Stella escrita por Gil Haruno


Capítulo 26
Rivalidades?


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, pessoas! Cap. fresquinho! Bjs!



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O momento ‘familiar’ deveria ser mais que especial, no entanto, o considerei mais que estranho. Não sei bem o que, particularmente, estava dificultando meu entrosamento, pois tudo parecia está, absolutamente, normal.

Normal... Talvez esse fosse o grande problema!

—Pode passar o molho, por favor?

Educadamente, Stephany fez o primeiro contato revolucionário comigo, abusando de simpatia que Eu jurava não existir no caráter dela.

—Ok. – Dei de ombros e, de semblante franzido, entreguei o recipiente de prata a ela.

—Obrigada. – Agradeceu, esbanjando um sorriso amistoso.

Noutros tempos, Eu verdadeiramente acreditaria que a garota metida a rainha da popularidade jovem estava realmente interessada em se redimir, mas... Fala sério! Amizade por interesses econômicos não me interessavam, ainda mais se tratando de alguém que decidiu me odiar gratuitamente! Não que Eu fosse rancorosa, acho que não era o caso, mas aceitar a amizade de Stephany sabendo que seria por pura conveniência seria muita hipocrisia da minha parte.

—O que está achando do jantar, querida?

E, por falar em hipocrisia, lá estava minha madrasta, me bajulando sempre que uma oportunidade surgia! Ela parecia sentir prazer ao querer demonstrar ao marido que havia me aceitado na família. E, por falar em William, ele não poderia estar mais calado. Eu o olhava e não podia acreditar que um ser humano poderia se ocultar tanto, mesmo sendo visível.

—Está... ótimo.

Realmente, Eva tinha servido um verdadeiro banquete, pena que Eu não estava sabendo apreciar o cardápio requintado.

—Volto para New York e tudo parece, exatamente, igual!

—Como New York poderia ter mudado tanto em duas semanas?

A pergunta irônica de Bryan me fez prender o riso.

—A Europa está sempre mudando! – Falando uma das coisas que poucas pessoas estavam interessadas a ouvir, Grace levou o champanhe à boca. –É impressão minha ou você está um pouco bronzeado?

Eu não tinha me dado conta de que o pouco sol que pegamos havia dado um leve bronzeamento em nossas peles. Era quase imperceptível, por que evitamos qualquer denúncia, mas, olhando bem, existiam resquícios de exposição ao sol.

—Os dias estão muito ensolarados ultimamente.

Claro. Eu deveria ter previsto que Bryan diria qualquer coisa, menos a verdade sobre termos ido à praia.

—Por falar em dias ensolarados... deveríamos ir a Malibu. – Stephany sugeriu. –Stella ainda não conhece nossa casa de praia.

—É uma ótima ideia! – Kristen, prontamente, aprovou a ideia da filha.

—Eu poderia visitar a minha família na Califórnia. – Seria mais que oportuno. –Tudo bem para você, William?

Prontamente decidida a começar meu processo de redenção, falei uma das coisas que poderia mexer com o apetite de todos.

—Não vejo problema algum. – Era possível notar um leve desconforto nele. –Também não me oponho se eles quiserem vir visita-la.

Aparentemente, era uma conversa formal e amistosa, mas, para mim, soou como um tratado de paz.

—Jamais impediríamos os seus pais de vir vê-la. – Kristen se pronunciou. –Você é muito apegada a eles, certo?

Não havia dúvidas de que Kristen queria constranger o marido, afinal, Peter fazia parte da minha vida; ele me viu crescer e Eu o chamava de pai.

—Somos muito unidos. – Falei, observando William de esguelha.

—Creio que não deve ter sido fácil para eles deixar você vir morar aqui. – Insistiu ela.

—A minha mãe foi um pouco resistente, mas acabou entendendo. – Todos os olhares estavam voltados para mim.

—E o seu pai? – Kristen não queria dá trégua. –Ele aceitou essa mudança com facilidade?

Ele... — Foi como ir direto para o centro de um tornado. A minha frente, estava William, claramente fingindo não se interessar pelas perguntas e respostas. Entretanto, Eu já o conhecia suficientemente bem para notar que o assunto estava lhe incomodando. –Ele...

A pergunta, embora mal-intencionada, era simples, mas não consegui respondê-la.  Foi a primeira vez que me senti estranha ao falar sobre o meu padrasto na frente do meu pai biológico.

—Não precisa responder se não quiser.

Desnorteada, virei o rosto, e dei de cara com Bryan, mais uma vez me ajudando.

—Estou com muita dor de cabeça. Com licença.

William se retirou da mesa, calmo, mas com o semblante pesado.

—Ele sempre tem enxaqueca.

Kristen devia está satisfeita, afinal, tinha conseguido tirar a paz do marido, e publicamente humilhá-lo. Não bastava para ela, notificar ao marido, de que fora outro homem que criara sua única filha.

—Tenho que fazer uma ligação importante.

Foi tudo que falei antes de aumentar os passos até o jardim. Cercada de flores e privacidade, sentei na grama recém cortada, e apreciei as poucas estrelas no céu noturno.

—Você está bem?

Para a minha surpresa, Bryan havia me seguido.

—Sua namorada vai ficar brava se você não voltar.

—Há coisas mais importantes nesse momento. – Disse se sentando ao meu lado.

—Espero que meus problemas não sejam mais importantes que a sua namorada.

—Por hora, são sim.

Observei-o chocada e impressionada de como ele facilmente se revelava.

—Estou bem. É sério. – Mantive os olhos nele. –A sua mãe criou uma verdadeira saia justa. – Ele concordou, silencioso. –Acha que William ficou irritado?

—Acho que não deve ser nada confortável para ele aceitar o fato de que você foi criada por outro homem, embora ele não tenha nenhum tipo de rivalidade com seu padrasto.

—É. Foi o que pensei. – Dei um longo suspiro, voltando os olhos para o céu. –Não consegui falar sobre Peter na frente dele. Isso sempre foi muito natural para mim.

—Você evitou magoá-lo.

Olhei-o estupefata. –Como Eu evitaria magoá-lo se não sei o que ele sente por mim? – Bryan me observava, fixamente.

—Você não precisa saber com todas as palavras ditas quando alguém gosta de você. Às vezes é muito mais fácil dá a entender do que falar.

Por um momento, a reflexão de Bryan me fez refletir sobre os meus sentimentos a respeito dele.

—E... E se você, por exemplo, nunca entendesse os sinais de que alguém está apaixonada por você? – Mudei completamente de assunto, me aproveitando do rumo improvável daquele diálogo.

Aguardei a resposta, com o coração batendo a mil por horas.

—Com certeza, Eu entenderia.

Sua convicção me arrebatou de forma abrupta. Foi como me sentir despida, pois minha paixão por ele poderia ser descoberta.

—Não tenho um sensor para isso. – Desconversei, catando as palavras no chão. –Sua namorada é muito bonita. – Ele nada disse. –É uma mulher muito segura e extrovertida.

—É. – Concordou sem muita importância.

—Parece que ela ama você.

Bryan não deixou de dá atenção ao meu comentário.

—Então, você não tem sensor para perceber que alguém gosta de você, mas tem facilidade para deduzir quem está apaixonado?

—Sorri, descontraída. –Não é uma dedução. Grace é louca por você. Só um cego não perceberia.

Bryan respirou pausadamente. –Ainda há coisas que você precisa saber sobre relacionamentos.

—Lá vem você me tratando como uma criança! – Fechei a cara. –Se está tentando insinuar que seu relacionamento com a Grace é fundamentado pela luxúria, já sei disso há muito tempo. – Observamo-nos, seriamente. –Isso ficou claro quando atendi a ligação dela.

—Não deveríamos está falando sobre isso, no entanto, não posso deixar que você continue pensando que estou em um relacionamento que só tem sexo como base. Se fosse assim, Eu seria tão doentio quanto a Grace.

—Se você não a ama...

—Já falamos sobre isso.

—Então, você a ama! – Quando me dei conta, o estresse daquele assunto já havia me afetado. –Ou, pode ser que ainda não esqueceu a Mary, sua ex-namorada! – Falei como se soubesse algo sobre a ex-namorada dele. –É por isso que se sente tão confuso?

—Não fale de coisas que você não sabe. – Chateado, Bryan me deu as costas.

O vi se afastar de mim, graças a minha ignorância de não saber ocultar o ciúme que não me fora consentido.


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