Em todos os séculos que passou como vampiro, Marcos tinha aprendido a gostar de quase tudo na vida que levava. Não ligava para a sede de sangue e não se importava em não sair de dia, mas tinha algo que incomodava.

“De novo aqui, Marcos?” perguntou a farmacêutica “tem certeza de que não precisa ir num médico? Você tá machucado…”

“Tenho, eu só quero alguma coisa que minore a dor” respondeu dolorido.

Essa era a pior parte de ser um vampiro: quando os espelhos não conseguiam mostrar o seu reflexo, as pessoas viviam dando ré com o carro em você.