui estou, contra a minha vontade. Como disse antes, eu não sou popular porque odeio estar com muitas pessoas, uma grande maioria sendo falsos consigo mesmo, prefiro meus lindos LEGO's que não irritam ninguém.

— Jeong, por que ficou parada aí? Anda, criatura - ouvi a voz da bendita Hirai. Agora que reparei na roupa dela, um vestido vermelho justo ao corpo e muito curto. Olhei as minhas roupas e percebi que não vim trajada pra esse tipo de festa. Uma calça jeans preta com rasgos no joelho, jaqueta de couro preta e meu coturno favorito. Parecia que eu iria a um velório. O meu, de preferência! Dei de ombros e a segui casa adentro.

— Fala, minhas lindas! Chegaram na hora certa - um cara que eu nunca vi na vida, falou assim que pisamos na sala. Ele colocou o braço ao redor dos ombros da Momo enquanto falava. De longe dava pra sentir o fedor do álcool em sua boca, fiz uma careta e amaldiçoei Momo novamente por me obrigar a vir.

— Sai, Jackson, mal cheguei e você já quer que eu vou embora? - Ela disse, retirando o braço dele e me puxando para longe. Se fora da casa tinha bastante gente, galera, aqui dentro deveria estar a faculdade inteira! - Esse cara é um mala, só porque é bonito acha que toda garota gosta dele. Deus é mais, aqui é L de LGBT!

— ... - revirei os olhos, e me sentei em uma banqueta que havia próximo a um barzinho que foi improvisado na casa. E que casa, hein! Puta casa grande, acho que daria uns 5 do meu pobre apartamento. Só o jardim já era maior que ele, na verdade. Comecei a observar as pessoas ali, a boa parte estava dançando no meio da sala, onde tinha uma pista improvisada também, havia também uma galera se pegando no sofá próximo à porta e por fim concluí que deveria estar em casa terminando de zerar Spider-Man. Porra, Momo, só me fode!

— Jeongyeon, se fosse pra ficar com essa cara de cu, não precisava ter vindo - sério isso? Foi ela a única pessoa a me obrigar! Fiz um "joia" com a minha mão direita, mostrando o quanto estava animada e o quanto queria estar ali. Momo bufou irritada e pegou um copo de cima do balcão.

Resolvi pedir uma bebida pro garoto do outro lado e, mesmo que eu não curta álcool, não iria ficar aqui fazendo nada até a Momo resolver ir embora. Percebi que a japonesa já não se encontrava em minha visão, deveria ter ido dançar ou tentar beijar alguma boca. Respirei fundo, bebendo um gole da bebida. Momo queria que eu viesse pra me enturmar com outras pessoas, fazer amizades ou até mesmo dar uns pegas em alguém desconhecido. Mas a verdade é que sou anti-social e essa vida não é pra mim, já disse que prefiro meus LEGO's e vou continuar preferindo-os.

— Você é um filha da puta! Eu sabia que você não prestava, mas custa terminar comigo antes de foder essa vadia? - Mudei meu foco assim que ouvi uma voz mais alta que a música que tocava. Porém, ninguém alem de mim, parou para prestar atenção; já que a maioria ali se encontrava bêbados ou se engolindo em beijos.

Uma garota falava/gritava com um homem, ele estava semi-nu, sem camisa e segurando as calças para não cair de seu corpo. Atrás dele havia uma outra garota, em estado igual ou pior que o dele, já que ela estava tentando esconder seu corpo com um lençol. A primeira menina estava muito puta, posso confirmar isso, ela os olhava com sangue nos olhos.

— Calma, eu posso explicar...

— Explicar o caralho, não sou burra, Minhyuk! - ela começou a se afastar deles, mas continuou dizendo: - Olha, não quero mais saber, ok? Esse relacionamento sempre foi uma mentira, e você sabe disso, então finge que nunca existiu. Cansei dessa palhaçada toda!

Me virei para frente, assim que percebi que ela andava em direção do barzinho. Ih, porra, será que ela viu eu olhando a briga alheia? Bebi mais um gole da bebida, olhando pelo canto dos olhos ela se aproximar; seus passos eram tão pesados que, se não tivesse a música tocando, todos na festa iriam conseguir escutar.

— Moço, me da a coisa mais forte aí, preciso me acalmar e esquecer tudo isso! - Ela se sentou ao meu lado, porém virada em direção da festa. Continuei a analisar ela pelo canto do olho e tenho que admitir: ela é linda pra caralho. A parte de baixo de seu cabelo estava solta, chegando ao meio de suas costas, o topo estava preso porém ainda havia a sua franja e algumas mechas soltas contornando seu rosto. Era um tom de castanho muito lindo, e quase que fiz a cagada de tocar no cabelo da menina, parecia muito bom de se fazer um cafuné. Abaixei minha mão imediatamente, quando percebi meu corpo criando vida sozinho. Ela olhou para mim e eu engasguei assustada com sua ação repentina.

Oh, caralho, nem bebi o resto da bebida e engasguei com o ar. Primeira coisa boa da festa: passar vergonha na frente da menina linda. Peguei meu copo e virei em um gole, passando a tosse. Merda, aposto que estou igual um tomate! Sabia que não deveria ter vindo.

— Tá tudo bem? - Ouvi sua voz, e acenei com a cabeça. Nem a pau que eu vou olhar pra ela! Não tenho coragem. - Nunca te vi na universidade antes, é caloura?

Respirei fundo pra tomar coragem, e virei minha cabeça para encarar ela. A diaba já tava me olhando, e aposto que fiquei vermelha de novo. Seus olhos eram um castanho escuro, porém de um tom tão lindo que senti vontade de ficar olhando pra eles a noite inteira. Sem contar que as luzes brilhantes da festa, faziam seu olhar brilhar. Ela é muito bonita, vai se foder! Não é possível que exista alguém tão linda assim.

— Não - respondi simplista. Observei suas sobrancelhas se levantarem com a única palavra. Porra, não sei socializar com pessoas novas! Nem sei como fiz amizade com a Momo. Talvez porquê eu precisava de alguém para dividir o apartamento, e Momo foi a única que apareceu aceitando a proposta.

— Nossa, então como nunca te vi antes? Você deve me conhecer, sou Im Nayeon... - ela deixou no ar, esperando uma reação minha. Por que eu deveria saber quem ela é?

— Desculpa, mas nunca ouvi falar - se fosse possível, ela arregalou mais seus olhos. Gente, eu me perdi em alguma parte da conversa? Por que caralhos as pessoas ainda tentam conversar comigo? Eu realmente deveria andar com uma camiseta escrita: "não sei manter diálogos". Acho melhor eu falar alguma coisa pra tentar explicar o fato de eu não saber quem ela é (?). - ... que faculdade você tá cursando?

— Artes Cênicas, e você?

— Música. Acho que não devemos ter as mesmas aulas, por isso você nunca me viu por aí - expliquei e ela concordou com a cabeça, bebendo mais um gole de sua bebida. Segui seus movimentos com os olhos, vendo o líquido entrar em contato com seus lábios, que são muito bonitos, por sinal! Engoli em seco e eu tinha certeza que estava com uma cara de paspalha, olhando essa menina em minha frente... Mano, to reparando muito, daqui a pouco ela vai pensar que sou uma psicopata!

Virei meu corpo em direção das pessoas que dançavam, e tentei localizar a minha "querida" amiga no meio da bagunça. Fácil, viu? Assim que vi uma mulher dançando loucamente, sabia que era a Momo. Ninguém gosta de passar tanto mico em público igual a ela, então era fácil de achar. Momo fazia faculdade de dança e sempre que tinha uma oportunidade de mostrar suas habilidades, lá estava ela, dançando.

— Então, já te disse meu nome, não vai me falar o seu? - A garota voltou a falar comigo. Me surpreendi, já que ninguém gosta de manter uma conversa comigo, além da Momo! E a tal da Nayeon tava realmente iniciando a conversa.

— Yoo Jeongyeon - respondi, e ouvi seu suspiro cansado. Ih, o que eu fiz agora? Eu sei que meu nome é estranho, mas eu já ouvi nomes mais estranhos.

— Olha, tô precisando desabafar com alguém. E já que você não sabe que eu sou na faculdade e eu nunca havia te visto, acho que é uma boa oportunidade - virei minha cabeça em sua direção, porém ela não me olhava. Bem, o que custa ouvir ela?

— Não sou muito boa com conselhos, mas pode falar.

— Não sei se você viu a briga que tive com meu namo- ela se cortou, percebendo algo. - Quer dizer, ex-namorado. Na verdade não estou triste pela separação, eu estou cansada disso tudo, sabe? Namorei com ele pra continuar a ser popular e porque ele queria muito, mas nunca senti aquilo que toda pessoa apaixonada diz sentir. O máximo foi um frio na barriga no começo do namoro e olha lá!

— Não querendo te interromper, mas posso fazer uma pergunta? - Ela concordou com a cabeça, olhando pra mim agora. - A popularidade vale a sua felicidade? Você disse que namorou com ele para continuar a ser popular, mas e a sua felicidade não conta?

— É, eu sei. Mas eu só percebi isso a pouco tempo e o nosso "namoro" foi decaindo e nem se parecia um namoro. Tanto que ele me traiu na cara dura, nem teve coragem de terminar! - ela pegou um outro copo que havia ali perto, que eu realmente não tinha reparado, e bebeu um gole do conteúdo. Porém ao engolir, fez uma careta, muito fofa na minha opinião. - Mas o pior mesmo é que eu só vivo em torno de gente falsa e que só liga pra essa merda de popularidade! Antes, até eu me importava com isso, porém não faz sentido essa coisa. As pessoas não são verdadeiras, apenas querem ter uma imagem boa para os outros. Que se foda tudo isso, ninguém é obrigado a ser algo que não é de verdade.

— Se você não se sente bem com as suas amigas, deveria se afastar, sei lá. Eu, por exemplo, não curto ter muitas amizades porque eu realmente não gosto de pessoas sendo falsas comigo - Nayeon me olhou novamente e eu já conseguia perceber um tom vermelho em suas bochechas. Acho que alguém está ficando bêbada.

— Meu Deus, me desculpa, eu não queria te incomodar! Não sabia que você não gosta de pessoas - ela exclamou, se levantando e fazendo uma reverência pra mim. O quê? Ela entendeu errado, porra.

— Não é isso, Nayeon-ssi, você não está sendo um incômodo - expliquei rapidamente, vendo ela se sentar novamente ao banquinho. Quando eu digo que não sei conversar com as pessoas, vocês ainda duvidam!

Ela voltou a falar, porém de coisas aleatórias. A Im tinha muito assunto, falava sobre como queria ser uma atriz reconhecida e o quanto se esforçava para conseguir alcançar seu sonho. Depois falou sobre seus "amigos", falou mais sobre como foi seu namoro falso e sempre contava tudo com um bom humor. Sem contar que ela já estava um pouco alterada pela bebida, dava risadas altas, não se importando com as pessoas ao nosso redor. Eu realmente pensei que a conversa não ia fluir, porque eu sou uma merda nisso, porém Nayeon falava bastante e parecia se contentar com minhas respostas curtas.

 

~/~

 

Bem, digamos que eu não esperava a noite terminar assim. Ou começar assim, não sei ainda. A minha pessoa cuidando de uma Nayeon muito bêbada, tanto que não se aguentava em pé. Pelas minhas contas, foi no décimo copo que a Im começou a ficar muito mal e não falar coisa com coisa. Já me preocupei a partir daí, porque não conhecia nenhuma amiga dela e nem sabia onde ela morava, ou seja, teria que cuidar dela sozinha. Mas quem disse que ela pararia de beber? Até tentei convencer ela, porém não deu muito certo. Ela se negou a parar e falou que não iria sair dali.

Jeoong!! - Ouvi sua voz me chamando e olhei pra ela, que havia deitado no balcão do bar. Ergui minhas sobrancelhas, em uma pergunta muda. - Preciso fazer xixi.

— Ah, certo, pode ir - ela se levantou, porém caiu em cima de mim, quase me derrubando da banqueta também. Segurei em sua cintura para estabiliza-la e senti suas mãos em meus ombros, digamos que a sua cabeça estava no meu pescoço e eu estava sentindo a respiração dela nitidamente em minha pele. Caralho, fodeu. - Nayeon, você não aguenta nem andar direito e quer beber mais? Vamos embora, agora.

Mas eu quero fazer xixi, Jeong— ela choramingou, como uma criança, afastando o rosto do meu pescoço. Percebi um bico em seus lábios. Senhor, agora tenho que ser babá? Não nasci pra essa vida.

Respirei fundo e afastei o corpo dela do meu, para que pudesse me levantar, porém continuei segurando em sua cintura para não deixa-la cair de novo. Procurei o banheiro pelo olhar, mas eu nem sabia onde era a saída da casa, quem dirá o banheiro! Comecei andar, arrastando a Nayeon bêbada comigo.

É pro outro lado!— Ela puxou meu braço e se segurou nele assim que virei meu corpo para a direção correta. Ih, que intimidade é essa? Mal me conheceu e vai me tocando desse jeito. Mas não vou reclamar, já que não fiquei incomodada com o contato físico.

Após atravessar um mar de corpos dançantes, chegamos ao banheiro. E galera, tinha muita gente se pegando ali! Não dentro do banheiro, mas ao redor da porta e no corredor, porque era uma área mais escura que o resto da casa. Putaria ao ar livre, vê se pode isso? Nayeon, já pouco se fodendo pras pessoas, empurrou um casal que estava se beijando em frente da porta e abriu a mesma, me puxando para dentro. Ela já começou a subir seu vestido e me deu um ataque de pânico gay. Que isso, meus amigos! Me virei para encarar a porta, e senti meu rosto arder como se estivesse cara a cara com o Sol.

— Tá louca, menina? Avisa antes de ir tirando a roupa! - Alertei ela, e me mexi inquieta com a demora e com a vergonha que sentia.

Estranhei quando não ouvi mais nenhum barulho, além da música alta que vinha da festa. Ué, Im Nayeon em silêncio é de se estranhar! Posso afirmar, porque faz menos de 2 horas que conheci ela e não ouvi minutos de silêncio vindo dela. Será que ela dormiu em pé? Ou caiu? Não era de se esperar menos.

— Nayeon? Você tá bem? - Olhei para o espelho da pia que havia em minha direita, porém não consegui ver ela através daquele ângulo. Ouvi um barulho, como se ela estivesse arrumando a roupa. Espero que esteja colocado o vestido e não tirando ele de vez!

Tô... É que eu estava pensando em uma coisa— ouvi sua voz mais perto do que eu esperava, então consegui ver seu corpo através do espelho. Respirei em alívio ao perceber que ela já estava com o vestido devidamente arrumado. Ainda bem!

— No quê? - Perguntei e me virei em sua direção, já que ela ainda estava bêbada e eu não duvido nada que ela ia cair no chão. Porém ao me virar, me senti ser empurrada na porta e o corpo dela pressionado ao meu. ALERTA! ALERTA! - Nayeon! O que é isso?!

Jeong, tô com vontade de te beijar— É O QUE, PRODUÇÃO?! Ela realmente está bêbada, e muito bêbada mesmo! - Sabe, você é muito bonita e tem esse charme todo...

Ela falava tudo embolado, quase que eu não entendo suas palavras. Mas que caralhos de charme? Tô falando que ela não tá dizendo coisa com coisa. Socorro, eu conseguia sentir seu corpo em contato com o meu, quase me fazendo perder o foco. Respirei fundo, tomando coragem.

— Nayeon, você tá muito bêbada, já começou a delirar - falei e afastei o corpo dela do meu, mas puxei ela para perto da pia. - Joga um pouco de água na cara, vai que você volta ao normal, sei lá.

— Não! - Ela deu um grito, me assustando. Vou enfartar ainda, primeiro ela tira a roupa sem nem avisar, depois fala que quer me beijar e por último me da um grito desse. Haja coração! - Vai borrar toda a minha maquiagem, que eu demorei séculos pra fazer.

Revirei os olhos e abri a torneira, molhando a minha mão com a água. Dei um sorriso diabólico pra ela e passei minha mão toda molhada em seu rosto. Ela deu outro grito e segurou meu braço, afastando-o dela. Ela me olhava abismada, porém eu sabia que ela queria me matar.

— Para, sua idiota! Eu só não vou te bater, porque eu não sei bater em alguém— dei risada com sua fala, porém logo fechei a expressão quando senti suas mãos em meu cabelo. Detalhe: as mãos dela estava cheia de água. Era tanta água que essa criatura jogou, que escorria pelo meu rosto.

— Porra, Nayeon! - Ela se matava de tanto rir. Palhaçada, vou acabar com a graça dela!

Fechei a torneira e me virei para a Im, segurei seus braços e foi a minha vez de a prensar contra a porta. Percebi seu olhar surpreso com meu ato, porém eu não terminei de intimida-la ainda. Levantei seus braços acima de sua cabeça, um de cada lado e me aproximei de seu rosto, sentindo seu perfume com a proximidade. Como eu não reparei antes? Ela é muito cheirosa!

— Parou de rir por quê? Acabou a graça? - Perguntei, sorrindo arrogantemente para ela. Notei a mudança de seu olhar, antes surpreso para algo que não soube decifrar.

Eu deveria ter decifrado.

Enquanto analisava seu olhar, Nayeon aproveitou minha distração e fechou a distância entre nossos lábios. Foi como se o mundo entrasse em câmera lenta. Eu senti cada músculo do meu corpo que estava pressionado contra o dela; senti a pele de seus pulsos contra as minhas mãos, senti alguns fios de seu cabelo (que agora não estava tão arrumado quando conheci ela, horas atrás) em contato com meu rosto e, o principal, senti seus lábios contra os meus. Ninguém se mexeu durante alguns segundos e eu ainda estava meio em choque, porém após sentir tudo isso que eu disse, fechei meus olhos e pressionei mais minha boca contra a dela.

Soltei seus braços, apenas para segurar sua cintura e puxar seu corpo contra o meu e ela, com a liberdade dos membros, os levou em meu pescoço. Senti seus dedos brincando com meus cabelos da nuca e posso afirmar que arrepiei ali. Movimentamos nossas bocas e eu pedi passagem com a língua. Ah, foda-se! Era eu que não quis beijar ela minutos atrás? Sim, mas agora sou eu que estou aprofundado o beijo. Ela é extremamente linda, se eu não beijasse ela de volta, eu é quem seria a idiota.

Era uma guerra dentro de nossas bocas, nossas línguas brigavam pela dominância. Nunca fui fã de lutas, mas essa eu estava amando! Após alguns minutos ou segundos, não tenho certeza, porque pra mim foram séculos que o tempo ficou parado para que a gente pudesse se beijar; meu cérebro começou a gritar dizendo que meu corpo necessitava de oxigênio para sobreviver, e não apenas do beijo de Im Nayeon. Mordi seu lábio inferior, ouvindo ela arfar com o ato, e terminei com um simples selar; igual ao do começo do beijo.

MEU AMIGOS, que beijão da porra!

— ... - continuamos exatamente do mesmo jeito, apenas com as bocas separadas. Percebi que não era só eu que parecia ter corrido uma maratona, Nayeon também respirava com dificuldade. - Falei para não me provocar.

— Não falou não! - Ela respondeu, abrindo os olhos e permitindo eu ver seu olhar brilhante. Me encantei mais ainda por seus olhos. Espera aí, porque agora ela estava falando normalmente e não como uma bêbada?

— Ei, você não está mais bêbada? Se soubesse que para ficar sóbria eu tinha que te beijar, tinha feito isso antes - perguntei, um pouco confusa. Ela deu uma risada alta pra caralho e se afastou um pouco, porém ainda mantinha seus braços em meu pescoço.

— Desde quando eu estava bêbada? - Estou chocada! Como assim, cara? Ela até caiu em cima de mim, tentou me beijar e agiu como criança! Nayeon deve ter percebido minha surpresa, pois começou a falar novamente: - Eu só estava fingindo quando eu cai em cima de você, não queria atravessar aquele mar de gente sozinha. Sou foda atuando, pode admitir.

— Hã? Eu realmente pensei que você estava bêbada, mas na verdade você estava se aproveitando do meu corpo - ela riu mais alto ainda, se fosse possível tal coisa, e se aproximou novamente. Senti meu estômago dar umas remexidas com a nossa proximidade.

— Acha mesmo que eu ia te beijar tão bem se eu estivesse bêbada? Pra começo de conversa, eu iria vomitar tanto, que não daria pra gente se beijar - fiz uma careta com o pensamento, porém me lembrei de algo.

— Então quer dizer que você me acha linda e que eu tenho um charme? - Vi ela ficar vermelha e desviar o olhar. - Eu sei que sou atraente, não precisa se envergonhar.

— Eu gostava mais quando você não falava muito - Nayeon puxou meu pescoço para baixo, aproximando nossos rostos. Estávamos prestes a nos beijar novamente, quando um som extremamente alto começou a tocar. - É meu celular.

Me afastei, para deixar ela atender o aparelho; porém a Im ainda permaneceu com um braço em meu ombro, não permitindo eu me afastar tanto. Meu Deus, agora que eu me toquei! Eu acabei de beijar uma garota que conheci a menos de 2 horas, e o pior, ela acabou se sair de um relacionamento hétero. É errado eu ter gostado, e muito, desse beijo?

Fazia um bom tempo que eu havia beijado alguém desse jeito. Os outros beijos eram tão pouco caso, que nem dava vontade de lembrar deles depois que beijei a Nayeon. Gente, tô com um pressentimento de que vou me foder bonito! Tô sentindo umas coisas estranhas desde que vi ela de perto e analisei sua beleza. Era só o que me faltava, arranjar uma crush nessa altura do campeonato! Parabéns, Yoo Jeongyeon, você é uma retardada.

Porra, eu não posso gostar dela, conheci a diaba hoje. Que merda coração, deixa o cérebro guiar as coisas! Você só tá fodendo as coisas.

Olhei para ela, que havia uma expressão irritada no rosto enquanto falava ao celular, e comecei a observa-la atentamente. Sua pele era tão clarinha e parecia macia (coisa que já foi afirmada, porque a pele do pulso dela é macia, então o resto deve ser também), e a franja do cabelo fazia ela ficar muito fofa, porém sexy ao mesmo tempo. Existe isso? Uma pessoa que é um bebê fofo e um pecado capital ao mesmo tempo? Olhei sua boca e percebi uma coisa, Nayeon tem dentinhos de coelho! Decidido, ela é mais fofa do que sexy. Mas os lábios, que agora estavam inchados e vermelhos pelo beijo que a gente deu, deixava ela muito...

Sacudi minha cabeça, tentando parar de ser uma maníaca que fica reparando nas pessoas. Se bem que eu só reparo nela... Mas essa mania já esta ficando um perigo, daqui a pouco alguém, ou até mesmo ela, me pega reparando. Nayeon deve ter percebido meu movimento com a cabeça, porque me olhou curiosa, dei um sorriso amarelo em resposta. Só faço merda, puta que pariu!

— Era minha única amiga, Jihyo, que ligou - percebi que ela falava comigo agora, quando abaixou seu celular, já desligado. - Ela ligou para saber onde eu estava. Sou a mais velha, mas quem é a mãe é ela.

— Você disse que tava no banheiro? - Indaguei, curiosa. Olha, pra mim não é normal sair dizendo "estou no banheiro dando uns pegas em uma garota que acabei de conhecer", tá?

— Sim, mas isso não é importante, ela ficou preocupada porque meu ex está lá fora dando um barraco atrás de mim - Nayeon revirou os olhos e suspirou cansada. Peguei o braço dela que estava em meu ombro, e deslizei minha mão até a sua, depois entrelacei nossos dedos. Dei um sorriso para ela, observando ela retribuir o ato. - A gente pode sair daqui? Por favor.

Ouvi sua voz baixa, como se estivesse a ponto de desmoronar. Acenei com a cabeça, concordando, e abri a porta do banheiro. O cheiro de álcool, cigarro e drogas bateu na minha cara. Eu realmente odeio festas, cara! Segurei a mão de Nayeon mais forte, e andei em direção do pessoal dançando.

— Esse também não é o lado da saída, você sabia? - Ouvi ela dizer, com divertimento em sua voz. Me virei pra ela, dando um sorriso envergonhado pela falta de informação. - Sem problemas, eu sei onde é, me segue.

Nayeon guiou o caminho novamente e eu consegui ver o tal de Minhyuk totalmente alterado em um canto da festa, ele parecia procurar alguém, no caso a Nayeon. Sorte que ele não viu a gente, assim ele não viria infernizar a Im. Só fomos parar de andar quando já estávamos na calçada da casa. Vi que Nayeon me olhava, esperando algo.

— O quê? - Perguntei, e vi ela me olhar indignada.

— Como que a gente vai embora? Você veio do quê? - Bati minha mão livre na testa, como minha burrice ultrapassa os limites. - Eu vim com ele, então não tenho como eu levar a gente embora.

— Relaxa, minha moto tá aqui... Porém como a Momo vai embora depois? - Vi seu olhar confuso, e percebi que não havia falado da Hirai pra ela ainda. - Momo é minha única amiga, foi ela que me obrigou a vir e me abandonou no bar.

— Me lembra de agradecer ela por ter te trazido - ela sorriu para mim, e eu morri. Não morri, mas foi quase. Olha esses dentinhos, que coisa mais fofa! Senti minhas bochechas esquentarem, então puxei ela em direção que minha moto estava estacionada. - Que foi? Ficou com vergonha por causa disso?

— Não, é que você tem dentes de coelho e isso é muito fofo para a minha pessoa aguentar - respondi, vendo que ela também corou com a minha fala. Touché.

Bem, quando chegamos aqui, Momo me proibiu de entrar com os capacetes, dizendo que iria ser ridículo. Ridículo é isso que ela disse, porém não retruquei na hora. E eu também não iria deixar na moto, porque seria a mesma coisa que dizer "roubem esses capacetes"! Então o que eu fiz? Escondi em um arbusto que tinha ali na casa. Genial, não é mesmo?

— Espera aqui - avisei para Nayeon, soltando sua mão. Ela me deu um olhar confuso, enquanto eu ia até o arbusto pegar os capacetes. - Olha, é estranho o motivo, mas digamos que eles estão aqui para não serem roubados.

— Não falei nada... - ela respondeu, erguendo as mãos. Dei risada e entreguei um capacete para ela, colocando o meu em seguida. - Pra onde a gente vai?

— Olha, não sei. Mas duvido que tenha alguma coisa aberta agora, e eu to morrendo de fome... - Nayeon concordou comigo, percebi que ela estava apenas com aquele vestido curto. Retirei minha jaqueta e entreguei para ela. - Coloca, a noite está fria e você só tá com esse pedaço de pano aí.

Ela deu risada, mas colocou a jaqueta e montou na moto após eu ter feito o mesmo. Nayeon se segurou em minha cintura e eu senti minha alma saindo do corpo com a proximidade. Não tô te entendendo, corpo, eu já beijei ela antes e agora estou sentindo calafrios com apenas o toque de suas mãos? Por favor, seja menos e controla a alma gay que esta dentro de mim.

— Pode ser a sua casa? - Ouvi ela perguntar, me trazendo de volta a realidade. Concordei com a cabeça e liguei a moto, saindo em direção à minha casa.

 

~/ Apartamento da Jeongyeon, 01:27 a.m. ~

 

Abri a porta do meu apartamento, dando espaço pra Nayeon entrar, ela observou tudo com um olhar curioso e admirado. Admirado pelo o quê? A bagunça que a Momo fez aqui, só pode.

— Você mora sozinha? Parece não ter ninguém...

— Não, moro com a Momo, porém ela tá na festa - andei em direção da cozinha, abrindo a geladeira e vendo o que havia lá dentro que ainda era comível. Concluí que não havia feito a compra do mês, e só tinha uma lasanha congelada e um refrigerante pela metade. Da pro gasto.

Coloquei a comida no microondas e me virei para ver Nayeon, que agora explorava a sala. Como eu era uma grande nerd, havia alguns mangás e HQ's na estante, além dos meus live-actions de Naruto e alguns LEGO's que eu tinha montado; todos na parte de cima da estante. No centro era a TV, que tanto eu como Momo fizemos questão de comprar uma bem grande, e abaixo dela meu PS4.

— Nossa, você gosta muito dessas coisas de nerd, hein! - Ela exclamou, pegando um mangá e folheando-o. Percebi que tinha esquecido de guardar meu trabalho da faculdade, ele estava jogado em cima do sofá. Fui até as folhas todas rabiscadas com começos de estrofes e uma tentativa falha de música, e comecei a pega-las. - O que é isso?

— Trabalho da faculdade... - Nayeon pegou uma folha, sem eu perceber, analisando as palavras escritas. - Tá horrível isso, não lê. Eu estava sem criatividade pra escrever uma composição, então ficou essa droga.

— Não! Ficou muito bom, mas é triste demais - ela ergueu o olhar da folha, e me devolveu. - Olha só, não sabia que era compositora! Quero uma música pra mim.

— Se você me der inspiração, pode ter certeza que eu escrevo uma - ela deu risada e se jogou no sofá, agora limpo. Folgada, hein! Andei até meu quarto e guardei as folhas.

Eu deveria avisar a Momo que não estava mais na festa? Bem, melhor mandar uma mensagem. Voltei para a sala e peguei meu celular, que estava junto das chaves de casa, jogado em cima da mesa. Agora era 01:34. Mais cedo do que esperava!

"Momo, já fui embora. Então você vai ter que arranjar uma carona ou dormir na casa de alguém. Se cuida!"— enviei para ela, deixando minha consciência mais livre.

Ouvi o apito do microondas, avisando que o rango estava pronto. Nayeon, que antes mexia em seu celular, deu um pulo com o barulho e andou em direção da cozinha. Que esfomeada! Quase era pior que a Momo.

— Hum, lasanha! Faz um bom tempo que eu comi lasanha - ela falava enquanto eu retirava a comida e colocava na mesa. Peguei os pratos e talheres, dando uma faca para ela cortar enquanto eu buscava o refrigerante. - Olha, é sério, essa tá sendo uma das melhores noites da minha vida. É simples, mas tudo é verdadeiro!

— Lasanha deixa a noite de qualquer um boa - respondi, vendo ela me lançar um olhar irritado. Dei risada e me sentei na cadeira, finalmente saboreando a comida. - Mas não é verdade?

— Eu tava dizendo que a sua companhia deixou minha noite boa - fiquei vermelha, mas concordei com a cabeça timidamente.

Após alguns minutos, devoramos a lasanha. Estava sentada ainda, sentindo os primeiros sinais de sono, e percebi que iria ter que dormir no sofá. Nayeon não ia querer dividir a cama com uma desconhecida! E o quarto da Momo, sem condições, era capaz de eu ter um ataque de TOC por causa de sua bagunça. Então, adeus, coluna.

Interrompi meus pensamentos ao perceber Nayeon se movimentando para perto de mim. Ela se sentou em meu colo, colocando os braços ao redor de meu pescoço e aproximou seu rosto do meu. Congelei aqui, amigos! Essa mulher é um perigo pra minha sanidade. Vou ter que fazer um plano de saúde se continuar a conviver com ela.

— Por que fica desse jeito quando eu me aproximo? Percebi quando te abracei ao andarmos na moto - ela falou em um tom baixo, e eu consegui sentir sua respiração bater em meu rosto. Relaxei meu ombros, tentando parar com a paranoia. Porém aposto que ela deve conseguir ouvir meus batimentos cardíacos, porque parecia que tinha uma escola de samba dentro de meu peito.

— É que eu sinto umas coisas meio... estranhas? Não sei direito - ela concordou com a cabeça, como se me entendesse. Duvido, ela é linda e muito fofa, por isso eu sinto essas coisas! Já eu pareço um avestruz desmiolado, quem vai sentir alguma coisa por mim?

— Eu também sinto, mas acho que a gente não deve se preocupar com isso agora - Nayeon voltou a se aproximar, porém nossas bocas agora. E novamente o tempo parou quando senti o toque de seus lábios. Até que é bom esse sentimento!

Nos beijamos com o mesmo fervor do primeiro beijo, e agora sua posição tornava as coisas mais fáceis, já que estávamos mais próximas. Ela adentrou as mãos em meus cabelos e fez uma bagunça, puxando-os, senti minha alma querer sair do corpo naquele momento. Passei um braço em sua cintura, aproximando os nossos corpos, e minha outra mão segurava seu rosto, guiando o beijo.

— Porra, já beijei muita gente, mas você tem um beijo viciante! - Ela exclamou, se afastando um pouco. Espera aí, como assim beijou um monte de gente? Não gostei muito disso.

— Fala logo que o melhor beijo que você teve foi comigo - falei, mas não deixei ela responder. Colei nossas bocas e ouvi um suspiro escapar de seus lábios. Sorri involuntariamente.

— Quarto... - ela falou entre o beijo e eu buguei. Como assim "quarto"? Parei o beijo, contra sua vontade, e fiz uma cara confusa. - É pra gente ir pro quarto, idiota. Agora me beija de novo!

Ela segurou em meus ombros enquanto eu tentava levar ela no colo, ainda mantendo o beijo. Olha, essa foi a coisa mais difícil que eu já fiz na vida. Que menina pesada, meu Deus! Me lembrem de já começar a beijar ela, quando estivermos no quarto. Porém chegamos em segurança até meu quarto, e eu me senti muito foda por isso. Apoiei ela em minha cômoda, derrubado alguns cadernos da faculdade, perfume e maquiagens que estavam ali em cima.

Separamos pela falta de ar, então desci para seu pescoço, beijando a área. O quarto de repente ficou quente, não é mesmo? Pois acho que vai ficar mais!

 

~/~

 

Acordei maravilhosamente bem, só que não. Alguém havia acendido uma luz bem na minha cara. Melhor jeito de se acordar! Abri os olhos, mas logo levei as mãos aos mesmos, tentando tapar a claridade. Percebi que estava sozinha na cama, e não com Nayeon ao meu lado assim como quando fui dormir. Se ela estivesse do meu lado, aí sim eu teria acordado maravilhosamente bem!

— Bom dia, querida amiga! Sentiu minha falta? - A voz de Momo se fez presente. Fiz uma careta e soltei uns resmungos, me sentando na cama. - Caralho! Você transou ontem?! Não, espera, quem é você e o que você fez com a Jeongyeon?

— Cala a boca, porra. Sou eu, Momo - revirei os olhos, irritada. Odeio que me acordem, e ainda mais se for a Momo dando as loucuras dela. - Não transei, não. Por que ta perguntando isso?

Fiz a egípcia na cara dura. Pelo menos a Nayeon não estava aqui, porque se ela estivesse, a Momo ia dar um escândalo de fangirl. A japonesa vive insistindo em arranjar uma pessoa para mim, coisa que eu vivo negando a fazer. Aí imagina a vergonha que eu iria passar na frente da Im, só de pensar já me da dor de cabeça.

— Yoo Jeongyeon, eu conheço muito bem um chupão! E não tem apenas um, tem vários no seu pescoço - ela disse, sorrindo convencida. Ih porra, não deu muito certo mentir. Sou uma bosta até nisso! - Agora pode ir me contando tudo!

— ... tenho mesmo que contar? - Ela afirmou com a cabeça várias vez, muito animada pro meu gosto. Respirei fundo e passei as mãos em meus cabelos, tentando dar uma arrumada nessa bagaça. - Conheci uma menina lá na festa, quando você me abandonou no bar. Ela ficou bêbada, na verdade fingiu, e eu fui levar ela no banheiro... Aí a gente se pegou.

— Vocês transaram no banheiro?! - Momo exclamou, abrindo a boca em choque.

— O quê?! Eu não disse isso! Nós viemos pra cá, ai rolou - levantei, andando em direção a porta do quarto. Percebi as coisas que havíamos derrubado ontem e corei com a lembrança. Momo começou a me seguir pelo corredor, esperando eu terminar de contar. Até parece que vou dar mais detalhes! - Vou tomar banho, parece que fui atropelada por um tanque de guerra. Tchau, Momo!

— E cade a menina? Qual o nome dela? CONTA AS COISAS DIREITO, JEONGYEON! - Levei um chute nas costas, pela Hirai que estava alterada. Mas que caralho? As vezes a Momo é muito agressiva, mesmo que ela tenha essa carinha de bebe.

— Ai, puta! Vai chutar a sua vó - me virei para ela e mostrei meu dedo do meio. - Eu não sei para onde ela foi; a gente dormiu junto, mas eu não vi ela saindo. E ela se chama Nayeon...

— IM NAYEON?! - Momo gritou novamente, dessa vez em choque. Ignorei ela e seu escândalo e andei em direção do banheiro. - Não ouse fechar essa porta antes de me explicar, Jeongyeon.

Fechei a porta na cara dela, e ela me xingou. Tô morrendo de preocupação. Olhei pro espelho e quase cai dura no chão. Meu pescoço estava todo roxo, era pouca pele que não ficou marcada! Puta que pariu, fodeu, como eu vou trabalhar?! Retirei minha blusa, e me virei de costas para o espelho, olhando por cima de meu ombro. Olha isso, porra, tá tudo arranhado! Vou matar a Nayeon.

Após tomar um banho muito longo, voltei para o meu quarto e, enquanto me vestia, percebi que havia um bilhete perto de meu celular, na cômoda ao lado da cama. Peguei o mesmo e li a caligrafia bonita:

"Bom dia, Jeong. Fui embora porque meus pais não poderiam me ver chegando em casa, então sai de madrugada mesmo. Ah, e você é muito fofa dormindo. Lembra quando falei que estava sendo uma das melhores noites da minha vida? Não foi 'uma das', foi A melhor noite. Eu realmente espero te encontrar na faculdade hoje, então não se esconda!
Ps: peguei a sua jaqueta emprestada, se quiser de volta vai ter que vir atrás de mim. Beijos, Nayeon"

Me fodi bonito! Senti meu coração acelerar, enquanto lia o bilhete, e minhas bochechas se esquentarem. Meu estômago se remexeu e eu sabia que o coração tinha tomado a rédea da situação, dando uma voadora no cérebro. Me apaixonei, gente! É meio impossível não se apaixonar por ela, Nayeon é maravilhosa.

— Por que ta parada igual uma retardada aí? - Voltei minha atenção para Momo, que entrou no meu quarto novamente. Tô precisando trancar essa porta.

— Por nada - ela me deu um olhar suspeito, e eu sabia que ela ia perguntar alguma coisa, porém fui mais rápida. - Momo, não tem como eu ir trabalhar e muito menos ir pra faculdade com o meu pescoço desse jeito, me ajuda vai.

— O que eu ganho com isso? - Ergui minha sobrancelha, com indignação. Era eu que dava carona pra ela, em todo lugar que a Hirai queria ir. Além de pagar a conta da Internet, então discussão encerrada. - Tá, tá, não vem com esse olhar acusador! É só passar maquiagem e você coloca aquela blusa de gola alta ou um moletom, sei lá.

Ela pegou minha maquiagem do chão, me olhando maliciosamente ao ver o objeto caído. Eu mereço, viu. Me sentei na cama, enquanto Momo passava a maquiagem nas marcas que haviam em meu pescoço.

 

~/ Faculdade, 19:15 p.m. ~

 

Estacionei minha moto, e esperei a criatura atrás de mim descer para que eu pudesse fazer o mesmo. Peguei os capacetes de sua mão e minha bolsa, logo andando lado a lado com Momo para dentro do prédio. A japonesa estava mais animada hoje do que o normal, então ela quis vir mais cedo para a faculdade... Espero que isso não tenha a ver com a Nayeon e a minha pessoa.

— Você vai atrás dela hoje? - A Hirai perguntou. Eu havia contado para ela sobre o bilhete, e Momo tinha me contado mais sobre a Nayeon. Eu descobri que a Im era uma das garotas mais populares aqui na faculdade (bem isso ela tinha me contado na festa...), por causa de sua beleza e notas boas. E que, segundo as pessoas, ela era muito mesquinha e esnobe; eu discordo completamente disso! Momo me contou que ela também pegava muita gente, antes de namorar Minhyuk, mas nunca ela tinha ficado com uma garota. Sou a cura hétero, pessoal!

— Não sei... Acho que não, ainda tô meio insegura. Não quero me iludir com ela - Momo me olhou, desaprovando minha fala. Porém logo vi que seu olhar mudou para choque e pânico, então resolvi seguir seu olhar. Só vi um monte de estudantes conversando no corredor. - O que foi?

— Minha crush está bem ali, porra! - Revirei os olhos, as vezes a Momo tem essas crises loucas dela. Não sei como eu aguento ela ainda. - Obrigada por me entender, Jeong. Uma amiga melhor que você é difícil de se encontrar.

— Para com essa destilação de veneno, Momo. Pra que o pânico, criatura? A menina nunca reparou em você, porque diabos vai reparar agora? - Joguei a realidade na cara dela, mas foi sem querer. Só percebi que fui muito filha da puta quando terminei de falar. Eita, será que a Momo vai ficar magoada comigo?

— O retardada, eu fiquei com ela na festa ontem! Onde você acha que eu dormi? - Momo exclamou. Olhei indignada para ela.

— Momo, você não me contou isso!

— Não?

— Não, burra! - Ela deu um sorriso amarelo, coçando a nuca. Ai, a lerdeza humana me surpreende as vezes. E eu fui obrigada a contar tudo o que aconteceu entre eu e a Nayeon ontem, olha que hipocrisia. - Tá, e agora?

— Ela nem deve lembrar de mim, Jeong. Mas tô com medo de passar na frente dela e ela me notar... - ela fez uma cara triste, como se tivesse acabado o jokbal do mundo inteiro. Gente, não tô entendendo! Se ela gosta da menina, deveria ficar feliz que ela iria nota-la, não é? Ai, a Momo é muito complicada.

— Momo, para de ficar neurótica! Sem contar que a gente tem que passar ali pra ir pra sala, então vamos logo - segurei ela pelos ombros e comecei a andar, carregando a Hirai comigo e não dando chances para ela escapar. Levei uns tapas no braço, enquanto ela tentava de soltar e ficava falando que eu era louca. - Momo, se você continuar fazendo isso, aí sim ela vai notar a gente!

— Nossa, é mesmo! - Tô falando que a Momo é a pessoa mais lerda que eu conheço. Nos aproximávamos da crush da japonesa e eu percebi que era um grupo de famosinhos da faculdade. - Jeong, não é a Nayeon ali?

— Sim, mas finge que a gente não conhece ninguém. Continua andando...

Agora eu entendo a Momo! Fiquei em pânico só em ver a Nayeon, imagina se ela vier falar comigo. Eu não conhecia ninguém daqueles estudantes, além da Nayeon e a crush da Momo, se não me engano o nome dela é Dahyun. Eu não me importava em perder meu tempo cuidando da vida alheia. Puxei o capuz de meu moletom sobre meus cabelos quando passamos na frente delas e de seus "amigos", e já soltava minha respiração ao ter passado por eles, quando ouvi alguém nos chamando:

— Ei, vocês aí! - Congelei e olhei pra Momo, que já me olhava desesperada. Ela se virou lentamente e eu fiz o mesmo, porém mantive minha cabeça abaixada, evitando olhar para qualquer pessoa.

— Nós? - Momo indagou, com a voz trêmula. Olha a vergonha, olha a vergonha!

— Sim, Momo, não lembra de mim? - Momo engasgou, e eu já sabia que era Dahyun que tinha falado. Dei um tapa forte nas costas dela, fazendo a criatura voltar a vida.

— L-lembro sim, Dahyun... pensei que você não iria se lembrar de mim - ela sussurrou a última parte, então fui a única pessoa que ouviu. - Você queria alguma coisa?

— Então, essa é sua amiga? - Ih, porra, por que ta me metendo no meio?! Notei que a Hirai concordou com a cabeça, confusa com a pergunta também. - Ah, então é ela mesmo, Nayeon!

O quê? Olhei pra cima, vendo Nayeon se aproximar de mim. Ela usava a minha jaqueta, que ela roubou em minha própria casa! Brincadeira, mas essa era minha jaqueta favorita. Ela abriu um sorriso quando conseguiu me reconhecer, já que o capuz ocultava uma boa parte do meu rosto. Corei quando vi os dentinhos de coelho e sorri envergonhada para ela.

— Oi - ela disse primeiro. Ah, não sabia que estava com tanta saudade da voz dela assim! Durante o dia eu fiquei uma boa parte sofrendo, lembrando de ontem e de como ela é incrível. Percebi que estava realmente em um buraco sem volta, buraco esse que é o amor.

— Oi - respondi e ouvi Momo dando risada. Vou dar uma voadora nessa japonesa safada! Olhei mortalmente para ela e ela engoliu em seco. - Nayeon essa é Momo, minha amiga. Momo essa é Nayeon, minha... amiga?

Quando eu falo que só faço merda, vocês ainda ousam duvidar da minha capacidade.

— Amiga? - Momo disse, voltando a dar risada. - Que eu sabia ela é a tua paixonite! Nayeon, essa menina ficou o dia inteiro "Nayeon é isso e aquilo", "ai, Nayeon pra cá e Nayeon pra lá"! Qualquer coisa esse avestruz ficava falando seu nome. Isso quando ela não sonhava acordada!

— Cala a boca, Momo! Sua fodida, vou te espancar!! - Empurrei ela pra longe, mas minha vontade era de dar um soco na cara dessa traíra. Que vergonha, Deus, agora a minha única vontade era de cavar um buraco e nunca mais sair de dentro. Me leva, Senhor! - Não escuta ela, Nayeon. A Momo não tem cérebro, só pensa em comida, esse ser humano.

— Não, tá tudo bem! - Ela ainda dava risada e, tenho que admitir, ela era muito fofa rindo. Bem, eu ainda poderia contar que a Momo tem um crush na Dahyun, não é? Vingança, o nome disso, meus queridos.

— Então, Dahyun né? - Ela acenou com a cabeça, se aproximando mais da gente. As outras pessoas voltaram a conversa antes mesmo da Momo ter me entregado, graças a Odin! - Sabia que a japa aí morre de amores por você? Nem queria passar aqui no corredor, ficou toda medrosa! Ela tem um crush-

Momo voou em mim, tapando minha boca com suas mãos, me impedindo de continuar a fala. O que o desespero não faz? Ela ficou mais vermelha que eu e começou a gaguejar igual louca:

— É-é m-mentira, D-dahyun! Essa louca está mentindo! E-eu não morro de a-amores por v-você - segurei seus braços e afastei de minha boca, dando espaço para eu falar.

— Não, imagina! Ela apenas ficou gaga de uma hora pra outra! - Dahyun também estava vermelha e Nayeon morria de rir da desgraça alheia. Momo me olhou e senti que a Hirai ia entrar no modo Jiraiya.

Ela pegou um capacete da minha mão e eu fiquei sem entender o porquê daquilo, porém logo em seguida, ela jogou o mesmo na minha cara. Com o impacto dei uns passos para trás e o capacete caiu no chão, e eu tinha certeza que mordi minha boca quando senti o golpe.

— Tá louca, Momo?! - Coloquei minha mão na boca, sentindo o gosto metálico. Nayeon tinha parado de rir e me olhava preocupada, Dahyun olhava para Momo com medo. Te entendo, jovem! É melhor ter medo dela.

— Meu Deus, desculpa, Jeong! - Momo me abraçou, e começou a pedir umas 100 desculpas por segundo. - Você sabe que eu te amo, não é? Foi sem querer, te amo. Eu nunca quis fazer isso, você é a minha melhor amiga, te amo!

— Argh, me poupe, eu não morri pra você ficar fazendo drama - afastei ela e vi que Nayeon nos dava um olhar estranho, talvez com raiva? Ciumes? Não sei, mas era um olhar estranho. - Vou ir na lanchonete, talvez a senhorinha lá me dá um gelo pra colocar na boca.

— Eu vou com você! - Nayeon falou e se aproximou de mim, acenei com a cabeça. Peguei o capacete do chão e dei para Momo.

— Guarda a prova do crime, a gente precisa dela pra ir embora - elas deram risada, e eu me assustei um pouco quando senti Nayeon segurando meu braço. Seu toque faz meu pobre coração bater igual louco. - Dahyun, era tudo verdade o que eu disse, tá!

Gritei antes de sair correndo junto com a Nayeon e consegui ouvir Momo me xingando novamente. Senti meu braço ser puxado em outra direção pela Im, ela me puxava em direção da biblioteca. Olhei para ela, me perguntando o porquê de estarmos indo para lá.

— Que eu saiba, sou eu a pessoa ruim com direções - ela riu baixinho e apertou um pouco meu braço. Entramos na biblioteca e ela falou:

— É que eu quero conversar com você, e na lanchonete não vai dar, vai estar cheio de gente. Eu cuido desse corte aí, não precisa se preocupar - ela disse e nos sentamos em um sofá que havia ali. Por ser quase o horário da aula, não havia ninguém na biblioteca, além da bibliotecária; porém nós estávamos sentadas no fundo do lugar, então ela não conseguiria nos ouvir. Nayeon retirou um lenço de sua bolsa e começou a passar no corte que tinha no meu lábio inferior, limpando o sangue que ali continha. - Mal nos conhecemos e já estou cuidando de você. Que bebezão, hein.

— Não foi minha culpa - falei. Na verdade tentei, já que era difícil falar com ela passando aquele pano. Mas acho que deu pra entender. - E eu "cuidei" de você ontem, quando fingiu que estava bêbada.

Aham, sei... - ela guardou o pano, assim que terminou de limpar. - Jeong, eu queria falar algo sério com você.

Nayeon me encarou e acabei me perdendo em seu olhar intenso, parecia que quando ela me olhava era algo tão diferente dos olhares das demais pessoas. Desci meu olhar para sua boca e senti saudades de seu beijo, como se fosse uma droga e eu estivesse em abstinência. Eu realmente precisava beijar ela. Engoli em seco, e voltei para a realidade.

— Olha, eu não sei o que você vai falar, mas eu preciso te contar o que ta acontecendo comigo - ela me olhou, esperando minha fala. - Nayeon, você me faz sentir coisas estranhas, eu te falei ontem. Você faz eu sofrer, uma tortura sem fim com a minha pessoa. Quando você me olha desse jeito, parece que consigo sentir você lendo minha alma, meu corpo já fica todo fraco! Meu coração fica todo animado, como um cachorro vendo seu dono, então acho que você já é dona dele. E quando você me toca, abraça, é como se a minha alma saísse do corpo por não aguentar o que você me causa. E sabe o que é pior? É quando você me beija. Aí a coisa piora, parece que o tempo para só pra gente se beijar, Nayeon! Além disso tudo, tem esse sorriso de coelho. Sacanagem com o meu pobre coração, que já deve ter enlouquecido a essa altura do campeonato! Você não tá entendendo, eu não posso sentir essas coisas por você, por isso que estou sofrendo.

Nayeon me olhava assustada, acho que ela não esperava uma confissão do nada. Meu Deus, eu sou muito idiota. E se a menina fosse falar pra mim esquecer o que tivemos ontem? E se ela voltou com o namorado? Que droga de vida, eu sou muito insegura!

— J-jeong, eu... - ela gaguejou e corou. Ih, o espírito da Momo possuiu ela! Mas, diferente da Hirai, ela ficava mais fofa ainda. - Eu também sinto essas mesmas coisas estranhas. Você lembra ontem, quando eu contei que o máximo que senti no meu namoro era um frio na barriga? - Acenei com a cabeça, recordando-me de sua fala. - Então, quando eu estou com você, eu devo ter o Polo Norte!

Dei risada, mas eu ficava em situação pior que a dela, então ri dela pra não rir de mim. Nayeon segurou a minha mão, com um pouco de insegurança, porém eu entrelacei nossos dedos e dei um sorriso.

— Sabe quando a Momo disse que você ficou o dia inteiro falando de mim - mas que porra, ela não esqueceu isso?! - Eu falei que estava tudo bem porque eu também pensei em você o dia inteiro, Jeong... Fiquei ansiosa pra te ver na faculdade e parecia que o tempo não passava logo.

— Nayeon, onde você quer chegar com isso? - Perguntei, receosa.

Pode parecer drama da minha parte, mas já sofri traumas sobre esse negócio de namoro. Minha primeira namorada apenas namorou comigo por causa de uma aposta, eu era a esquisitona da escola e ela foi desafiada a namorar comigo; a segunda me traiu e eu fui zoada durante meu Ensino Médio inteiro! Sem contar que quando assumi minha sexualidade, lá pros 14/15 anos, perdi todas minhas amizades. Após isso, fiquei traumatizada com relações e nunca mais procurei me apegar, tanto em amizades quanto em romances, por isso sou uma pessoa fechada e anti-social. Nayeon era uma pessoa muito diferente de mim, tanto socialmente quanto de personalidade, e eu não queria me iludir de novo... Se bem que eu já estou me iludindo, porra.

— Jeong, eu nunca senti isso por ninguém, ok? Mas também estou receosa, eu terminei um namoro ontem! - Pois é, um namoro com um macho, acima de tudo. Suspirei, porque sabia que ela iria pedir pra mim esquecer isso tudo, afinal de contas o que a minha pessoa tem de interessante?

— Ta bom, eu te entendo. Eu vou te deixar em paz, mas não prometo que vou esquecer o que aconteceu ontem - me levantei do sofá, soltando nossas mãos. Nayeon me olhava confusa e assustada. Ué?

— Pelo amor de Deus, você entendeu errado, idiota! - Ela puxou meu braço, fazendo eu cair no sofá novamente, e me abraçou. Senti seu perfume e fiquei embriagada pelo cheiro, puxando ela pra mais perto. - Nossa, pensei que você era mais esperta. Jeong, eu disse que gostei muito do que aconteceu entre a gente, porém não podemos começar a namorar assim, do dia pra noite, temos que dar um tempo pra nos conhecer e essas coisas.

— Mas eu nem pedi você em namoro, como você ta falando que a gente vai namorar de um dia pro outro? - Brinquei com ela. Nayeon ficou muito mais vermelha que antes, ao perceber o que disse. Ela deu um tapa em meu obro e escondeu seu rosto em meu pescoço. Vou morrer, ela não tem esse direito! - Eu só me declarei igual uma retardada, fora isso, não falei mais nada.

— Já tô descobrindo que você é uma cobra com baixa estima! - Nossa, nem é tão baixa assim! Sou apenas sincera com a minha pessoa.

— E a gente pulou a fase do carinho pro xingamento, já? - Demos risadas, mas tenho que dizer, pelo menos nossas piadas merdas combinam! Ela afastou o rosto do meu pescoço e olhou em meus olhos. - Mas se não vamos namorar e só nos conhecer, por enquanto, quer dizer que não posso nem te beijar?

Nayeon parou de rir e ficou um pouco chocada com a pergunta, mas logo seu olhar mudou. Era o mesmo de ontem a noite, no banheiro, e agora eu já sabia o que significava: ela ia me beijar. Comemoração gay!

Dito e feito. Ela se aproximou, puxando meu rosto para perto dela e selou nossos lábios. E adivinha? O tempo parou de novo! Devo desconfiar que ela é uma feiticeira? Me fez cair de amores de um dia para o outro e apenas com um tocar de lábios faz o tempo parar! Sei não, tem caroço nesse angu. Puxei seu corpo para mais perto com um braço e levei minha outra mão em sua nuca, enquanto Nayeon já bagunçava meu cabelo de novo. Sacanagem, ela fica toda certinha e eu uma descabelada. Nos separamos e senti ela dando uns beijinhos em meu rosto, dei risada e abri meus olhos.

— Você disse que quando me beija parece que o tempo para, não é? - Ela perguntou e começou arrumar o meu cabelo, que ela mesmo fez questão de bagunçar. Resmunguei um sim, ainda meio zonza, porque esse combo de beijo e carinho no cabelo é demais pra mim. - Pois saiba que quando eu te beijo, parece que só existe a gente no mundo. Tudo em volta desaparece e fica sem importância!

— Sério? Então, quando ficamos juntas, temos super-poderes! - Ela deu risada, mas concordou com a cabeça. - E eu sempre quis ter super-poderes, Nayeon. Então, já que agora nós temos e sabemos como usar; por favor, me permita usar meus poderes de parar o tempo.

Puxei ela para outro beijo, fazendo a gente entrar em nosso próprio mundo de heróis. Sabe, quando fui obrigada pela Momo a ir na festa, nunca pensei que iria me apaixonar por uma pessoa naquela casa e em um lugar que eu odeio. Pois veja só essa ironia! O destino gosta de te contrariar, não importa o que seja, pode até ser no mínimo detalhe. Por exemplo, se você não gosta de milho, toda comida que você for comer, vai ter aquele pedaço de milho apenas porque o destino gosta de pirraçar! O amor é a mesma coisa, ora. Eu perdi de zerar Spider-Man para ir na festa, que em minha mente, só teria pessoas insuportáveis e bêbadas (bem, não que seja mentira, mas a Nayeon foi a única exceção daquele lugar) porém o destino me trouxe minha paixão, que é incrível a ponto de conseguir parar o tempo ao me beijar. Quer coisa melhor? Então, a partir de agora, nunca mais irei reclamar das coisas antes de ver o resultado, já que o destino sabe o que faz!

 

 

 

"I want you
I secretly think about you all day
I wanna walk with you
On our love line
With our hands held
Tell me you feel the same way
With you
I’m loving loving loving loving
loving that love line"
Love Line - Twice


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Notas finais do capítulo

DESCULPA POR ESSE FINAL, eu avisei que sou ruim em finais!

Eu revisei tudo antes de passar a fanfic pro computador, porque eu tinha escrito tudo através das notas do meu celular (sem brinks, deu 12 notas KKKKK), mas pode ter erros ainda! Me avisem se encontrar, please.


Ai, gente, eu só vou ladeira abaixo! KKKKKK, que vergonha, scrrr! Bem, obrigada se você leu até aqui ♥ bEIJO E DESCULPA PELA VERGONHA ALHEIA.



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