Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 36
Primeira impressão


Notas iniciais do capítulo

Cap. postado! Beijos!



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Grandes portões brancos se abriram automaticamente. Há certa distância, três pessoas já nos aguardavam, na porta de entrada da mansão que parecia ser cenário de filme.

—Está nervosa?

Distraída, me assustei com a pergunta de Katherine.

—Um pouco. – O carro se aproximava da casa. –Não sou muito boa em apresentações.

—Aja com naturalidade, como se já os conhecessem.

Provavelmente, a dica não me valeria de nada.

—Katherine! – Uma mulher a exaltou. –Minha querida! Está maravilhosa!

—É Um prazer revê-la, Florence! – Abraçaram-se. –Karl! Fico muito feliz em vê-lo bem!

—Isso não seria possível se não fosse o apoio de todos vocês!

—Está sendo amável. Sua fé o salvou, meu amigo! – Beijou a face do homem, com ternura. –Aí está você, Dylan!

—É uma honra recebê-las.

Observei Katherine ser cumprimentada por aquele que ela julgava ser um ótimo partido.

—Essa é a sua neta?

Katherine segurou a minha mão, me fazendo chegar mais perto do grupo de curiosos.

—É ela sim, Karl. Stella Griffin!

Todos os olhares estavam sobre mim, em análise e curiosidade.

—Olá. – Cumprimentei àquelas pessoas, com timidez.

—É um prazer conhece-la! – Fui arrastada para um abraço forte. –Quando Katherine me falou sobre você... fiquei realmente perplexo! – Ele não escondeu as emoções que transgrediam em sua face.

—Achávamos que William nunca teria herdeiros legítimos. – Disse a mulher que, provavelmente, era esposa de Karl.

—O destino me poupou de uma decepção eterna! – Disse Katherine, me olhando com orgulho. –Temos muito que conversar.

—Com toda a certeza! Ainda é cedo, temos uma hora livre antes do almoço. Sendo assim, vamos deixar os jovens se conhecerem melhor.

Minha avó concordou com o amigo.

—Mas...! – Tentei chamar a atenção de Katherine, mas, propositadamente, ela se apressou em acompanhar os amigos.

—Sou Dylan.

Engoli a seco, observando a mão estendida.

—Stella. – Cumprimentei o rapaz, apertando sua mão e, rapidamente, recolhendo a mesma.

—Katherine não nos disse que você é tão tímida.

—Só estou me sentindo um peixe fora d’água. – Decididamente, o encarei.

Dylan era, de fato, um rapaz muito bonito. Era alto, cabelos castanhos claros, olhos esverdeados e tinha um porte físico legal. Eu estava pronta para me deparar com um nerd CDF, mas Dylan era um cara normal que, notoriamente, fazia o padrão ‘riquinho’, mas não se destacava como um babaca.

—Aceita beber alguma coisa?

—Sim. Uísque. – Claro que ele não me serviria bebida alcoólica, afinal, Eu ainda tinha cara de ser menor de idade.

—Claro. Vamos subir.

O acompanhei no pequeno lance de escada à porta de entrada.

—Sinta-se em casa. – Convidou-me a entrar.

—Obrigada. – Agradeci sem deixar de observar o padrão requintado da ‘casa’. –Você sabe onde nossos avós estão?

—Devem está no jardim. – Ele me entregou o copo com uísque e gelo. –Parece que eles não se veem há tempos, mas a verdade é que estão sempre juntos. – Concordei com desconforto. –Fico sem graça de vê-la em total desconforto comigo.

—Desculpe. Sou péssima em fazer amigos. – Dei um bom gole na bebida. –Não tem nada a ver com você. Eu que sou meio esquisita mesmo.

Ele sorriu. –Não acho você nada esquisita.

—É por que essa não sou Eu de verdade. – Sorri como uma boba.

—Sei. – Ele me imitou, levando o copo à boca. –Então, estou conversando com a Stella que Katherine Griffin quer que todos conheçam? – Indagou divertido. –E quem é a Stella de verdade?

—Dylan! Ela ainda é uma criança! – Katherine surgiu, assustando o rapaz que me serviu uísque.

—Perdão! – Ele não sabia como se explicar. –Eu pensei que...

—Relaxa! A minha avó está sendo careta.

—Eu nunca sei o que ela está falando! – Ela tirou o copo da minha mão. –Só vim pegar o meu celular. – Esclareceu indo à bolsa.

—Katherine, me perdoe por...

—Está tudo bem, Dylan. Um pouco de álcool não vai matar ninguém. Com licença.

Não resisti e acabei achando graça da situação.

—Suponho que essa seja a verdadeira Stella. – Ele me olhava intrigado.

—Acho que não causei uma boa impressão. – Cocei a nuca, ciente que Eu logo seria bombardeada.

—Eu realmente não estava esperando uma adolescente que fingisse ter mais idade.

—Foi você que deduziu que Eu fosse mais velha, então a culpa é sua por não perguntar a minha idade.

—Seria deselegante da minha parte. – Ele ainda estava desconcertado.

—Pode me dizer onde fica o banhei... o toalete?

—Segunda porta, à direita.

—Valeu! – Além de ter causado uma má impressão, me revelei a ele como aquela que Eu realmente era.

—_______________ᵜᵜᵜ________________

 

—Está mesmo decidida a voltar para New York?

Karl não era o único descrente da ideia de Katherine.

—Vou fazer isso pela minha neta. – Disse Levando a taça com champanhe à boca. –Mas, confesso que me alegra está perto do meu filho outra vez, embora seja nessa circunstância.

—Ele vai gosta de vê-la, não importa a situação. – Florence incentivou a amiga. –E quando será a festa de Stella? Não quero perder um único detalhe!

—Poderíamos ir todos juntos para New York. – Disse Dylan, chamando a atenção dos avós.

—Dylan é um ótimo piloto! – Karl elogiou o neto.

—Isso é novidade para mim! – Comentou Katherine, fascinada. –Seu pai adorava pilotar o jatinho do seu avô.

—Acho que herdei dele essa paixão.

Katherine concordou. –O tempo passou tão depressa! Você ainda estudava arquitetura quando resolvi comprar minha casa em Manhattan, graças aos seus conselhos, já promissores. – Dylan sorriu, um tanto encabulado. –Karl me disse que você passou um tempo em Las Vegas.

—Foram dois meses que pareceram uma eternidade. – Eu o observei, interessada no desenrolar da sondagem da minha avó. –Estou dando uma pausa antes de voltar para a minha vida corrida.

—Tão jovem e tão responsável. – Katherine o bajulou. –Faça dessa pausa suas férias! Vamos todos para New York e... Eu os convido para se hospedarem na casa do meu filho!

Quase engasguei com a água.

—Agradecemos o convite, mas William não está esperando...

—William era muito amigo do seu filho, Karl! – Interrompeu categoricamente. –Vocês são minha família também e Eu faço questão de convidá-los! – Ela estava mesmo disposta a tirar a paz de qualquer um que estivesse desavisado na casa do filho. -Será bom para Stella ter um amigo como Dylan naquela casa.

Fuzilei Katherine Griffin. Onde ela queria chegar?

—Será um prazer.

Envergonhada fiquei quando Dylan Goldenberg me encarou fixamente.

—A senhora está dando a entender que Eu vivia cercada de inimigos. – Disfarcei o embaraço que ela havia me causado. –William e Bryan são bons comigo. Meu único problema é Kristen e Stephany. São duas najas prontas para dá botes!

Dylan achou graça da minha expressão.

—Stella quer dizer é que mãe e filha são astutas. – Corrigiu Katherine.

—Falando assim até parece que se trata de vilãs da Disney, mas Kristen e Stephany está mais para vilãs de filme de psicopata! – Karl e Florence se atentaram a minha descrição à esposa e enteada de William. –Vocês não tem ideia de como as duas são ambiciosas! Se fingem de boazinha para William, por que é o dono do pedaço, mas na real, elas...

Katherine levou a mão à testa, acreditando que Eu pouco evoluí no vocabulário. Karl e Florence ficavam horrorizados à medida que Eu descrevia a personalidade fria e ambiciosa de Kristen. Dylan me observava fixamente, sem desviar o olhar. Ele parecia está se divertindo com cada palavra desgovernada e impensada que saía da minha boca.

 


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