Aprendendo a Recomeçar escrita por Lelly Everllark


Capítulo 21
Mal-entendidos e planos futuros.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Eu não demorei dessa vez olha que milagre!
Espero que gostem do capítulo e BOA LEITURA!!! :D



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“Eu já preparei tudo, nossas férias de julho

Na beira do mar quero armar a fogueira

Ver a brisa no ar, sentir o forte vento, a tristeza levar

Esperar a felicidade chegar

A felicidade chegar

 

Se hoje tô falando da gente

Tô gritando pro mundo

Quero ser seu presente, passado, futuro

Com você quero tudo!

Se hoje tô fazendo mil planos

Firmando compromissos

Porque vai ser você a mãe dos meus filhos

Então casa comigo!”

Férias de Julho — Cristiano Araújo.

  Sigo pelo corredor da casa onde cresci e aonde, se eu tiver sorte, pretendo morar pelo resto da vida com meu cowboy de sorriso maroto e braços fortes. Passo pelo meu quarto e as lembranças das nossas últimas noites me faz sorrir divertida, nós não tínhamos mais limites, a cachoeira, o celeiro, o banheiro e até a cozinha numa madrugada onde não conseguimos esperar até subirmos ao quarto, eram palcos do nosso amor.

  Eu queria muito saber o que Theo ia dizer sobre nós antes de mamãe chegar, por mim ainda éramos noivos, ou ao menos tínhamos voltado a ser no minuto em que nos reconciliamos, mas antes de fazer planos eu queria a confirmação dele, sua palavra e sua certeza, por que só aí eu falaria que ficaria pra sempre, que pretendia reformar a casa e queria que ele vivesse aqui comigo, nessa terra onde tudo começou.

  Desisto das minhas conjecturas quando alcanço o quarto que foi dos meus pais há muito tempo, eu não tinha entrado ali desde que chegara, seria legal ver se as coisas ainda continuavam iguais. Entro no quarto e está diferente e ao mesmo tempo igual eu me lembrava. Os móveis são os mesmos, a cor nas paredes e as cortinas meio desbotadas, mas há diferenças, a penteadeira sempre cheia de coisas da minha mãe que eu adorava mexer está completamente vazia, assim como os criados mudos, a cama sempre enfeitada com colchas coloridas e muitos travesseiros, tem apenas um lençol branco, é um quarto completamente desabitado e ao mesmo tempo ainda é o quarto deles.

  Olho em volta e não há porta-retratos e nem nada que eu possa realmente levar, suspiro chegando à conclusão de que eu realmente tinha razão e mamãe inventou tudo isso, talvez para me separar de Theo ou me aproximar Lucas, ou até as duas coisas. Não tem porta-retrato algum nem ninguém no quarto, então decido que é melhor simplesmente ir embora e esquecer tudo isso. Estou prestes a sair quando ele surge na porta e é claro, está sorrindo, Lucas provavelmente sabe exatamente o que veio fazer aqui.

  - Lia - ele cumprimenta me fazendo sorrir, não por ser ele ali, nem mesmo pelo cumprimento. Sorrio pela situação, uma que minha mãe provavelmente armou. Ela não cansa, simplesmente não cansa e não aceita minhas escolhas, isso é ridículo, para dizer o mínimo.

  - fazendo o que aqui? - pergunto sem rodeios e ele dá de ombros.

  - Sua mãe disse que estava aqui e queria falar comigo.

  - E você acreditou nela? Mesmo depois de me ver com Theo?

  - Bem, você me convidou para vir no fim das contas, então achei que talvez pudéssemos ser civilizados e conversamos como dois adultos que somos.

  - E sobre o que quer falar? - pergunto cruzando os braços e deixando de lado a parte em que eu o convidei, mamãe realmente não tem limites.

  - Sobre nós dois e como as coisas terminaram, Lia. A empresa... Eu - ele se apressa em corrigir. - Eu estava passando por um momento ruim e você estava metida em outro escândalo, então pensei que...

  - Que o quê? Que era melhor terminar comigo por alguns dias e depois voltaríamos como se nada tivesse acontecido?

  - Não seria a primeira vez - Lucas dá um meio sorriso provocador que no passado já fez minhas pernas tremerem, mas hoje só me irrita. Principalmente por que suas palavras são reais, nós éramos realmente aquele tipo de casal que tinham várias idas e vindas, cada uma por um motivo mais ridículo que o anterior. Eu realmente estava cega quando não vi o quão sem sentido era tudo aquilo.

  - É, mas aquela foi a última. Você está vendo isso? - pergunto a ele apontando minhas roupas e a bota. - Essa é quem eu sou. Uma ciumenta que gosta de roupas simples e de cozinhar e que odeia usar bolsas. Talvez se eu fosse realmente Lia, a patricinha mimada que mamãe me ajudou a criar, as coisas entre nós pudessem dar certo, mas não sou e sei que não temos chance de voltar.

  - Talvez você só esteja confusa e... - ele começa a falar exatamente como minha mãe e suspiro.

  - Lucas, não. Por favor, não começa.

  - Mas isso não faz sentido, Cordélia! Você não é assim, não essa garota que descreveu, você nem é ciumenta!

  Suas palavras me fazem rir. Lucas me olha confuso e isso só me faz rir ainda mais. Eu não sou ciumenta? Essa é a piada do século, mas paro de rir no momento em que percebo que dele, ou de qualquer outro namorado que tive depois de Theo eu realmente não sentia ciúmes, as garotas se penduravam nos pescoços deles e para mim não era lá grande coisa, meu ciúme e preocupação sempre foram todo e exclusivo do meu cowboy, o pensamento me faz sorrir.

  - Lia? - Lucas chama e nego com a cabeça.

  - Isso realmente não ia dar certo, melhor aceitar logo de uma vez Lucas, você terminou comigo e agora é a minha vez de não querer voltar. Amo Theo, e vou ficar com ele, aqui nessa terra. Então é melhor você voltar para a cidade com a minha mãe. Isso definitivamente é o melhor para todos.

  - Eu nunca fui homem de aceitar não como resposta - ele sorri me ignorando por completo e eu reviro os olhos. Como não percebi o quão irritante Lucas era?

  Antes que eu pense ou perceba o que está acontecendo Lucas dá dois passos acabando com a distância entre nós, ainda estou de braços cruzados, ele só me segura pelos ombros e cola seus lábios aos meus. Num primeiro instante levo um susto, mas no minuto seguinte o empurro para longe.

  - Seu babaca! O que acha que está fazendo!? - não sei se a ideia era socá-lo ou só bater nele, mas quando vejo, meu punho fechado já acertou Lucas no nariz perfeito. Ele me olha chocado e eu balanço a mão dolorida com um meio sorriso que teima em aparecer.

  - louca, Lia!? - sua voz soa abafada pela mão que ele mantém no nariz.

  - Eu!? Você me beija do nada mesmo eu tendo um namorado e a louca sou eu? Pelo amor de Deus! Você achou o quê? Que viria aqui, daria um sorriso, me beijaria e eu magicamente esqueceria tudo e voltaria com você? - pelo seu olhar, era exatamente isso que ele imaginou que aconteceria. Sua ingenuidade ou complexo de superioridade quem sabe, me faz sorrir. Lucas é exatamente como a minha mãe, não leva a opinião dos outros em consideração, não importa a situação.

  - E não é exatamente isso que acontece sempre? Nós terminamos e depois de alguns beijos e um jantar nós voltamos, é assim que somos e vamos continuar sendo!

  - Já disse que não é mais assim! Que isso não vai mais acontecer, você quer um desenho pra entender melhor? Ou talvez, quem sabe, outro soco? - ameaço sem mais um pingo de paciência e ele recua me olhando surpreso.

  - O que fizeram com você, Lia? Você não era assim - a voz de Lucas está cheia de decepção e isso por algum motivo me faz sorrir.

  - Ai está a grande diferença entre você e Theo, ele me conhecia, me conhece, de verdade, você não, você conheceu uma invenção e se apaixonou por ela. A verdadeira eu, você não sabe quem é, e mesmo que soubesse, tenho certeza que não se encantaria por ela como se encantou pela Lia. A Lilly, a Cordélia  verdadeira, é muito mais que maquiagens e saltos. Agora é melhor você ir, eu tenho um namorado pra beijar e uma festa pra conduzir. Foi ótimo te ver outra vez, Lucas. Boa sorte no que quer que esteja buscando! - desejo sinceramente e não espero uma resposta antes de passar por ele que ainda me olha surpreso e deixar o quarto com o sentimento de que finalmente eu fechei todas as pontas soltas e agora é só aproveitar o que o futuro me reserva.

  Quando eu subi as escadas eu tinha realmente a sensação de que alguma coisa esperava por mim, então Lucas aparecer, para os níveis que vi minha mãe descer, não foi grande coisa, mas se era realmente algo elaborado assim, eu imaginei que ela mandaria Theo aqui para fazer uma cena, mas ele não apareceu, nem ninguém. Olho o corredor vazio e desço as escadas até o térreo, não há mais ninguém na casa e eu realmente não sei se isso é bom ou ruim. Será mesmo que tudo acabou?

  Saio para o jardim e a festa continua animada como se todo o drama familiar que vivi nunca tivesse acontecido, vejo Hugo e Alice dançando ao som da música sertaneja que toca e minha amiga tem um sorriso tão lindo que só posso sorrir ao olhar para eles. Nossos olhos se encontram e Alice me faz várias perguntas mudas e apenas respondo sem emitir som algum “Depois te conto” ela revira os olhos, mas está sorrindo, acena com a cabeça e volta sua atenção ao namorado. Eu olho em volta em busca de Theo, minha mãe ou meu pai, mas não vejo nenhum deles.

  Atravesso o jardim cumprimentando pessoas e distribuindo sorrisos enquanto os procuro. Tia Beth conversa com uma das mulheres que trabalham na fazenda e estou prestes a ir até ela quando vejo meus pais conversando, eles parecem estar no meio de uma discussão e isso só me faz andar mais depressa em sua direção.

  - Você não tinha o direito, Cíntia! - ouço papai dizer assim que me aproximo o suficiente, algo de muito grave mamãe fez para deixá-lo alterado assim.

  - Claro que tinha, Cordélia é minha filha, eu tinha todo o direito! Só quero o melhor pra ela! - mamãe rebate e claro que é sobre mim a discussão, sobre quem mais seria, afinal?

  - E isso devia torná-la a primeira a querer que Cordélia fosse feliz e não a primeira a tentar destruir sua felicidade!

  - E o que acha que eu estou fazendo Ricardo? Estou tentando fazer minha filha ver o que é melhor pra ela!

  - Ela sabe o que é melhor pra si, Lilly é esperta o suficiente pra já ter percebido isso.

  - Ela...

  - Eu o que mãe? - decido interrompê-los e ambos me olham surpresos.

  - Cordélia? O que está fazendo aqui? Onde está o Lucas? - ela olha em volta como se ele fosse brotar do chão.

  - Como sabe que eu estava com ele? Eu não devia ter ido buscar um porta-retrato? A senhora não tem limites mesmo!

  - Eu estou tentando te ajudar, Lia!

  - Mas eu não quero ajuda! Quero apenas que a senhora me deixe viver minha vida em paz! Se não apóia minhas escolhas, apenas aceite-as, por favor. Isso já está chato, eu quero poder decidir gostar de alguém sem ter medo da senhora sei lá, armar alguma coisa pra cima da pessoa. É tão errado assim eu querer ser dona das minhas escolhas? - pergunto cansada e mamãe parece finalmente entender minhas palavras ou pelo menos o peso delas.

  - Cordélia... Eu só quero o melhor pra você.

  - O melhor pra mim é que me ame, mãe. Que aceite minhas escolhas e o amor que decidi que seria meu. E falando nele, cadê o Theo? - Meus pais trocam olhares e tenho um mal pressentimento. - Cadê ele? - insisto, agora tendo certeza que não vou gostar da resposta.

  - Nós conversamos - mamãe começa devagar e isso só vai me deixando com uma sensação ainda pior. - E bem, você sabe o que eu acho sobre esse seu romance com aquele cowboy metido a médico. Então nós discutimos.

  - Pai! - olho pra ele em busca de apoio. - O senhor não disse que ia ficar de olho? Você deixou a mamãe e o Theo brigarem mesmo?

  - Seu pai não tem culpa - é minha mãe quem responde. - Eu pedi que a conversa fosse em particular, Theo aceitou e seu pai não pôde fazer muito mais, só que essa não é toda a história.

  - O que aconteceu mais mãe? - eu não quero saber a resposta, mas ainda assim, preciso.

  - Eu o mandei até o quarto para ele vê-la com Lucas - ela admite por fim e não sei o que pensar. Eu achei que estava ficando louca e inventando de mais, só que no fim tinha razão, mamãe mandou mesmo ele lá para armar uma cena.

  - Ele não apareceu - digo me lembrando que toda minha conversa com Lucas, inclusive o beijo, foi particular, não teve nenhuma platéia.

  - Mas eu avisei, disse a Theo que naquele momento em que estávamos conversando você está se reconciliando com Lucas. Ele saiu louco dizendo que você jamais faria isso e tinha razão - minha mãe sorri triste.

  - Mas ele não apareceu, eu não o vi - insisto sem saber mais o que dizer, fazer ou pensar sobre tudo isso.

  - Não é por que você não o viu que ele não foi - papai responde triste.

  - Pai?

  - Theo passou como um louco por mim em direção a casa. Entrou e, poucos minutos depois voltou, eu perguntei o que tinha acontecido e ele simplesmente disse que precisava ir, que falava comigo depois, não me deu chance de responder só foi embora parecendo ansioso e irritado. Ele deve ter ido até a vila.

  - Pai, não... - murmuro já imaginando o que Theo viu, o que imaginou e, por mais errado que seja, estou morrendo de ódio da minha mãe. - Por que fez isso!? - a olho, estou berrando, morrendo de raiva e atraindo olhares, mas não me importo, não ligo para nada mais. - Por que, mãe!? Por que tinha que fazer isso? Por que não podia me ver feliz e simplesmente torcer por isso?

  - Cordélia, calma, olha a cena, as pessoas... - ela está mais preocupada com o que os convidados vão pensar que comigo, com o que fez.

  - Que olhem! Que vejam que a grande Cíntia Albuquerque é a primeira a armar contra a própria filha! Que depois que se mudou se esqueceu de quem era! Que virou uma dondoca preconceituosa! Que não aceita que a filha seja feliz morando em uma fazenda e namorando um veterinário simples e de bom coração que agora deve estar achando que eu o traí! Por que ela o fez acreditar nisso! Que vejam e ouçam, por que eu cansei! Vou atrás de Theo e quando voltar, espero realmente que você não esteja mais aqui - disse a última parte num tom mais controlado olhando diretamente para ela. - Pai, o carro... Eu posso? - estava tão alterada que estava difícil pensar racionalmente.

  - Aqui - ele me jogou as chaves que eu peguei no ar e sorriu. - Vai lá, boa sorte. Eu cuido disso - ele indicou mamãe e nossa pequena platéia que incluía meus tios, Alice e Hugo e mais algumas pessoas.

  Não respondi, nem olhei para ninguém, só segui em direção ao carro, eu precisava alcançá-lo, me explicar e quem sabe fazer Theo entender que aquilo tudo foi só mais uma maldita armação da minha mãe. Dei partida no carro de papai que eu já não dirigia há muito tempo e acelerei como louca. Eu tinha e necessitava chegar a tempo. Iria até ele e ele iria me ouvir, quer quisesse, quer não.

  Eu não sei bem como venci a distancia entre a fazenda e a vila, se na estrada de terra que percorri tivesse alguma sinalização eu teria levado mais multas do que eu poderia contar, mas não diminui, nem parei até estar no centro da pequena vila. Agora, onde Theo poderia estar? Quebrei a cabeça até chegar à conclusão que ele devia estar no apartamento de Hugo e foi pra lá que dirigi. Eu já tinha vindo aqui uma vez nessas últimas semanas então sabia onde era e como encontrar. Quando me aproximei, sorri aliviada ao ver a caminhonete caindo aos pedaços do meu cowboy, ele ainda estava ali, então eu teria uma chance de me explicar e o faria me ouvir.

  Estacionei o carro e só tive tempo de trancá-lo antes de correr até o pequeno prédio de três andares. Cumprimentei o porteiro e o bom de cidades pequenas é que todo mundo conhece todo mundo então seu João só sorriu quando me viu e disse que Theo estava realmente no apartamento de Hugo, o agradeci sem nem ao menos parar e subi as escadas praticamente correndo. Cheguei ao segundo andar quase sem fôlego e bati na porta como uma louca, ele ia me ouvir, precisava.

  Eu ainda estava batendo na porta quando Theo a abriu e eu quase lhe dei um soco no peito largo e que por algum motivo estava nu. Ele usava só uma bermuda e tinha os cabelos molhados, parecia que tinha acabado de sair do banho e eu estava gostando cada vez menos dessa situação. Mas agora não era hora para suposições, eu precisava conversar com ele.

  - O que você...?

  - Aquilo que viu não era real! – o interrompo entrando no apartamento sem ser convidada mesmo. Theo fecha a porta trás de si e me olha parecendo confuso. – Foi uma armação da minha mãe! Eu e Lucas nós...

  - Amor, calma.

  - Nós não fizemos nada! Ok tudo bem, teve um beijo, mas...

  - Lilly.

  - Foi só por que ele me agarrou! Você tinha que ter visto tudo, eu...

  - Cordélia! – Theo grita finalmente me fazendo parar. – Eu vi, Ok? Vi até o final. Vi tudo.

  - Como? – agora sou eu que estou sem entender. – Você não viu o beijo e por isso foi embora? – pergunto e para minha surpresa Theo sorri, um sorriso divertido que me faz querer beijá-lo.

  - Você está com o seu celular?

  - O quê? – estou cada vez mais confusa.

  - Está?

  - Não, claro que não. A última vez que o vi foi hoje de manhã. Mas o que isso tem... Você me chamou de amor?

  - Chamei baixinha, chamei, por que é isso que você é, meu amor. E se estivesse com seu celular saberia que não sai por causa do beijo ou qualquer coisa sem sentido que sua mãe me falou, eu vim pra cá por um motivo totalmente diferente. Aqui – ele me estende seu próprio aparelho e sorriso como uma boba olhando a mensagem na tela. O remetente era ele e o destinatário “Minha baixinha”.

  Theo: Lilly meu amor, eu subi para vê-la e você estava com o idiota do seu ex, não quis atrapalhar nem apanhar também, você tem um belo cruzado de direta e eu a mulher mais incrível do mundo. A égua de um amigo está parindo e ele pediu ajuda, vou até a vila, volto antes do anoitecer. Te amo.

  - Como? – é tudo que consigo perguntar depois de lhe estender o celular e ele o guardar. Theo ainda sorri quando me puxa para si pela cintura.

  - Eu sabia logo depois de começar a conversar com a sua mãe e ver Lucas entrar na casa que alguma coisa estava acontecendo. Ela já tinha feio pior antes então quando ela me mandou ir lá no quarto ver por mim mesmo você e seu ex eu fui, simplesmente para dar na cara de Lucas se fosse preciso, mas não foi, você fez isso muito bem sozinha. Eu ouvi tudo o que disse e ia interromper a conversa, mas recebi a mensagem de Roger e como sabia que você tinha tudo sob controle resolvi vir.

  - Mas meu pai me disse que te viu sair todo irritado de casa e que nem falou com ele.

  - E é verdade, eu estava irritado de ter que deixar a festa e você pra vir até aqui e fazer o parto de uma égua, foi meio complicado e eu me sujei inteiro, por isso vim até aqui tomar um banho antes de voltar. Eu tinha pressa de ir e voltar por isso nem respondi seu pai direito. Foi tudo um mal entendido.

  Quando Theo termina, estou chorando de alívio com a testa encostada em seu ombro.

  - Lilly, amor, o que foi?

  - Como assim o que foi? Eu quase morri de susto seu idiota! Foi isso que aconteceu! Eu achei que você tinha acreditado em tudo, e sei lá, ido embora. Doeu, doeu de verdade como daquela vez – fungo e ele me abraça com mais força.

  - Vamos prometer uma coisa? – Theo pergunta com o queixo apoiado no topo da minha cabeça.

  - O quê? – murmuro com o rosto ainda escondido em seu peito.

  - Que só vamos acreditar nas palavras um do outro. Nunca mais vamos ouvir meias verdades e tirar conclusões sem antes conversarmos.

  - É uma promessa?

  - Uma promessa – ele diz se afastando e sorrindo. – Amo você, Lilly.

  - Também Theo, amo você, para sempre – digo a frase grava em nossos colares ele me puxa para um beijo.

  - Você tinha perguntado antes o que éramos – Theo começa com um sorriso depois de nos separarmos outra vez. – Mas antes de te responder, preciso perguntar uma coisa, você pretende ir embora, Lilly? Depois da festa, você vai voltar pra cidade?

  - O que acha seu idiota? Eu te amo e não pretendo ir a lugar nenhum! – é minha resposta que o faz sorrir ainda mais.

  – Se é assim, eu posso dizer sem medo. Você é a minha mulher, Lilly, sempre foi e vai continuar sendo. Eu te amo e quero oficializar as coisas mais uma vez. A ideia era fazer isso hoje no fim da festa, mas acho que já esperamos de mais. Por isso quero perguntar, se você Cordélia Albuquerque, quer se casar comigo, de novo?

  - Sim! – exclamo depois de um instante de surpresa e jogo-me em seus braços. – Sim, sim e sim! Eu te amo e sempre vai ser sim. Tudo que eu mais quero é me casar com você!

  Theo sorri antes de me puxar para um beijo que sela nosso compromisso mais uma vez. Não tem um anel brilhante, nem nada assim, mas temos os nossos sentimentos, tudo o que já vivemos e nossos colares que sempre serão as alianças que representarão nosso amor. Sorrio ao imaginar nós dois num futuro próximo na capela da vila celebrando nosso grande dia, a vida posse ser mesmo maravilhosa.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Eu poderia ter transformado tudo isso em uma grande confusão, mas meus bebês já sofreram muito, quero mais e que sejam muito felizes! Mas eai? Quero opiniões!
Comentem please, a história está mesmo no fim, possivelmente mais três capítulos e acabou, então quero muuuuito saber o que estão achando!
Beijocas e até, Lelly ♥
PS: O que acharam da capa nova, gostaram? Foi uma leitura do Wattpad quem fez, mais um trabalho muito lindo dessa minha amiga incrível!



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