Unidos pelo Amor, Separados pela Guerra escrita por Marry Black


Capítulo 6
Capítulo 5 - O fardo se faz pesado demais


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora! Espero que gostem!



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Visão do Narrador

Poucos instantes do príncipe de Volterra desfalecer em seus aposentos, sua criada particular o encontra quando adentra no cômodo a fim de ofertar-lhe um pouco de comida. Apavorada, a jovem clamou por ajuda e conseguiu socorrer o jovem senhor.

Mais uma vez, o príncipe passou dias em convalescência e sobre os cuidados minuciosos da pequena irmã, entretanto, desta vez, a princesa não permitiu que o irmão deixasse o quarto até que seus ferimentos estivessem totalmente cicatrizados ato que causou profundo desgosto no enfermo principalmente uma vez que suas queixas foram inúteis.

Visão de Edward

Os dias nunca se fizeram tão lentos como se faziam agora, os deuses pareciam desgostar-me uma vez que permitiram que Alice convencesse o rei e a rainha a me manter enclausurado em meu quarto.

Mais do que ter todas as minha atividades suspensas e até mesmo meu direito a liberdade serem vetados, via-me ainda com a dona daquelas esferas achocolatadas tomando cada centímetro de minha mente. Necessitava vê-la novamente, necessitava sentir seu doce aroma, sentir sua pele cálida, deliciar-me diante de seu sorriso digno de sua posição. E agora, eu não podia vê-la; estava preso a essa cama dos diabos, sem nem mesmo ter conhecimento do que acontecia em seu reino.

-Eu já estou bem. – reclamei pela milésima vez, Alice e Rosalie estavam a dias tratando-me como se fosse um aleijado ou coisa parecida. Eu encontrava-me inquieto para levar de uma vez por todas daquela cama e retornar as minhas atividades normais; mais que isso, eu encontrava-me louco para ir novamente ao encontro de Isabella.

Era proibido eu sabia. Os deuses amaldiçoaram cada instante em que compartilhamos da presença um do outro. Assim como acabariam por castigar-me uma vez que eu insistisse em desafiá-los ao encontrar-me com a, agora governante suprema, do reino inimigo.

Algo nela havia encantado-me de uma maneira única, como poder-se-ia eu esquecer aquela pálida pele, aqueles olhos intensos, únicos, aquele doce aroma que insistia em impregnar minha mente, hipnotizando-me, seduzindo-me a todo instante, impedindo-me de esquecer-me, mesmo que por um breve instante, aquela tentação eterna particular.

-Confiei em seu julgamento, caro irmão, acreditei em seu julgamento e vejas como estas! – Alice respondeu-me irritada. – Vais ficar em convalescência até que estejas devidamente recuperado de todas as feridas. – bufei irritado recostando minha cabeça no travesseiro novamente. – Não adiantaras de nada agir com infantilidade.

-Não entendes, Alice, eu preciso ir... – falei sem pensar, interrompi minha frase assim que percebi o que dizia, rezando aos deuses que minha irmã não percebesse meu nervosismo.

Minha atitude não passou desapercebido por minha irmã, Alice semi-cerrou os olhos e se aproximou, desconfiada. – Onde precisas tanto ir, irmão?

Praguejei mentalmente, precisava pensar rápido, Alice nunca poderia saber... – Emmett Swan está a entre a vida e a morte, Alice. – Minha irmã encarou-me com surpresa, levando sua mão a boca.

-Mais isso é horrível! – declarou ela aturdida.

Peguei as mãos de minha irmã. – Se o herdeiro de Wyllan padecer por conta de uma espada desonrosa, cara irmã, serás o meu fim! Como nosso povo há de ver-me uma vez que era eu a liderar a batalha que causou a morte injusta do líder do povo inimigo? – Meu desespero se fez visível, muito embora não fostes este o principal motivo que me levava a desejar meu retorno a Wyllan.

–Preciso retornar a Wyllan, preciso estar constantemente informado sobre o estado de Emmett Swan, assim como rogo-lhe que vá ao templo orar, amada irmã, tome seu lugar perante ao povo e peça aos deuses que não permitam a queda de Emmett Swan através daquele punho negro, roga-lhes clemência e sua benção sobre mim, roga-lhes seus bons ventos sobre o reino de Volterra e sobre a família Cullen.

Alice continuou a encarar-me por mais alguns instantes, estática, impressionada, aturdida, dividida entre seu dever como sacerdotisa e princesa de Volterra, encarregada de orar aos deuses por seu povo; e seu coração de irmã, o qual eu sabia desejar me manter naquela cama, até que minha saúde estivesse re-estabelecida.

-Sabes bem que não temos escolha, cara irmã. – declarei por fim apertando-lhe levemente as mãos.

-Mandemos um criado à Wyllan. – suplicou minha irmã em meio ao pânico, mas no fundo, ela sabia que não poderíamos fazer isso, eu e apenas eu possuía o dever de averiguar o estado do governante de Wyllan, uma vez que o acontecimento infortuno de deslealdade e luta injusta havia sido velado em nosso reino, somente nós, os governantes, Jacob, o líder das tropas do palácio e o nosso caro soldado até então desconhecido que cometeu tal barbaridade tinha conhecimento do ocorrido. Não podíamos permitir que mais alguém soubesse de tal situação, seria a ruína de nosso reino.

-Sabes que não podemos, Lice querida, nosso jamais poderá ter conhecimento daquele desastroso acontecimento, eu mesmo devo ir! – fui firme e incisivo, interiormente minha mente condenava-me por ser desleal com minha querida irmã, não que eu houvesse contado-lhe mentira alguma, contudo, meu desejo por ir até Wyllan e mais por não mandar criado algum, era muito diferentes dos motivos nobres e desesperados. Eu apenas almejava ver novamente Isabella, poder falar-lhe, deliciar-me com seu aroma gracioso, esquecer-me por alguns instante de quem sou e o fardo que carrego, eu desejava apenas voltar a ser Sir. Edward, o servo misterioso da princesa mais bela que um dia os deuses já viram.

Lágrimas silenciosas escorreram pelos assustados olhos de minha irmã, dolorosamente ferida, ela desviou o olhar e apertou com força os lençóis de minha cama; eu pude ver seu esforço em deter as lágrimas teimosas, ato que partiu-me o coração, eu odiava-me por fazer Alice se desfalecer em lágrimas.

-Perdoe-me, minha irmã... – pedi em meio a um sussurro desesperado, minha mão secando com cuidado seu rosto manchado. – Mas este é meu destino...

-Temo tanto que um dia tu venhas a faltar, Edward, temo tanto que um dia os deuses requisitem sua presença, que seu juízo final acabe por vir... – sussurrou ela. – Não podereis viver sem ti, não podereis sobreviver a tal tormenta, Edward, juro que não.

-Shh... – Pedi calando-a com um dedo em seus lábios. – Não diga algo assim, se os deuses assim o quiserem nada poderemos fazer a tal respeito, mas tenho certeza que Zeus jamais esqueceria de uma criatura tão pura e doce como és tu, cara irmã. Seja qual for meu destino, sei que serás forte o suficiente para encarar vosso destino, assim como eu farei com o meu. – beijei-lhe levemente as mãos. – Tu és uma princesa a cima de tudo, e deves ser forte não só por si e nossa família, mas pelo povo que os deuses lhe destinaram a guiar e proteger.

Alice respirou fundo, ciente da veracidade e do peso de minhas palavras. – Os deuses são sábios e que vossas vontades se façam soberanas! – declarou ela em meio a um sorriso morto.

-Que assim seja. – concordei sereno.

Visão do Narrador

Em Wyllan, a princesa dedicou-se a suas tarefas como governanta, ouviu e cuidou do povo que lhe fora confiado, orou por muitas vezes por a Minerva, a deusa da sabedoria e do conhecimento, rogando-lhe forças e serenidade para jamais errar ou cometer alguma injustiça para com seu povo.

Quando finalmente a lua já estava alta e o céu estrelado, ela se permitia descansar, e então se refugiava no quarto do irmão, zelando por sua enfermidade, orando por sua recuperação, as vezes, quando a dor se fazia intensa e o conselheiro não estava presente, ela se permitia derramar algumas poucas lágrimas, sempre carregadas de medo, saudade, desespero...

A princesa estava frágil, muito embora tentasse não transparecer e como se seu fardo já não fosse pesado o bastante, no fundo, bem lá no fundo, onde nem mesmo ela conseguia negar para si mesma, a decepção se alojava por nunca mais teres noticias de Edward, ela havia acreditado em suas palavras quando ele prometera voltar a vê-la, contudo, agora, tantos dias mais tarde, ela sabia que ele não voltaria, afinal, que servo se aventuraria em algum tipo de relacionamento com um uma princesa, talvez ele nem mesmo título algum tivesse; provavelmente, ele conhecia seu lugar, e ela deveria conhecer o seu também.

Visão de Bella

Fora mais um dia atordoante; muitas obrigações, muitas decisões, muitos caminhos a se seguir, o peso do mundo recaia sobre minhas costas e eu não me sentia preparada para enfrentar nada daquilo.

Aro, o líder de nossas tropas, estava a pressionar-me, alegando que deveríamos declarar guerra de primeiro grau a Volterra a fim de nos vingarmos pela injustiça que fizeram a Emmett; na realidade, ele sugerira que exigíssemos que nos fosse entregue o líder de combate naquele dia a fim de o julgarmos segundo a nossa lei pela deslealdade em campo de batalha, principalmente contra nosso governante, contudo, segundo o que me fora informado, era alguém da realeza a liderar o combate naquele infernal dia.

Eu não precisava pensar muito para ter certeza que Volterra jamais entregaria seu rei ou príncipe e então, assim seria declarada uma guerra de primeiro grau, onde muitos morreriam, muitos saques, muito fogo e devastação, para ambos os lados, crianças e mulheres arderiam nas mãos de Hades no ceio daquela luta sangrenta. Eu não sabia o que fazer... Não desejava permitir tal barbaridade, seriam tempos muito nebulosos tanto para Volterra quanto para Wyllan, mas se eu não tomasse tal decisão, que tipo de governanta seria eu? Permitindo que um ato tão baixo saísse ileso...

Eu estaria sendo desleal a meu povo, a meu irmão, a meus antepassados, aos deuses... – Oh por Zeus, eu não fazia idéia de como me portar. Eu estava farta de tudo aquilo. Eu não queria fazer mais nada do que me aconchegar nos braços de minha amada mãe e nunca mais retornada a realidade, mas eu não podia ser tão fraca. Eu era uma princesa. Era a governante. Eu vivia por meu povo e não por mim.

Fechei as portas do quarto de Emm e segui, em meio a escuridão, sem ao menos preocupar-me em pegar algum castiçal e iluminar meu caminho, para meus aposentos, meus olhos ainda levemente inchados devido ao choro que revelando minha fraqueza, não fiquei mais que alguns instantes sozinha, tão logo Jasper apareceu carregando uma vela.

-Princesa... – repreendeu-me ele levemente, ofereceu-me o braço, aceitei prontamente e então Jasper passou a acompanhar-me em meu caminho. – Não deverias caminhar em meio a tal escuridão.

Suspirei cansada. – Conheço esses corredores como a palma de minha mão, Jazz, posso caminhar por aqui tranquilamente, com ou são luz.

-Tenho certeza que conhece, contudo, não é bem visto tal ato, além não ser seguro. – declarou ele com firmeza.

-Confio em cada um de meus servos nesse castelo, Jazz, tenho certeza de que estou segura. – abri um sorriso divertido e o fitei. – Além do mais, eu sempre terei você próximo, pronto a me salvar.

Jasper riu levemente. – Sempre! – concordou ele.

Passamos alguns instantes em silêncio, e eu me permiti apoiar minha cabeça no ombro do conselheiro. O cansaço era impossível de se mascarar, principalmente para alguém a quem tanto amo como Jasper.

-Sabes que sempre poderás contar comigo, princesa. – declarou ele, carinhoso, Jasper sempre parecia compreender meu estado de espírito.

-O mundo é tão pesado, Jazz... – desabafei cansada, eu nunca desejei tanto desaparecer como agora o fazia.

-Estou aqui para dividir vosso fardo, minha princesa, vivo para servi-la. – Jazz declarou ao mesmo tempo em que paramos frente ao meu quarto. – Descanse, Bel, amanhã será um novo dia! E quem sabe os deuses resolvam sorrir para nosso reino. – um sorriso gracioso surgiu em vosso lábio.

-Que os deuses te ouçam, Jazz! Que os deuses te ouçam! – concordei em meio a um breve sorriso. Nos despedimos e eu me recolhi a meus aposentos; Ângela, minha criada pessoal, auxiliou-me a me preparar para a cama, contudo a dispensei antes de me deitar, eu não estava com sono ainda e gostaria de pensar.

Caminhei serena até minha sacada, apoiando-me no parapeito, observando o luar iluminar-me, a brisa da noite batendo serena em minha face, as estrelas fazendo-me companhia naquele silêncio terno. O s deuses abrigaram-me eu podia sentir, meus olhos foram convidados a se fechar e um sorriso a nascer em meus lábios, eu podia sentir a natureza ao meu encontro. Uma sensação majestosa e única. Renovando minhas forças, levando para longe meus temores e entregando aos deuses minhas preces.

-O luar nunca invejou tanto como agora o faz diante de criatura tão bela. – Ouvi uma voz suave soar em meus ouvidos, um timbre tão único, arrepiando-me. Abri meus olhos, sentindo meu coração palpitar quando olho para baixo e vejo Sir Edward, encantador, ajoelhado frente a minha sacada, sorrindo para mim. – Eu disse que nos veríamos novamente, princesa.


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Notas finais do capítulo

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