Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 31
Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. pessoas! Beijos!



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Fui prudente ao organizar minha viagem à Los Angeles, a pedido de Eva que me ajudou com os custos da passagem e hospedagem.

—Vou te devolver cada centavo desse empréstimo, Eva.

—Não se preocupe com isso. O importante é que você chegue à sua avó. – Ela estava sendo legal comigo, por que nunca tinha se deparado com uma Griffin sem grana. –Mas, é impressionante que o senhor William ainda não tenha dado mesadas a você ou até mesmo um carro.

—É impressionante sim, no entanto, isso não me incomoda no momento.

Eva continuou dobrando as roupas e a depositando na mala.

—Você é realmente muito diferente dos ‘outros’. – Comentou com o olhar fixo na mala. –Claro que o senhor Bryan não é como a mãe e a irmã. – Agora, já estávamos no meio de uma fofoca. –A senhora Kristen foi quem sempre motivou o filho a ser como o marido.

—Tem tudo a ver com ela manipular as pessoas. – Eu já imaginava a grande pressão que Kristen fazia em relação ao futuro do filho. –Você já estava aqui quando a Kristen chegou nessa casa?

—Claro que sim! Bryan não tinha mais que dezessete anos. – Contou em meio a um suspiro agoniado. –Era um adolescente terrível! Vivia sempre mal humorado, mal falava com ninguém, e arrumava muitos problemas na escola, até que o senhor William tomou as rédeas da educação dele, por que a senhora Kristen sempre foi ocupada demais com si mesma para dá atenção aos filhos. – Mais um suspiro e um balançar negativo com a cabeça. –Quem não teve jeito foi a senhorita Stephany! Ela sempre foi isso que você vê, mas não na frente do seu pai.

—Stephany é como a Kristen. Ambas são muito parecidas em personalidade fria. Mas, você sabe como a Kristen conheceu William?

Eva pensou e pensou mais um pouco. –Acho que ela foi secretária dele.

—Secretária? – Eu não esperava por uma revelação daquelas! –Pensei que ela fosse de uma família nobre. – Achei graça de tanta ironia. –O velho clichê da secretária e o patrão! – Achei mais graça ainda. –Isso explica o fato de ela me dizer com todas as letras que batalhou muito para chegar onde está hoje. – Não era preciso conhecer mais sobre a Kristen para ter certeza que ela moveu céus e terra para conquistar William. –Com certeza iremos continuar essa conversa outro dia.

—Sim, mas venha me ajudar com a mala. Preciso saber o que a senhorita vai pôr nela.

—Já disse que tenho uma mochila para emergências, Eva! – Mostrei a ela minha companheira de aventura.

—Mas...!

—Não esquenta! – Dei leves tapinhas nas costas dela. –Vou dizer a William que vou passar um tempo com a minha mãe, para que ele não tente me localizar.

—Pretende passar muito tempo com a senhora Rebecca Katherine?

—Minha mãe tinha falado algo sobre esse nome, agora me recordo. – Foi na universidade. –Respondendo a sua pergunta, não. Talvez, Eu nem consiga ficar perto dela por uma hora. – Dei de ombros.

—E se ela gostar da senhorita?

—Ela não vai gostar. – Eu estava certa daquele fato levando em conta a fama de megera da minha avó. –É isso! Agora, só tenho que esperar William.

As horas se passaram, levando à ruína meu plano de permanecer calada no meu quarto, até a chegada do homem que saiu de casa jurando ter uma conversa séria comigo, provavelmente assim que retornasse.
De passos curtos e olhar atento, enfiei a cara para fora, sem ter ninguém à vista. Soltando um ‘Ufa!’, fechei a porta, devagar e andei pensativa até à escada. Depois de uma manhã agitada e um início de tarde cheia de descobertas surpreendentes, considerei o ambiente mais quieto que o normal.

—Você quer continuar argumentando? Sabe que é para a futura esposa do Bryan Griffin esse vestido, certo? – Grace tinha emendado o fim de semana. –Estarei na loja em três horas e Eu espero que tenha um belo vestido vermelho de oito mil dólares nela! –Ela desligou o celular, com toda agressividade permitida. –Stella! – Foi inútil minha tentativa de fuga. –Com os preparativos para a mudança nem tivemos tempo de nos conhecer bem, e isso é muito importante já que você será minha cunhadinha!

—Não sou irmã do Bryan!

—É como se fosse! – Deu de ombros, me conduzindo à sala de visitas. –Tive que dá um belo sermão em um empregadinho agora a pouco! – Ela riu, orgulhosa. –Não podemos dá moleza para essa gente! Você sabe do que estou falando. – Ela piscou para mim. –Enfim...  ainda não sei nada sobre você, além do fato de William ser o seu pai. Como você encarou isso? Deve ter sido um choque saber que é filha de um milionário da engenharia!

Eu tinha mesmo quer responder aquela pergunta?

—Foi surpreendente, de fato, tomar conhecimento sobre o meu pai biológico, mas o dinheiro de William não me envaidece em nada.

—Mesmo? – Indagou suspeita. –Você parece ser mesmo uma pessoa... – Observou a figura ‘Stella’ por inteira. –, modesta em relação ao dinheiro. – Ela sorriu, avaliativa. –Então, você não faria questão de brigar com o Bryan se William o tornasse herdeiro principal dele, como diz os boatos?

Eu sei onde a Grace queria chegar. Sua conversa mole não passava de um jogo de sondagem interesseiro.

—Por que Eu brigaria? Considero o Bryan um verdadeiro amigo, então... Eu não teria motivos para ser inimiga dele, ainda mais por questão de herança.

O sorriso de Grace morreu. Seu rosto estava sério. –Estamos falando de um patrimônio equivalente a oitocentos milhões de dólares. Tem certeza que não brigaria por esse dinheiro?

Sorri para ela. –Pensando bem, Eu brigaria sim, se o Bryan desperdiçasse toda essa grana com coisas e pessoas que não valem a pena! – Grace se remexeu no sofá, desconfortavelmente. –Também não sei nada sobre você.

—Ah! – Ela voltou a sorrir. –Minha família tem uma rede de hotel cinco estrelas, espalhada por toda a Europa e Estados Unidos!

—Sei. E você faz o quê?

—Como assim? Não faço nada, só desfruto das coisas boas da vida! – E Eu achava que ela era uma mulher bem-sucedida. –Essas belas mãos não nasceram para trabalhar. – Exibiu as mãos, as joias e suas unhas postiças.

—É irônico você dá valor à diversão e Bryan ao trabalho árduo. A maioria das pessoas gostam de ser compatíveis com o parceiro ou parceira ao dar um grande passo em direção ao altar. – O sorriso dela desapareceu. –Não quero te assustar, mas esse é um tipo de relação que não dura muito, as estatísticas mostram isso o tempo todo!

—Estou ciente de que Bryan adora o trabalho, mas nossa convivência mudará a maneira de ele encarar a vida. A Kristen já se encarregou de me dá essa segurança.

—A Kristen? – Gargalhei. –Espero que ela não esteja tentando te tranquilizar se baseando no casamento dela com William. Eles são uma piada!

Grace ficou estupefata! – Como você fala assim do casamento da sua madrasta e do seu pai? É uma falta de respeito total para com eles! – Ela foi categórica em defende-los. –Eu esperava que fôssemos amigas, mas você não parece interessada em ser amiga de nenhum de nós aqui. No entanto, pensando bem, Bryan é o único que parece lhe interessar. – Coçou o queixo. –Você é uma garota muito jovem e pessoas muito jovens não costumam ter freios, mas Eu espero que você tenha muito cuidado ao se aproximar de Bryan. – Ela ousou me intimidar. –Não é nada difícil se apaixonar por ele, ainda mais se você estiver se jogando para cima dele, como estava no escritório! – Olhava-nos fixamente.

—Ah, Grace! – Respirei fundo, acariciando meus cabelos longos. –É muito feio ter ciúmes da irmãzinha do seu futuro marido, sabia?. – Ela engoliu a seco. –Desse jeito será impossível ser uma boa cunhada para você!

Deixei-a sozinha, com o gosto amargo de tantas ironias e desafeto.

—Mais uma para enfeitar minha lista de inimigos! – Passei às pressas pelo jardim e fui direto à piscina. –Quem vai querer me destruir agora? Minha avó com fama de megera?

De roupa e sapato, me atirei na piscina, dando o primeiro mergulho, não convencional, nela.

—Na piscina de roupa e sapato! – Kristen e Stephany deram o ar da graça. –Amanhã mesmo essa piscina será higienizada. – Cutucou Kristen, vendo meu sapato boiar.

—O dia está maravilhoso! – Falei, unido os pares de sapatos. –Não querem dá um mergulho? Já que a piscina será limpa vocês podem deixar um pouco de seus pecados nela. O que acham?

Stephany direcionou seus olhos raivosos a mãe. – Não íamos ao Spar, mamãe?

—Já vamos, querida. – Tranquilizou a filha, me observando atentamente. –Que deselegância! – Reprovou, mais uma vez, meu banho desapropriado.

—Já vão tarde! – As ignorei, voltando ao banho.

Eva que me perdoasse, mas Eu iria molhar todo chão ao subir para o meu quarto.

—O que houve com suas roupas?

—Dei um mergulho! – Subi a escada quase correndo. –Eu limpo depois toda essa bagunça! – Gritei, chegando ao último lance no topo da escada.

—Só vim buscar o contrato pendente e já estou de... – Bryan se deparou comigo. Ele estava tão apressado quanto Eu. –Já estou voltando. – Desligou o celular.

—Preciso falar com você!

—Agora não é o momento. – Tentou passar por mim, mas Eu o bloqueei. – O que está fazendo?

—Estou tentando te deter! Será que pode olhar nos meus olhos?

Para a minha surpresa, Bryan tirou o paletó e o entregou a mim, mantendo o olhar em outra direção.

—Você está molhada.

—Mas, não estou com frio. – Empurrei o paletó.

—Será que não se deu conta de suas roupas estão molhadas?

—Sim, mas... – Há muito custo entendi que minha blusa branca estava colada ao corpo e Eu não estava usando sutiã. –Droga! – Arrebatei o paletó da mão dele. –Não me olhe! – Gritei me vestindo. –Por que não me avisou?

—Por que... Não tenho tempo para isso! – Às pressas, ele desceu a escada.

Suspirei alto, tão envergonhada a ponto de correr para o quarto.

—Mas, que droga! – Joguei o paletó no chão, fui ao espelho. –Tudo transparente! – E tudo revelado. –Ainda bem que não foi William a me flagrar, Eu morreria de vergonha! O que estou dizendo? Bryan acabou de ver os meus... peitos! – Eu não esperava por um flagrante tão ingênuo da minha parte.

 


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