Aprendendo a Recomeçar escrita por Lelly Everllark


Capítulo 17
Bom dia, Amor!


Notas iniciais do capítulo

Oiii meus amores! Eu sei que estou atrasada (como sempre!), mas voltei e vou tentar não demorar muito!
BOA LEITURA :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/768710/chapter/17

“Vou te provar, te fazer sentir

Que cada dia eu volto a te escolher

Por que me dá seu amor sem medida

Vou dividir a minha única vida

Com você”

Amor Sem Medida — Matheus e Kauan.

  Mexo-me na cama e sinto seus braços ao meu redor e isso me fez sorrir, quando finalmente abro os olhos vejo Theo ao meu lado dormindo tranquilamente.

  Depois do beijo vieram outros beijos e quando dei por mim estávamos subindo as escadas aos tropeços e rindo em meio aos beijos, chegar ao meu quarto não foi o problema, o problema mesmo foi tirar nossas roupas encharcadas com a pressa que tínhamos. Mas conseguimos, só que antes de irmos para a cama decidimos por um banho e mesmo que o banheiro fosse do outro lado do corredor começamos a nos amar lá mesmo sob a água quente, estávamos sozinhos na casa e a chuva garantia que não teríamos visitas inesperadas.

  Sorrio sozinha mais uma vez ao me lembrar de nossa noite, amamo-nos por uma vida inteira e ainda não foi suficiente.

  - Você é linda assim pensativa – a voz rouca de Theo me tira dos meus pensamentos. E o encaro, ele sorri pra mim. – É linda de qualquer jeito, até com esse ninho na cabeça.

  - Idiota – digo alisando o cabelo que sei estar horrível e corando. – Tenta não dormir com o cabelo molhado. Isso é tudo culpa sua.

  - Minha? – ele pergunta divertido enquanto faço bico e ele me beija.

  - Claro, se tivesse me deixado dormir talvez meu cabelo estivesse menos feio.

  Theo ri de um jeito tão espontâneo que me faz rir também.

  - Amo você, baixinha – ele diz quando para de rir e me derreto toda. – Estava com saudades de você.

  - E eu de você – digo sorrido e me levantando só o suficiente para ficar por cima dele. – A gente pode continuar de onde parou noite passada.

  - Noite passada? – ele ri. – Você quer dizer, de onde paramos umas quatro horas atrás?

  - É, pode ser também – dou de ombros antes de beijá-lo outra vez.

  Os beijos se tornam mais quentes, as caricias mais intensas e estamos tão necessitados um do outro que somos uma mistura intensa de romance e desejo, e só depois que uma onda avassaladora de prazer nos invade é que paramos ofegantes lado a lada na cama.

  - Que horas são? – ainda estou encarando o teto quando Theo pergunta se desvencilhando de mim apenas o suficiente para alcançar o celular no criado mudo. – 9h32m – ele sorri. – Faz muito, muito tempo que não fico na cama até tão tarde.

  - Eu às vezes decidia trabalhar em casa e acordava tarde – admito. – Mas não estamos na cidade e têm muitas coisas a serem feitas e infelizmente temos que sair da cama.

  - Temos mesmo? – ele pergunta me abraçando quando começo a me afastar.

  - Temos, Theo. Me larga – digo rindo quando ele começa a beijar minhas costas e me fazer cócegas. – Theo!

  - O que? – ele se faz de inocente e desvencilho-me de seu aperto e pulo da cama. Ele me olha de cima a baixo e sorri, eu não me escondo ou coro sob seu olhar, só sorrio de volta.

  - E então? O que acha, estou bem? – dou uma voltinha e ele assobia me fazendo rir.

  - É a mulher mais linda que já vi.

  - Você também não está mal – digo indicando parte do seu corpo da qual eu tirei o lençol quando sai da cama. – Agora vou lá tomar um banho para descer.

  - Quer ajuda?

  - Não! Se não, não saímos de lá e eu estou com fome – digo me enrolando na tolha e fugindo para o banheiro.

  Não demoro muito no banho e quando volto Theo ainda está exatamente no mesmo lugar, deitado na cama.

  - Não vai tomar banho, não?

  - Vou, mas tenho um problema.

  - Que seria?

  - Eu vim pra cá com a roupa do corpo e não tinha planos de ficar, agora não tenho o que vestir pra ir embora – ele indica nossas roupas da noite anterior que são uma pilha molhada no chão e acabo rindo. - Lilly, por favor! Não tem graça.

  - Ah, tem graça sim, muita – digo indo em direção ao meu guarda-roupa para buscar alguma coisa para vestir. Pego um vestido de alças azul claro e viro-me para Theo. – Vai tomar banho logo que vou lá na casa da sua mãe buscar alguma coisa para você.

  - Você pode, por favor, não sair espalhando que eu estou aqui nessa situação?

  - Como se ninguém soubesse pra que, no mínimo, eu preciso das roupas. Vai lá logo que só vou terminar de pentear o cabelo e já estou descendo.

  Ele resmunga mais alguma coisa antes de pegar uma toalha e seguir para o banheiro. Sorrio terminando de me vestir e arrumar o cabelo, mas antes de fazer menção em sair olho meus saltos e nego com a cabeça, não preciso mais deles, pelo menos não todo dia o tempo todo, posso ser eu mesma finalmente e é por isso que coloco uma rasteirinha estou prestes a sair quando volto até o criado mudo e pego o colar de couro e madeira na gaveta. Quero perguntar ao Theo se ele ainda tem o dele, mas na noite passada não consegui pensar em mais nada que não fosse ele. Coloco o colar no pescoço e escondo o pingente dentro do vestido, mais tarde vou falar com ele sobre isso e sobre o que somos agora, amigos? Namorados? Antes de eu ir éramos noivos, agora já não sei mais.

  Desço as escadas e passo pela cozinha, tem todo um café da manhã devidamente tampado, mas não há mais ninguém. Quando chego à varanda Alice é primeira que vejo, ela está bordando alguma coisa sentada no banco de madeira.

  - A noite foi boa, em? – ela sorri e concordo sem parar de andar.

  - Ótima!

  Tia Beth está colocando algumas roupas no varal e tio Jorge e Hugo estão vindo em nossa direção com as roupas sujas e os chapéus na cabeça.

  - Cordélia! – meu tio cumprimenta. - Você viu o Theo?

  - Vi.

  - E onde ele está que não veio trabalhar?

  - Jura que não sabe, Jorge? Mesmo Lilly tendo esse sorriso enorme no rosto? – tia Beth pergunta divertida e me faço de desentendida.

  - Ele está...? – tio Jorge indica a casa atrás de nós e eu faço que sim.

  - Nós dormimos de mais, na verdade a gente dormiu de menos, vou lá na casa de vocês buscar uma roupa pra ele. Depois do café a gente conversa mais.

  Saio deixando todos rindo divertidos, até Alice sentada mais longe ouviu a conversa e está sorrindo. Não é difícil alcançar a casa de tia Beth mais adiante, ela ainda está como eu me lembrava, as fotos nas paredes, o lugar dos móveis, chego ao quarto de Theo e sorrio, tudo continua exatamente igual.

  A bagunça de roupas e sapatos jogados no chão me faz sorrir, meu cowboy continua tão desorganizado quanto eu me lembrava, remexo as coisas sobre o criado mudo, tem um relógio, um livro marcado e até mesmo um tubo de pasta de dente. Digo a mim mesma que não estou procurando nada, mas a verdade é que quero ver se encontro o colar cujo par está em meu pescoço, se eu soubesse que Theo guardou o seu, assim como eu, por todos esses anos, me faria extremamente feliz e se esse fosse o caso eu teria certeza que independente de qualquer coisa nós nos amaríamos pelo resto da vida.

  Não vejo nem sinal do colar, mas enquanto pego as roupas, encontro também coisas que me fazem sorrir, tem pares de brincos desbotados, batons velhos e até uma pulseira quebrada, minhas velharias que eu sempre pedia a ele que guardasse no bolso pra mim, Theo sempre ficava com as minhas coisas por que eu nunca carregava bolsa, e essas coisas iam desde pares de brincos que estavam me incomodando até meus sapatos que eu sempre esquecia na caminhonete.

  Sorri com as memórias do passado, juntei as roupas que ele ia precisar e sai, tia Beth e Alice ainda estavam no mesmo lugar, minha tia acenou pra mim e retribui o cumprimento, os meninos tinham sumido outra vez e quando alcancei Alice ela sorriu divertida olhando as roupas em minha mãos.  Passei por ela e subi direto para o quarto outra vez. A visão a minha frente me fez imaginar coisas, Theo está só de toalha deitado em minha cama encarando o teto, seu abdômen definido está à mostra assim como seus braços fortes e bronzeados, eu poderia simplesmente pular em cima dele, mas sei que se fizer isso nunca mais sairemos dessa cama e é só por isso que ao invés de agarrá-lo, eu atiro as roupas em meus braços em cima dele.

  Theo dá um pulo da cama e quase perde a tolha no processo, isso me faz cair na gargalhada.

  - Precisava disso tudo, Lilly? – ele pergunta surpreso segurando a toalha e as roupas, sua expressão só me faz rir ainda mais. – Lilly!

  - bom, estou parando, Ok? – pergunto respirando fundo e ele revira os olhos soltando a toalha para se vestir e quase me fazendo enfartar. – Isso é golpe baixo!

  - Isso o quê? – ele se faz de desentendido com um sorriso maroto nos lábios. Theo demora mais que o necessário para se vestir e já estou querendo realmente desistir de tudo e jogá-lo outra vez nessa cama quando ele termina de fechar os botões da camisa xadrez preta. – Adoro quando me olha assim – ele sorri se aproximando.

  - Assim?

  - Assim como se estivesse imaginando mil coisas comigo e aquela cama – Theo me puxa pela cintura me beijando. – É tão errado assim eu querer voltar para o quarto sendo que a gente nem saiu dele ainda?

   - Não – digo sinceramente lhe dando um selinho e me afastando. – Mas eu realmente estou com fome, sua mãe deixou o café lá em baixo.

   - E quando você não está com fome, baixinha? – ele pergunta enquanto seguimos pelo corredor e dou de ombros.

  - Quando dormindo – digo correndo na frente como uma criança. – Provavelmente todo mundo já sabe o que aconteceu ontem e que ficou preso aqui sem roupas, por que eu encontrei todos no caminho até a casa da sua mãe! – digo rindo enquanto pulos os degraus até lá em baixo.

   - Como é? – ouço Theo perguntar e isso só me faz rir ainda mais. Meu dia acabou de começar e não consigo tirar o sorriso do rosto, hoje com certeza vai ser incrível.

  Nós comemos entre beijos, riso e brincadeiras, quando finalmente deixamos a mesa do café já passa das 11h00m da manhã. Theo finalmente me dá um último beijo e se despede de mim para ir atrás de trabalhar com o pai e Hugo. Eu limito-me a sorrir e cantarolar enquanto lavo a louça, hoje acho que vou me dar uma folga do trabalho com a fazenda e a festa beneficente. Depois de ontem, de tudo o que ouvi e esclareci, depois da noite maravilhosa que tive, eu mereço.

  - A coisa foi realmente boa, você cantando enquanto lava a louça, é isso mesmo? – Alice pergunta surgindo no batente da porta e dou de ombros sorrindo.

  - Estou. Por que, não posso?

  - Claro que pode. É bom te ver assim feliz, Theo passou por mim agora a pouco com um sorriso tão grande que só de olhá-lo deu vontade de sorrir também. Mas me conta – ela pede puxando uma cadeira e se sentado. – Como foi? O que aconteceu? Por que até onde eu me lembro vocês estavam brigando na varanda.

  - Você é uma velha fofoqueira ou o quê?

  - Cordélia! – Alice diz impaciente e rio.

  - Está confortável aí? Por que a história é longa.

  - Pode começar então.

  Eu conto tudo a ela enquanto lavo a louça, desde a conversa com a minha mãe até o desfecho de tudo sob a chuva, conto como me senti, da dor, do arrependimento, conto também da felicidade de poder simplesmente me jogar outra vez nos braços do meu cowboy, conto tudo e Alice é uma boa ouvinte, ela até que não me interrompe muito e faz os melhores comentários e expressões durante a minha narração. Quando termino com a louça nós seguimos para a sala e continuamos a conversa sentadas no sofá.

  - Mas vocês estavam até agora de manhã fazendo? – Alice pergunta chocada e acho graça de sua reação.

  - Nós estávamos, com certeza estávamos e foi maravilhoso – digo suspirando e ouço uma gargalhada trás de nós. Theo está entrando com uma cesta na mão.

  - Assim você traumatiza minha prima, Lilly. E Alice, não acredite em tudo que ouvir dessa aí.

  - “Dessa aí”? – pergunto estreitando os olhos pra ele. – Com quem acha que está falando, Theo?

  - Com o amor da minha vida que é meio louco e fala de mais.

  - Ah – Alice suspira. – Vocês são fofos de mais! Só queria poder ser assim com... – ela se interrompe e nega com a cabeça. – Não é nada, vocês parecem que não vão se largar hoje então vou ajudar tia Beth.

  - Alice? – Theo chama quando ela começa a se afastar quase fugindo de nós. – Com quem você queria ser assim?

  - Você jura que não sabe? – ela pergunta e a julgar pelo olhar perdido de Theo, ele realmente não sabe o que está acontecendo. – Tudo bem, não vai dar certo mesmo e você não entenderia de qualquer forma. Vou lá, namorem aí.

  E dessa vez Alice não dá espaço para mais perguntas ou despedidas, só se vira e praticamente corre pra fora da sala. Theo ainda olha o lugar onde ela estava parecendo perdido. Eu não sei se ele realmente não sabe ou se finge não ver o que está acontecendo bem debaixo do seu nariz.

  - Theo, você veio fazer alguma coisa aqui ou só atrapalhar minha conversa com a Alice mesmo?

  - Eu... – ele finalmente me olha outra vez, balança a cabeça e sorri. – Já que tomamos café na hora do almoço, quer pular uma refeição e fazer um piquenique? – pergunta mostrando a cesta que tem na mão.

  - Onde?

  - Eu estava pensando no nosso lugar. O que acha da cachoeira?

  - É perfeito – digo aceitando a mão que ele havia estendido. – Vamos?

  Nós seguimos para fora, o sol, o clima, o céu azul parece que hoje tudo está refletindo meu bom humor, não é difícil atravessarmos a pequena trilha até estarmos confortavelmente sentado sobre uma manta embaixo da árvore com as nossas iniciais. Não precisamos de muito, só estarmos deitados abraçados conversando amenidades, só ter os braços fortes de Theo ao meu redor já me faz muito feliz.

  - Resolveu se dar folga hoje também? – pergunto brincando com um botão de sua camisa deitada ao seu lado.

  - Não tenho a sorte de ser meu próprio chefe como você, mas hoje estava tudo tranquilo e as vacinas que eu tinha que dar nos animais ainda não chegaram. E por falar nisso senhora administradora, você fez o pedido certo?

  - Claro que sim e se não chegar até amanhã eu ligo para o fornecedor, mas que tal não falarmos de trabalho hoje?

  - Do que quer falar então?

  - De quantos beijos consegue me dar, o que acha? – pergunto divertida e ele me gira de modo que estou sobre ele no momento seguinte.

  Estamos nos beijando quando meu colar escapa do vestido e toca seu rosto, Theo interrompe o beijo e toca o pingente de madeira, eu dou um pulo pra longe dele e escondo o colar, por algum motivo eu não quero que ele veja que eu ainda o tenho e que às vezes ando com ele por aí.

  - Você ainda o tem? Tem o colar que te dei? – ele pergunta e não me mexo, estou de costas para Theo e não quero encará-lo. – Lilly? Cordélia? Olha para mim.

  - Por que é tão importante assim saber se eu ainda o tenho ou não? Nem é grande coisa.

  - Claro que é – Theo diz tocando meu rosto e me fazendo encará-lo. Ele está sorrindo. – Você o guardou por todos esses anos? – ele toca o colar em meu pescoço puxando o pingente até tê-lo na palma da mão.

  - Claro que guardei! Eu até tentei jogar isso fora, mas não consegui. Eu durmo com ele todas as noites mesmo que finja não tê-lo na manhã seguinte. É meu amuleto da sorte. E você...

  - Eu tenho o meu comigo desde sempre – ele me interrompe sorrindo e tocando o bracelete estranho que tem no braço. – Eu não consegui me desfazer dele nem por um segundo.

  Quando Theo começa a desenrolar o que eu descubro ser o seu colar e não um bracelete estou com os olhos marejados, nós dois tentamos nos livrar do passado, nos livramos um do outro, mas não conseguimos e isso me deixa feliz, mesmo depois de tudo, nosso amor é algo que sempre irá nos unir.

  Assim que ele termina de desenrolar seu colar Theo junta os pingentes formando finalmente um coração inteiro e completando a frase nele escrito. “Amo você, para sempre”. Eram apenas quatro palavras, mas que juntas se tornavam uma jura de amor eterno. Uma na qual eu ainda acreditada de todo o coração e a julgar pelo sorriso de Theo, ele também.

  Meu cowboy só coloca seu colar no pescoço antes de me puxar para um beijo. Nesse momento não precisamos de palavras, nossos corações e corpo conversam e se entendem muito melhor que qualquer outra coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!
Comentem, por favor.
Beijocas e até, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a Recomeçar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.