Oneshots Criminal Minds Parte 2 escrita por Any Sciuto


Capítulo 7
Risky Business




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— Eu quero esses códigos até amanhã, Penelope. – Shane jogou a folha com códigos na mesa. – Estamos entendidos?

— Sim Shane. – Penelope mostrou a língua para o namorado. – Mas eu não sou sua escrava.

— Apenas faça. – Shane pegou o casaco. – Eu volto pela manhã.

Foi outra noite sozinha no espaço de jogos. Ela fez café instantâneo, com uma série de bolachas salgadas. Seu humor não era dos melhores hoje, porém ela não estava grávida. Um ponto para ela por se prevenir.

Hotch, Morgan e Gideon estavam na delegacia de San José com o arquivo de Penelope nas mãos. Eles a rastrearam depois de outro ataque cibernético. Ambos os agentes estavam impressionados com a garota.

— Ela mudou muito desse que eu a vi. – Jason disse. – O que houve com a garota doce que eu conheci?

— Acho que saber que seus pais morreram ao mesmo tempo faz isso com você. – Hotch comentou. – Como quer seguir essa prisão? Apenas invada, algeme-a e a traga aqui?

— Temos um mandato para o espaço de jogos e um para a prisão. – Derek falou. – Eu não acho que ela seja uma ameaça.

— O promotor pensa assim também, Derek. – Hotch alcançou um contrato. – Se ela aceitar podemos ter alguém boa o suficiente para resolvermos casos.

— Você viu Spencer? – Derek procurava o amigo. – Eu preciso que ele a perfile antes de sairmos.

— Ele está no café. – Gideon revirou os olhos. – Ele é viciado.

— Em café ruim? – Derek brincou. - Eu vou falar com ele antes de irmos.

— Pegue leve com ele, sim? – Hotch pediu. – E sem balão de pum hoje.

Depois de Spencer fazer o perfil da garota, Hotch e Morgan foram até o centro de jogos.

Penelope não sabia o que faria se Shane a deixasse. Ela sabia que eles tinham uma relação errada e para piorar, ele a agredia verbalmente toda vez que tinha chances.

Ela estava virada de costas para a porta. Absolvida em códigos e linhas. Destiny’s Child tocando no mp3. Ela não aguentava mais toda essa vida de hacker.

Shane era um babaca com ela. Ela não sabia que sua vida estava prestes a mudar.

A porta foi aberta e dois homens de terno entraram. Os dedos dela pararam e ela virou.

— São da receita federal? – Pen puxou o arquivo. – Eu enviei há dois dias. Sinto muito pelo atraso.

Hotch e Gideon riram da declaração.

— Senhorita Penelope Garcia. – Hotch voltou para o modo profissional. – Não estamos aqui por causa do imposto de renda.

— Estamos aqui para prender você. – Gideon olhou para o centro de jogos. – Por Hackear sites do governo.

— Preciso de um advogado? – Pen perguntou preocupada. – E devo me preparar para a cadeia?

— Apenas venha conosco, sim? – Hotch a ajudou a se levantar. – Leve a bolsa dela, Jason. Você e Spencer podem olhar enquanto eu converso.

— Ei! – Penelope protestou. – Por que olhar a bolsa da garota? Por acaso acham que eu vou ter algum documento da CIA no meu notebook?

— Não falamos sobre a CIA. – Gideon estava rindo. – Isso é autoincriminação?

— Autopreservação. – Ela disse antes de Hotch a arrastar. – Poderia ir devagar? Ainda estou recuperando esse braço.

— O que houve? – Hotch estava preocupado. – Shane machucou você?

Ela virou o rosto, tentando não mostrar a verdade. Gideon olhou para Hotch e saiu. Ele ligou para Spencer pedindo um perfil psicológico de Penelope e de Shane.

— Eles estão vindo? – Derek serviu outra xicara de café. – Spencer?

— O namorado da menina que eles foram prender. – Reid começou. – Ela visitou a emergência oito vezes nos últimos três meses.

— Ele está abusando dela? – Derek sentiu vontade de proteger a menina. – Isso são...

— Marcas de ferro em brasa. – Reid completou. – Ela conseguiu remover elas.

Derek se sentou na mesa e começou a olhar alguns registros médicos. Ele sentiu necessidade de proteger Penelope, mesmo que a foto fosse a única coisa que ele tinha.

Durante todo o caminho, Penelope ficou quieta e dormiu mais da metade do caminho. Hotch e Gideon não sabiam se ela havia dormido em um tempo passado.

Seu cabelo preto, sua maquiagem, era tudo uma fachada. Por dentro, ela ainda era a mesma Penelope. Que gostava de música e tinha cabelos loiros. Que perdeu os pais em um acidente e nunca conheceu o verdadeiro pai.

— Deveríamos deixar ela dormir. – Gideon com simpatia. – É obvio que ela não dormiu nessa semana.

— Bem. – Hotch se viu concordando. – Ainda temos que identificar um suspeito. Ache um sofá e a algeme por lá.

— Certo. – Gideon abriu o celular outra vez. – Reid E Morgan estão traçando o perfil de Sam Russel. Eles podem finalizar enquanto a interrogamos.

— Vou deixar ela comer algo também. – Hotch estava sendo simpático. – O promotor concordou em fazer ela um membro da equipe se ela aceitar.

— A segunda opção não é um parque de diversão. – Gideon falou. – Vou preparar um lugar para ela dormir.

Depois de instalar Penelope em um sofá, Derek foi o primeiro a encontrar com ela. Pelo jeito que ela estava, era claro que ela tinha um pesadelo.

— Não. – Ela murmurou baixo. – Me deixe em paz Shane. Eu não...

Derek ficou preocupado com o que ela obviamente sussurrou. Baixo demais.

— Derek. – Reid colocou a mão no amigo. – O que faz aqui?

— Observando. – Ele pareceu envergonhado. – Analisando.

— Hotch quer falar com você. – Ele também olhou para a menina ainda dormindo. – Conseguiu alguma coisa?

— Só que Shane provavelmente seria um homem morto se eu pudesse. – Derek estava com raiva. – Ela está revivendo algo nos sonhos.

— Abusos físicos são complicados. – Reid disse de uma vez só. – Vou falar com Hotch e Gideon.

Quando Penelope acordou, ela sentiu o cheiro de café e donuts. Havia um homem negro ao seu lado, a olhando com olhos de águia. Pronto para devorar ela.

— Bom dia. – ele entregou a comida. – Acho que Gideon e Hotch estão sendo meninos bons.

— Com algemas. – Ela reclamou. – Obrigado pela comida.

— Sem problemas. – Ele deu aquele sorriso dele. – Tudo por belas garotas.

Ela não sabia como reagir ao elogio dele. Tão natural. Ela murmurou um obrigado e comeu.

Era estranho. Normalmente Shane viria tirar ela dá cadeia, porém ele nem estava aqui.

Levantando, ela foi conduzida a sala de interrogatório e algemada a mesa. Então talvez, ela fosse mesmo para a cadeia dessa vez.

— Pegamos você, senhorita Garcia. – Hotch entrou e ficou a sua frente.

— Se você diz, engravatado. – Ela deu seu humor.

— Temos evidencias de seu hack na indústria de cosméticos. – Hotch tentou.

— Eles fazem testes em animais. – Ela não sabia se era uma boa justificativa.

— Sim fazem. – Ele teve que sorrir. –Mas não é ilegal, porém o que você fez é ilegal e passível de prisão.

Ela o encarou por alguns segundos. Ótimo, apenas ótimo.

— Bem. – Ela iria jogar a irônica aqui. – Você me pegou J. Edgar.

— É agente Hotchner. – Ele sabia o que ela fazia. – E eu sou da unidade de analise comportamental do FBI. Estou aqui para dar uma opção para a cadeia. Venha trabalhar para mim. Você seria nossa analista técnica.

Ela queria jogar algo irônico, mas decidiu usar outra coisa.

— Então eu ensino a usar o Google? – Ela queria rir. – Isso parece divertido.

— Você viria nos ajudar a caçar psicopatas. – Hotch sabia onde atingir.

— Eu sou uma psicopata. – Ela encarou a maior face da personagem.

Hotch não podia rir ou sorrir agora, mas ele revirou os olhos.

— Não, não é. – ele foi mais para frente dela. – Os hackers conhecem você como Black Queen. Você é rigorosamente moral. Todos seus ataques online refletem o desejo de ajudar quem você acha estar em perigo.

Ela olhou para baixo. Esse cara realmente pode me ler?  Ela realmente tinha medo da resposta.

— Se vier trabalhar comigo pode fazer o mesmo pelo governo federal. – Hotch continuou. – Eu só preciso de um currículo para levar ao RH. Ou processamos você.

Ótimo. Agora ele passou de bonzinho a um... como eles chamam mesmo? Oh sim, Unsub.

— Olha. – Ela havia perdido a finesse agora. – Eu não estou acostumada e levar meu currículo a eventos onde eu vou algemada, porém se me devolver minha bolsa, eu tenho alguns papeis caseiros cor de rosa onde escrevo baboseiras informáticas e penso no caso.

Ele apenas olhou para a garota atrevida a sua frente. Como se para salva ele desse constrangimento, Derek entrou carregando o objeto em questão.

— Eu tirei o celular e o laptop. – Ele colocou a bolsa na mesa. – O resto é inofensivo.

Ambos os homens ficaram encarando ela, enquanto remexia na bolsa, atrás de papel e caneta.

— Hotchner. – O agente atendeu quando o objeto tocou. – Estamos indo. – Ele voltou a encarar Penelope. – Preciso de uma resposta.

Outra encarada. Isso estava ficando interessante.

— Certo. – Ela finalmente cedeu. – Se eu puder ficar com minha bolsa.

Ele se encurvou e pegou o papel cor de rosa dela. Fofo.

— Boa escolha. – Hotch sorriu e pegou a folha. – Tem uma chave?

— Hum. – Penelope olhou Derek de cima a baixo. – Beleza e cérebro.

Morgan manteve a compostura. Mas por dentro ele riu. Seria divertido.

— Ei, sobrancelinha. – Penelope resolveu mexer com o homem. – Quando fazem o calendário do FBI são doze meses só com você?

Ele simplesmente sorriu. Mas a compostura mais uma vez chutou nele.

— Bem-vinda ao time. – Derek a escoltou para fora. – Te vejo na Virginia.

Era um negócio arriscado. Ela deixou tudo para ser uma combatente ao crime, meio que por escolha dela, meio que por força de Hotch. Ela sabia que teria altos e baixos, mas afinal, ela queria.


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