Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 28
Amor proibido


Notas iniciais do capítulo

Cap. dedicado à Haruka sempai que fez uma linda recomendação! *.* Obrigada por gostar do que escrevo, linda!



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Eu ainda estava em choque com a notícia de que, brevemente, Bryan se mudaria. Além de ser uma decisão rápida e, provavelmente, impensada, existia um fator ainda maior e contraditório: Bryan não amava Grace.

—Isso tem a ver com o desejo da Kristen de vê-los casados. – Comentei a William, fazendo-me companhia na ampla sala de jantar. Fomos os únicos que ficaram para provar a sobremesa.

—Bryan não tomaria uma decisão importante como essa só por que é desejo da mãe. Ele pode está realmente apaixonado.

—Você pode acreditar em qualquer hipótese, menos em Bryan está apaixonado pela Grace. – William estava notavelmente interessado em cada palavra acusadora e desgovernada que saía da minha boca. –Ele não a ama, só está com ela por que... por que ela é uma mulher bonita, bem-sucedida... ela é atraente.

—Ela pode ser muito bonita, bem-sucedida... mas, Bryan não se interessaria pela Grace por motivos envaidecidos.

—Se não é vaidade... pode me dá exemplos que comprovem que Grace é uma mulher autêntica e intelectual? – Confrontei William. –Já observou o que ela fala e como ela fala? É irritante ouvi-la fazer comparações da Europa com New York! Ela ao menos se dá o trabalho de pensar que é muito incoerente associar o desenvolvimento de um continente a uma cidade! E, por incrível que pareça, ela enxerga ‘mudanças’ significativas em intervalos semanais! Claro! Ela sequer deve imaginar que a Europa enfrenta problemas econômicos e social como qualquer outro lugar no mundo!

Depois de um longo e crítico desabafo, me senti bem melhor.

—Achei que Eu era o único incomodado com os disparates da senhorita Parker. – William sorriu, embora estivesse contido. –Mas, nossa opinião não vai alterar a decisão de Bryan.

—Você precisa conversar com ele! Ele precisa entender que...

—Stella. – Chamou minha atenção, sendo cauteloso, embora sério demais.

—O Bryan foi a única pessoa que me acolheu nessa casa quando cheguei aqui. Se ele for embora... - O ar me faltou nos pulmões, as palavras travaram em minha garganta.

—Ninguém vai fazer você se sentir desconfortável aqui, lhe dou a minha palavra.

Ouvir William cravar a promessa de proteção a mim, foi uma das melhores coisas que ouvi em toda a minha vida. Para ele, estava claro que Eu havia me apegado a amizade de Bryan e seu caráter responsável, mas a verdade é que Eu estava apaixonada por seu enteado e, àquela altura, seria um golpe irremediável vê-lo partir.

—Está muito tarde. – Olhou as horas deixando a cadeira. –Você deve está muito cansada.

Comentou por que não me movi do lugar. –Vou tomar mais uma xícara de café. – Menti para ele. Quando a casa estivesse em completo silêncio, Eu fugiria de lá e me refugiaria na casa de Brigitte.

—Está bem. – William me pareceu relutante a me deixar sozinha. –Boa noite.

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—Se Eu soubesse que você viria teria feito uma faxina no quarto.

—Desde quando você faz faxina? – Indaguei me jogando na cama repleta de coisas. –Não diz a sua mãe que estou aqui.

—Ela vai se ‘ocupar’ com o namorado por alguns dias. – Deu de ombros. –Você pode ficar aqui se quiser, por algum tempo.

—Não posso. William viria atrás de mim.

—O seu pai biológico bancando o paizão com você? O que tem acontecido naquela mansão? – Se jogou na cama, à espera de detalhes.

—Bryan deu a entender que não estou segura aqui.

—Ninguém vai te fazer mal.

—Foi o que Eu disse. – Suspirei, de cara contra o travesseiro. –Bryan resolveu ir embora. – Ergui a cabeça, focando-a. –A namorada dele voltou de Paris e... eles decidiram morar juntos.

—Nossa! – Brigitte respirou fundo. –E... como você está se sentindo com essa notícia?

Não consegui mascarar meu sofrimento.

—Estou acostumada a ter a companhia dele e... ele me encoraja a enfrentar os dias naquela casa. Não vou mentir para você, é estranho saber que não vou mais poder contar com ele. – Brigitte se silenciou. Foi preferível para ela somente me ouvir e processar com cuidado cada informação. –Todos estão achando que ele está apaixonado pela Grace, mas Eu sei que os sentimentos dela não é correspondido.

—É um passo muito grande ir morar com alguém, ainda mais se tratando de Bryan, que pode morar sozinho em qualquer lugar do planeta. Então, vale a pena pensar que pode ter sido uma decisão motivada por... amor.

—Não é amor! É um equívoco! – Defendi bravamente minha teoria da conspiração. –Alguma coisa aconteceu para ele se precipitar dessa forma! – Eu sabia que algo havia acontecido, mas não tinha a menor ideia o que teria sido. –De repente, ele ficou estranho. Tão estranho que resolveu contar a William que fomos ao litoral! E deixou claro que foi errado o que fizemos e que tudo não passou de uma ideia boba! – Brigitte absorvia meu desabafo. –Eu sei que ele gostou de está comigo, por mais que ele negue!

Confusa, Brigitte franziu a testa. –Por que ele contaria a seu pai que vocês saíram juntos?

—Foi o que Eu questionei a ele.

Ela bateu o dedo no queixo. –Ele não contaria se o passeio tivesse sido tão bobo como mencionou. – Concluiu. –Isso é sinal de consciência pesada.

—Por que fomos à praia?

—Só os dois.

—Isso não quer dizer nada.

—Nem mesmo para você? – Desviei o olhar. Brigitte era muito boa naquele jogo. –Se significou alguma coisa para você, também significou para ele!

—Brigitte...

—Pode parar, Stella! Você está apaixonada por esse Bryan e ponto final! – Nada a faria pensar o contrário. –Quer mesmo forçar a barra comigo?

Game Over! Já era hora de Eu admitir meus sentimentos a minha melhor amiga.

—Não sei como aconteceu. – Era mais difícil do que Eu tinha imaginado. –Acho que... em algum momento, acabei confundindo as coisas, e deixei rolar.

—Não acho que você teria se impedido de se apaixonar por ele. Gostar ou não gostar de uma pessoa às vezes não é decisão nossa. – Ela respirou fundo. –É uma pena que você conheça o amor dessa forma.

—Por pouco tempo. – Saí da cama, em um impulso rápido. –Quando Bryan for embora isso vai passar.

—E se não passar? A distância costuma aumentar os sentimentos e... – Ela parou, por alguns segundos. –A distância... – Repetiu pensativa. –Stella, já parou para pensar que o Bryan pode está indo embora por sua causa?

—Por minha causa? – Brigitte balançou a cabeça, positivamente. –Eu sei que ele se enfurece comigo e que Eu o irrito muito, mas não acho que Eu seja tão insuportável ao ponto de fazê-lo ir embora.

—Não, amiga! – Ela segurou meus ombros, me fazendo encará-la. –Se você se apaixonou por ele, provavelmente ele se apaixonou por você também! – Ela sorriu para mim, certa de suas palavras impactantes.

—Você... você acha?

Não houve negação, mas esperança. Talvez, fosse coisa da mente de Brigitte, entretanto, fui minuciosa ao fazer junção aos fatos.

—Você nunca prestou atenção em um olhar diferente partindo dele? Ou, um flerte impensado, um constrangimento enrubescido... Tente se lembrar de coisas assim.

—Sim, já aconteceu coisas desse tipo, mas... – O que estava ficando claro para mim se tornou confuso, novamente. –Não sei, Brigitte! Estamos falando dos sentimentos do Bryan e... achar que ele está apaixonado por mim pode ser muito fantasioso.

—E se não for?

—Se não for, estaríamos vivendo um amor proibido, por que William nunca permitiria que ficássemos juntos. Seria ultrajante para ele.

 


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Notas finais do capítulo

Cap. pequeno mas prometo que volto em breve! Bjs!



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