Desentendimentos escrita por Marry Black, grupo_FCC


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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POV Bella

Trazendo comigo uma mala básica de carrinho eu acompanhava os empregados que, Charlie, meu pai, contratara para me auxiliar na mudança. Olhei em volta assustada, tudo era tão desconhecido... Char.. Quero dizer, meu pai, disse que eu mal conheci Yale portanto eu não sentiria mais o incomodo da ausência de memória, contudo, eu ainda estava exitante... Afinal, eu nem mesmo me lembrava de papai, como confiar cegamente nele? E ainda havia Renné, minha mãe, e seu marido, Phil, todos eles pareciam me querer muito bem e me devotavam uma carinho muito grande mas... Quando eu tento me lembrar... Quanto eu me esforço para clarear qualquer mínimo pedaço de toda a escuridão que me banhava eu... – Suspirei frustrada e continuei a andar.

Não adiantava, talvez eu nunca viesse a me lembrar da minha infância, das pessoas que fizeram parte da minha vida... Nem mesmo do acidente. De acordo com eles, eu havia sofrido um acidente de carro, entrei na contra mão e para evitar uma colisão com um caminhão eu tirei o carro da estrada, caindo de um barranco... Por que eu fiz aquilo? Como foi esse acidente? Perguntas que talvez eu nunca teria a resposta, esse incidente me custara a memória e também o movimento de uma das mãos, de acordo com os médicos provavelmente eu nunca teria nenhum dos dois novamente.

Char... Papai e mamãe disserão que talvez tenha sido melhor assim, não lembrar de algo tão terrível quanto isso, mas, como posso me acomodar com a idéia de não saber nem mesmo se meu nome é realmente Isabella? E ainda havia um estranho incomodo dentro de mim, como se algo maior que meus ossos tivesse se partido com o acidente; de onde viria aquilo? Claro que não expus esse sentimento à meus pais, eles já se encontravam preocupados demais, não havia porque fazer mais alarde.

Disposta a deixar aqueles pensamentos negativos longe de mim, sacudi a cabeça e adentrei, com os funcionários de papai, em meu alojamento, era um local incrível, diferente dos dormitórios, o meu alojamento era um apartamento, com sala, cozinha, quarto, em fim... Ao que parecia, eu havia sido "premiada" pois não haviam mais alojamentos de solteiros para mim e a faculdade acabou por me disponibilizar um destinado apenas para casais, isso era bom, eu poderia então cozinhar sozinha, sem ter que comer aquela gororoba que serviam nos refeitórios.

Papai e mamãe não gostaram muito deu vir para a faculdade nas minhas... Condições atuais, mas minha vida já estava tão confusa e sem sentido do jeito que estava, se eu não tentasse seguir em frente o que eu faria? Eles não tinham com o que contra-argumentar; eu compreendia a preocução deles, mas daria certo, no fundo eu sabia que me faria bem vir e começar de novo.

Os funcionários contratados por papai deixaram todas as caixas e os móveis – comprados por mamãe e eu - na sala, por fim me perguntaram como eu gostaria de organizar os móveis e qual seriam as cores das paredes (ordens de papai), contudo declinei, por algum motivo, eu preferia arrumar tudo sozinha, para que ficasse a minha cara, me perguntei se antes eu gostava de decoração. Exitantes, eles se foram e eu me vi sozinha naquele apartamento, suspirei cansada e decidi que antes de começar a organizar o apartamento, eu iria pegar meus horários e comprar o material necessário para o semestre.

Desembalei o espelho e dei uma conferida em minha aparencia, estava trajando um vestido de mangas longas de lã preto, meias sete-oitavos também pretas e um cinto e uma bota bege claro, meu cabelo estava levemente preso por um tic-tac na lateral esquerda, brincos de argolas nas orelhas; estava bom, ao que parecia, eu também gostava de moda antes. Aos poucos eu ia descobrindo meus gostos e desgostos.

Retoquei o batom, peguei minha bolsa e sai. Observei com atenção o local, as poucas pessoas que ali estavam, tudo era novo e eu daria o melhor de mim para tornar aqueles anos em que ficaria ali, os mais agradáveis possíveis, se eu teria que recomeçar a criar lembranças, então que eu tivesse o máximo possível de lembranças boas.

Segui tranquilamente para a secretária onde sem problema algum peguei meus horários e minha lista de livros, quando sai, segui em direção a livraria do campus, contudo, uma estranha sensação de estar sendo observada me incomodava fazendo com que, por diversas vezes, eu me virasse para confirmar o que já sabia, eu estava sozinha. Ótimo. Agora, como se não faltasse mais nada eu estava ficando paranóica.

A fim de destrair-me, peguei meu I-pod e coloquei os fones de ouvido, deixando que a música entrasse em minha cabeça fazendo com que eu tentasse ao máximo ignorar aquela sensação. Fiz minhas compras sem pressa pegando todos os livros necessários, mais alguns de meu interesse e os materiais que achei importante.

Na hora de levar tudo para o apartamento, me arrependi por não ter trazido minha pequena mala de carrinho, como, em nome de Deus, eu levaria todos aqueles livros com uma mão só? E a pé! Com muito sacrifício consegui empilhar todos os livros em meu braço direito juntamente com as sacolas com o restante da compra; devagar e sempre eu segui para o apartamento, mal enxergando o que estava a minha frente, mas não havia outra maneira de ir.

Depois do acidente, eu havia perdido minha carteira de carro e mamãe e papai tinham me proibido de dirigir uma moto ou qualquer outro veículo, o que era compreensível já que eu não possuia mais o movimento das duas mãos, portanto, agora eu só poderia me locomover a pé, de transporte público ou táxi, mas dentro dos limites do campus a única saída era ir andando.

Eu estava indo bem até alguém esbarrar em mim ou eu bater em alguém, não importava muito; ótimo, comecei bem. Com a colisão todos meus livros foram ao chão juntamente comigo.

-Mas o que...? – meio desorientada, tentei compreender o que acontecera, então uma moça miuda de cabelos curtos e incrivelmente bela apareceu em meu raio de visão.

-Oh, mil perdões como sou destraída! – ela parecia verdadeira sentida por ter me derrubado, me orientando novamente apenas neguei com a cabeça.

-Está tudo bem. – garanti sem olhá-la, me sentei adequadamente no chão e comecei a juntar meus livros, um pouco irritada, eu não sabia se conseguiria erguer tudo novamente. No mesmo instate a moça começou a me ajudar mas fiz sinal para que parasse. – Não. Eu posso fazer isso. – garanti sentindo-me levemente ofendida, eu não queria ter sido hostil com a moça, mas eu não precisava que ninguém tivesse pena de mim, mesmo sem os movimentos da mão esquerda eu ainda podia me virar.

Contudo, ao invés de se afastar ou se irritar com minha hostilidade ela sorriu amavelmente, um sorriso encantador, digno de cinema. – Eu tenho certeza que sim. – concordou ela para minha surpresa. – Contudo, foi muito descuido de minha parte não ter olhado por onde andava e eu gostaria de ajudá-la para reparar meu erro. – aquilo me desconcertou, eu não esperava por isso, na verdade, a menina parecia realmente sentida por ter esbarrado em mim e em seu rosto não consegui identificar nenhum traço de pena.

Fiquei constrangida por ter agido tão preciptadamente. – Oh, bem, desculpe por isso. – pedi sentindo minhas bochechas esquentarem. A jovem sorriu alegremente e me estendeu a mão, ajudando-me a levantar, aceitei ainda desconcertada.

-Não há com que se preocupar. – ela pegou o restante dos meus livros, na verdade, carregando boa parte deles, sem nem mesmo demonstrar se preocupar com o peso, mesmo sendo uma moça miuda como era. Agradeci mentalmente por ela me ajudar, eu estava apenas a carregar três livros e algumas sacolas.

– A propósito, - para minha supresa, ela não estendeu a mão. – Sou Alice Cullen. – sorriu amavelmente, provavelmente percebendo minha surpresa por não ter me estendido a mão em cumprimento convencional, ela apenas olhou de relance para minha mão lezada e piscou, simbolizando compreender a situação e tentar evitar meu possível constrangimento.

De alguma maneira estranha aquela moça, aquele nome... Causaram reações irreconheciveis em mim, eu não conseguia entender, mas perto dela, eu me sentia... bem. Simpatisei muito com Alice, ela me trazia paz. Sorri em resposta, agradecida por simplesmente compreender e não fazer perguntas. – Sou Bella Swan.

Alice sorriu amplamente. – É um prazer conhecê-la, Bella. – ela me lançou uma rápida olhada de cima a baixo. – Gostei do seu estilo. – elogiou ela, sorri consntragida e parei para avaliá-la também, estava maravilhosa.

-Obrigada, também gostei do seu. – Alice sorriu mais ainda, por algum motivo, aquele sorriso me acalmava, me confortava... Era como se ele me fosse familiar, me perguntei por um breve segundo se já não conhecia Alice, mas logo afastei tal pensamento, obviamente que não, afinal, se eu a conhecesse ela teria me reconhecido.

-O que acha de irmos até o café tomar alguma coisa, Bella? – propos ela animada, uma animação contagiante, eu queria aceitar, mas ainda tinha todo meu apartamento para arrumar.

Sorri tristemente. – Desculpe Alice, mas preciso arrumar meu alojamento, e bem, - olhei de relance para minha mão lesada. – Vou demorar um pouco para conseguir organizar tudo.

Contudo, ao contrário do esperado, Alice sorriu mais ainda, mais empolgada que antes. – Você ainda está arrumando-o? Oh isso é incrível! Posso ajudá-la, Bella? Por favor, por favor? Eu adoro esse clima de mudança e reforma! – mais um vez analizei a menina, a fim de saber se aquilo não era uma crise de piedade ou algo assim, mas nada encontrei, Alice parecia realmente animada e empolgada para fazer aquilo pura e simplesmente por gostar.

Fiquei confusa e surpresa, todos os alunos do primeiro semestre ainda estavam para chegar ou chegaram a pouco, era impossível alguém já ter feito toda a mudança, isso significava que Alice era veterana. – Você é veterana? – perguntei surpresa.

Alice riu levemente. – Oh não, não, estou entrando no primeiro semestre, - abri a boca para perguntar então da sua mudança, mas como se adivinhasse minha dúvida ela continuou. – Contudo, não estou morando no campus, moro com meus pais na cidade.

-Ah.. – foi tudo que respondi, minha mente tentando assimilar tantas informações e até mesmo se acostumar com a presença da moça ali comigo, eu ainda estava desacostumada a companhia.

-Então, - tirou-me de meus devaneios. – Posso ajudá-la? – insistiu ela ansiosa.

-Você tem certeza que quer fazer isso? – perguntei exitante, por mais que a idéia de arrumar tudo me agradasse, eu não conseguia ver mais alguém gostando disso. – Você não tem nada mais legal para fazer?

Alice negou com a cabeça. – Estou a toa o dia todo. – garantiu ela.

-Bom... – encoli meus ombros, por mais que eu não quisesse importunar a jovem, eu já gostava de sua companhia. – Se você quer, não vejo problemas. – sorri e Alice sorriu de volta e enganchou um braço no meu.

-Oh Bella vai ser tão divertido! – é ela realmente estava animada. Começamos a caminhar. – Como você imag...? – ela não conseguiu terminar a pergunta por conta de uma voz angelical e masculina chamar seu nome ao longe.

-Alice! – instantaneamente olhei na direção do grito; não pude deixar de arfar com o que vi. Um moço loiro-arruivado, corpo definido, pele clara e incrivelmente lindo vinha correndo em nossa direção, quem seria ele? Por que meu coração disparou e pareceu se apertar ao vê-lo? Olhei para Alice procurando entender quem era, talvez fosse seu namorado, contudo, a moça estava com uma expressão irritada.

Assim que o jovem se aproximou ela já o interrogou raivosa. – O que está fazendo aqui, Edward? – Edward... um choque percorreu meu corpo ao ouvir aquele nome, era como se ele fosse uma chama em brasa, pronta a queima-me, ferir-me... Terrivelmente familiar, e totalmente desconhecida.

Edward, como Alice o denominou, sorriu travessamente diante da irritação da menina. – Vim buscar meus horários ué, o que há de mal nisso, Baixinha? – era nitido que aquilo era uma provocação e Alice pareceu cair nela.

-Que seja, estamos indo... – ela se virou, puxando-me junto para recomeçar a andar, contudo Edward entrou na nossa frente novamente.

-Ei, espera, onde estão indo? – ele parecia divertido com Alice irritada.

Abri a boca para responder mas Alice foi mais rápida. – Não te interessa. – e tentou nos desviar dele, mas Edward entrou na frente novamente.

-Que mal humor, Maninha! – Ah! Então eles eram irmãos! Por que Alice estava tão irritada com o próprio irmão? – Não vai nem me apresentar sua amiga? – seu olhar recaiu intensamente em mim, fazendo com que minhas bochechas corassem, me vi forçada a desviar o olhar.

-Não! – negou ela novamente, e por uma terceira vez tentou nos desviar dele, mas não teve sucesso.

-Ora vamos, Lice! – ele era paciente com Alice e também parecia divertido em atormentá-la; me senti constrangida em estar no meio da "briga" entre os dois irmãos, pensei em sair de fininho mas minhas idéias logo se desfizeram quando lembrei que alguns dos meus livros estavam com Alice. Edward olhou-me com intensidade, seus olhos estavam repletos de um sentimento desconhecido por mim, contudo, aquilo foi o suficiente para me fazer esquecer de respirar corretamente.

-Sou Edward Cullen, irmão de Alice. – se apresentou ele no mesmo instante que tirou meus livros e sacoslas de minha mão. – Eu cuido disso.

Atordoada com a proximidade e a embriagues que o rapaz me causava tive problemas de coerencia ao responder. – Obrigada... Ah... Sou Bella Swan.

Ele sorriu amplamente, como se minha resposta tivesse sido muito mais significativa para ele, no mesmo instante seu olhar pareceu repleto de dor e solidão? – E então, onde vocês estão indo? – continuou ele desviando o olhar como se percebesse minhas conclusões e tentasse esconder as provas.

-Já disse que não interessa, Edward! – Alice falou brava, resolvi intervir, eu realmente precisava ir e não queria ficar entre os dois.

-Bom, Alice... – peguei meus livros das mãos de Edward em seguida os que estavam com Alice. – Eu realmente preciso ir... A gente se vê por aí.

-Eu vou te ajudar a arrumar seu alojamento, Bella, eu disse que iria. – contrapos ela ansiosa.

-Não precisa Alice, de verdade! – agradeci desconcertada.

-Vocês vão arrumar o alojamento? – Edward se intrometeu na conversa. – Então é melhor eu ir com vocês! Afinal, vocês vão precisar de alguém para colocar aqueles móveis pesados no lugar. – novamente, um brilho misterioso se fez nos olhos de Edward, um brilho que causou uma pontada estranha dentro de mim.

-Não precisa mesmo gente, obrigada mesmo assim! – me virei para sair mas Alice se colocou na minha frente.

-Edward tem razão! – disse ela fazendo careta. – Vamos precisar dele para arrastar os móveis, melhor irmos os três. – sua voz era irritada, ao que parecia a presença do irmão não era desejada.

-Nã... – tentei argumentar mas Alice me calou ao mesmo tempo que pegava meus livros e sacolas e entregava todos a Edward.

-Eu disse que iria te ajudar e você deixou, Bella... – Ela sorriu cativante. – Agora vamos de uma vez! – ela enganchou seu braço no meu e recomeçamos a andar com Edward logo atrás de nós, pelo canto do olho pude vê-lo carregar os livros satisfeito com alguma coisa.

Rápida e discretamente Alice se virou e sibilou alguma coisa ao irmão, com certeza, algo que eu não deveria saber então procurei me fingir de desentendida e seguimos para meu apartamento, Alice logo iniciou um assunto sobre decoração que tomou o caminho inteiro, vez por outra, Edward comentava algo, sendo rapidamente cortado pela irmã. Ao que parecia, aquele primeiro dia prometia.

 


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Notas finais do capítulo

A sorte está lançada! =D