Tu mirada - Lm escrita por Débora Silva


Capítulo 6
☆ Capítulo seis ☆




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— Aqui esta o deu dinheiro com juros e mais quatro meses adiantado! - entregou a ele. - Bom dia! - sem deixar que ele falasse mais nada bateu a porta em sua cara e foi sentar no sofá para esperar por Estevão.

Mas foram apenas alguns segundos sentada ali que pareceram uma eternidade e ela ficou de pé e abriu todas as janelas deixando que o ar entrasse na casa e por uma das janelas ela olhou toda aquela favela e seus olhos arregalaram eram muitas casas uma em cima da outra, mas muito bem construída.

Afastou-se e olhou todo o espaço, ali precisava de muitas coisas e ela sorriu com a ideia que teve e foi até a mochila pegando um bom dinheiro e saiu para comprar algumas coisas. Certamente ele ficaria espantado quando chegasse e visse o que ela iria fazer.

(...)

MAIS TARDE...

Era por volta das oito da noite quando Estevão entrou em casa, estava exausto tinha trabalhado o dia todo pelas ruas e estava preocupado com Maria sozinha naquele lugar, tinha medo que ela saísse e se perdesse no meio daquela favela e que a machucassem.

Mas ele não tinha conseguido voltar durante todo o dia e mesmo não conseguindo trabalhar tranquilo ali ficou para que pudessem ter algum dinheiro para a comida, mas o que ele não sabia era que Maria estava muito bem e sabia se virar e a prova estava no cheiro de comida que inundou seu nariz e ele arregalou os olhos quando olhou ao redor.

A casa cheirava muito bem, tinha almofadas no sofá, cortinas brancas na janela, toalha na mesa e ele procurou por ela que veio do quarto com um lindo vestido de flores que realçada ainda mais a barriga dela, o cabelo preso por que ela pela primeira vez em sua vida tinha se arriscado na cozinha.

Sorriu para ele que nem sabia piscar com tamanha beleza e simplicidade, os pés no chão demonstrando que estava mais familiarizada com o ambiente que ele. Estevão paralisou por segundos até que piscou com ela indo até a panela e desligando.

— O que fez aqui? - falou por fim depois de todo aquele silêncio.

— Venha experimentar, Estevão. - falou sorrindo. - Eu nem sabia que sabia cozinhar! - mas na verdade ela nunca se quer tinha pegado em uma panela e não se lembrava.

Ele se aproximou preocupado, ela não tinha memória e como poderia saber cozinha? Ela tinha um lindo sorriso no rosto e demonstrava toda sua empolgação para que ele aprovasse o que tinha feito e deu um pouco do molho a ele que saboreou aprovando no mesmo momento.

— Você encontrou o livro de receitas de minha mãe? - falou surpreso pelo gosto tão parecido. Ela assentiu. - Nossa que saudades que eu estava... - um sorriso se abriu em seus lábios e ela sorriu dando mais um pouquinho a ele que pediu.

— Me desculpe mexer nas suas coisas, eu precisava cozinha pra gente e quando encontrei achei que seria fácil copiar e fazer. - lambeu o dedo. - Não brigue comigo! - os olhos mais lindos foram dados a ele.

Ele sorriu e segurou a mão dela encantado pela gentileza.

— Maria, você gastou muito dinheiro? - falou por fim preocupado por ela não ter dinheiro para o bebê que vinha.

Ela segurou a mão dele com força e levou a outra, deixando a dele entre suas mãos.

— Estevão, eu sinto que preciso fazer isso por você, eu não sei o que é, mas eu preciso que você fique bem! - sorriu. - Eu quero poder te ajudar um pouco até que me lembre e possa ir embora!

— Você, não pode mais me deixar! - falou alto e ofegou. - Você está tão linda! - não conseguiu controlar.

Maria o olhou com um meio sorriso e nem soube o que dizer, suas bochechas coraram e ela soltou sua mão. Ele coçou a cabeça um pouco sem jeito e esperou para ver o que seria. Não falava e não se movia esperando qualquer coisa dela.

— Você precisa tomar um banho, mas antes quero te mostrar uma coisa! - sorriu e voltou a segurar sua mão e o levou ao quarto. - Para que não durma no sofá.

— Maria... - ele ia falar vendo a outra cama de solteiro no canto do quarto, modesta mais parecia tão confortável.

— Você precisa descansar e ter disposição para o trabalho. - o cortou. - Estava na promoção... Tudo aqui estava na promoção. - sorriu empolgada. - Os vizinhos são muito educados e me ajudaram em tudo por conta do bebê. - o olhava nos olhos contando enquanto a mão acariciava a barriga.

— Você, não pode ficar andando por ai! - apertou a mão dela. - Promete pra mim que você vai tomar cuidado e não vai ficar andando sem mim? - não queria ela em perigo e de longe se via que tinha dinheiro.

— Eu prometo! - falou de cara vendo que ele estava aflito. - Agora vá tomar banho!

Ele assentiu e foi ao guarda roupa, pegou uma roupa e uma toalha, Maria ficou olhando para ele e depois sorriu com ele entrando no banheiro. O bebê mexeu em sua barriga a fazendo sorrir enquanto deixava a mão sofre a "ondinha" disse:

— Eu também gosto dele! - caminhou para a cozinha novamente sentindo que era respondia, sorriu e terminou de arrumar a mesa a espera dele.

Foram minutos que se passaram e ele saiu do banheiro tão cheiroso que ela não pode deixar de notar, não conseguia entender tamanha conexão com ele, mas sentia que era pra sempre. Sentaram a mesa e ela o serviu, como se de fato fossem uma família, Estevão provou e não poupou elogios a ela que sorria também comendo.

— Maravilhosa, Maria! - colocou mais em seu prato e ela sorria feliz por ter acertado. - É o meu prato preferido. - lambia os lábios de tão maravilhoso que estava.

Maria apenas o ouvia encantada, se perguntava se algum dia já tinha sido reconhecida por seus dotes culinários e forçou a mente a buscar algo que a ajudasse a lembrar, mas o que sentiu foi uma forte dor na cabeça que a fez levar a mão de imediato. Estevão a amparou no mesmo momento com ela o abraçando forte como se assim sua dor fosse passar.

Podia sentir o cheiro de seu perfume forte inundando suas narinas e as mãos dele em suas costas como se a confortasse até passar. O cheiro dele não piorava a dor e sim a ajudava a relaxar e ele tinha o coração acelerado sem saber o que fazer ou pra onde correr com ela ali agarrada a seu pescoço.

— Precisa de um médico? - falou com calma e cheio de medo e ela negou com a cabeça se agarrando mais a ele. - Maria...

— Só me deixa ficar aqui... - falou sofrida sentindo o cheiro dele.

Estevão pode sentir todo seu corpo arrepiar com o respirar dela em seu pescoço e uma de suas mãos foram a seus cabelos a fazendo arrepiar assim como ele. A dor foi diminuindo aos poucos conforme os minutos iam se passando e ela levantou sua cabeça e o olhou nos olhos.

O verde no verde, respiração na respiração e eles ofegaram juntos sentindo a mesma necessidade de se provar e os lábios se aproximaram juntos, assim como a mão dela que foi a seu rosto. Um leve roce nos lábios e ele pode sentir seu corpo tremer, Maria fechou os olhos e um singelo beijo foi trocado por eles. Era a magia acontecendo entre dois desconhecidos de mundos tão distantes.

Estevão a segurou em seus braços e aprofundou ainda mais o beijo, queria descobrir quem era ela e os lábios doces o fez enlouquecer e por um momento esqueceu-se de sua barriga e a apertou contra ele, mas logo foi "chutado" os fazendo se separar e rir de leve.

— Me desculpe... - ele se afastou. - Eu, não me aproveitei da situação... - passou a mão no cabelo nervoso se explicando, não queria que ela pensasse que ele era um abusado ou um aproveitador qualquer.

Maria sorriu ainda um tanto ofegante e passou as mãos nos lábios, ele beijava tão bem que mesmo sem memória ela tinha certeza que nunca em sua vida tinha beijado lábios tão doces como os dele.

— Não se preocupe a gente fez juntos! - tinha as bochechas levemente coradas e não queria que ele sentisse culpa por algo tão maravilho.

O instinto dele protetor sempre falava mais alto e ele questionou.

— A cabeça ainda está doendo? - falou atordoado e tocou seu rosto.

Maria sentia que aquela aproximação toda seria um problema mais tarde, mas naquele momento somente os lábios dele a chamava e sua mente implorava para que ele a tomasse novamente em um beijo e ela pediu.

— Eu quero que me beije! - falou com o peito subindo e descendo. - Quero que me faça sentir novamente!

Estevão não pensou apenas avançou em seus lábios a beijando com ainda mais afinco. Era o começo de uma história de amor que nenhum deles estava pronto para viver...


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