Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 5
Sufocada!


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767717/chapter/5

Na manhã seguinte tomei coragem para interrogar a senhora Johnson. Nada, nem ninguém me fariam esquecer o que fora confidenciado entre meus pais. Existia um fato, de muita importância, na minha liberdade rápida e, sem sombra de dúvidas, não fora obra de um bom advogado, muito menos privilégio de uma fiança.

—A Brigitte perguntou por você, Stella. Ela fez algo errado para não vir mais aqui?

Peter estava mais interessado na vida alheia que no próprio cereal.

—A Brigitte e a Stella estão de castigo. – Falou minha mãe, sem me olhar.

—Nossa! – Disseram os gêmeos, chocados, e, ao mesmo tempo, divertidos.

—A Brigitte não pode está de castigo por não poder vir na minha casa.

—Ela está de castigo pelo mesmo motivo que você está. – Disse minha mãe, sem rodeios. –A delegada Ross pode não saber quem é a garota que estava com você, mas Eu sei, perfeitamente, que se trata de Brigitte. – Ela estava mais séria que o normal. –Está na hora de ir para a escola. Cuidado na rua. – Despediu-se dos gêmeos.

Meu pai pegara Lucy do carrinho e a levara para o quarto, ficando apenas minha mãe e Eu.

—Vamos mesmo nos mudar? – Perguntei pensativa.

—É o mais prudente. Não quero que seus ‘amiguinhos’ te influencie de novo.

—‘Eles’ não são meus amiguinhos. – Minha mãe estava longe de acreditar em mim. –O que você fez para me tirar da delegacia tão rápido? – O assunto ganhou notoriedade para ela. –Você disse que me tiraria daquela droga de lugar nem que tivesse que enterrar todo o seu orgulho. – Ela ficara inquieta. –A quem você recorreu?

—Um amigo, que é advogado me ajudou.

Ela estava mentindo! Minha mãe não tinha mais amigos e, mesmo se tivesse, ela tinha perdido contato com eles, ao longo dos anos.
Constatar tal coisa só me fez aumentar minha curiosidade. De certo, ela queria ocultar qualquer vestígio de ligação com o dono da mansão invadida, porém, minha mãe não sabia que Eu já estava interagindo com seu segredo, e obviamente, iria atrás de uma explicação cabível.

—____________________ᵜᵜᵜ_____________________

Na companhia de um velho tablet, esquecido há um ano dentro de uma caixa de sapato, debaixo da cama, busquei na internet o endereço da mansão que estive. Para a minha completa surpresa, a residência pertencia à família Griffin, muito conhecidos no ramo de construção civil.

—Endereço da empresa... – Anotei o endereço.
 Eu estava mesmo disposta a ir até àquelas pessoas. Chegaria até eles com o propósito de me desculpar, em seguida, agradeceria por terem atendido ao pedido da minha mãe, logo após, questionaria a ligação entre eles. Para mim, o milionário Griffin fazia parte do passado da juventude da minha mãe, um amigo que ela tivera e que, por coincidência, se reencontraram pelo triste acaso da vida.

Por volta de uma e meia da tarde meus irmãos chegaram em casa. Eu os sondei; precisava de uma favor deles, embora os pestinhas fossem relutantes a qualquer tipo de favor sem ter algo que valesse a pena em troca.

—Preciso de um favor.

—Que tipo de favor? – Indagou Anna, muito interessada.

—Se nossa mãe perguntar se Eu sair de casa hoje, vocês dirão que não.

—O que a gente ganha em troca?

—Qual é, Peter Jr? Sou Eu que leva água para vocês todas as noites, sem contar os deveres de casa, as roupas sujas espalhadas, e o chocolate extra todos os domingos. – Eles refletiram. –Não podem retribuir minhas gentilezas? – Eles se entreolharam.

—Está bem. – Disseram meio desanimados.

—Mas você não pode demorar. Não gostamos de trocar a fralda da Lucy. – Disse Anna.

—Amo vocês! Não demoro! – Saí apressada, embora temesse mais um castigo.

—________________ᵜᵜᵜ___________________

A fachada do grande edifício comercial me intimidava. Desde minhas roupas simples até minha linguagem popular me passavam insegurança. Definitivamente Eu não estava pronta para está ali, mas terrivelmente impulsionada a está. Era tarde para voltar, muito tarde, entretanto, também era cedo para dá um grande passo.

—Posso ajudá-la?

Um segurança se aproximou. Era nítida sua desconfiança sobre mim.

—Ah, sim. – Fui a ele. –Vim marcar uma entrevista.

Ele me avaliou de cima abaixo. –Tem horário marcado?

—Moço... – Respirei fundo. Não seria nada fácil driblar aquele homem cheio de superioridade. –Só vim marcar uma entrevista. Eu não sabia que precisava marcar um horário antes.

—Sem um horário agendado ninguém pode entrar.

Ele me deu as costas, encerrando nosso curto diálogo.
Decepcionada, ergui a cabeça, focada no último andar do prédio gigante. Eu queria desistir, e era o mais sábio a fazer, no entanto, não era tão fácil. Algo me motivava a procurar o senhor Griffin. Por alguma razão desconhecida, Eu queria mesmo conhecê-lo.

—Diga que a filha de Kimberly Evans está aqui.

Enchi-me de segurança. Se o senhor Griffin fora um amigo da minha mãe, ele não se negaria receber a filha da mesma.

—Ninguém ligado a família dessa senhora pode entrar nesse edifício. Ordens do senhor Griffin.  – Disse convicto. –Retire-se daqui ou chamarei a polícia!

Aturdida, dei passos involuntários para trás. Eu havia causado um mal-estar irreparável entre minha mãe e seu antigo amigo. Eu nunca me perdoaria por ter sido tão irresponsável e imatura.

—________________ᵜᵜᵜ_______________

Quando a casa ficara em completo silêncio, achei que era hora de contar a minha mãe sobre minha visita ao edifício Griffin. Eu não queria carregar mais um fardo de culpa.

—Mãe... – Ela se virou rapidamente para mim, mas se manteve concentrada nas roupas passadas. –Tenho que te confessar uma coisa. –Não senti medo, só vontade de me livrar da minha desobediência. –Fui ao edifício Griffin hoje.

Ela manteve-se estática. Nada disse, tampouco se mexeu.

—Fui proibida de entrar. – Confessei com pesar. –Eu só queria pedi perdão por ter invadido a casa ‘dele’ e... Eu queria agradecer por ele ter te ouvido. – Ela continuou estática. –Mas... o seu amigo parece me odiar agora. Eu não o culpo, afinal...

—Meu amor!

Aos prantos, minha mãe me abraçou fortemente. Nada entendi, sequer esperava seu contato maternal.

—Não aconteceu nada. – Tentei acalmá-la. –Não ligo se esse tal de Griffin me odeia. – Ela continuou chorando. –Ainda assim, serei eternamente grata por sua ajuda.

—Stella... – Ela sussurrou, acalmando-se. –Eu queria muito, de verdade, falar com você desse jeito que você está falando comigo, mas... – Ela acariciou meu rosto, e logo após se afastou. –Não consigo. – Minha mãe voltou a chorar, embora mais contida. –Você não tem culpa de nada. Eu que sou egoísta com você, sempre fui! – Ela se afastou até encontrar a porta atrás de si. –Espero que um dia você me perdoe!

—Perdoar? – Indaguei aturdida. –Perdoar o quê?

A resposta foi a porta fechada com força.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Stella" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.