Estavam os dois a caminhar pacificamente pela praia, imprimindo suas delicadas pegadas na areia, demarcando a trajetória percorrida, como se para não voltar mais. A moça, Raquel, sentia-se afortunada pela primeira vez em sua vida; definiria seu estado atual como marupiara, palavra que conhecera ao ler o livro vazio do moço que a acompanhava no passeio. Os dois aproximaram-se do mar, apreciando o pôr-do-sol ao longe.

— Como o sol e o horizonte, estamos aparentemente próximos, você e eu, porém nunca poderemos verdadeiramente nos encontrar. – Diz ele, olhando nos olhos de Raquel.

— Dizes besteiras incompreensíveis, mas posso ignorar. – Responde ela, beijando-o.