Unidos pelo Amor, Separados pela Guerra escrita por Marry Black


Capítulo 5
Capítulo 4 - Receios e dores


Notas iniciais do capítulo

Finalmente um capitulo novo! Espero que gostem!



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Capítulo 4 – Receios e dores

 

Visão do Narrador

Logo após o misterioso Edward deixar o baile, a princesa de Wyllan se recolheu, primeiramente para o quarto do irmão, certificar-se de seu estado, em sequência para seus aposentos.

Ela dispensou sua criada desejando desfrutar de alguns instantes sozinha, perdida nas lembranças do misterioso cavalheiro, incapaz de segurar suspiros e imaginá-lo atrás de si quando olha para seu reflexo no espelho. 

Foram tão poucos instantes, não passaram de rápidos minutos, mas fora suficientes para mexer de maneira irrevogável com o coração da jovem princesa. Ela não sabia ainda denominar o que mudara dentro de si, mas sabia que fosse o que fosse ela cultivaria aquele sentimento porque, bom ou ruim ele traria o misterioso Edward mais próximo de si.

Visão de Bella

Em frente ao espelho eu desmanchava o arranjo feio em meus cabelos, uma delicada canção escapava por meus lábios e um sorriso se fazia permanente em meu rosto. Minha mente relembrava-me com a maior riqueza de detalhes cada instante da presença de Edward. Como pudera eu nunca tê-lo reparado antes? O que este moço possuía de tão majestoso para conseguir arrancar-me de minha realidade?

Indagações inúteis, pois talvez jamais teria tais respostas, talvez eu nem mesmo as quisesse realmente, não importava, nada mais importava. Meu corpo se sentia vivo e a ânsia por um novo encontro com Edward vazava por minhas veias. Aquele olhar... Aquela voz... Aquele cheiro... Bastava a lembrança para que meu corpo reagisse com estranhos arrepios. ...Edward...

Leves batidas na porta fizeram-me despertar daquele mar de deliciosas lembranças. Pousei a escova sobre a mesa e vesti meu roupão por cima de minha camisola. – Pois não? – perguntei ainda com a porta fechada.

-Sou eu, princesa. – a voz tranqüila de Jasper soou do outro lado da porta, abri a mesma. – Desculpe-me importuná-la tal hora, princesa. – desculpou-se ele com uma mensura, desdenhei o gesto com um breve aceno com a mão. Algumas vezes Jasper parecia não compreender que eu tinha-o como um irmão e dava-lhe tal liberdade.

-Bobagem. – Um sorriso terno apossou-se de meus lábios, tomei meu lugar frente a lareira convidando o conselheiro a sentar-se a minha frente. – Algo que devo o ar de sua graça? – indaguei tranquilamente, contudo minha atenção estava voltada para o fogo o qual trazia-me vivas lembranças do calor que o misterioso Sir Edward.

Jasper sentou-se frente a mim e me fitou intensamente, seu olhar queimou meu corpo, desconfortando-me contudo preferi aguardar paciente Jasper se ver pronto para responder, ato que não demorou muito mais. – Aquele cavalheiro que valsou com a senhorita... – estremeci com o tom cauteloso do conselheiro, ao que tudo indicava, seu extinto protetor para comigo estava atuando firmemente. Ele pareceu perceber minha tensão e cortou seu pensamento pela metade, nossos olhares se encontraram, supliquei calada que trocássemos o tema, contudo tal pedido apenas acelerou o auge da discussão. – A princesa o conhece?

Suspirei com pesar, minhas mãos seguraram com força o tecido protegendo minhas pernas. – Não. – Meu tom foi firme, contudo não deselegante ou arrogante. – Nunca havia visto-o antes.

Jasper continuou a buscar dentro de meus olhos a veracidade em minhas palavras, seus lábios fecharam-se em uma fina linha. A tensão ocupou todo o ambiente, não estava disposta a ceder, Jasper parecia compartilhar da minha idéia. – A princesa pareceu apreciar a companhia do cavalheiro em questão. – prosseguiu ele por fim.

Dei os ombros, fingindo desinteresse, voltei meu olhar para as chamas não mais tão calorosas. – A companhia de Sir Edward se fez agradável. – concordei mantendo meu tom neutro, muito embora meu ser clamava para que eu expressasse meus reais sentimentos.

-Sir Edward...? – repetiu o conselheiro, a curiosidade borbulhando em seus olhos, o sorriso ameaçando surgir em sua face. Meu corpo endureceu, não intencionava demonstrar interesse para com Sir Edward, Jasper poderia não compreender, diante de tal descuido preferi não tornar a falar, permitindo que o silêncio entre nós se instalasse a cada instante mais convidativo a quebrá-lo. – Bom, receio dizer nunca antes tê-lo visto em nossos bailes.

Dei de ombros. – O cavalheiro não se mostrou muito inclinado aos desfrutes que o reino oferece. – concordei sem conseguir esconder minha frustração, eu não conhecia nada sobre Edward.

-Tão pouco conhece-o mais que eu, não estou certo Princesa? – o divertimento de Jasper fez com que o sentimento de frustração crescesse dentro de mim, meu corpo soltou-se e minhas mãos massagearam minhas têmporas, devolvendo como resposta apenas uma negação rápida com a cabeça.

O sorriso de Jasper aprofundou-se. – Não posso dizer que não me alegra saber que finalmente minha princesa demonstrou algum interesse em particular por alguém, contudo não posso alegar que a preocupação pelo obscuro conhecimento pelo cavalheiro em questão. – Jasper tomou minha mão e apertou-a com delicadeza. – Temo por ti, princesa.

Sorri com graça e acariciei a mão do conselheiro. – Aprecio sua proteção, contudo, receio que seus temores sejam levianos, Sir Edward é um perfeito cavalheiro e se mostrou um homem honrado, não há o que temer. – Nunca antes me senti tão confiante, meu coração aquecia-se ao simples som daquele nome tão marcante, meu espírito se encontrava em jubilo, e eu compreendi que algo em mim mudará e jamais seria o mesmo.

-Rogo aos Deuses para que minha princesa esteja certa. – Jasper sorriu e se levantou, imitei o ato. – Temo já ter tomado muito do seu tempo, Princesa, vou deixá-la descansar. – assenti e acompanhei-o até a porta. – Que os Deuses estejam contigo, minha princesa.

Toquei a face do conselheiro com ternura e abençoei-o. – E contigo também, meu irmão. – Sorri, Jasper pegou minha mão e levou aos lábios, beijando-a.

-Tenha uma boa noite, princesa. – despediu-se Jasper e se retirou, deixando-me confiante que ele estaria atento, investigaria de perto meu misterioso “acompanhante” dessa noite. Estremeci só de pensar o que poderia estar reservado pelo destino, Jasper estaria atento a qualquer movimento de Edward, se existisse algo desagradável no passado do cavalheiro em questão, ele descobriria.

POV Narrador        

O príncipe de Volterra retornou o mais rápido possível para suas terras, seu corpo inteiro protestava após ter ultrapassado severamente seus atuais limites físicos. Somente agora, podia perceber sua roupa manchada de sangue em alguns pontos, talvez todas aquelas reverencias bruscas tivessem rasgado sem piedade os curativos, mas ele não se importava, estava satisfeito, sorridente, havia sido a melhor noite de sua vida.

Cauteloso para não ser visto por ninguém, o príncipe adentrou novamente nas dependências de seu castelo e, pelas sombras, conseguiu adentrar em seus aposentos sem ser visto, contudo, bastou mais alguns passos para a fraqueza começar a verdadeiramente, machucar-lhe.

POV Edward

Eu estava em estado de graça, nunca antes pensei poder existir criatura tão bela quanto a princesa de Wyllan, a dama em questão era um anjo, delicado e frágil, como poderia eu vê-la como um inimigo?  Os Deuses castigariam qualquer um que ameaçasse romper com a linha de graça e pureza que a dama exalava. Ela era filha de Zeus, amante do Deus mais puro, reflexo da deusa mais grandiosa... Zeus mandara sua maior criação para o mundo dos humanos.

Isabella Swan já era dona de cada um dos meus pensamentos, cada um dos meus sentimentos, ela me tinha por inteiro, eu a queria, queria poder ser tudo para ela, queria poder ser um Deus, um verdadeiro Deus, para quem sabe assim poder ser merecedor de tamanha perfeição. Nunca me senti tão imperfeito, nunca me senti tão indigno de algo como agora. A princesa de Wyllan merecia mais do que qualquer um pudesse um dia lhe oferecer, mas eu queria lutar, queria tentar, mesmo sabendo o quão ganancioso isso era, eu queria poder ser o agraciado a tomá-la como esposa.

Meus lábios sorriram enquanto eu me aproximava sorrateiramente de meu quarto, a imagem divina da princesa de Wyllan não escapava-me a mente um único segundo, a distancia já se fazia muito grande entre nós, a saudade já parecia sugar todas as minhas forças, minha alma se via acorrentada, contudo... – fui me aproximando de meus aposentos.

Eu não podia tê-la... – adentrei em meu quarto. – Isabella Swan era proibida para mim... – senti o gosto amargo do desespero correndo em minhas veias, o mundo não era justo. Meu peito doeu como nunca antes doera, minhas pernas fraquejaram e cederam, inicialmente me fazendo cair de joelhos. – Ela era a princesa de Wyllan, o reino inimigo. – senti minha visão turvar-se o chão a se aproximar... Minha vida nunca mais gozaria da paz, uma vez que eu saiba que teria que matá-la. – Meu mundo se escureceu e a inconsciência me envolveu, deixando-me a desejar que eu nunca regrasse...

Eu estava perdido.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!