Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 41
Sei o que Eu quero!


Notas iniciais do capítulo

Voltei pessoas!
Esse cap. está um pouco fora do comum que os demais, exatamente por que Stella e Bryan estão quase que... incontroláveis agora. rsrs
Beijos!



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Não vou mentir. Eu já havia sonhado e até mesmo fantasiado aquele beijo, mas, de fato, ele estava mesmo acontecendo, e não poderia ser mais perfeito. Talvez fosse a veracidade dos fatos, juntamente com os erros contidos nele que estivesse fazendo aquele momento ser único e jamais vivido com outra pessoa. Era Bryan o homem que Eu estava beijando; aquele que Eu deveria me afastar e não me unir romanticamente. Mas, como Eu faria isso? Como Bryan faria? Eu o via tão culpado quanto Eu, afinal, era o meu beijo e minhas carícias que ele estava respondendo.

—Stella...

Falou meu nome, tentando se libertar do beijo que havia se tornado mais intenso. Então, com muita relutância ele se afastou de mim, e ficou a observar o canto escuro do quarto. Tive certeza que Bryan esperou que Eu saísse, porém aguardei até as últimas consequências dos nossos atos.

—Precisamos ser honestos um com o outro, não acha? – Passeei os dedos nos lábios, um tanto eufórica, embora contida aparentemente. –Está evidente que... – Engoli a seco. –Que estou apaixonada por você. – Fechei os olhos e soltei um suspiro que estava me sufocando. –Ainda me sinto estranha por... por cultivar esse sentimento por você, mas é algo que não posso mais evitar ou até mesmo conter. – O vi coçar a testa, em sinal de ansiedade e inquietude. –Pode parecer errado, mas a verdade é que...

—Não parece errado, é completamente errado. – Falou ainda de costas.

—Embora nossos pais estejam casados não temos nenhum parentesco. – Justifiquei indo a ele. –Além do mais, Eu não me importo com o que as pessoas irão falar sobre nós.

Quando cheguei perto dele, não consegui, sequer, tocar suas costas.

—Eu tentei, de verdade, ir morar com a Grace. – Confessou, arredio às minhas emoções momentâneas. –Mas, ela acabou percebendo que Eu só estava procurando a melhor maneira para me afastar de você. – Senti um êxtase de felicidade explodir o meu peito. –Achei que ela faria um escândalo, mas Grace encarregou nossas famílias de fazer isso por ela. – Meu sorriso desapareceu.

—Como você pode achar que não daríamos certo se nem mesmo tentamos?

—Tentar? – Ele se virou para mim. –Não vamos tentar ficar juntos. Isso nem mesmo se passou pela minha cabeça.

—Não acredito em você! – Acusei irritada. –Por que você me beijaria se isso soa tão errado?

—Foi algo impensado.

—Não vem com essa pra cima de mim, Bryan! Não vai colar!

Ele se viu sem saída. –Você quer saber se Eu gosto de você? É. Eu gosto de você, pra caramba! Quer saber se Eu gostaria de ficar com você? Eu gostaria sim, mas isso não vai acontecer! – Ele foi categórico em destacar cada palavra. –Você é uma garota inteligente, por isso não fará o menor sentido se iludir com a realidade que estamos agora.

—É por causa do dinheiro dos Griffin que estamos agindo como inimigos. Quer saber? Eu deveria mesmo renunciar toda essa grana e viver uma vida de verdade!

—E todos pensariam que sou Eu a influenciá-la. A sua avó seria a primeira a mim acusar. E não podemos nos esquecer de William, completamente atordoado entre confrontos de mãe e esposa.

—Ele confia em você, Bryan. William não o veria como um aproveitador. – Não era só Eu a ter aquela dúvida. –Talvez, ele acabe implicando por questões afetivas em relação a você, por que o ver como um filho, mas ele não veria maldade e ganância em seus sentimentos.

—Stella, não me confunda. Isso não está certo. – Procurando a melhor forma de encerrarmos nossas confissões, ele observou o relógio. –É melhor você ir.

Respirei fundo, ainda decidida a não encerrar aquela conversa. –Eu vou, mas não vou desistir de você. –Bryan ficara confuso com minha persistência. –Eu esqueceria esse beijo se ele fosse insignificante, mas sabemos que ele significou muito para nós. – E me atrevi a beijá-lo novamente, de forma calma e um pouco tímida. –William e Kimberly tinham tudo para serem felizes, mas... eles resolveram desistir. Não sei se o que sentimos pelo outro chega ao nível do que os meus pais sentiram, porém, Eu sei que nossos sentimentos são verdadeiros e Eu sinto que valerá a pena lutar por eles.

Eu o beijei novamente, pronta para deixa-lo impactado com minhas expectativas.

Enquanto caminhava até meu quarto, sorri ao lembrar de momentos que tinha vivenciado recentemente.  Eu nunca havia me confessado para alguém antes e, confesso, tudo que imaginei ser complicado em confissões amorosas iam além da imaginação.

—Não foi tão ruim assim.

Falei em voz alta, alcançando a maçaneta.

—O que fazia no quarto do meu filho?

Kristen não me deu tempo para flagrá-la atrás de mim. Ela praticamente me empurrou para dentro do quarto e trancou a porta.

—Sua louca! Você quer quebrar o meu braço?

—O que estava fazendo no quarto do Bryan?

—Por que quer saber? – Provoquei ela.

—Menina, não me provoque!

—É você que está me provocando! – Furiosa, atirei minha sandália nela, que, por pouco, não acertou a cabeça dela. –Errei de propósito. Dá próxima vez vou acertar a sua boca!

—Você pode está deslumbrante, mas nunca deixará de ser uma mau educada barraqueira.

—Você deve entender disso bem já que também veio do gueto. – Rir da cara dela, deliciosamente. –Como fez para se casar com o meu pai, Kristen? Que ‘artimanhas’ você usou para seduzi-lo?

—As mesmas artimanhas que sua mãe usou, mas as minhas foram bem feitas!

—Não ouse falar da minha mãe!

—Relaxa, criança. – Seus olhos azuis me encaravam com ódio. –Você conseguiu acabar com o relacionamento do meu filho.

—É. Ele acabou de me contar. – Sorri, passeando os dedos entre os lábios.

—Está se comportando como uma vagabunda debaixo do teto do seu próprio pai!

—Você não deveria falar assim com sua futura nora.

—Prefiro ver o meu filho morto ao vê-lo se casar com você!

—Deus poderá castiga-la por essas palavras dura, Kristen.

—Meu castigo é tê-la nessa casa!

Cruzei os braços, entediada. –Veio para mim dizer coisas que já sei?

—Eu vim para fazer você entender que não quero vê-la perto do meu filho!

—É muito tarde para dizer isso. – Joguei-me sobre a cama, cruzando as pernas.

—O que houve naquele quarto? – Perguntou preocupada.

—Sei lá, talvez... tudo o que não acontece no seu quarto? Ops! – Levei a mão à boca, fingindo arrependimento.

—Bryan não tocou em você. Conheço muito bem o meu filho! – Olhei-a provocativa, fazendo-a entrar em conflito com a dúvida.

—Por que não aceita logo que seu filho está louco por mim?

—Não se iluda, minha querida. – Ela riu. –Você é o tipo de passatempo que atrai homens na idade dele.

—Então, do que você tem medo? – Indaguei sorridente. –Você está atrapalhando o meu descanso. Preciso repor minhas energias.

Kristen foi induzida a acreditar que Bryan e Eu tínhamos transado. Sem ter mais o que dizer, ela se considerou perdedora da batalha e saiu do meu quarto, batendo a porta fortemente.

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O dia estava radiante. De bom humor, pus o meu melhor biquíni para tomar sol.

—Acordou muito cedo hoje.

Katherine se juntou a mim, usando um vestido leve.

—Bom dia. – Tirei os óculos de sol. –Adoro o verão de New York. – Falei ajeitando a parte de baixo do biquíni.

—Uh. Não acha que esse biquíni está apertado demais em seus seios?

—Eles incharam por causa do ciclo menstrual.

—Você menstruou a semana passada.

—Está bem, vó! Vou comprar um biquíni maior! – Ela me deixava louca às vezes. –O que vai fazer agora?

—Sobre o quê?

—Sobre William.

—Nada, por enquanto. – Pôs os óculos de sol. –Vou me concentrar em descobrir todo o passado de Kristen.  – Disse com cara de quem ia aprontar algo muito feio. –A propósito, você deveria aproveitar o interesse do enteado do seu pai em você e extrair o máximo de informação que puder. – Olhei-a sobressaltada. –Ficou evidente que você o atrai.

—Eu jamais faria isso! – Sentei na cadeira de sol, observando a cara de decepção da minha avó. –Não vou envolver o Bryan nisso!

—Você já o envolveu, não acha? Não pense que ninguém viu você entrando no quarto dele ontem! Eu vi! Tive que me conter para não arrastá-la de lá! Fiz isso para não ridicularizar o seu pai!

—A senhora... – Levantei, horrorizada. –Acha que transei com ele?

—Isso é pergunta de fazer para a sua avó?

—A senhora está pensando o pior de mim! – Cocei as têmporas. –Não que Eu ache que sexo seja uma coisa horrível, mas ainda não é o meu caso, tá legal? – Peguei a toalha e cobri parte do meu corpo. –E só para esclarecer. Não seria vulgar se Eu tivesse me entregado a Bryan, por que estamos apaixonados, mas ainda não é o momento certo.

—Ele está fazendo sua cabeça e fez isso no mínimo esforço!

Disse ela, me vendo partir a toda pressa.

Quando achei que poderia circular tranquilamente pela casa, esbarrei em Bryan.

—Pensei que você estivesse na empre... – Ele me conduziu para a dispensa. –O que está acontecendo? Por que estamos aqui?

—Você disse a minha mãe que transamos?

Mais um problema naquela manhã.

—Não disse nada. Ela que deduziu isso, por que me viu saindo do seu quarto. – Não era de toda verdade. –A Kristen e a Stephany sabem que gosto de você, já faz um tempo.

—Stella... – Bryan enfiou os dedos no cabelo muito bem penteado.

—E daí se ela pensar?

—Você tem ideia do que está dizendo?

—Estou! – Estávamos cochichando na dispensa. –Bryan, a sua mãe está...

—Vou procurar um apartamento ainda hoje.

—O quê? – Indaguei petrificada.

—Não podemos continuar assim! Isso vai fugir do nosso controle!

—Então, vamos assumir para todos que nos gostamos!

—Stella, você não está me ajudando.

—Estou te dando uma solução.

—Você está nos jogando precipício abaixo.

—É isso que meu amor por você significa? Uma queda certeira ao precipício? – Fiquei realmente ofendida, quase sem chão. –Você não vale tanto sacrifício assim!

—Espera! – Impediu-me de sair. –Desculpa. – Se desculpou observando minha cara de brava. –Minha mãe me deu prazo para me afastar de você.

—E você concordou, é claro. – Cruzei os braços. –Não acha que está muito grandinho para ficar seguindo as ordens da sua mãe? Foi assim com a Grace, agora comigo.

—Você realmente não está se importando com o que William vai pensar de nós, não é mesmo?

—Você só está preocupado com seu status de enteado correto. Acho que a probabilidade de William te expulsar de nossas vidas está começando a surtir efeito.

—Agora você está começando a ser egoísta e arrogante.

Encostei na prateleira, olhando-o fixamente.

—Você não se importaria se Dylan e Eu namorássemos?

Perguntei firmemente. Eu estava pronta para uma resposta objetiva.

—É o que você quer fazer?

—Você não respondeu a minha pergunta.

—Não acho que minha resposta vai influenciar a sua escolha.

—Não estou fazendo uma escolha, mas seguindo a lógica.

—Você apenas estaria fazendo o que a sua avó quer.

—A minha avó quer que Eu namore e me case com um cara livre de problemas e Dylan, aos olhos dela, é o candidato perfeito.

—Não é só isso que atrai a sua avó ao escolher o futuro marido da neta. O dinheiro e a posição social também conta, Eu diria mais que qualquer outra coisa. – Não desmentir seu ponto de vista. –Mesmo que fosse para Eu namorá-la, não preencho os requisitos primordiais para ser alguém importante na sua vida. Além de ser filho da mulher que Katherine detesta, não sou alguém importante como o Dylan. – Foi desconfortável ouvi-lo fazer tais comparações. –Não desprezo a senhora Katherine por isso, afinal ela quer o melhor para a única herdeira.

—É o que ela quer, Bryan, isso não significa que...

—Você vai pensar da mesma maneira também.

—Não fale por mim, tá legal? – Respirei fundo, à procura de uma única solução. –Preciso que você me prometa que vai esperar mais um pouco. – Ele não queria ser relutante a decisão de se mudar.

—Dois dias, então.

—Uma semana.

—Uma semana? – Perguntou surpreso. –Acha que nossas vidas irão se resolver em uma semana?

—Ah! Dois dias é um bom, certo? – Fui sarcástica. –Qual é o problema de está comigo? – Indaguei na defensiva. –Você tem medo de... levar a sua ‘irmã’ para a cama?

—Não me tente! – Ele me puxou pela cintura, minha toalha caiu no chão. –Você não é a minha irmã!

Nossos lábios se encontraram, incontidos e febris.

—Não para! — Gemi alto, sentindo o laço do meu biquíni se soltar da nuca.

—Stella, não! – Ele tentou se afastar, mas Eu não deixei.

—Você já os viu antes. – Tirei a parte de cima do biquíni, deixando meus seios à mostra. –Eu quero que você toque eles.

—Por que você quer que Eu faça isso?

—Eu não sei ao certo. Só quero que você faça.

Não era certo a proposta que Eu estava fazendo a ele, colocando-o em provação, porém, Eu estava decidida a amá-lo e ser amada por ele. Não seria ali que nós transaríamos, mas Eu queria dá a ele o gosto de sonhos e pensamentos que perambulava secretamente nossas mentes.

—Ah!!

Gemi alto quando suas mãos tocaram meus seios empinados, acariciando-os com suavidade.

—Posso ir além disso? – Perguntou no meu ouvido, sucumbido aquela loucura.

—Pode.— Sussurrei, provocativa.

Ele passou a distribuir beijos no meu pescoço e chupões, devagar, sem pressa, até alcançar meu seio direito, sedutoramente. Foi quase incontrolável não conter os gemidos que, até então, não haviam sido explorados por minha garganta. Ele continuou a sugar os meus seios, voltando a explorar a curva do meu pescoço, para depois me beijar em seguida. Quando o beijo cessou, ficamos a nos observar como se tivéssemos cometido um grande pecado, mas não era essa a mensagem que Eu queria passar a ele.

—Eu não preciso fazer o que a minha avó quer. Eu sei o que Eu quero e você também deveria saber o quer.

Vesti a parte de cima do biquíni, sob o olhar expressivo de Bryan. Arrumei a toalha na cintura, depois observei o homem que ainda estava descrente com minha atitude, e deixei a dispensa.

—Meu Deus! – Sorri eufórica. –Não acredito que fiz isso! – Contive minhas emoções ao sair em disparada ao quarto. –Cadê? – Ao entrar no quarto, procurei com euforia o celular. –Brigitte vai pirar quando souber disso!

 


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