The Sinners escrita por Bird


Capítulo 6
Gula de Castellan


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo bem pesado, marco do fim de tragédias na história. (Ou talvez não)
Um beijo e espero que gostem ♥



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A ação de graças finalmente chegou e Sally estava mais animada do que eu havia a visto em meses. Ela pedia pra Thalia e Annabeth ajudarem na cozinha e empurrou pratos e talheres em mim e Jason para fazermos a mesa. 

Ainda estávamos brigados, a humilhação que ele me causou no café algum tempo atrás, não passou despercebido por mim, e certamente não seria algo que perdoaria fácil assim. Conversávamos assuntos estritamente profissionais e nada mais. 

— Você sabe que eu cozinho melhor que a Thalia né, mãe. — O olhar azul eletrizante se chocou ao meu quando terminei a brincadeira. — Ei calma, cara de pinheiro. 

— Cara de... ? — Annabeth me olhou confusa. 

— Cara de pinheiro. — Jason apareceu na cozinha, respondendo antes que eu o fizesse. — Thalia bateu a testa em um pinheiro, em nossa viagem em família, enquanto brincávamos de pega-pega.  

— E você nunca me contou isso! — Disse Annabeth, rindo para a amiga. 

— Cala a boca, Chase, — A morena tentou fazer tom de repreensão, mas vi um sorriso escapar de seus lábios. — Afinal, quando Luke chega? Estou morrendo de fome. 

— Ele me disse que precisava resolver uns assuntos e chegava antes das 18:00 — Verifiquei o relógio, que marcava 18:46. — Vou ligar para ele. 

Me afastei deles e fui até o jardim, que era banhado por um pôr do sol preguiçoso e a luz opaca dos postes que se acendiam. Procurei o nome do loiro na agenda de contatos e a chamada iniciou. 

— Alô. 

— Oi cara, estamos todos esperando, tá tudo bem? 

— Já estou a caminho, tive um problema... — Ele pareceu distante. — Chego em dez minutos. 

Desligamos e encarei seu nome na tela iluminada de meu celular. Pensei nos problemas de Luke, no pai que o abandonou e em sua mãe problemática, internada em um hospital psiquiátrico em Long Island. Teria acontecido algo com... 

— Percy. — Ouvi a voz melodiosa me chamar e vi Annabeth ao me virar. Hoje ela estava espetacular. Seu vestido tinha tom azulado e ia até acima dos joelhos, seus cabelos arrumados perfeitamente e seu sorriso radiante, como sempre. — Está tudo bem? 

— Sim, acho que sim. — Consegui sorrir e me aproximei dela. 

— Achei linda sua casa, a arquitetura é impecável. — Ela admirou as colunas de mármore e a fachada, completamente fora de órbita, num mundo só dela. 

— Meu pai tinha um gosto antiquado, mas admito que ficou linda. — Concordei. — Mas essa é minha casa apenas temporariamente. Pretendo ficar com Sally durante essa temporada e a próxima voltarei para meu apartamento no centro. 

— Fez certo em ficar com ela durante esse tempo de luto, ela é tão doce, se sentiria muito solitária. — Sorri com suas palavras.  

Logo, nossa atenção foi chamada para mais um carro que estacionava perto do gramado de nossa casa, e de lá saía o loiro Luke, com um rosto conformista e olhar cabisbaixo. 

— Vamos entrando? — Ele sugeriu e foi seguido por mim e Annabeth.  

Todos sentaram-se, minha mãe em uma ponta da mesa e Luke na outra. Annabeth sentou-se ao meu lado e Jason próximo de Thalia, frente para nós dois. 

— É um prazer receber a família e amigos nesta noite. Tivemos perdas importantes esse ano e gostaria de honrar Poseidon Olympius e Frederick Chase, dois pais e homens honrados que foram nos tirados. — Sally discursou, com a voz embargada. — É importante manter amigos próximos em momentos tristes assim. 

Luke pigarreou. 

— Sally, posso lhe interromper um segundo. — Ele disse se levantando, e minha mãe assentiu. — O nome de minha mãe era May. Ela me criou sozinha, foi dedicada e forte, me lembra muito você, Sally. 

Minha mãe sorriu, com os olhos beirando as lágrimas. 

— Como alguns aqui sabem, ela tinha problemas psicológicos e estava internada. — Ele olhava para as próprias mãos, que estavam entrelaçadas com as de Thalia, que o observava temerosa. — Me ligaram hoje do hospital, lamentando sua morte. 

Todos na sala soltaram suspiros pesados. Observei Annabeth, que tinha lágrimas escorrendo pelas bochechas. Segurei sua mão, por baixo da mesa. 

— Ela sempre dizia que eu era guloso, por comer muitos biscoitos com leite quando era criança. — Ele sorriu, mesmo com as lágrimas na face. — Depois de velho, pesquisei o real significado de gula, e quer dizer aquele que lhe falta domínio próprio. Ela sempre esteve certa, pois nunca consegui esconder o que sentia e nem o que fazia, sempre fui um livro aberto, mesmo querendo me retrair. 

Luke parou de falar e olhou para todos. 

— Vocês são minha única família agora. — Ele terminou de dizer.  

Thalia deixou escapar um soluço e se levantou para abraçá-lo, todos na mesa fizeram o mesmo, desejando pêsames e sentando em seguida. Luke não falou mais nada, escutou o emocionante discurso final de Sally e aceitou o convite para partir o peru daquele ano. 

Todos fizeram suas gratificações, dessa vez em silêncio e durante um minuto, em homenagem à May Castellan. Após o jantar, Jason partiu, e enquanto eu e Annabeth ajudávamos minha mãe na desarrumação do jantar, observei Thalia e Luke saírem juntos para o jardim. 

Foi um ano difícil para todos os presentes no jantar, mas tinha a esperança que nos reergueríamos.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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