Vovó não sabe porque a floresta é assim. Ela a chama de “mágica” por isso. Acho que tem explicação.

Ela disse que, quando tinha a minha idade, também sonhava com um homem. É estranho me sentir estranha — traída — de imaginar que talvez seja a mesma pessoa?

Ela parou de ouvir as árvores, de sonhar, quando conheceu vovô.

“É um bosque decidido, estentor, mas muito ciumento”.

Tomo um gole do chá. Suspiro.

Ficamos quietas com um barulho nas moitas. Um cervo despencando, sua pelagem suja de sangue. O coração dele, morto: consigo pesá-lo em minha mão.

A floresta me pede socorro.