Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 44
Publicação


Notas iniciais do capítulo

Demorei para voltar, pessoas! Ufa! Acho que vcs nem se lembram mais onde parei, né? Desculpem a sumida, pretendo atualizar os caps com mais rapidez! Beijos!



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Eram muitas coisas para resolver e isso se tornava cada vez mais impossível.
Meus olhos estavam abertos para o passado de Kristen, a verdade sobre a vida dela não me era mais desconhecida, porém, a euforia de ter em mãos uma grande revelação não me foi concebida. No final das contas, Kristen não passava de uma mulher envolvida pela má sorte de ter tido um marido ruim que, consequentemente, morreu de forma trágica pelas mãos do próprio filho. O que havia de interessante nisso? Absolutamente nada. Cabia a meu pai se divorciar dela, por que ele não a ama, e nós seguiremos em frente. Mas, preciso admitir para mim mesma que foi a frieza da minha vó que está me martirizando. Ela foi a responsável por acabar com a relação dos meus pais e agiu, unicamente, por capricho.
O fato de Eu amá-la me assusta muito, por que será mais difícil tomar uma decisão em relação a ela, embora seja certo pensar que não pouparei Katherine Griffin de um castigo, mesmo que ao mesmo tempo Eu também seja castigada.

—Um passarinho me contou que a moça mais bonita de New York está triste. – Assustada fiquei quando Dylan surgiu na minha frente, com um buquê de flores.

—O que faz aqui? – Fiquei animada com sua presença.

—Vim convidá-la para sairmos. – Disse me entregando as flores.

—Obrigada. – Sorri apreciando as flores. –Minha avó te ligou, não é?

—Dessa vez não. Vim por que... senti saudade de você.

Olhei seus olhos fixamente, mas me senti constrangida. Não era mais a mesma coisa de quando o conheci. Era quase que proibido e indecente deixa-lo flertar comigo, pois Eu já estava me sentindo seriamente envolvida com Bryan. Ele precisa saber o que estava acontecendo.

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—Você está sempre de bom humor. Isso me inveja. – Sorri levando o garfo à boca.

—O segredo é encarar a vida com leveza. – Gabou-se.

—Acredito que as pessoas tentam levar a vida dessa forma, mas... às vezes não depende de nós obtermos essa meta. Eu, por exemplo, não encontro mais equilíbrio para o meu dia a dia. É tão conturbado me dá conta disso que me assusta.

Dylan respirou fundo, me observava como se tivesse desvendando os segredos da minha alma.

—Quer falar sobre os seus problemas?

—Você não veio aqui ouvir coisas ruins, então...

—Stella, pode confiar em mim.

Sua mão repousou sobre a minha. Aquele simples gesto me trouxe paz. Eu tinha um amigo para contar naquele momento.

—Obrigada. Sinto que posso realmente confiar em você, mas... não quero estragar nossa refeição falando de...

De repente, Bryan adentrou o restaurante, acompanhado de um grupo de executivos.

—Se isso acontecer mais uma vez, vou acabar pensando que Bryan está nos seguindo.

Dylan falou de bom humor, embora não tirasse os olhos de onde Bryan estava.

—Ele está muito sério. – Notei. –Essas reuniões nem sempre são agradáveis para ele e William.

Dylan soltou um sorrisinho irônico.

—Para um passado cheio de dificuldades, é interessante pensar que ele se deu bem na vida. – Comentou, pensativo. –Não é todo dia que um milionário enxerga um garoto problemático como filho.

—Conhece o passado do Bryan?

—Ouvi sua avó falando sobre ele. – Disse sem demonstrar entusiasmo. –Agora que você chegou na vida de William, Bryan não é mais visto como um possível herdeiro. – Observou, encarando Bryan fixamente, enquanto o mesmo conversava sem se dá conta que estávamos no mesmo lugar que ele. –O fato de você considera-lo um amigo é surpreendente.

—Por que seria?

—William considera ambos. Então, quem será o filho escolhido?

—Prefiro não pensar que haja uma escolha da parte do meu pai.

—Está me dizendo que, tudo bem vocês dois dividirem a fortuna dos Griffin? – Perguntou espantado.

—Por mim, não haveria problema. – Brinquei com o espanto de Dylan. –Você não dividiria seu dinheiro com um irmão ou irmã que surgisse de repente na sua vida?

—Não é o mesmo caso. Bryan e você não tem nenhum vínculo de sangue.

—Nesse caso, prevalecerá a vontade do meu pai. O que ele decidir, será feito.

Resolvi ir mais a fundo em minhas confissões, seria uma maneira de sondar Dylan.

—Sinceramente, sou apenas uma herdeira. Em nada contribuí para fazer o dinheiro da minha família render mais de um milhão de dólares por ano, no entanto, Bryan está o tempo todo ao lado do meu pai, trabalhando duro. – Naquele momento, Bryan bocejou discretamente. Seu cansaço era evidente. –Do fundo do meu coração, valorizo os esforços dele e o vejo como um merecedor.

Dylan bateu palmas, ele manteve o sorriso. – Eu queria que você me elogiasse dessa forma um dia. – Engoli a seco, desconcertada. –Podemos, finalmente, falar sobre você e... Bryan?

Desde quando meus sentimentos se tornaram uma placa fluorescente?

—O que você quer saber? – Indaguei pronta para responder qualquer pergunta invasiva.

—Você está apaixonada por ele, certo?

Respirei fundo. –Certo. – Respondi tirando um peso das minhas costas.

—Devo me preocupar com isso? – Perguntou me deixando confusa. –As pessoas se apaixonam o tempo todo e da mesma forma deixam de amar.

—Está tentando dizer que você não se importa o quanto tenha que esperar por meus sentimentos? – Ele manteve o sorriso. –Dylan, isso é muito frustrante, você não acha?

—Por que seria frustrante? A decisão é minha. Os riscos são meus. Você não me deve nada.

—Mas... não concordo com a ideia de fazê-lo esperar, sendo que até mesmo Eu estou à espera de sentimentos que se tornem correspondidos.

—Você também resolveu correr riscos.

—Mas... Eu sei que, de alguma forma, o Bryan me corresponde. – Nossa conversa estava se tornando indigesta.

—Ele não a ama. – Disparou como um raio certeiro. –Você se tornou um negócio triunfante na vida do Bryan.

—Do que está falando?

—Ora, Stella! É muito óbvio! Com você ao lado dele, William não pensaria duas vezes para deixar parte da herança para o enteado.

—Você não tem ideia do que está falando.

—Sei que você vai se zangar e, provavelmente, está me odiando por dizer essas coisas, mas esta é a mais pura verdade. – Disse convicto. –Acontece que muitas pessoas já sabem sobre você e especulam coisas a seu respeito. – Ele estendeu uma revista para mim, Bryan e Eu estávamos na capa, envolvidos como dois amantes. –Leia. Aqui diz que a futura herdeira Griffin está se relacionando amorosamente com o irmão postiço. – Meus olhos tremiam de espanto. –E Bryan a conquistou estando noivo de Grace e é bem interessante pensar que ele terminou com a garota recentemente, depois de ter certeza que você foi finalmente fisgada.

—Como? – Falei em um sopro de voz. –Como essa foto foi parar aqui?

A foto foi tirada no dia que Byan e Eu fomos à praia.

—Não está óbvio? Bryan pagou a alguém para tirar essas fotos comprometedoras.

—Ele não seria capaz de... – Afastado de mim, Bryan blindava aos risos com seus amigos.

—Não estamos falando de um casal de celebridades, Stella, mas de você e Bryan, na companhia um do outro em um dia ensolarado. A quem mais interessaria essa foto senão a ele?

Cheia de raiva e confusa, peguei a bolsa.

—Onde você vai?

Caminhei em direção a Bryan, mantendo o olhar sério. Ao chegar perto dele o suficiente, atirei a revista aberta na mesa.

—O que significa isso?

Bryan se espantou com minha chegada eufórica. Seus olhos castanhos encontraram nossa imagem ocupando uma página da revista.

—Nossa! Bryan, essa é sua irmãzinha?

Um rapaz me observou de cima abaixo. Enojada com seu sorriso, catei uma taça de vinho cheia e atirei contra o homem. O restaurante todo parou para nos observar.

—Alguém aqui quer fazer mais piada? – Segurei uma garrafa de vinho, ameaçadoramente.

—Stella, se acalme. – Pediu Dylan, tentando apaziguar a situação. –Aqui não é o lugar para isso.

—O que está acontecendo? – Indagou Bryan, fingindo ser uma vítima das podridões escritas em uma página inteira.

—Não se faça de desentendido! Ninguém sabia que estávamos lá!

—O que está insinuando agora?

—Que você armou tudo! – Dei as costas para ele, à procura da saída.

—Como Eu iria armar isso se foi você que me convidou para ir à praia aquele dia? – Perguntou me seguindo.

—Você é uma pessoa influente, deve ter estalado os dedos para um fotógrafo aparecer e tirar fotos nossas! – Bryan segurou meu braço, fazendo que Eu parasse.

—Você precisa se acalmar e me ouvir.

Virei para ele, com rosto banhando de lágrimas.

—O que mais contou para eles? – Sorri, desdenhosa. –Também contou que quase transamos na dispensa? – Não me importava mais manter a pose de garota rica. –Você quase me convenceu, Bryan. – Segui em frente, cheia de angústia.

Ao abrir a porta do restaurante, muitas pessoas com máquina fotográfica e microfones me cercaram.

Você é a herdeira Griffin?

—Há quanto tempo está se relacionando com o seu irmão?

—Bryan é seu namorado?

—Deixe-a em paz, seus abutres! – Dylan me ajudou a chegar ao carro. –Vou te tirar daqui. Você vai ficar bem.

Em torno de dez minutos, meu celular começou a tocar. Por mais que Eu ignorasse, ele não parava de tocar.

—Sua vó deve está preocupada com você.

—É minha mãe. – Falei, sabendo que era ela. –Por que o Bryan fez isso? Ele sabe dos meus sentimentos por ele. Sabe que não seria nenhum problema para que Eu dissesse ao mundo que o amo! Mas... – Cocei as têmporas. –Ele escolheu me ridicularizar publicamente! – Estremeci de raiva. –Se ele acha que depois de tudo isso William vai deixa-lo ficar por perto está muito enganado! – Por mais que Eu pensasse naquela confusão, algo não parecia se encaixar.

—Ele se tornou confiante demais em relação aos seus sentimentos por ele. A meu ver, ele só quis garantir que você não escaparia. – Disse Dylan, seriamente enquanto dirigia. –Não há melhor oportunidade que essa para você se afastar do Bryan, Stella. Definitivamente.


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