Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 38
Jantar


Notas iniciais do capítulo

Voltei, gente! Desculpem a demora! Estou conciliando curso, casa e trabalho por isso a demora até Eu me organizar. Beijos!



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Muitas coisas tinham acontecido nos dias que passei em Los Angeles e muitas coisas iriam acontecer assim que Eu chegasse em New York. Está a caminho da minha terra natal, levando comigo minha avó e mais três pessoas que Eu mal conhecia, me fez refletir como, possivelmente, aquela ideia seria desastrosa. Entretanto, o intuito era esse.

—Você está muito séria hoje.

Saí dos devaneios, fixando o olhar em Dylan, enquanto ele dirigia a caminho do aeroporto.

—Estou tentando imaginar como William encarará o retorno da mãe na vida dele. – Cocei as têmporas, caindo na pilha de tanta pressão. –Sem falar que tem os meus pais de viagem marcada para New York e o Bryan... – Espontaneamente falei o nome de Bryan sem conseguir frear minhas palavras.

—O que tem o Bryan?

Dylan se interessou pelo que Eu ia dizer.

—Não é nada. – Com cara de alguém que fez uma grande besteira, fingi está inteiramente compenetrada no meu novo celular.

—Já faz muito tempo que Eu não o vejo.

—Vocês se conhecem? – Perguntei claramente confusa.

—Sim. Nos conhecemos no casamento de William e Kristen, e já nos esbarramos em eventos importantes, mas nunca fomos além de poucas trocas de palavras. – Eu o observava. –Bryan é um cara muito reservado, ao contrário de mim que gosta de fazer amizades.

—Uh. – Achei graça na comparação. –Não foi nada fácil me aproximar dele. – Dylan me olhou ligeiramente. –Ele me ajudou muito quando cheguei na casa de William. – A nostalgia se fez presente. –Mas... – Dei um longo suspiro. –Bryan está distante agora. – Entrelacei os dedos, cheia de ansiedade. –Ele mudou muito desde o momento que Kristen conseguiu fazer com que ele pensasse em casamento.

—Casamento? Bryan é muito jovem para se casar, a não ser que ele esteja perdidamente apaixonado.

—Acredite, não é o caso! – Dylan novamente me lançou um olhar de interesse. –Ele estava tão focado na carreira e, de repente...!

‘Stella, já parou para pensar que o Bryan está indo embora por sua causa?’ — A conversa aberta que tive com Brigitte me veio à tona. ‘Se você se apaixonou por ele, provavelmente ele se apaixonou por você também!’

—As pessoas mudam de ideia constantemente, mesmo se tratando de casamento. – Disse ele, me despertando. –Eu me considero jovem demais para se casar, no entanto, nada me impedirá de mudar o pensamento quando a garota ‘certa’ surgir na minha vida.

Lembrar o interesse romântico da minha avó entre Dylan e Eu me causou certo desconforto.

—Você pode está certo, mas não é o caso do Bryan. – Continuei argumentando algo que Dylan nada sabia a respeito. –Mas, não quero encher seus ouvidos falando da vida alheia. Podemos falar sobre a sua paixão por aviões.

Nossa conversa sobre aviões não demorou muito. Logo chegamos ao aeroporto e embarcamos.

—Está confortável, Stella? Precisa de alguma coisa?

—Estou bem. Obrigada. – Respondi à Florence, que estava atenta a seus convidados.

—Aviões me deixam um pouco nervoso. – Karl uniu as mãos trêmulas às mãos acolhedoras da esposa.

—É sempre assim. – Florence sorriu. –Estávamos pensando sobre nos estalarmos na casa de William. Esse momento é muito delicado para vocês, por isso, acredito que muita gente irá atrapalhá-los.

—Você não me engana, Florence! – Katherine bebeu todo champanhe da taça. –Está temerosa ao pensar nas discussões que presenciará. Você sempre foi calma demais para encarar fortes emoções!

—Conflitos familiares me deixam entristecida. – Se justificou. –Além disso, já faz um bom tempo que não vemos William. Será embaraçoso para todos esse reencontro! – Insistiu a mulher, também me fazendo refletir.

—O que você acha, Karl? – Katherine queria ouvir a opinião do velho amigo.

—Bem... – Ele estava tão pensativo quanto a esposa. –Florence tem razão. Antes de você dá mais um passo, minha amiga, deve repensar suas decisões.

Katherine entregou a taça para a moça de serviço de bordo, e pegou outra cheia.

—Não pensem que será fácil para mim voltar a pisar na casa que jurei nunca mais pôr os pés. – Todos os olhares estavam sobre ela. –Mas, minha vida familiar está bagunçada e Eu preciso mudar isso! – Ela deu um longo suspiro. –Preciso fazer algo há mais por meu filho e a minha neta, por que fui Eu a...

—Acho que já bebeu o suficiente. – Karl tirou a taça dela.

Completamente imóvel, fiquei a observar as lágrimas tímidas que caíam no rosto entristecido da minha avó. Vê-la naquele estado de nostalgia e culpa, me fez ter a malícia de pensar que, provavelmente, Katherine Griffin estava, de fato, envolvida na separação dos meus pais.

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—Ela tomou um calmante e dormiu.

Adentrei o quarto, olhando fixamente a mulher adormecida.

—Ela está bancando a durona, mas está claramente sem chão. – Estiquei o cobertor, aconchegando-o nela. –Acho que será melhor ficarmos aqui por enquanto.

—Claro! – Florence sorriu, me acompanhando para fora do quarto. –Amanhã será um novo dia! Mas, saiba que ficaríamos muito contentes se vocês ficassem aqui.

—Agradeço o convite, mas não podemos ficar. – O apartamento dos Goldenberg nos serviu de pausa naquela noite. –Parece que estou longe de New York há séculos! – Comentei distraída com a vista da sacada.

—Por que você e Dylan não saem para jantar? – Sugeriu Florence, certa de que era uma boa ideia.

—Acho uma ótima ideia! – De banho tomado, bem vestido e perfumado, Dylan surgiu na sacada.

—Vou dá uma acelerada no jantar. Com licença. – Florence saiu cantarolando.

—Quer mesmo ir a um restaurante? – Perguntei duvidosa.

—Você não parece interessada em me acompanhar. – Ele fez cara de choro, arrancando de mim um riso involuntário. –O que aconteceu enquanto Eu pilotava?

—Nada demais. Só estou um pouco tensa. – Não me senti à vontade para levar à Dylan minhas suspeitas. –Vou vestir algo elegante. Não demoro.

Apressada, fui às malas ainda arrumadas. Abri uma em especial, com pressa cacei o vestido perfeito para um jantar chique.

—Casual ou elegante? – Pus os vestidos lado a lado. –Discreta, mas sexy!

Estava decidido! Optei por um vestido rosa bebê, frente única, cintura marcada, e levemente decotado, acima do joelho.

—O cabelo! – Deixei os fios longos, agora incrivelmente sedosos, soltos. –Maquiagem! – Fiz uma maquiagem rápida, somente para realçar meus traços. –Sapatos! – Por incrível que pareça, acabei me habituando com as sandálias de salto. –Bolsa e partiu!

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Está em um restaurante com Dylan não era o mesmo que está na privacidade da casa dele. Tudo parecia muito íntimo e, às vezes, muito romântico.

—Gostou do lugar?

—Claro. É muito bonito aqui. – Um lustre gigantesco estava centralizado no meio do restaurante. –Vou pedir suco senão virão perguntar a minha idade. – Brinquei fazendo Dylan sorrir. –Fomos observados ao entrar.

—É por que formamos um casal bonito. – Olhei-o desajeitada. –Por que ficou rubra? Só foi uma maneira de dizer.

—Entendi. – Disfarcei o embaraço.

—Mas, tenho certeza que foi a sua beleza que despertou o olhar de muitas pessoas aqui.

—Minha beleza? – Indaguei sorridente. –Não há nada especial em mim.

—Você realmente pensa dessa forma? – Ele me observava, intensamente. –Você é a primeira mulher que elogio e que consegue ser modesta.

—Não estou sendo modesta. – Dei de ombros, dando um bom gole na água. –Aposto como você deve falar isso para muitas mulheres.

—Isso é um insulto a minha pessoa.

—Isso é um elogio para qualquer homem.

—Então, acha que Eu sou só mais um homem dentre milhares de galanteador?

Cocei a cabeça. –Isso soou mal. Na verdade, você até que dá para confiar um pouco.

—Um pouco? – Indagou surpreso.

—Eu ainda não conheço você direito, lembra?

Dylan quase se debruçou na mesa. –E o que está esperando para me conhecer melhor?

Sua pergunta ousada me deixou sem graça. Encabulada, encostei as costas na cadeira, ganhando espaço entre nós.

—O que você espera de mim, Dylan?

—Você quer uma resposta objetiva e direta ou uma historinha sem graça de que você me agrada?

—Acho que você já está sendo direto. – Observei seus dedos tocarem os meus com timidez. –Eu... – Levantei desnorteada. –Vou ao banheiro. Quer dizer, ao toalete! – Ele sorriu, observando minha pressa desajeitada. –Aquele cara...! – Respirei fundo, me olhando no espelho extenso. –Ele está mesmo me paquerando! – Achei graça da situação. –E se ele me pedir em namoro? Definitivamente não! – Andei de um lado a outro. –Ele é muito bonito e legal, mas... Não gosto dele para ser meu namorado!

—Do que isso importa, amiga? Vai fundo! – Uma louca alcoolizada se aproximou de mim, dizendo uma das coisas que ela não se lembraria no dia seguinte. –Não sei onde deixei meu batom.

—Fica com o meu! – Dei o batom para ele, deixando o toalete a passos rápidos. –E agora? Como vou me sentar de frente para ele? – Perguntei a mim mesma, distraída ao voltar à mesa. –Minha mãe diz que sou uma boa atriz às vezes, então...

—Stella. Temos companhia!

Ao erguer a cabeça, por que Eu ainda ensaiava uma boa atuação diante das investidas de Dylan, me deparei com duas pessoas que, nem mesmo se Eu quisesse, acertaria suas ilustres presenças no mesmo restaurante que Eu estava.

—Stella? – Meu nome foi pronunciado com dúvida. –A gata borralheira se transformou na Cinderela!

Diante de mim, Grace me avaliava estupefata.

—Boa noite. – Falei em um tom claro de voz, me aproximando devagar, sem desviar minha atenção do olhar fixo e surpreso de Bryan sobre mim.

 


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