Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 42
Eu faria tudo de novo?


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. Estou aproveitando o tempo extra!
Beijos!



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—Corri para cá mais rápido que o super-homem!

—Oi, amiga!

—Oi! – Demos um forte abraço. –Cara! Isso sim que é um quarto! – Depois de afofar o travesseiro, Brigitte se jogou na cama. –Cadê a gente dessa casa?

—William e Bryan estão na empresa. Kristen está dormindo, como sempre. Stephany deve está na casa do namorado e a minha avó está na piscina.

—É estranho ouvir você dizer ‘minha avó’.

—Pois é. Foi estranho para mim também. – Dei de ombros. –Acho que já me adaptei a ter Katherine Griffin como a minha avó.

—A coroa está adorando a ideia de ter uma neta. Você já deveria ter se adaptado a ela.

—Você não conhece a minha avó. Ela faz de tudo para me controlar e isso é muito irritante. – Recordei o momento que tivemos juntas na piscina. –Ela é do tipo que quer ver a neta entrar virgem na igreja, com o homem perfeito como marido!

Brigitte riu da minha sina.

—Você faz esse gênero tradicional, Stella. – Olhou-me certa do que dizia. –Você nunca deu o primeiro passo para ser uma mulher adulta.

—Acho que vou ter que desapontá-la. – Minhas bochechas coraram violentamente.

—Aconteceu? – Perguntou Brigitte, sobressaltada. –Com quem?

—Relaxa! Ainda não aconteceu nada!

—Ainda? – Ela se sentou na cama, me obrigando a imitá-la. –É o Bryan, não é?

—Ai, Brigitte! – Levei a mão ao rosto, sem saber como contaria a ela minha ousadia. –Fui um pouco além dos limites.

—Conta tudo, sua cretina! Escondendo o babado de mim todo esse tempo? – Ela deu um tapa de leve no meu braço.

—Já disse para você relaxar! – Respirei fundo, olhando os arredores do quarto. –Ele gosta realmente de mim.

—Ele te disse isso?

—Tivemos uma conversa franca.

—E aí? Estão namorando? – Perguntou no ápice da curiosidade.

—Não. – Confessei decepcionada. –Ainda há muitos empecilhos entre a gente.

—E o que isso significa?

—Significa que... não sei o que vai acontecer. – Unir os dedos, ansiosa pela visão clara do meu futuro. –Mas... ele está me correspondendo.

—Uh! Já sei! Estão se agarrando às escondidas, não é? – Balancei a cabeça, envergonhada. –Stella, o que vocês andaram aprontando?

—Melhor perguntar o que Eu andei aprontando.

—Você? – Ela riu alto. –Você se esfregou mais do que devia no seu ‘irmão’?

—Mostrei os peitos para ele! – Brigitte me observou confusa. –Você me disse que isso é normal quando a garota tem certeza de que vai perder a virgindade com o cara que gosta.

—Sim, mas... era o momento certo?

—Estávamos na despensa, só nós dois...

—Espera! – Ela ficou de joelhos. –Vocês estavam na despensa?

—Ele me abordou para falar sobre a mãe dele e ficamos por lá.

—Ok. Então... Você queria perder a virgindade dentro de uma despensa? – Ela bem que tentou se controlar, mas acabou gargalhando da minha cara. –Você tá me sacaneando, não tá?

—Dá pra parar de rir?

—Desculpa, é que... – Brigitte se esforçou para não continuar rindo. –Cara! Você mora em uma mansão! Poderia ter escolhido qualquer lugar menos a despensa de alimentos! Além disso, o próprio Bryan poderia ter levado você para um motel de luxo.

—É fácil planejar quando não está vivendo as reações enlouquecidas dos hormônios!

Fiquei chateada com minha atitude. Pensando bem, foi a pior maneira de me expressar romanticamente.

—Vamos pular essa parte da localização. Agora, me conta como foi.

—Não tenho coragem de revelar detalhes.

—Uh. – Brigitte me olhou sorrateira. –Ele lambeu seus peitos, não é?

—Cala a boca! – Tampei a boca dela. –Tem que me prometer que jamais contará isso para outra pessoa!

—Você sabe que sou de confiança. – Disse mostrando a língua. –Cedo ou tarde todos irão saber que você tá dando uns pegas no enteado do seu pai.

—Minha avó já desconfia. – Suspirei alto. –Ela sabe que gosto do Bryan, mas não aprova meus sentimentos por ele.

—E daí? – Deu de ombros. –As pessoas estão sempre sendo contra a tudo mesmo! – Ela estava certa, apropriadamente. –O que o Bryan acha de tudo isso que está acontecendo entre vocês?

Pensei a respeito. Eu estava tão perdida quanto ele.

—Ele se sente muito pressionado e isso me deixa frustrada. Para piorar a situação, contei a ele que Katherine está fazendo planos de me ver casada com Dylan, um jovem neto de seus amigos de longa data.

—Não se conta uma coisa dessas ao cara que você gosta!

—Foi muito sem noção da minha parte, mas só fiz isso para ele tomar uma atitude!

—Mostrar os seios a ele também foi parte do seu desespero?

—Eu estava na adrenalina do momento!

—Ok! Não se culpe mais! Está feito, agora, você tem que lidar com o fato de que... – Procurou a melhor palavra para descrever minha loucura. –Você sabe.

—Ah, meu Deus! E o que vou fazer agora? – Perguntei horrorizada. –Como vou olhar nos olhos de Bryan? – Ocorreu-me algo. –Ele deve está me achando uma vadia tarada!

—Não. Eu acho que ele está pensando carinhosamente em você, nesse exato momento.

Eu realmente não estava me concentrando em bons pensamentos. Passado a adrenalina e os impulsos que me fizeram ser uma garota mau criada, acabei reprovando minha atitude afoita. Ainda assim, de forma alguma, consegui parar de pensar naquele momento. Por que foi tão errado e ao mesmo tempo tão bom?
Envolvida em devaneios, balancei a cabeça negativamente, no entanto, atrevi a me perguntar se Eu teria coragem de fazer aquilo novamente e a resposta foi um sim.

—A minha mãe vai fazer uma festinha amanhã.

—Hã? – Brigitte estava tão distraída com joias e roupas que não percebeu minha distração. –Não vai dar. Minha família vai chegar nesse fim de semana, além do mais, preciso conversar com William sobre Katherine.

—Por que não deixa eles se resolverem?

—Isso não vai acontecer sem um empurrãozinho.

—Eu, hein! Ser mediadora de problemas quando se tem um guarda-roupas desse!

De repente, passei a invejar a vida simples que minha amiga tinha; como Eu costumava ter quando os Griffin viviam anos luz da minha humilde vida.

—Por que não fica aqui? Amanhã o motorista te levará para casa. – Sugeri animada.

—Eu adoraria, mas tenho uma festa para ir hoje. – Disse empolgada. –Não que sua companhia seja inferior a uma festa.

—Relaxa. – Fui às roupas jogadas na cama. –Gostou de alguma coisa?

—Gostei, mas esse estilo não combina comigo.

—Nem comigo, mas já me acostumei. – Confessei encabulada. –O que vai fazer à tarde?

—Vou sair com o meu namorado.

—Ah!

—Não fica assim! – Apertou minhas bochechas. –Prometo que veio passar o próximo final de semana com você!

—Vou cobrar todo esse entusiasmo.

Ela procurou o celular, perdido na pilha de roupa.

—Você vai ficar bem? – Dei um sorriso forçado. –Quer saber? Se Eu fosse você não esquentava a cabeça com esses ricos metidos. Você tem que viver a sua vida e que se dane o resto!

—Adoro sua filosofia.

A verdade era que, na prática, a vida real tinha uma filosofia nada convincente.


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