Desentendimentos escrita por Marry Black, grupo_FCC


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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As duas semanas que seguiram foram realmente revoltantes, todos mantinham um cuidado excessivo comigo, mesmo depois deu ter tirado os pontos e isso era realmente revoltante, exceto pelo fato de Alice me poupar de muitas coisas do casamento.

Edward passou todos os dias e noites ao meu lado, desgrudou-se de mim muitas poucas vezes, coisa que eu realmente não me importei.

Ele também chegou a me dar meu carro novo, porque a minha Chevet misteriosamente parou de funcionar da noite para o dia, mas não adiantou muita coisa pois Edward me proibiu de dirigir, disse que mesmo que eu fosse capaz de dirigir com uma das mãos lesada, o que eu realmente conseguia, ele não iria correr o risco.

Enfim, Charlie agora ADORA Edward, com certeza se sene muito culpado por tudo que aconteceu, e deveria mesmo!

Mas bem, minha mãe chegou com Phill para o casamento, e bem, ela não se agüenta de chorar tamanha é a emoção.

E bem, tudo parece finalmente se ajeitar, Edward cumpriu a promessa que me fez, nem por uma vez eu senti falta dos movimentos de minha mão, todos os Cullen me ajudam fervorosamente.

A noite que antecedeu o casamento foi a despedida de solteiro de Edward, que eu realmente não gostei de ter acontecido, mas, o que eu poderia fazer?Brigar com Emmett e Jasper?Eu posso ter tido um surto suicida, mas hoje, tenho amor a minha vida.

E finalmente o dia do casamento chegou, meu nervosismo era nítido, e quando Alice chegou, eu só fiquei mais nervosa.

Ela me arrastou para seu Ponshe no mesmo instante em que abri a porta.

-Ah, que inferno! Olhe seus olhos! - ela reclamou com reprovação. - O que você fez? Ficou acordada a noite toda?

-Quase.

Ela me encarou.

-Eu tenho pouco tempo para lhe deixar maravilhosa, Bella –você podia ter tomado mais uidado com o meu material.

Ninguém espera que eu fique maravilhosa. Eu acho que o grande problema é que eu talvez durma durante a cerimônia e não seja capaz de dizer "aceito" na parte certa, e então Edward vai conseguir fugir. - Ela riu.

-Eu vou jogar meu buquê em você quando estiver na hora.

-Obrigada.

-Pelo menos você vai ter bastante tempo para dormir no avião amanhã.

Eu ergui uma sobrancelha. Amanhã, eu pensei. Se nós fomos embora depois da festa, ainda estaríamos no avião amanhã à noite... bem, não estávamos indo para Boise, Idaho. Edward não tinha dado nenhuma pista. Eu não estava tão estressada com o mistério, mas era estranho não saber onde iria dormir na noite seguinte. Ou, esperançosamente, não dormindo...

Alice percebeu que ela tinha me dado uma dica, e franziu a testa.

-Você já está com as malas preparadas e prontas - ela disse para me .

-Alice, eu queria que você me deixasse preparar minhas próprias malas!

-Teria dado muitas pistas.

-E negado a você uma oportunidade de fazer compras.

-Você será minha irmã oficialmente em poucas horas... está na hora de superar essa aversão a roupas novas. - Eu encarei preocupada pelo pára-brisa ante que estávamos quase na casa.

-Ele já voltou? - perguntei.

-Não se preocupe, ele estará de volta antes que a música comece. Mas você não pode vê-lo, não importa quando ele chegue. Vamos fazer isso do jeito bufei.

-Tradicional!

-Certo, a parte da noiva e do noivo.

-Você sabe que ele já espiou.

-Ah, não - esse é o porquê de só eu ter visto você no vestido de noiva. Tenho sido bem cuidadosa para não pensar nisso quando ele está por perto.

-Bem - eu disse quando nós fizemos a curva – estou vendo que você reaproveitou a decoração da formatura. - Os seis quilômetros da estrada estavam novamente envoltos em milhares de luzinhas. Dessa vez, ela adicionou arcos de cetim branco.

-Não quero desperdiçar. Aproveite, porque você não verá a decoração de dentro até que esteja na hora. - Ela estacionou na garagem gigante a norte da casa. O jipe enorme de Emmett ainda não tinha voltado.

-Desde quando a noiva não pode ver a decoração? - eu protestei.

-Desde que ela me colocou no comando. Quero que você tenha o impacto completo quando descer as escadas.

Ela colocou a mão sobre meus olhos antes me deixar entrar pela cozinha. Eu fui imediatamente assaltada pelo cheiro.

O que é isso? - eu perguntei enquanto ela me guiava pela casa.

-É muito? - A voz de Alice estava abruptamente preocupada. - Você é a primeira humana aqui. Espero que eu tenha acertado.

-O cheiro é delicioso! - eu a assegurei – era quase intoxicante, mas não surpreendente, o balanço das fragrâncias diferentes era sutil e completo.

-Cascas de laranja... lilás... e alguma coisa a mais – estou certa?

-Muito bom, Bella. Só esqueceu da freesia e das rosas.

Ela não descobriu meus olhos até que estivéssemos em seu grande banheiro.

Eu olhei para a grande pia, coberta com toda a parafernália de um salão de beleza, e comecei a sentir os efeitos da noite mal dormida.

-Isso é realmente necessário? Eu vou parecer comum perto dele de qualquer jeito.

Ela me sentou em uma cadeira pequena e cor-de-rosa. - Ninguém vai ousar chamar você de comum quando eu terminar.

-Só porque eles estão com medo de que você sugue o sangue deles – eu murmurei. Eu apoiei nas costas da cadeira e fechei meus olhos, esperando ser capaz de cochilar enquanto aquilo durasse. Eu apaguei de vez em quando enquanto ela me maquiava, passava blush e polia cada espaço do meu corpo. Era depois do almoço quando Rosalie escorregou pela porta do banheiro com um vestido prata brilhante com seu cabelo dourado preso em uma pequena coroa no topo de sua cabeça. Ela era tão linda que me deu vontade de chorar.

Qual era o sentido em me vestir com Rosalie por perto?

-Eles voltaram! - Rosalie disse, e imediatamente meu ataque de pânico infantil desapareceu. Edward estava em casa.

-Deixe-o longe daqui!

-Ele não vai encontrar com você hoje - Rosalie a assegurou. - Ele dá valor demais à vida. Esme os mandou cuidar de umas coisas. Você quer alguma ajuda? Eu posso fazer o cabelo dela.

Meu queixo caiu. Eu fiz uma batalha em minha cabeça, tentando me lembrar de como fechar minha boca.

Eu nunca fui à pessoa preferida de Rosalie. Então, deixando as coisas ainda mais tensas entre nós, ela estava pessoalmente ofendida pela escolha que eu estava fazendo agora. Embora ela tivesse aquela beleza impossível, uma família que amava, e sua alma gêmea em Emmett, ela teria trocado tudo para ser humana. E aqui estava eu, insensivelmente jogando tudo fora, tudo o que ela queria na vida, como se fosse lixo. Eu não a fiz gostar mais de mim.

-Claro - Alice disse. - Você pode começar trançando. Eu quero que fiquei um pouco embaraçado.

-O véu vai aqui, embaixo. - As mãos dela começaram a passar pelo meu cabelo, levantando e virando-o, ilustrando em detalhes como ela queria. Quando ela terminou, as mãos de Rosalie substituíram as dela, amaciando meu cabeço com um toque mais leve do que pena. Alice voltou para seu rosto.

Uma vez que Rosalie recebeu as recomendações de Alice sobre meu cabelo, ela saiu para pegar meu vestido e localizar Jasper, que tinha sido designado para pegar minha mãe e seu marido, Phil, do hotel. Lá embaixo, eu podia ouvir a porta se abrindo e se fechando várias vezes. Vozes começaram a se aproximar.

Alice me fez levantar para que ela pudesse colocar o vestido por cima de meu cabelo e maquiagem. Meus joelhos tremeram tão forte quando ela fechou os botões de pérola nas minhas costas que o cetim caiu em pequenas ondas pelo chão.

-Respire fundo, Bella. - Alice disse. - E tente diminuir as batidas de seu coração. Você vai suar e borrar a maquiagem.

Joguei a ela a melhor expressão sarcástica que pude fazer. - Vou tentar fazer isso.

-Eu tenho que ir me vestir agora. Consegue se segurar por dois minutos?

-Ah... talvez?

Ela revirou os olhos e saiu pela porta.

Eu me concentrei em minha respiração, contando cada movimento de meus pulmões, e encarei o padrão que a luz do banheiro fazia brilhar pelo tecido de minha saia. Eu estava com medo de olhar no espelho – medo de que a imagem de mim mesmo em um vestido de noiva iria me fazer ter um novo ataque te pânico.

Alice voltou antes que eu respirasse duzentas vezes, num vestido que caia pelo seu corpo magro como uma cachoeira prateada.

-Alice – uau.

-Não é nada. Ninguém vai olhar para mim hoje. Não enquanto você estiver no salão.

-Há há.

-Agora, você está sob controle ou eu preciso trazer Jasper aqui?

-Eles voltaram? Minha mãe está aqui?

-Ela acabou de entrar. Está subindo.

Renee tinha chegado há dois dias, e eu tinha passado cada minuto que podia com ela – cada minuto que eu podia afastá-la de Esme e da decoração, nas palavras dela. Até onde eu podia dizer, ela estava se divertindo mais que eu criança presa à noite da Disney. De um jeito, eu me senti traída do mesmo jeito que Charlie. Todos aquele terror desperdiçado com a reação dela...

-Ah, Bella! - ela gritou agora, emocionada, antes que ela tivesse passado pela porta. - Ah, querida, você está maravilhosa! Ah, eu vou chorar! Alice, você é fantástica! Você e Esme deviam entrar no mercado como planejadoras de casamentos. Onde você achou esse vestido? É lindo! Tão gracioso, tão elegante. Bella, parece que você acabou de sair de um filme Austin.

A voz de minha mãe pareceu um pouco distante, e tudo no quarto era um fraco borrão. - Uma idéia tão criativa, fazendo o tema do vestido baseado no anel de Bella. Tão romântico! E pensar que está na família de Edward desde os anos 1800!

Alice e eu trocamos um olhar breve e conspiratório. Minha mãe estava sem noção do estilo do vestido por mais de cem anos. O casamento estava na verdade, centrado não no anel, mas no próprio Edward.

Houve um pigarro na porta.

-Renee, Esme disse que é hora de você descer. - Charlie disse.

-Bom, Charlie, como você está arrojado! - Renee disse em um tom que era quase choque.

Talvez isso tenha explicado a rigidez na resposta de Charlie.

-Alice me pegou.

-Já está na hora mesmo? - Renee disse para si mesma, parece quase tão nervosa quanto eu me sentia. - Isso tudo foi tão rápido. Sinto-me tonta.

Isso fazia duas de nós.

-Me dê um abraço antes que eu desça. - Renee insistiu. - Cuidado agora, não quero rasgar nada.

Minha mãe me apertou gentilmente em sua cintura, então se virou para a porta, só para terminar a volta e me olhar de novo.

-Ah, meu Deus, quase esqueci! Charlie, onde está a caixa?

Meu pai procurou em seu bolso por um minuto e então tirou uma pequena caixa branca e a entregou a Renee. Renee levantou a tampa e entregou para mim.

-Alguma coisa azul. - ela disse.

-E alguma coisa velha também. Eles eram da vovó Swan. - Charlie adicionou.

-Nós pedimos para um joalheiro substituir as jóias antigas por safiras.

Dentro da caixa haviam duas presilhas de cabelo. Safiras azul escuras estavam incrustadas em complicados desenhos florais em cima dos prendedores.

Minha garganta ficou apertada. - Mãe, pai... vocês não precisavam.

-Alice não nos deixou fazer mais nada, - Renee disse. - Toda vez que a gente tentava, ela praticamente arrancava as nossas gargantas.

Uma gargalhada histérica saiu pelos meus lábios.

Alice veio para a frente e rapidamente deslizou as presilhas em meus cabelos, logo abaixo das tranças grossas. - Isso é uma coisa velha e azul, - Alice pensou, dando uns passos pra trás para me admirar. - E o seu vestido é novo... então, aqui

Ela jogou alguma coisa para mim. Eu levantei minhas mãos automaticamente e a liga branca translúcida caiu na minha mão.

-Isso é meu e eu quero de volta - Alice me disse.

Eu fiquei vermelha.

-Pronto, - Alice disse com satisfação. - Um pouco de cor - é tudo o que você precisa. Você está oficialmente perfeita - Com um sorriso que parabenizava ela mesma, ela se virou para os meus pais. - Renee, você precisa ir lá pra baixo.

-Sim, madame - , Renee me soprou um beijo e saiu apressada pela porta.

-Charlie, você pode pegar as flores, por favor?

Enquanto Charlie estava fora do quarto, Alice arrancou a liga das minhas mãos e se enfiou embaixo da minha saia. Eu resfoleguei e cambaleei enquanto as mãos frias dela segurava o meu calcanhar; ela enfiou a liga no lugar.

Ela já estava de pé novamente antes que Charlie retornasse com dois buquês cheios de flores brancas. O cheiro de rosas e flores de laranjeira e freesia me cercou numa suave mistura.

Rosalie – a melhor música da família depois de Edward – começou a tocar piano no andar de baixo. Pachelbel's Cânon. Eu comecei a hiperventilar.

-Calma, Bells, Charlie disse. Ele se virou nervosamente pra Alice. – Ela parece um pouco enjoada. Você acha que ela vai conseguir?

A voz dele soou longe. Eu não conseguia sentir minhas pernas.

-É melhor que consiga.

Alice ficou bem na minha frente, na ponta dos pés pra me olhar nos olhos mais facilmente, e agarrou meus pulsos em suas mãos duras.

-Concentre-se, Bella. Edward está te esperando lá embaixo.

Eu respirei profundamente, tentando me recompor.

A música mudou lentamente para outra música. Charlie me cutucou.

-Bells, é a nossa vez.

-Bella? - Alice perguntou, ainda me olhando nos olhos.

-Sim - , eu guinchei. - Edward. Tudo bem. - Eu deixei que ela me tirasse do quarto , com Charlie agarrado em meu cotovelo.

A música estava mais alta no corredor. Eu flutuei nas escadas junto com as fragrâncias dos milhões de flores. Eu me concentrei da idéia de Edward me esperando lá embaixo pra fazer os meus pés se moverem.

A música era familiar, uma marcha tradicional de Wagner cercada por um monte de embelezamentos.

-É a minha vez, - Alice chiou. - Conte até cinco e me siga. Ela começou a descer as escadas lenta e graciosamente. Eu devia ter me dado conta que ter Alice como minha única dama de honra era um erro. Eu ia parecer muito mais descoordenada andando atrás dela.

Um súbito ruído de juntou à música. Eu reconheci a minha deixa.

-Não me deixe cair, pai, - eu sussurrei. Charlie pôs a minha mão em seu braço e a apertou com força.

Um passo de cada vez, eu disse a mim mesma enquanto começava a descer ao lento som da marcha. Eu não ergui meus olhos até que os meus pés estavam seguros no chão, apesar de conseguir ouvir os murmúrios e ruídos da platéia enquanto eu aparecia. O sangue subiu pro meu rosto por causa do som; é claro que já se esperava que eu fosse uma noiva corada.

Assim que os meus pés tinham vencido as escadas traiçoeiras, eu estava procurando por ele. Por um breve segundo, eu fiquei distraída com a profusão de botões de flores brancas que pendiam de guirlandas em qualquer parte da sala que não estivesse viva, caindo em longas filas de leves laços brancos.

Mas eu separei meus olhos dos arcos das portas e procurei pelas fileiras de cadeiras cobertas de cetim – ficando ainda mais vermelha quando vi a multidão de rostos olhando pra mim – até que eu finalmente o encontrei, de pé perto de um vaso com mais flores ainda, e mais laços.

Eu mal tinha consciência de Carlisle de pé ao lado dele, e do pai de Ângela atrás deles dois. Eu não vi minha mãe de onde ela devia estar sentada na primeira fileira, nem a minha família nova, ou nenhum dos meus convidados – eles teriam que esperar até mais tarde.

Tudo o que eu realmente via era o rosto de Edward; ele encheu minha visão e dominou minha mente. Os olhos dele estavam claros, ouro em chamas; seu rosto perfeito estava quase parecendo severo com a profundidade de suas emoções. E aí, quando ele encontrou meu olhar abismado, ele se quebrou em um sorriso feliz de tirar o fôlego.

De repente, a única coisa me impedindo de correr pelo corredor era a mão de Charlie apertando a minha.

A marcha era lenta demais enquanto eu tentava fazer meus pés acompanharem o ritmo. Por sorte, o corredor era bem curto. E finalmente, finalmente, eu estava lá. Edward estendeu sua mão. Charlie pegou minha mão e, num símbolo tão velho quanto o mundo, colocou-a sobre a mão de Edward. Eu toquei o frio milagre de sua pele, e eu estava em casa.

Nossos votos foram simples, palavras tradicionais que já foram ditas milhões de vezes, apesar de nunca por um casal como nós. Nós só pedimos ao Sr. Weber pra fazer uma pequena mudança. Ele concordou em trocar a frase "até que a morte nos separe" por uma mais apropriada "enquanto nós dois vivermos".

Naquele momento, enquanto o juiz de paz dizia sua parte, meu mundo, que tinha estado de cabeça pra baixo por tanto tempo, agora parecia ficar na posição correta. Eu me dei conta do quanto eu estava sendo ao sentir medo disso – como se isso fosse um presente de aniversário que eu não queria ou uma exibição vergonhosa, como um baile. Eu olhei para os olhos brilhantes, triunfantes de Edward, e eu soube que eu também estava vencendo. Porque nada mais importava além do fato de que eu poderia ficar com ele. Eu não me

dei conta de que estava chorando até a hora de dizer as palavras tão esperadas.

-Eu aceito. - eu consegui botar pra fora num sussurro quase inaudível, piscando pra conseguir ver o rosto dele.

Quando foi a vez dele de falar, as palavras soaram claras e vitoriosas.

-Eu aceito. - ele jurou.

O Sr. Weber nos declarou marido e mulher, e aí as mãos de Edward se ergueram pra segurar o meu rosto, cuidadosamente, como se ele fosse delicado como as pétalas brancas balançando sobre nossas cabeças. Eu tentei compreender, apesar da quantidade de lágrimas me cegando, o fato surreal de que essa pessoa incrível era minha. Seus olhos dourados estavam como se pudessem estar cheios de lágrimas também, se isso não fosse uma coisa tão impossível. Ele abaixou sua cabeça em direção à minha, e eu fiquei na ponta dos pés, jogando meus braços – com buquê e tudo – ao redor do pescoço dele. Ele me beijou ternamente, me adorando; eu esqueci a multidão, o lugar, o tempo, a razão... lembrando apenas que ele me amava, que ele me queria, que eu era dele.

Ele começou o beijo e eu tive que terminá-lo; eu me agarrei a ele, ignorando as risadinhas e os convidados limpando as gargantas. Finalmente, as mãos dele detiveram meu rosto e ele se afastou – cedo demais – pra me olhar. Na superfície seu sorriso repentino estava divertido, era quase um sorriso pretensioso. Mas por baixo desse espetáculo momentâneo da minha exibição pública estava uma profunda alegria que ecoava a minha própria.

A multidão aplaudiu, e ele virou os nossos corpos para ficar de frente para as nossas famílias e amigos.

Os braços da minha mãe foram os primeiros a me encontrar, seu rosto coberto de lágrimas foi à primeira coisa que eu encontrei quando eu desviei meus olhos de Edward sem querer. E aí eu fui passada para a multidão, passada de abraço para abraço, apenas meio consciente de quem me abraçava, minha atenção concentrada na mão de Edward que segurava a minha própria mão com força. Eu reconheci a diferença entre os abraços suaves e quentes dos meus amigos humanos, e os abraços gentis e frios da minha nova família.

Um abraço severo se destacou entre os outros – Seth Clearwater teve a coragem de ficar em meio a todos os vampiros para representar meu amigo lobisomem perdido.

O casamento foi seguido sutilmente pela festa de recepção – prova do planejamento perfeito de Alice. O crepúsculo chegava acima do rio; a cerimônia tinha durado o tempo exato, permitindo que o sol se pusesse atrás das árvores. As luzes nas árvores brilhavam enquanto Edward me guiava através das portas de vidro de trás da casa, fazendo as flores brancas brilhar.

Haviam mais dez mil flores ali, servindo como uma tenda perfumada e flutuante sobre a pista de dança que foi arrumada na grama sob duas cidreiras antigas.

As coisas desaceleraram, relaxando enquanto a leve noite de Agosto nos cercava. A pequena multidão se espalhou sob o leve brilho das luzes cintilantes, e nós fomos cumprimentados novamente pelos amigos que tínhamos acabado de cumprimentar. Agora havia tempo para conversar, para sorrir.

-Parabéns, pessoal - Seth Clearwater nos disse, abaixando a cabeça por causa de uma guirlanda de flores. A mãe dele, Sue, estava bem ao seu lado, olhando os convidados com um estudado interesse. O rosto dela era fino e penetrante, uma expressão que se atenuou pelo seu corte de cabelo curto, severo; era tão curto quanto o cabelo de sua filha Leah – eu me perguntei se ela tinha cortado curto desse jeito em sinal de solidariedade. Billy Black, do outro lado de Seth, não estava tão tenso quanto Sue.

Quando eu olhava para o pai de Jacob, eu sempre sentia que estava vendo duas pessoas e não uma só. Lá estava um homem velho numa cadeira de rodas com um rosto marcado de rugas e um sorriso branco que todo mundo via. E depois havia o descendente direto de uma longa linhagem de chefes índios poderosos, vestido com aquela autoridade com a qual ele tinha nascido.

Apesar da mágica ter – pela ausência de problemas – pulado a sua geração, Billy ainda era uma parte do poder e da lenda. Eles o cercavam. Ela cercava o seu filho, o herdeiro da magia, que deu as costas a isso tudo. Isso agora deixava Sam Uley que agisse como chefe das lendas e magia...

Billy parecia estranhamente tranqüilo considerando que a companhia e o evento – seus olhos brilhavam como se ele tivesse acabado de receber uma boa notícia. Eu estava impressionada com o comportamento dele. Esse casamento devia parecer uma coisa ruim, a pior coisa que podia ter acontecido à filha do melhor amigo dele, nos olhos de Billy.

Eu sabia que não era fácil pra ele esconder seus sentimentos, considerando o desafio que esse evento marcava para a antiga trégua feita entre os Cullen e os Quileute – o acordo havia proibido que os Cullen viessem a criar outro vampiro. Os lobisomens sabiam que uma quebra estava acontecendo, mas os Cullen não faziam idéia de como eles reagiriam. Antes da aliança, isso teria significado ataque imediato. Uma guerra. Mas agora que eles se conheciam melhor, será que ao invés disso haveria perdão?

Como que em resposta a esse pensamento, Seth se inclinou na direção de Edward, com os braços estendidos. Edward retornou o abraço com seu braço livre.

Eu vi Sue estremecer delicadamente.

-É bom ver as coisas dando certo pra você, cara - Seth disse. - Eu estou feliz por você.

-Obrigado, Seth. Isso significa muito para mim. - Edward se afastou de Seth e olhou para Sue e Billy. - Obrigado a vocês também. Por terem deixado o Seth vir. Por dar apoio a Bella hoje.

-De nada. - Billy disse com sua voz profunda, gutural, e eu me surpreendi com o otimismo na voz dele. Talvez uma trégua mais forte estivesse no horizonte. Uma pequena fila estava se formando, então Seth acenou dando adeus e Billy empurrou sua cadeira em direção à comida. Sue manteve uma mão em cada um deles.

Angela e Bem eram os próximos querendo nossa atenção, seguidos pelos pais de Angela e então Mike e Jéssica, que estavam – para minha surpresa – de mãos dadas. Eu não sabia que eles estavam juntos de novo. Isso era bom.

Atrás dos meus amigos humanos estavam os meus novos primos, os vampiros do clã Denali. Eu me dei conta de que estava prendendo a respiração enquanto a vampira da frente – Tanya, eu presumi pelo tom dos seus cabelos loiros – se aproximava para abraçar Edward. Perto dela, os outros três vampiros de olhos dourados me olharam com franca curiosidade.

Uma das mulheres tinha um cabelo longo, loiro pálido, liso como seda. A outra mulher e o homem ao seu lado tinham cabelos escuros, com a pele meio escurecida sobre sua compleição pálida.

Eles eram todos tão lindos que faziam meu estômago doer.

-Ah, Edward. Tanya disse. - Eu senti sua falta.

Edward gargalhou e inteligentemente conseguiu se livrar do abraço, colocando a mão levemente sobre o ombro dela e dando um passo pra trás. - Já faz bastante tempo, Tanya. Você parece bem.

-E você também.

-Deixe-me apresentá-los minha esposa. - Era a primeira vez que Edward dizia essa palavra desde que isso virou oficialmente verdade; parecia que ele ia explodir de satisfação dizendo isso agora.

Todos os Denali sorriram levemente em resposta.

-Tanya, esta é minha Bella.

Tanya era exatamente tão amável quanto nos meus piores pesadelos haviam predito. Ela me lançou um olhar que era mais especulativo do que resignado, e então pegou minha mão.

-É um prazer conhecê-la, Bella! – um sorriso falso no rosto. – Seja bem-vinda a família. – ela estendeu a mão esquerda para mim, algo me diz que não foi inocentemente.

-Ah... – não pude deixar de sentir meu coração apertado. Minha voz era falha, senti as lágrimas chegando, afinal, eu não conseguia estender a mão para aperta a de Tanya – Obrigada, Tanya...

Edward com certeza percebeu o porque de minha súbita depressão e rapidamente interveio, empurrando a mão de Tanya para baixo.

-Tanya... – foi tudo que ele disse, mas eu percebi que ela sabia o que se tratava, sem trocar uma única palavras eles conversaram. Isso me deprimiu mais, nem me defender eu conseguia.

-Oh... – Tanya insistiu e voltou a me olhar – Desculpe por isso, Bella. Eu não sabia... – disse ela então estendeu à mim a mão esquerda com um sorriso falso no rosto.

Apertei a mão de Tanya e sorri com a mesma falsidade. Meu orgulho estava ferido, muito ferido, mas este era o dia mais feliz da minha vida e eu não criaria caso com Tanya. Ela era parente de Edward e eu não podia deixar transparecer o meu desgosto em conhecer-la.

-Não tem problema, Tanya. – sorri secamente e logo me recolhi minha mão. – Agora, se me derem licença eu preciso... – eu estava desesperada para sair dali – Preciso ir ao banheiro.

Fiz menção de me retirar mas Edward me deteve, segurando com uma força considerável meu braço.

-Espere... – pediu ele, mesmo sua voz estando calma, eu podia ver a preocupação que ardia em seu olhar.

Pensei bem numa resposta que o deixaria tranqüilo e ao mesmo tempo me daria chance de me retirar.

-O que foi, marido? – enfatizei a ultima palavra com um sorriso travesso no rosto.

Edward pareceu relaxar e abriu um sorriso também.

-Não demore, vou sentir saudades. – Falou ele por fim; eu tinha certeza que essa não isso que ele pretendia dizer, mas achei melhor assim.

-Não demorarei. – prometi e rumei o mais rápido possível para dentro de casa.

Incrível como alguém consegue acabar com a alegria de uma pessoa em questão de segundos, incrível como um ato simples de estender a mão pode ferir tanto o coração e o ego de alguém.

Corri o mais rápido que pude para o quarto de Edward e fechei a porta atrás de mim, não queria que ninguém me visse daquele jeito.

Eu não era a mesma, eu sabia disso, mesmo com meu conto de fadas aparentar estar finalmente se concretizando eu ainda sim não era a mesma.

Edward jurou, assim como todos os Cullen, que jamais me deixariam sentir falta dos movimentos da minha mão, juraram que nada significava para eles, mas eu sabia a verdade. No fundo, eu acho que sempre soube. Eu sempre seria um peso morto, e ver Tanya, ver o quanto ela é maravilhosamente bonita, me vez perceber que o correto havia sido deixar Edward com ela.

Foi inevitável permitir que as lágrimas viessem, por mais que fosse meu casamento, por mais que assim fosse a prova viva que Edward era meu, eu não conseguia evitar a tristeza.

Não demorou muito eu senti mão gélidas me tocando, dois pares diferentes de mãos. Eu nem tinha ouvido a porta ser aberta, mas elas estavam ali.

Levantei minha cabeça e vi Alice e Esme sentadas ao meu lado, olhando-me com compaixão.

-Por que esta chorando, querida? – perguntou Esme me abraçando.

Isso só fez meu choro aumentar, eu não tinha coragem de responder, e provavelmente Alice sabia disso pois ela respondeu por mim.

-Ela conheceu Tanya, viu o jeito que Tanya olha para Edward, - Alice passou a acariciar meus cabelos. – ela se sente inferior... Acha que não merece Edward.

Levantei o rosto o suficiente para fuzilar Alice com os olhos; Esme apertou o abraço.

-Isso é absurdo querida! – falou ela de uma maneira gentil – Edward não tem olhos para outra pessoa que não seja você! – ela me afastou um pouco e forçou-me a encará-la – Este é o dia mais feliz da vida dele! E deveria ser o seu também... Você deveria estar pulando de alegria e não chorando! – Esme abriu um sorriso materno.

-Mas... – solucei – Edward merece alguém como Tanya! Eu não chego nem aos pés dela!

Alice revirou os olhos e se levantou impaciente.

-Não fale besteiras, Bella! – o tom de voz dela era irritado – Edward conhece Tanya a tempos! NUNCA demonstrou nenhum interesse por ela! Ele ama você e apenas você!

-Exatamente! – concordou Esme.

Eu encarei as duas por algum momento.

-É seu casamento querida! – completou Esme – Este dia é a prova viva que Edward te ama!

Aos poucos meu choro foi secando, comecei a pensar o quanto eu estava sendo absurda. Elas tinham razão. Edward me amava. E me aceitava do jeito que eu era! Nenhuma Tanya da vida iria estragar meu dia!

-Vocês tem razão! – falei firme limpando o resquício de lágrimas. – Nada irá estragar esse dia! – me levantei fazendo-as se levantarem também.

-É assim que se fala! – disse Alice sorrindo. Esme apenas concordou com a cabeça. – Agora venha. – Alice me puxou pela mão. – Vamos retocar a maquiagem que você fez o favor de borrar enfiando a cara nas almofadas, – a voz de Alice era irritada – e depois vamos voltar para a festa. – sorriu novamente – Seu marido a esta esperando!

Concordei e sai com Alice, Esme nos acompanhou e ambas começaram a tagarelar de como eu estava linda e como a cerimônia havia sido maravilhosa.

Cerca de quinze minutos depois, Alice terminou.

-Pronto! – sorriu ela. – Está perfeita, novamente!

-Está mesmo! – concordou Esme.

-Obrigada, Alice! – sorri me levantando.

-Não vá me enfiar a cara nas almofadas novamente! – ordenou Alice, pude perceber o tom ameaçador em sua voz.

-Não se preocupe, não irei. – sorri envergonhada e voltei para a festa juntamente com duas.

Quando chegamos novamente a festa, todos comiam e conversavam animadamente, ao que percebi, com exceção dos Cullen, ninguém sentiu minha falta. Isso era bom.

Caminhei, ainda com Alice e Esme ao meu lado, a procura de Edward, demorei um pouco para avistá-lo; confesso que não me agradou perceber que ele conversava com Tanya. Inferno! Será que estavam conversando dês daquela hora?

Essa idéia foi o suficiente para fazer meu sangue ferver.

-Calma Bella. – disse Alice tocando meu ombro.

Assenti com a cabeça e respirei fundo, comecei a dar os primeiros passos em direção de Edward, eu iria tira-lo dali, mas não consegui dar nem dois passos e estaquei.

A cena que vi, foi tão dolorida quanto ver Charlie atirando em Edward.

Fiquei petrificada, eu não conseguia acreditar, Tanya e Edward estavam se BEIJANDO! NA NOSSA FESTA DE CASAMENTO!

Senti meus olhos encherem de lágrimas, a ferida tão grande que eu lutava para ignorar e diminuir veio a tona, arrebentando minha alma.

Alice me puxou para um abraço, provavelmente na tentativa de me impedir de ver. Mas não adiantava... Eu já havia visto.

Agora sim eu tinha certeza. Eu jamais seria boa o suficiente para Edward. Eu não o merecia...

Afastei-me de Alice e voltei a olhar para Edward e Tanya, eles haviam se separado e Edward me olhava apavorado. Olhei em volta para saber quem mais havia visto aquilo; obviamente, apenas os Cullen tinham presenciado a humilhação que Edward estava me fazendo passar.

Voltei a fitar Edward e esse agora se aproximava; consegui reagir, vir-me-ei e sai correndo para dentro da casa.

-Bella! – gritaram Alice e Esme juntas na tentativa inútil de me deter.

-Mantenham-no longe de mim! – pedi enquanto corria. Não olhei para trás para saber se eles haviam acatado ao meu pedido, continuei a correr, inicialmente para dentro da casa, mas eu não queria ficar ali, não podia! Mudei o curso da minha maratona, comecei a correr floresta a dentro, sim, vestida de noiva, sem saber nem me preocupar se algum convidado havia visto. As lágrimas já desciam compulsivamente, meus soluços eram altos e escandalosos. Minha dor era insuportável, continuei a correr sem destino até minhas pernas não agüentarem mais ficarem em pé.

 


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Notas finais do capítulo

Owwww!
Edward SUPER FDP!
A Bella não merecia algo assim, não é mesmo?
Comentem bastante que eu posto mais logo =D