— A cabeça ainda está doendo? - falou atordoado e tocou seu rosto.

Maria sentia que aquela aproximação toda seria um problema mais tarde, mas naquele momento somente os lábios dele a chamava e sua mente implorava para que ele a tomasse novamente em um beijo e ela pediu.

— Eu quero que me beije! - falou com o peito subindo e descendo. - Quero que me faça sentir novamente!

Estevão não pensou apenas avançou em seus lábios a beijando com ainda mais afinco. Era o começo de uma história de amor que nenhum deles estava pronto para viver... Maria podia sentir seu corpo responder a ele como não sabia se era capaz de sentir por outro homem, era tão diferente o toque e o modo como a beijava que ela apenas sentia.

Estevão era o tipo de homem que movia o tapete de qualquer mulher mesmo naquela situação tão infeliz em que vivia. Era um homem grande de medidas largas e lindo, lindo de causar inveja a quem fosse que passasse em sua vida. O ar faltou e ele a soltou ficando de pé no mesmo momento e ela abriu os olhos lentamente sentindo os lábios formigar pelo beijo trocado.

— Isso não está certo! - ele falou ofegando sem tirar os olhos dela.

— E o que é certo nessa vida? - mordeu os lábios sentindo o corpo queimar.

— Maria, você... - ele foi a ela e ajoelhou em sua frente tocando sua barriga. - Você é especial! - não resistiu e a beijou mais uma vez.

Um beijo curto o suficiente para que sentissem suas línguas "dançarem" uma na outra e a soltou sentindo que podia perder o juízo.

— Não nos conhecemos e isso é perigoso demais... - ele falou bem perto dela sentindo sua respiração.

— Eu não sei quem sou, mas sinto que ser essa Maria é a minha salvação! - tocou seu rosto. - Eu não quero te magoar... - era a verdade.

Maria entendia perfeitamente que se tivesse sua memória de novo poderia nunca mais querer chegar perto dele, sentia que a vida que tinha era cinco vezes melhor, mas que nunca esteve satisfeita e que ali era o lar que ela sempre sonhou e ele era o homem mais maravilhoso que seu coração podia sentir.

Tocou seu rosto e o puxou para um abraço e ele a segurou com todo carinho que era de si e sorriu sentindo o cheiro dela que retribuiu a risada e eles voltaram a se olhar.

— Vamos terminar de comer que estou com fome ainda! - falou risonha com ele que voltou a sentar.

— Vamos comer então! - colocou mais comida para ele tinham mais fome do que quando começou a comer e não pode deixar de ficar olhando para ela.

Jantaram com calma ali apenas trocando algumas palavras e logo fizeram a higiene e deitaram na cama que estava uma do lado da outra e ficaram se olhando por um longo tempo até que ela sorriu.

— O que acha que é? - ele perguntou se cobrindo melhor. - Uma menina ou um menino?

Maria sorriu tocando a barriga ali estava a sua maior alegria e ela tinha certeza que era o bebê mais desejado de sua vida. Pensou por um momento e sua cabeça foi longe...

(...)

— Senhora Maria Fernandez... - a médica chamou e ela levantou sorrindo. - Bom dia.

Maria estava ansiosa e não negava isso e os olhos brilhavam.

— Bom dia! - ela respondeu risonha. - Por fim vamos poder ver o sexo do bebê? - estava empolgada.

— Assim esperamos, Maria! - deu espaço para ela que entrou e sentaram para a conversa mensal e logo foram para a sala de ultrassom. - A sua barriga cresceu bem. - era apaixonada pelas barrigas que ali vinham.

Maria olhou sua barriga ali a mostra estava com quase cinco meses e de fato sua barriga era bem grande.

— Eu estou me alimentando muito bem e amo o meu bebê mais que tudo! - falou com os olhos brilhando.

A médica sorriu e começou a mover o aparelho na barriga dela e fez todas as anotações, o coraçãozinho foi ouvido e ela chorou e por um momento se sentiu culpada por privar o marido daqueles momentos, mas logo passou ao se lembrar de tudo que ele tinha dito a ela. Era o seu momento e seria para sempre só dela aqueles momentos com o filho.

— Está pronta para saber o sexo do bebê? - falou empolgada e sorrindo para Maria.

— Espero por esse momento há muitos anos! - a olhou com os olhos brilhando.

A médica virou a tela e mostrou a ela cada detalhe mais uma vez e por fim disse:

— É um menino e muito saudável...

(...)

— Maria? Está tudo bem? - ele já estava sentado ao lado dela que piscou várias vezes voltando a si.

— O que? - ela falou um tanto avoada.

— Você se lembrou de algo? - tocou o rosto dela preocupado.

Ela sorriu e tocou a mão dele levando a sua barriga. Era o momento mais feliz da sua vida, lembrar aquele momento como se tivesse acontecido ali naquele segundo a encheu ainda mais de amor por aquele bebê que era a sua alegria.

— É um menino!

O bebê chutou e eles riram juntos compartilhando aquele momento que era só o primeiro de muitos. Era uma sensação de segurança ali na mão dele, era tão diferente de tudo que imaginou ter vivido um dia.

— Hum campeão de futebol! - ele disse rindo e ela junto a ele. - Por isso chuta tanto!

— Estevão, eu me lembrei de uma coisa... - ela falou com calma e sentou na cama para contar.

— O que lembrou? De sua família? Você vai embora e me deixar? - falou nervoso segurando a mão dela.

Maria tocou o rosto dele e sentiu que ele tremia e o abraçou antes de contar o que era importante.

— Maria, eu... - ele nem sabia o que dizer.

— Eu, não vou a lugar nenhum! - o soltou e o olhou nos olhos. - Mas você precisa saber que eu tenho um marido!