Desentendimentos escrita por Marry Black, grupo_FCC


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Visão de Bella

Aos poucos comecei a sentir uma dor aguda em meu pulso e em meu pescoço, então Deus não tinha entendido minha decisão, eu estava no inferno. Então era isso que era morrer?

Se for talvez eu tenha feito uma grande burrada, a morte doía demais.

-Bella? – ouvi uma voz doce e preocupada me chamar.

Estranho. Desde quando as pessoas do inferno tinham vozes doces, ou estavam preocupadas com os outros?

-Bella, querida, consegue me ouvir? – A voz estava mais próxima, e eu estava mais confusa.

Querida?Esse era o tratamento que era dado no inferno?

-Bella? – a voz chamou pela terceira vez. Espera!Eu conheço essa voz!

-Acho que errei. – a voz lamentou. SIM!Era Alice!

O que isso queria dizer?

Aos poucos fui tentando abrir os olhos e lá estava aquela baixinha que eu considerava uma irmã.

-Ah.. Você acordou! – ela sorriu agora mais tranqüila.

-Mas o que? – tentei raciocinar, o que Alice estava fazendo ali?Tentei me levantar, mas a dor só aumentou.

-Não.. Procure ficar deitada..Você ainda esta muito fraca – Alice me encostou de novo na cama.

Olhei em volta, estava em um quarto com as paredes claras, olhei para meu pulso e estava enfaixado, olhei para cima e estava cercada de aparelhos; levei a mão boa até meu pescoço, estava enfaixado também.

-Ah não.. – choraminguei.

-O que foi Bella?Esta doendo? – Alice perguntou ansiosa.

-Eu não consegui não foi? – perguntei chorosa.

Alice franziu o cenho.

-Se esta se referindo a tentar se matar, não, não conseguiu mesmo... Nós a detivemos a tempo. – Alice tentou esconder a raiva por trás das palavras, mas mesmo assim eu percebi.

Fechei os olhos e respirei fundo, não havia passado pela minha cabeça a idéia de falhar, como eu encararia Edward agora?E meu pai?E Ângela?Essa não..

Ouvi o aparelho que media meus batimentos cardíacos aumentarem fervorosamente.

-Procure se acalmar Bella! – Alice falou novamente preocupada e se virou para a porta. – CARLISLE!

-Onde estou? – perguntei estranhando o fato de Alice estar gritando em pleno hospital.

-Em nossa casa!Transformamos a biblioteca num quarto de hospital para acomodá-la. Conseguimos convencer Charlie que você estaria mais bem cuidada num lugar onde existiria um médio 24horas de plantão apenas para atender você! – ela explicou com um sorriso fraco.

Logo em seguida Carlisle entrou.

-Bella! – ele sorriu e se aproximou. – Que bom que esta acordada!Como se sente?

-Dolorida! – confessei passando a mão boa pelo pescoço.

-Imagino.. – foi o único comentário dele.

Carlisle me examinou em silêncio e Alice também não falou nada. Aquilo estava me incomodando, por que ninguém brigava comigo?

Mas o que me machucava mais, era Edward não estar ali.

-Olhe.. Vou te medicar de novo e você voltará a dormir, está bem? – Carlisle me informou.

-Não quero voltar a dormir! – falei baixo. – Não posso ficar acordada? – perguntei receosa.

Carlisle pareceu inseguro, coisa que não era normal dele, então ele olhou para Alice.

-Tudo bem.. Eu ficarei aqui com ela. – Alice se manifestou.

Carlisle assentiu e fez um ultimo comentário antes de sair.

-Não deixe nada pontudo perto dela.. – então ele saiu.

Olhei para Alice esperando que ela dissesse alguma coisa, mas o silêncio foi à única coisa naquele quarto.

-Não vai dizer nada? – perguntei por fim, num tom baixo.

-Não há o que dizer Bella. – Alice respondeu num tom calmo, olhando para a janela, observando o crepúsculo.

Mais uma vez o silêncio reinou e aquilo estava me matando, a agonia e a vergonha estavam me torturando, mesmo sabendo que iria me arrepender de perguntar eu perguntei.

-Onde está Edward?

Alice não olhou para mim e respondeu ainda calma.

-No quarto dele.

Assenti com a cabeça, eu sabia o que significava, ele estava bravo comigo eu não tirava a razão dele; nunca senti tanta vergonha na minha vida.

Fechei os olhos e mordi meus lábios para não permitir que nenhuma palavra escapasse da minha boca.

O remorso, a culpa, a vergonha e principalmente a solidão me envolveram.

Doía por dentro, doía muito, era a pior dor que já havia sentido, mais até de que quanto Edward havia me deixado; porque agora, eu sentia essa mesma solidão, mas era por tê-lo bem ali, e não poder tocá-lo, diferente do que foi há algum tempo, onde eu estava sozinha por não tem ali.

Tenho certeza que adormeci por muito tempo, mesmo sem a medicação de Carlisle, e a verdade seja dita, eu não queria acordar.

Mesmo minha consciência voltando, eu não abri meus olhos, seria muito doloroso abrir os olhos e me deparar com a frieza dos Cullen, ou pior, a ausência de Edward.

Eu fiz uma escolha que não foi correta, eu sempre soube disso, mas eu não havia pensado na hipótese de falhar, e agora, tudo era terrivelmente assustador.

Por mais que fosse minha vontade, eu não podia passar a vida inteira fingindo estar dormindo, uma hora ou outra teria que encarar a realidade, fui abrindo meus olhos vagarosamente e para meu grande espanto e medo, não era mais Alice que estava ali, era Edward.

Ele olhava para a paisagem na janela, no mesmo lugar que Alice estava quando adormeci, eu queria dizer alguma coisa, eu PRECISAVA dizer alguma coisa, mas meu medo foi maior, então eu continuei a encará-lo silenciosamente.

Edward ficou naquela posição por mais algum tempo até que suspirou e se virou, provavelmente para sair quando percebeu que eu havia acordado.

A cara dele de espanto e surpresa me incomodou, ele não QUERIA que eu o visse ali?

-Oi... – falei tentando minimizar o teor do ambiente.

Ele deu um sorriso forçado.

-Que bom que acordou.

Novamente a sala ficou em silêncio e eu não agüentei sustentar o olhar de Edward me fuzilando, olhei para o teto, tentado criar coragem para dizer algo a ele, mas simplesmente.. Não conseguia.

-Isabella? – ele me chamou pelo nome, e aquilo doeu alem de me assustar, as poucas vezes que ele me chamou assim na VIDA, sua voz estava a duas oitavas a cima e não calma como agora. Respirei fundo e olhei para ele, que agora estava sentado ao pé de minha cama.

-Edward... – comecei, mas ele fez sinal para que eu me calasse.

-Isabella, eu gostaria muito de saber o que te levou a apelar para tal ato. – ele falou num tom calmo e extremamente formal.

Olhei fixamente para Edward e senti as lagrimas chegando, como eu havia sido tão idiota?Nem me matar eu conseguia fazer direito.

-Edward... – eu sussurrei e me sentei na cama, nossos rostos ficaram a mesma altura agora.

Ele continuou com uma expressão nula, esperando que eu respondesse.

-Eu... Eu não quero empatar a vida de ninguém Edward.. – falei baixo.

-E da onde você tirou que empata das pessoas? – ele perguntou sério e frio.

-Edward... – eu olhei seus olhos e pude ver o que raivosos eles estavam apesar de seu rosto demonstrar total calma.

-Isabella... – ele suspirou e pressionou os dedos contra as têmporas – Você faz alguma idéia de como você quase me fez ter um ataque cardíaco?Tem noção de como eu cheguei perto de ter um treco? – ele terminou gritando.

-Edward... Eu... – eu não sabia o que dizer. Edward tinha razão de estar daquele jeito.

Ele se levantou bruscamente e tirou do bolso um pano vermelho jogou o pano em cima de mim.

-Você pode me explicar com qual fundamento você escreveu tudo isso? – ele perguntou ainda irritado.

Peguei o pano vermelho e o estiquei, pude ver que na verdade, aquilo era a minha carta de despedida que eu tinha feito em forma de bordado, o tecido era branco, o vermelho se devia ao meu sangue.

Passei os olhos por ele, mesmo sabendo o que estava escrito eu quis reler.

"Sei que agora você não ira entender meu ato, sei que parece insanidade, e talvez até seja; mas preciso que entenda que foi assim que eu escolhi. Não consigo mais olhar para meu pai, a dor que me causa todas as vezes que penso no que aconteceu chega ser insuportável.

Eu nunca me senti boa o suficiente para você e agora, sendo tão visivelmente imperfeita, eu me sinto menos ainda. Você não merece viver com alguém que possui o braço lesado, alguém não seria capaz de fazê-lo eu continuasse ao seu lado, só iria aprisioná-lo, você se sente obrigado a estar comigo e não é isso que eu quero, eu quero te ver feliz, quero que você seja feliz e que encontre uma pessoa que possa te fazer feliz de verdade; pois eu não posso mais.

Sei que a melhor coisa era ir embora e deixá-lo viver sua vida, sei que eu deveria te deixar livre, mas minha vida, minha história só fez sentido o dia em que te conheci e eu sei o que é impossível viver sem te ter. Por isso eu prefiro a morte, esta me dará paz e te dará a liberdade que tanto precisa para ser feliz.

Agora dói Edward, eu sei que dói, mas não se culpe, não foi você o responsável por tudo isso.. Mas siga sua vida, procure alguém que possa fazê-lo viver verdadeiramente.

Perdoe-me por ser tão covarde e não ter forças para deixá-lo sem tirar minha própria vida, mas entenda que esta não faz sentido sem você.

Mais uma vez me perdoe e procure entender.

Eu amo você e sempre amarei.

Bella"

Olhei para o bordado e para Edward, ele não olhava para mim olhava para as arvores fora da casa, mas mesmo podendo ver de lado, eu conseguia identificar a raiva ardendo nos olhos dele.

-Edward.. – tentei encontrar as palavras certas, mas nada me ocorria, não tinha explicação.

Ele me encarou, seus olhos tinham uma mistura de raiva, angustia e desespero. Ele se aproximou de mim e se sentou ao meu lado, pegou forte minhas mãos.

-Bella, o que você acha que estava fazendo? – Edward ficou visivelmente desesperado e as palavras começaram a sair atropeladas da boca dela – Você tem a ligeira idéia de como eu fiquei desesperado?Tem noção do meu nível de desespero ao ver você ali?Ensanguentada, desfalecida!Logo quando eu achei se seriamos feliz, logo quando eu achei que as coisas finalmente seriam boas para nós dois... Você... – ele engoliu em seco – Você resolve por um ponto final na nossa historia e...

-PARA EDWARD! – Gritei desesperada – Não era na NOSSA vida que eu queria por um ponto final, mas sim na MINHA! – As lagrimas se intensificaram.

Edward apertou as minhas mãos.

-Você ainda não entendeu Bella?Eu não existo sem você!Se a sua vida termina, a minha também terminará!A minha razão de existir é você!Você é a única coisa que me motiva a continuar vivo!Não quero e não vou continuar vivo se não for para poder te ver, Bella! – Os olhos dele transmitiam uma angustia e uma veracidade que não consegui responder, por isso ele continuou – Eu não quero prende-la!Eu estarei sempre preso aos meus 17 anos, e eu concordei em prendê-la nessa eternidade também, se assim você desejasse, mas não estou obrigando-a a viver essa vida!Você é livre Bella! – ele falou num tom gentil e melancólico agora, retirando uma mecha de cabelo do meu rosto – Você pode seguir seu caminho, a qualquer momento!Eu não vou forçá-la a ficar ao meu lado, ninguém merece essa vida que eu levo, e eu compreenderei se você decidir levar uma vida humana. A única coisa que quero, é vê-la feliz!

As lagrimas continuaram a escorrer pelos meus olhos, Edward havia interpretado errado meu ato. Tentei corrigi-lo, dizer algo coerente, ou soltar algum som alem dos soluços mas não consegui; então Edward continuou a falar.

-Se você estiver viva, se eu puder apenas vê-la, mesmo que de longe e saber que você esta feliz, esta segura; já será o suficiente para mim. – ele deu aquele sorriso torto maravilhoso e eu o abracei apertado, o mais forte que consegui.

-Eu te amo Edward... Amo mais do que qualquer coisa! – consegui dizer apos um tempo – Não quero viver longe de você!NUNCA!

Edward retribuiu meu abraço e sussurrou numa voz mansa.

-Então porque fez aquilo, Bella?Por quê?

-Edward, você não entende... – falei com dificuldade, o choro estava se intensificando a cada segundo, o remorso partia meu coração já destroçado.

Eu realmente achava que não existia dor pior do que a que eu estava sentindo, mas agora, eu sentia uma dor mil vezes pior; a dor de ver a pessoa que mais amo sofrendo!Eu queria arrancar aquela dor dele, queria fazê-la minha, queria fazer qualquer coisa que cessasse sua dor. Anjos não deveriam sentir dor!Não deveriam sofrer!Isso é pecado!Anjos deveriam sempre manter um sorriso nos lábios, e suas almas sempre deveriam estar alegres!Anjos não deveriam sofrer por nada!Muito menos por algo tão insignificante como eu.

Quanto mais eu pensava mais eu apertava o abraço, tentando talvez, diminuir o espaço, inexistente, entre nós, ou talvez fazer da dor dele minha através do toque.

-Eu realmente não entendo Bella... – Edward sussurrou retribuindo meu abraço, mas tomando o cuidado para não me machucar. – Quando foi que eu deixei de fazê-la feliz?Quando foi que você passou a sofrer tanto, para chegar ao ponto de preferia a morte. – sua voz soava agonizada – Por favor, me diga Bella, eu preciso saber.

-Não é isso Edward!Não é isso! – falei entre os soluços, as palavras baixas e agonizadas dele só fizeram minha culpa e dor aumentar, ele tinha entendido errado meu ato.

-Então o que é? – ele insistiu – Por favor, me diga, eu quero entender! – Então ele nos separou e segurou meu queixo, forçando-me a olhá-lo nos olhos.

-Edward... Eu o amo, mais que qualquer coisa nesse mundo, mais que minha própria vida!Eu morreria por você a qualquer momento! – falei tentando não quebrar a frase; dei um longo suspiro e retomei – Mas você merece algo melhor que eu, alguém que possa fazê-lo feliz!Alguém que não seja um encosto na sua vida, alguém como Tânia! – minha voz falhou ao pronunciar o nome dela – E o mais sensato seria eu deixá-lo livre!Livre para viver sua vida com alguém um pouco mais ao seu nível, alguém que não seja imperfeita fisicamente, - terminei a frase num sussurro e meu olhar caiu direto para minha mão lesada – e se eu te deixasse, você poderia até se apaixonar por alguém da mesma espécie que você!Poderia ser feliz de verdade... – meu coração estava morrendo a cada palavra que saia de minha boca, mas ele merecia saber a verdade, porem meu psicológico não agüentaria mais muito tempo por isso eu comecei a falar tudo o mais rápido possível – Mas, eu sou fraca, Edward!Muito fraca!Só eu sei o que é viver sem te ter ao meu lado, eu já experimentei essa sensação e sei que não é fácil viver sem você, eu sei que não CONSIGO viver sem você!Sou humana, Edward, e por isso sou tão fraca, eu não suportaria viver aquilo tudo de novo e dessa vez, pra sempre, foi por isso que eu optei pela morte, assim seria uma única dor, a ultima dor, e eu poderia deixá-lo livre para seguir com sua vida sem que você sentisse remorso de não estar mais comigo depois do que aconteceu e...

-PARE! – Ele grunhio e tapou minha boca. – Não quero ouvir mais nenhuma palavra, Bella! – Edward estava bravo, há muito tempo eu não o via daquele jeito.

Nós nos encaramos por um longo tempo, ambos buscando no olhar do outro as respostas das perguntas não feitas, buscando no olhar do outro a dor que era vivida, e o amor que era sentido.

-Eu amo você Bella! – Edward finalmente falou – Eu amo você mais que tudo!E não continuo com você por pena, ou qualquer coisa do tipo, continuo contigo porque te amo!E esse sentimento jamais vai mudar!Aceite isso! – ele pegou delicadamente minha mão lesada – Isso aqui, não significa nada para mim!Não é porque sua mão não responde aos seus comandos que eu vou deixar de amá-la!Meu amor por você é incondicional e irreversível!E eu quero me casar com você e passar o resto da eternidade ao seu lado! – ele beijou minha mão lesada – Se não for com você, não será com mais ninguém!Meus olhos só enxergam você!Meu coração só tem espaço para uma mulher e essa mulher é você!

Tentei dizer alguma coisa, mas meus soluços eram intensos demais para me permitir pronunciar algo; sem pensar duas vezes, me joguei nos braços de Edward, sem tomar o menor cuidado com meus machucados, mas Edward não deixou isso passar batido.

Gentilmente, ele me deitou sobre seu colo, tomando o cuidado para deixar o lado esquerdo do meu pescoço, o lado lesado, livre evitando assim a dor. E assim eu chorei, chorei tudo que havia acumulado durante todos esses dias, chorei por tudo que havia me acontecido, chorei sem o menor escrúpulo no colo de Edward.O mesmo nada disse, apenas ficou a afagar meus cabelos de uma maneira carinhosa, provando-me mais uma vez, que eu não estava sozinha, nem agora nem nunca.

Vez por outra ele me pedia para me acalmar, ou dizia que me amava, mas nem assim meu choro não sexo, eu não queria me levantar dali; eu iria chorar tudo que precisava, iria sofrer por tudo agora, pois essa seria a ultima vez que eu faria Edward sofrer, essa seria a ultima vez em que o faria ver minha dor; essa seria a ultima vez, em que eu seria fraca!Derramaria todas as lágrimas que precisava cair agora, eu estava me dando essa ultima chance!

Passado algum tempo o choro foi diminuindo até cessar por completo, se era por ter minha alma limpa, ou por falta de lágrimas eu não sabia, mas já não mais faria diferença.

Edward continuou em silêncio e afagando meus cabelos, mesmo percebendo o fim das minhas lágrimas; fiquei mais alguns minutos ali, aquele colo frio e acolhedor era tudo que eu queria, mas eu sabia que precisava me levantar uma hora, e foi o que eu fiz.

Lentamente me levantei e olhei para Edward, ele me deu um sorriso sereno que ao crepúsculo, era muito mais de nós nada disse por alguns segundos, e mesmo não sendo um silêncio constrangedor, eu precisava quebrá-lo; ainda havia muito a ser dito a ele.

-Edward... – eu comecei respirando fundo, mas ele tapou minha boca com os dedos, de uma maneira delicada.

-Não precisa dizer nada.

Com minha mão boa, eu retirei a mão de Edward da minha boca e a beijei, em seguida pousei-a sobre meu colo porém não a soltei.

-Mas eu quero dizer... – respondi num sussurro. Ele apenas assentiu e permaneceu calado para que eu expressasse o que pretendia dizer.

-É isso mesmo que você quer? – perguntei mesmo relutando, apesar de tudo que ele havia dito, eu ainda temia a resposta – Tem certeza disso? Tem certeza de que você quer ficar comigo? Mesmo agora? Imperfeita do jeito que eu sou? Você precisa estar ciente Edward, que por mais que eu tenha feito isso por você, você não esta em debito comigo de maneira nenhuma; e não precisa se sentir na obrigação de estar comigo!Você é livre, e eu quero vê-lo feliz! – Tomei fôlego para continuar, eu sabia que me mataria dizer o que estava prestes a dizer, mas eu precisava deixá-lo livre, por mais que isso me custasse – Mesmo que isso signifique não ser ao meu lado... – minha voz falhou no final da frase, mas pela expressão de choque dele, eu percebi que ele havia entendido.

-Bella... Eu amo você! E isso não iria mudar, entenda isso! Não me faz diferença se sua mão responde ou não aos teus movimentos... – a convicção e a veracidade transbordavam os olhos dele – Claro que eu preferia mil vezes vê-la perfeita! Claro que me martiriza saber que sou o responsável por isso... Mas nem por um momento isso abalou a minha vontade de querer passar o resto da eternidade ao teu lado!

-Você ainda vai me amar Edward? Mesmo com tudo isso? Mesmo que eu seja um estorvo na tua vida? – perguntei prendendo meu olhar ao dele.

-Para todo o sempre... – então ele deu aquele sorriso torto de tirar o fôlego e eu o beijei. O beijei com muita paixão, como a muito não fazia.

-Era tudo que eu precisava ouvir.. – falei num sussurro nos lábios dele e voltamos a nos beijar; o beijo era intenso e cheio de amor.

-Senti muita falta disso... – ele sussurrou ao pé de meu ouvido e deu uma leve mordida na minha orelha fazendo-me estremecer. – E disso também... – a voz dele soou divertida agora e ele acariciou meu braço arrepiado e em seguida forçou-me a deitar na cama. – Agora descanse... – gentilmente ele retirou uma mecha de cabelo dos meus olhos me fazendo esquecer completamente que eu ia protestar sobre isso – Afinal o casamento será daqui a duas semanas e eu quero você cem por cento!

-Edward eu já me sinto bem... – falei emburrada fazendo-o rir de leve.

-Mas ainda está cheia de pontos em lugares perigos, - com muito cuidado ele passou a mão pelo curativo do meu pescoço - não posso e não vou correr o risco que você estoure um dos pontos e ameace a tirá-la de mim novamente...

Suspirei pesadamente.

-Acho melhor você voltar a dormir agora.

-Não! – protestei nervosamente, não queria perder Edward de vista e correr o risco daquilo tudo ser um sonho – Não quero dormir!

-Eu não sairei do teu lado! – prometeu ele já adivinhando meu medo.

-Não, por favor... – supliquei.

-É melhor assim meu amor. – ele deu um sorriso mas seus olhos não sorriam; ele parecia não querer me ver inconsciente também – Carlisle... – ele chamou num sussurro, mas foi suficiente para Carlisle ouvir, pois meio segundo depois ele apareceu.

-Algum problema, filho?

-Acho que Bella já esta pronta para mais analgésicos... – Edward respondeu sem tirar os olhos de mim.

Carlisle assentiu e se aproximou de uma bancada, pouco depois se aproximou de mim com uma seringa; instantaneamente eu enrijeci. Edward riu.

-Não se preocupe... – ele falou um sussurro – Carlisle não espetará nada em você...

Eu assenti e vi Carlisle injetar o liquido em meu soro, não demorou muito eu comecei a sentir minhas pálpebras cansadas.

-Edward... – eu o chamei antes de cair na inconsciência.

-Estou bem aqui... – ouvi a voz dele já longe responder.

-Eu amo você. – foi tudo que consegui dizer, depois disso a escuridão me dominou.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!