Zeros e Uns escrita por Creeper


Capítulo 15
Capítulo 13: Ala infantil


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu já vim aqui depois do ano novo ou não? KKkkkk acho que não! Bom, um feliz 2019 para todos vocês ♥!!! Obrigada por me acompanharem até aqui!!! E aí, como foi a virada de ano de vocês?!
MEU DEUS, EU QUASE ESQUECI, SOCORRO!!! Eu gostaria de agradecer muuuuitooooooo, muitooooooooooo mesmo três leitoras em especial!!! GENTE, A FIC GANHOU TRÊS RECOMENDAÇÕES, CARA, EU TÔ MUITO FELIZ, TÔ SOFT, TÔ TUDO, TÔ SURTANDO AQUI!!!!!!!!!!!! Então, eu agradeço de coração a Alex Ross ♥, a Vênus ♥ (minha nova marida, a propósito kkk) e a Isah Doll ♥!!! VOCÊS SÃO DEMAIS XDDD, saibam que fizeram meu 2018 e 2019 se tornarem maravilhosos!!
E, cara, eu tô muito feliz com o resultado dessa fic, nossa, eu amo ler o comentário de vocês, suas teorias, seus surtos... Isso é tão gratificante, cara!!! Obrigada por existirem ♥!!!
BOM, CHEGA DE ENROLAR, BORA LER O PENÚLTIMO CAPÍTULO DESSA BAGAÇA!!! BOA LEITURA ♥!! Sim, eu dividi o capítulo em dois mesmo, então, calma, esse ainda não é o último!
LEIAM AS NOTAS FINAIS, POR FAVOR XD



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“ – O que tá rolando ali? – André questionou afobado, empurrando-me para que saísse de sua frente.

 

A alguns metros de distância de nós, havia um amontoado de alunos gritando empolgados. Imaginei que se tratava de uma batalha de rimas ou alguma briga pela fala ‘mata ele’ que ecoava pelo pátio.

 

E adivinha qual era? A segunda opção.

 

André saiu correndo para saciar sua curiosidade e eu tive de ir atrás para evitar que ele se machucasse. Era nossa primeira semana no novo colégio, eu não podia tirar os olhos daquele garoto um único segundo, principalmente em um lugar que gritavam ‘mata ele’ durante uma briga.

 

Deixei que meu irmão se apoiasse em mim ao levantar os pés, os olhos correndo pelo local, buscando o centro das atenções. O encontramos no mesmo instante.

 

Um garoto de cabelos castanhos esmurrava dois outros moleques, que por sinal, eram muito maiores que ele. Rangi os dentes de aflição ao presenciar o menor sendo jogado contra o chão com brutalidade.

 

— Já chega. – puxei André para longe daquele ambiente tóxico.

 

— O que? Mas eu quero saber o final! – André resmungou.

 

Conhecendo meu novo meio-irmão, sabia que eu sofreria mais tarde com seus gritos noturnos causados por pesadelos.

 

Três dias depois, o garoto da briga, que até então havia desaparecido do colégio, apareceu cheio de curativos e hematomas recém-formados. Ele trocou olhares raivosos com a maioria dos alunos, já que todos o olhavam torto ou se afastavam com asco. Não sabia se aquilo era medo ou desprezo.

 

Evitei olhar para o tal, procurando me distrair com meu celular quando ele passou por mim e por André. Acabei escutando o som de algo se chocando e um resmungo de André logo em seguida. Fitei meu irmão, o qual massageava seu braço com uma expressão de descontentamento.

 

Imediatamente liguei os pontos e sem pensar, andei a passos pesados atrás do idiota cheio de curativos.

 

— Ei, por que não mexe com alguém do seu tamanho?! – falei com a voz firme, atraindo a atenção de todos no corredor.

 

O garoto parou de andar e virou-se lentamente, com uma expressão sarcástica estampada em seu rosto.

 

— Tipo você? – ele perguntou, contudo, surpreendeu-se ao me observar.

 

Aposto que ele não esperava que tivéssemos a mesma altura. Mantive as sobrancelhas franzidas e a postura ereta, sem me deixar abalar.

 

— É. Tipo eu. – provoquei.”

 

 

6hrs59 de 24 de agosto

 

Corri, corri e corri. Virei inúmeros e confusos corredores. Me esgueirei em paredes. Subi lances infinitos de escadas.

Vez ou outra, encontrei silhuetas ou mantos esvoaçantes nos corredores pelo qual passei, fazendo-me esconder-me o mais rápido possível e torcer para que não me encontrassem.

Evitei elevadores para não correr o risco de ser encurralado. Em algum momento, o alarme parou de soar e as luzes voltaram a ser brancas. Me perguntava se eles haviam pego o Matheus, coisa que me preocupava e não me deixava dar um passo sem pensar nele.

Sem notar, cheguei a um corredor de curta extensão. Diferente dos outros pelos quais passei, havia uma única porta de ferro e uma película de vidro que substituía parte da parede. Uma pequena placa balançou sobre minha cabeça, indicando que eu estava na ala infantil.

— Infantil? – balbuciei. – Mas não há crianças no jogo... – aproximei meu rosto do vidro, o embaçando com meu hálito.

Semicerrei os olhos na tentativa de examinar a sala. Enxerguei brinquedos pedagógicos sobre uma singela mesinha cinza no centro do local. As paredes possuíam riscos de giz de cera, alguns formavam palavras ilegíveis.

— Bizarro. – sussurrei.

Dei uma última olhada na sala, perplexo com a existência daquele corredor. Foi quando notei alguma coisa encolhida em um cantinho. Parecia estar sentada de costas para mim e tremia muito.

Franzi as sobrancelhas e colei minha face ao vidro, tentando ver com mais clareza. Meus olhos se arregalaram e meu coração falhou uma batida ao reconhecer aquela cabeleira castanha avermelhada. Aquilo sempre iria parecer um ninho de passarinho, em qualquer lugar do planeta.

— André! – institivamente soquei o vidro, o fazendo vibrar. – André, sou eu! – gritei mais alto para que ele conseguisse me escutar.

Continuei a socar a película, como se quisesse quebrá-la. Estava entre fazer muito barulho para que André me notasse e ficar o mais quieto possível para não chamar a atenção dos encapuzados.

— André... André, eu estou aqui... – sussurrei, cansado de tanto gritar.

Lentamente, ele ergueu-se, ainda de costas para mim. Um sorriso surgiu em meu rosto, estava satisfeito.

— Me deixa em paz! – André virou-se rapidamente e jogou um giz de cera no vidro.

Assustado, dei um passo para trás e levei as mãos até onde ele pudesse ver.

— Se eu soubesse que ia ser tão mal-agradecido assim, eu nem tinha vindo te resgatar! – resmunguei.

— Minha nossa, Lucas? Lucas! – André mudou de reação instantaneamente. – Cara, como você conseguiu me achar? Céus, achei que fossem os criadores me enchendo o saco de novo... – ele hesitou em se aproximar, parecia abalado.

— Bem que eu achei a sua recepção um tanto rude. – arqueei uma sobrancelha e dei um sorrisinho de canto.

André soltou uma pequena risada e relaxou os ombros. Seus olhos tão apáticos voltaram a ter brilho e expressar felicidade. Ele correu até o meu encontro, grudando seu corpo ao vidro.

— Lucas! – André espremeu seu nariz contra a película. – Lucas, é você mesmo?! – seus lábios se curvaram em um sorriso singelo e seus olhos lacrimejaram. – Eu não acredito que você veio me salvar! – deu pulinhos animados.

— Sim, seu idiota irresponsável! – senti um nó se formar em minha garganta e um calor bom surgir em meu peito.

Ele estava ali. A única coisa que nos separava era uma película e não mais uma floresta. Eu logo poderia segurar sua mão e levá-lo para casa.

Meu coração batia eufórico e uma onda de animação percorria meu corpo. Não dei espaço as lágrimas e fui imediatamente tentar abrir a porta, uma tarefa impossível já que ela estava trancada.

Aonde Matheus estava quando eu precisava da força bruta dele?

Olhei para os lados enquanto forçava a maçaneta (sem obter sucesso).

— Chega na voadora, Lucas! – André aconselhou, ele parecia um peixe gordo com as bochechas sendo esmagadas contra o vidro daquele jeito.

Nem ferrando que um chute meu derrubaria aquela porta imensa. Era mais fácil eu quebrar meu pé do que quebrar as dobradiças.

— Tem que haver outra maneira... – segurei meu queixo de maneira pensativa.

De repente, escutei passos apressados e com o canto do olho identifiquei um vulto vindo em minha direção. Meu coração pulou uma batida, minha nossa, daquele jeito eu ia ter um enfarto, era um susto atrás do outro.

Eu pretendia correr, mas meu cérebro quis fazer completamente o contrário, ordenando ao meu corpo que se jogasse contra a porta e caísse feito um fracassado no chão. O impacto me deu um pouco de tontura, sendo assim, assustei-me um pouco quando minha visão se estabeleceu e enxerguei Matheus ao meu lado. Ele estava ofegante, com as roupas amassadas e suas mãos seguravam um cano torto. Também notei alguns machucados preocupantes por seu corpo.

— Te encontrei, “Sem Saída”. – Matheus sorriu de canto e estendeu-me a mão.

Aceitei a ajuda para levantar e confesso que fiquei bem sem jeito com o modo como ele me puxou, como se quisesse me envolver em seus braços. Nós trocamos olhares por um breve momento, coisa que me fez esquecer até onde estávamos.

— O que tá rolando aqui? – André perguntou com uma expressão de indignação. Havia me esquecido que o tínhamos como plateia. – Por que ele está contigo?! – cerrou os dentes.

— É uma longa, longa história. – revirei os olhos e ruborizei.

— Então você achou o pouca sombra! – Matheus abriu um sorriso e colocou as mãos na cintura.

— Me chamou do que?! – André franziu as sobrancelhas, sua voz soou baixa, apesar do tom de raiva.

— Vamos, me ajude a arrombar essa porta logo. Suponho que tenhamos pouco tempo, né? – o fitei com uma sobrancelha arqueada.

— Bom, eu bati em alguns caras e dei um perdido neles. Aqui é uma área meio isolada, creio que não virão até aqui para nos procurar. – Matheus puxou a alça de minha mochila, abriu o zíper e tirou de lá uma corda.

Ele a amarrou na maçaneta com firmeza e enrolou a ponta solta em sua mão.

— Nós puxamos do lado de fora e André empurra do lado de dentro, as dobradiças vão ter que ceder em algum momento. – Matheus explicou.

Assenti determinado e segurei na parte da maçaneta em que a corda não pegava, a puxando com toda a minha força. Matheus apoiou um de seus pés na porta e jogou seu corpo para trás, sua mão ficando vermelha conforme forçava a corda. Dentro da sala, André empurrava um de seus ombros e as duas mãos contra a superfície gelada de ferro, presumia que seus pés estavam escorregando pelo modo que ele ia para trás.

Rangemos os dentes e continuamos a fazer uma força contrária a outra até escutarmos um estrondo seguido de um barulho de lataria acertando o chão. Encarei a porta amassada sobre o piso, impressionado. Minhas mãos ardiam como fogo e estavam quase roxas, porém, isso não tinha importância naquele momento.

— Lucas! – escutei a voz de André próxima ao meu ouvido e no segundo seguinte ele havia se jogado em meus braços. Institivamente, o abracei e o rodopiei pelo corredor, imensamente alegre. – Meu Deus, nem acredito que conseguimos! – gritou empolgado.

Inalei sua fragrância, o perfume mais fraco, quase deixando sua pele, sendo substituído pelo cheiro de álcool em gel que saía da camisola descartável que usava.

Eu podia tocá-lo. Ele estava ali. Finalmente estava ali. Ao meu alcance. Todo o caminho que percorremos, tudo pelo que passamos valeu à pena.

— André, seu bobão! – afaguei seus cabelos e deixei o abraço ainda mais apertado. – Bobo! Bobo! Bobo! Você é o meio-irmão mais bobo do mundo! E é por isso que eu te amo! – beijei o alto de sua cabeça com ternura.

— Eca, que nojo! Não me beija, seu esquisito! – André riu e tentou se desvencilhar, porém, eu não o soltaria tão cedo.

De soslaio, observei Matheus com um sorriso bobo no rosto e um olhar vago. Ele devia estar pensando na Fernanda e isso me fez sentir-me um pouco mal.

— Certo, vamos sair daqui! – libertei André e dei uma boa olhada em seu rosto abatido que havia ganhado um sorriso de orelha a orelha.

— E quanto a isso? – André apontou para uma tornozeleira em sua perna. – Tipo, não vão nos achar se fugirmos?

— Eles iam nos achar de qualquer jeito. – Matheus comentou com uma calma surreal, eu e André o fuzilamos com o olhar. – Mas se incomoda, eu quebro isso daí no chute.

— Tá louco?! Você vai arregaçar minha perna! – André escondeu-se atrás de mim.

— André, você vive roendo as unhas do pé, não consegue tirar isso no dente? – o fitei com o canto do olho.

— Nojento. – Matheus mostrou a língua.

Meu irmão inflou as bochechas e franziu as sobrancelhas, constrangido com nossos comentários.

— Tá, lidamos com isso depois. Ainda precisamos encontrar a Rebeca. – André começou a andar pelo corredor, sem rumo.

Eu e Matheus nos entreolhamos nervosos. Segurei meu irmão pelo ombro, olhei fundo em seus olhos e murmurei:

— Deixe o resto para a polícia. Precisamos mesmo sair daqui.

— O que? – André me fitou confuso. – E todo aquele papo de ética? Eu não fui o único a ser pego, tem outros jogadores aqui e eles não tem alguém para salvá-los! – franziu as sobrancelhas com força.

— Mas não acha que já arriscamos demais? Não estou insinuando que devemos deixá-los para trás, chamaremos a polícia... – franzi as sobrancelhas igualmente.

— E a Rebeca?! Ela ficou comigo o tempo que você sumiu no encontro, ela cuidou dos seus machucados, se preocupou conosco sem mesmo nos conhecer, coisa que ninguém fez a nossa vida inteira! Nem seu próprio pai, você sabe bem disso! – André exclamou.

Meu maxilar ficou tenso e meus punhos se cerraram. Eu não costumava ficar com raiva do André com muita frequência, mas o que ele disse me perfurou. Não anulava o que Rebeca fez por nós, entretanto, ela foi o motivo de meu irmão perder propositalmente. André era meu confidente e meu melhor amigo, mas ele não tinha o direito de falar do meu pai (mesmo que fosse verdade).

Eu não podia ficar irritado com ele naquele momento, havia ido lá para salvá-lo, precisava evitar conflitos.

Mantive-me em silêncio e segui caminho, procurando por uma saída.

— Então, vamos salvá-la ou não?! – André seguiu-me impaciente.

— Vamos salvar todos de uma vez. – Matheus tomou a palavra.

Nós o encaramos com curiosidade.

— Há uma sala de segurança em um desses andares, dever haver um computador que abra todas as portas. A do André não é automática por se tratar da ala infantil... Aliás, por que você está aqui? – foi a vez do Matheus franzir as sobrancelhas.

— Assim que me pegaram, eu me fingi de burro, eles duvidaram um pouco e me colocaram aqui para resolver quebra-cabeças e cubos mágicos. – André deu um sorriso sapeca.

— É tão inteligente que chega a ser estúpido. – eu e Matheus falamos ao mesmo tempo.

— Eu sei. Então, para onde vamos? – André colocou as mãos na cintura, todo orgulhoso.

 

xXx

 

7hrs23

 

Descemos algumas escadas e nos escondemos atrás de paredes, procurando manter cautela antes de invadirmos a tal sala de segurança. Conseguíamos escutar vozes e passos a uma distância segura de nós.

— Podemos desmaiá-los... – Matheus sugeriu.

— Eu não gosto como você recorre a violência. – comentei baixinho.

— E eu não gosto do vento nas minhas partes baixas. Você não trouxe nenhuma calça contigo, Lucas? – André reclamou. Se antes eu não tinha certeza sobre ele estar bem, foi confirmado ali. Oh, ele estava bem, muito bem.

— Parece que a Paulinha previu isso. Aqui. – lhe entreguei a mochila, foi só então que notei os curativos em seus braços e pescoço. – O que fizeram contigo? – sussurrei preocupado.

— Alguns exames de sangue e outras baboseiras. – André abriu a mochila. – Você disse que a Paulinha... – suas bochechas ganharam um tom rosado. Era impressionante o fato dele estar ali pela atual crush e ainda ruborizar pela antiga.

Ele ordenou que não olhássemos e se trocou, vestindo as roupas que Paula havia colocado na mochila, que por sinal, eram as peças favoritas dele.

— Você sabe o que eles pretendiam fazer com vocês? – perguntei enquanto espiava o corredor, observando duas pessoas no final dele, essas usavam máscaras misteriosas.

— Pelo que entendi... Não, eu não entendi nada. – André bagunçou seus cabelos. – Tipo, acho que eles pretendiam dominar o país... Basicamente. – fez bico.

— Poxa, você consegue ser tão informativo. – revirei os olhos. Apostava vinte reais que ele havia inventado aquilo na hora.

— Acho que já podemos ir. – Matheus apoiou-se em mim para conseguir olhar a passagem.

Engoli em seco com a proximidade e torci para que André não notasse minha inquietação.

— C-Certo. – falei baixinho e deixei que ele fosse na frente.

Antes que eu pudesse segui-lo, André me puxou de volta.

— O que está acontecendo entre vocês dois? Estão diferentes, eu sinto isso! – ele sussurrou levemente irritado. – Não sei se você se lembra, mas ele é o cara que contribuía para a nossa vida escolar ser um inferno... Não havíamos concordado em viver em um mundo sem ele?

— André... Eu tenho tanta coisa para te contar. – mordi o lábio inferior e saí de trás da parede para evitar que André me enchesse de perguntas.

— Lucas Andrade, volta aqui! – André bufou.

Matheus estava tentando abrir uma porta insistentemente, todavia, sem êxito. Retirei a corda da mochila, a amarrei na maçaneta e lá fomos nós arrombar outra porta. Um dia e eu já havia: saído de casa, descido uma ladeira de bicicleta, atravessado uma floresta, sido perseguido, invadido um prédio e arrombado duas portas. Wow, isso que era adrenalina, eu me sentia um vândalo que ria na cara das leis!

Adentramos a sala de segurança e Matheus jogou-se direto em uma das cadeiras estofadas, soltando um longo e cansado suspiro.

— Eu estou morto. – ele penteou seus cabelos para trás com os dedos. – Só quero dormir um pouco... – curvou-se sobre o um enorme computador debaixo de diversas telas que transmitiam em tempo real o que estava acontecendo em outras áreas do prédio.

— Ele não desmaiou de sono até agora, que sorte a nossa, não? – André comentou.

E não deu outra, a cabeça do garoto caiu sobre o teclado e seu ronco se estendeu por toda a sala.

— Ô boca abençoada! Atrair dinheiro que é bom, nada, né? – franzi as sobrancelhas e dei uma tapa na nuca de André, o qual eu estava querendo dar desde o dia em que ele se desclassificou.

— Qual é! A culpa é dele por ter o sono todo desregulado! – André massageou sua nuca.

Discutimos durante mais um tempo até chegarmos à conclusão de que aquilo não nos levaria a nada. Nos colocamos na tarefa de tentar acordar o “Belo Adormecido”.

— Finalmente, essa é a nossa chance de descermos o cacete nele sob um propósito saudável! – André sorriu empolgado. É esse garoto que vocês amam?

— Você não vai bater em um guri desacordado! – o repreendi. Eu não ia deixá-lo bater no meu “Zero,” (mesmo que eu quisesse bater nele também). – E a ética que você defende tanto? – arqueei uma sobrancelha.

— Desde quando você ficou tão chato? – André falou com a voz manhosa e revirou os olhos.

— André, minha paciência contigo evaporou faz tempo, não me testa, guri. – coloquei as mãos na cintura.

Um alarme ecoou por todo o prédio, fazendo nossos ouvidos zumbirem pela sensibilidade. As luzes oscilavam entre vermelho e branco, confundindo nossa vista.

— Merda, merda, merda! – André colocou a cabeça para fora da sala. – Não temos uma porta para nos proteger! – cerrou os dentes.

Engoli em seco e me coloquei a dar tapinhas nas costas de Matheus ao mesmo tempo que gritava seu nome.

— Ei, ei, não é hora de dormir! – o chacoalhei desesperado.

— Lucas! – André deu um grito esganiçado, voltando para a sala em um pulo. – Tem alguém vindo!

Meu corpo gelou e minhas batidas cardíacas pararam no cérebro.

Pensa, pensa, pensa...”, rangi os dentes e bati as mãos sobre a mesa.

O monitor que antes estava em modo de descanso, abriu-se em uma área de serviço que chegava a me deixar tonto com tantos atalhos. Passeei meus olhos pela tela rapidamente, a analisando com destreza.

— André, preciso que faça algo muito, muito, muito importante! – gritei agarrando o mouse.

— E o que eu ganho com isso? – ele gritou desesperado, escondendo-se atrás de algumas estantes.

— O prazer de estar vivo para o seu próximo aniversário! – ameacei. – Arraste tudo que puder para a frente da porta como se formasse uma barreira! – ordenei enérgico.

— Você não pede, você manda, senhor! – André engoliu em seco, talvez pela situação apavoradora ou pelo fato de eu estar alterado.

Voltei minha atenção para o computador, encarando os milhares de ícones espalhados pela tela. Todos os atalhos possuíam nomes em latim e todas as pastas estavam em linguagem binária. Malditos zeros e uns!


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE ACHARAM O ANDRÉEEEEE!!! E NÃO, NÃO TEVE BEIJO MATHEUS X LUCAS KSKKSKKKKKKK!!!
Gente, chega aqui, bora trocar aquela ideia genial?? Que tal um capítulo bônus?? "Mas bônus tipo spin off?" Não não não! Bônus tipo vocês fazerem perguntas aos personagens da história ou a mim!! Se vocês acharem a ideia boa, farei de todo bom grado XD! E como vai funcionar? Vocês podem mandar as perguntas nos comentários ou por mensagem privada até o dia do último capítulo (o qual antecederá o bônus)!
Ex:

Para: André
Qual a sua cor favorita?

Enfim, até semana que vem, xuxus ♥, tenham um ótimo final de semana :3!!! Espero que tenham gostado ^^!!!
Bjjjjs.
—Creeper.



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